Texto para o blog: Amores-cruzados
Estava saindo do colégio àquela hora e minha única vontade ou pensamento era que a segunda-feira terminasse logo. Nada melhor do que um dia após o outro e eu contava com o tempo para me livrar de certo passado. Eu estava absorta em meus pensamentos e por isso demorei a perceber o que estava bem em frente aos meus olhos. Na esquina de frente ao portão do colégio estava o carro de Danton. Um nó na minha garganta se formou assim que pensei naquela loira que mais uma vez poderia querer me tirar a paciência mesmo desta vez em que eu não tinha me metido com o querido dela. Fingi não ter notado e acelerei o passo pra acompanhar um grupinho de garotos que iam rindo a minha frente. Mas para o meu susto, o carro estava me seguindo vagarosamente ao lado do passeio. Todos que estavam em volta começaram a perceber aquela cena curiosa e então tive que mais uma vez ceder. Parei de braços cruzados e esperei até a porta do passageiro se abrir pra mim. Entrei já pronta para uma batalha e mais uma vez fui surpreendida. Eu estava esperando por algo loiro e rude. Ao invés disso, me deparei com um alguém fugitivo, misterioso, mentiroso e causador dos meus últimos problemas. Minha expressão não deve ter mudado muito do impaciente para o rancoroso. Danton me olhava com olhar suplicante de quem sabia como me ganhar, mas ele estava errado, de certa forma eu já estava vacinada contra supostas investidas dele em querer novamente me enrolar:
- Não sei bem porque veio me procurar, mas já vou logo dizendo que você além de abusado é um tanto cara de pau. A minha tolerância já foi testada e usada com sua amada, por isso eu lhe peço que me poupe de mais uma perda de tempo. Não quero você e nem nada do seu mundo mais na minha vida.
- Nossa Paula! Quanta arrogância. Não estou te reconhecendo. E de que amada você está se referindo se a única dona do meu coração é você?
- Ah faça-me o favor! Não gaste suas belas palavras comigo. Eu já sei de tudo. Eu vi tudo. Você e aquela loira metida. Por acaso fizeram algum tipo de aposta e eu acabei me tornando a diversão de vocês?
- Paula, minha querida! Por favor, não estou entendendo bem seu julgamento, mas vejo que existe mais mal entendido entre nós do que eu imaginei. Deixe-me ao menos tentar entender o porquê de tudo isso e também esclarecer algumas coisas.
- Danton, eu volto a repetir. Não quero mais nada de você nem da sua vida. Você muito menos me deve explicações. Só me deixe em paz e esqueça que eu existo. Você estará me fazendo um favor.
- Se você quiser isso mais do que tudo, eu vou respeitar. Jamais quero te fazer mal ou vê-la infeliz. Mas ao menos me permita explicar tudo isso que vem acontecendo. Prefiro ter que deixá-la sabendo de toda a verdade.
- Que verdade? Só se for a sua verdade né? A versão que você quer que eu acredite. Pois a verdadeira verdade eu já conheço. A loira é sua namorada e eu não passei de uma pedra no caminho, que no inicio servia de diversão e agora serve de problema para pelo menos algum de vocês dois não é mesmo?
- Paula, me ouça! A Ananda, que é a tal loira que você se refere não é, nunca foi e nem vai ser minha namorada, ela é minha prima. Você sempre foi o meu amor. Não pense que você não seria merecedora disso.
- Ah qual é? Ta pensando que ainda vou cair no seu romantismo? Nada mais do que você disser vai me convencer do contrário. Eu vi vocês se beijando, que história é essa de prima? Você além de tudo mente mal hein?!
- Sei muito bem do que você viu e é por isso que estou aqui de bandeira branca nas mãos querendo te explicar que aquilo não passou de um erro, uma mentira, algo que por mim nunca teria acontecido. A Ananda sim é apaixonada por mim e vem a anos tentando criar algo entre nós, mas por vezes tentei botar juízo na cabeça dela. Nunca dei esperanças, pelo contrário, só que ela é obsessiva, não me dá ouvidos.
- Danton, eu... Não tenho porque acreditar em você. E nem preciso. Isso pra mim já basta. Não tenho haver com a sua vida e nem a dela. Vou embora ok? Estou cansada e tenho pressa de chegar em casa.
Mesmo ele me olhando com aquele olhar caloroso e pedindo piedade eu me forcei a abrir a porta e sair do carro me colocando de pé embaixo do sol escaldante que me acompanhou até no jardim de casa.
Passei a tarde toda na cama, pensando em tudo que Danton havia me dito. Eu não queria perder mais tempo com aquilo tudo, mas algumas coisas que Ananda havia dito ou feito no dia anterior realmente não se encaixavam. Comecei a talvez pensar na possibilidade de Danton estar dizendo alguma verdade. Mas fui interrompida com vovó batendo na porta e colocando debaixo dela um envelope em meu nome. Peguei-o depressa já imaginando ser algo do feitio de Ananda e abri. Primeiramente notei que era um xerox de duas carteiras de identidade, frente e verso. As fotos não me enganaram, era Danton e Ananda. Mas até então eu não estava entendendo o que queriam me dizer mandando aquilo. Olhei dentro do envelope e continha um pequeno cartão na letra de Danton:
“Espero que isso prove a minha verdade.
Beijos, Danton!”
Olhei novamente para as identidades e comecei a ler os dados de cada uma delas. Foi quando notei o que era pra mim enfim perceber. Os nomes de cada um deles:
Danton Furtado Smith
Ananda Johnson Smith
Eles eram mesmo parentes. Fiquei encabulada e atônita com a minha injustiça. Eu sabia que devia me afastar desse caso e desses dois, mas eu não sou de cometer injustiças.
3 comentários:
Olá, nossa..fazia tempo que você não continuava essa história, posta mais, está perfeita *---*
.;
Adoro todos os seus posts,sempre passo por aqui ;)
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beeeijinhos..♥
Carol!
Ananda vaca. hihihihi
Eu não tinha lido as primeiras partes =/
Obrigada pelo selo viu? Fiquei muuuuuuuito feliz. Mas vi que você não estava no listão, isso em deixou triste, sempre gostei do seu blog, enfim.
Beeeeeeeeeeeeeeeeeijão!
Caraa que história perfeitaa,
continuaa ela! venho aquii todo dia pta ver se tu postou de novo, tô curiosaa!
Beeijo,
ÉrikaOliveira
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