quinta-feira, 30 de julho de 2009

Palavras soltas

Escrever, em minha opinião pode ser considerado até mesmo uma terapia, a única idéia que me incomoda sobre isso é saber que – pelo menos em mim – a inspiração só vem mesmo quando to triste, magoada, preocupada com alguma coisa. Sei que dizem por ai há anos que alma de poeta é assim mesmo, carregada de mais tristezas e é isso que motiva a escrita. Pra poemas mesmo eu nem levo jeito, mas de resto, acho que sai de tudo um pouco se necessário. Mas dá pra imaginar o quanto é ruim conseguir botar pra fora todo o meu português só depois de estar com o coração do tamanho de um feijão? Porque é mais ou menos assim que me sinto quando as coisas não vão bem e me motivam a escrever, colocar um pouco pra fora. São tantas as coisas que passam pela minha cabeça... Fico imaginando por onde começar, o que falar, qual a melhor forma de terminar os textos. Nunca acho respostas pra essas minhas perguntas. Acabo sempre começando do nada, com qualquer assunto e vejo se dá pra emendar no que enfim eu estava pensando. Se escrever não é um dom para poucos privilegiados então por que eu só consigo me expressar melhor quando to mal com alguma coisa? É fato que quem lê muito e pratica a escrita se sai bem nessa área, e eu faço tudo isso desde sempre. Vai entender a loucura dos meus órgãos. Acho que eles não se dão muito bem. O cérebro pensa, pensa, mesmo que eu tente controlar ele insiste em não parar de pensar, principalmente nos assuntos que menos gostaria de lembrar. Ai entra o coração, que fica aflito por culpa dos pensamentos que o cérebro cria constantemente, nisso gera uma agonia que atormenta o estômago e impede a fome de chegar. Assim vai indo todo o meu organismo nas horas em que to triste ou pensativa demais. A vontade é de conseguir seguir os conselhos banais e simplesmente parar de pensar, só viver um dia após o outro. Mas eu também já cansei de usar explicações rotineiras, daquelas em que se diz que não é fácil assim, que não faço nada disso comigo mesma por querer. Fica elas por elas, sempre. Alguns aconselham achando que estão ajudando, outros condenam achando que ser radical vai assustar, outros fingem que não enxergam e assim encontramos infinitas pessoas que nos rodeiam. Umas pelo menos nos fazem bem em algum momento, outras nos confundem mais e parecem até gostar de botar mais lenha na fogueira. Vai saber! Enfim, estou aqui em mais um momento de aflição no coração, borboletas no estômago – e não são por paixão a ninguém – e o cérebro a mil por hora! Por isso essas palavras soltas... Elas saem como uma bola de canhão na freqüência dos meus pensamentos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Uma alegria em pessoa

Eu sabia que tava perdendo a minha essência, sabia que estava esquecendo de mim mesma só pra viver agradando quem não se importava comigo da mesma forma. Diversas vezes ouvi conselhos que me deixavam mais confusa, pois, inconscientemente eu sabia que estava deixando de ser quem eu era pra viver pra um alguém que tão pouco demonstrava o sentimento que eu tanto desejava, porém, não conseguia imaginar ainda a hipótese de perder esse alguém. Eu achava que com ele estava mais ou menos e sem ele ficaria ruim. Tinha medo do vazio, da perda, do termino, do desconhecido que eu ainda teria que enfrentar. Esse medo foi o que mais me levou a esquecer de mim mesma pra aprender a viver de um jeito infeliz. Não sei ao certo o que me fez suportar tudo aquilo por tanto tempo. Eu sentia falta de mim mesma, sentia falta da minha liberdade, da minha vida, de amigos, de festas, danças, risadas, conversas, músicas... Eu era uma alegria em pessoa e aos poucos meu brilho foi sendo sugado por um amor que talvez só existisse dentro de mim. Se é que podemos chamar isso de amor né?
Aos poucos tudo foi ficando mais escuro, triste, frio. Nada mais que eu fizesse servia de alimento para salvar aquele relacionamento. E como num passe de mágica, o fim de tudo aquilo chegou mais rápido do que eu imaginava. A tristeza me abalou, impregnou em mim. Mas eu escolhi mandá-la embora o mais rápido que consegui. Na minha vida tudo acontece dessa forma. Quando penso que enfim o mundo acabou pra mim, vem uma luz, um milagre, ou qualquer sinônimo disso e me levanta de tal forma que me deixa melhor do que eu possa acreditar. É como se a nuvem carregada de angústias passasse num piscar de olhos. Como se todo o sofrimento de antes se resumisse naquele alguém que me sugou. Tudo bem que eu estava errada em permitir que aquilo acontecesse, mas pelo menos serviu como mais uma experiência boa. Porque agora eu vejo, que o mal veio para me apresentar o bem mais uma vez. E que eu estava enganada ao achar que não suportaria viver sozinha. Aliás, estou enganada novamente em dizer esse ‘sozinha’. Jamais estarei sozinha nessa vida. Primeiro porque tenho a mim mesma e a Deus, segundo porque tenho minha preciosa família contando com tias, primos e afins, e terceiro porque tenho minha segunda família por escolha, os amigos. O mal de às vezes ser frágil é esse. Se deixar levar pelos maiores sentimentos e se esquecer de que um dia eu era melhor simplesmente porque estava vivendo por mim mesma e nada mais. Nada vale mais do que poder preocupar só comigo mesma e trabalhar nisso. Enfim, voltei a ser uma alegria em pessoa, e por isso voltei também a atrair todos os corações bons para perto de mim.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

É ruim mas faz bem

Chega um dia em que todos se fazem a mesma pergunta. Será que só aprendemos as coisas boas e certas depois de sofrer? Será que a felicidade só chega para uma pessoa depois que ela conhece a tristeza?
Se você ainda não chegou nessa fase, não se deparou com um momento difícil e pensou nesse tipo de coisa, pode estar certo de que ainda vai acontecer. Então já se prepare e saiba que não é tão ruim quanto parece.
Desde pequenos já nos ensinam a aceitar um ‘não’ justamente para sabermos lidar com a vida mais para frente. Nada vem de bandeja, e muito menos temos tudo que queremos. Eu talvez fosse até a pessoa errada para estar falando sobre isso, pois, na maior parte da minha vida eu fui vista como uma ‘filhinha de papai’, mimada, manhosa e dondoca. Ta certo, eu admito que ainda exista a mimada, manhosa e dondoca dentro de mim, mas, a filhinha de papai já foi deixada para trás. E isso aconteceu exatamente por esse motivo que vos falo.
Meus pais podem até hoje querer fazer de tudo por mim para me ver sorrindo e jamais sofrendo, mas, já estou em uma idade que impede que eles possam ser meus super heróis.
Tudo que agora eu desejo, só vai chegar até mim se eu mesma for alcançar. Meus estudos, trabalhos e relacionamentos só dependem de mim mesma. Ou seja, chegamos ao ponto em que eu queria. Meus pais vão sempre ser os meus alicerces, mas, as escolhas que agora faço me atingem de uma forma em que eles não podem mais me salvar. Eles vibram com minhas conquistas e também sofrem com minhas perdas. Por mais que eles queiram tirar certos sofrimentos e decepções da minha vida, eles não podem mais. Já sou maior de idade, com a tarefa de buscar para a minha vida o que só eu mesma posso conseguir. E é por isso que eu digo que todo mundo um dia ainda vai aprender o que eu já conscientizei. As tristezas, perdas e problemas existem para todos, não há como fugir. De início fica tudo parecendo uma conspiração do destino contra nós e nossos sonhos, mas, depois que tudo vai passando a gente consegue olhar pra trás e entender os fatos de uma outra forma. Tudo que nos acontece é fruto de nossos pensamentos, falas, ações e escolhas. Mesmo as partes ruins, chegam até nós porque sem querer buscamos isso em algum momento. E pode parecer difícil de enfrentar tudo isso, mas, com o tempo sendo nosso melhor amigo, o jogo vira, e o que era pra ser ruim por um determinado tempo, vira motivo de força maior, aprendizado e com certeza, felicidade. Aprendemos a enxergar que as tristezas e pedras do caminho só servem para nos levar ao maior patamar de maturidade e controle emocional. É claro que a vida é curta para vivermos e aprendermos de tudo, mas, tudo que cada um enfrenta já é suficiente para servir de base para continuarmos caminhando até o fim de nossos dias. Por isso eu digo. Na hora de fazer aquelas perguntinhas infelizes para os céus, lembre-se de que tudo passa. E quando finalmente passa, você estará melhor do que estava antes.