quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Eu venci

É dificil compreender a mente de gente teimosa. Quanto mais você batalha pra tentar conhecer a pessoa, mais ela se fecha. Chega um momento que se desiste de tentar entender e ajudar uma pessoa assim. E nessa hora, tudo fica mais claro. O mundo se abre, o céu parece ficar mais azul e os problemas passam a ser menores. Quanto mais nos desvencilhamos de pessoas que nós fazem esquecer de nós mesmos para viver com eles problemas que não nos diz respeito, melhor ficamos. Pode parecer egoísta, mas não é.
Andei aprendendo que estar solteira e sozinha é um bem a mais para a mente, uma paz gigantesca pro coração e uma liberdade incontestável para nossas ações. Quanto mais desligada de pessoas eu estiver, mais eu posso me concentrar em mim mesma. Se eu pudesse transmitir a todos o bem que isso pode fazer, acho que eu salvaria muitas pessoas que estão por ai se escondendo nas sombras de vidas alheias.
Existem sérias doenças psicologicas que fazem algumas pessoas pensarem que só podem viver se estiver ao lado de outras. Elas fazem de alguma pessoa especifica a sua vida, e se esquecem de si próprio. Isso é totalmente loucura, é morrer em vida. Ninguém pode deixar de viver tudo que gosta, tudo que é, por outro, isso é simplesmente abrir mão da própria felicidade pra sofrer. Digo isso porque já passei por uma situação parecida. Não tive nenhuma doença que me levasse a isso, mas tive confusões que me fizeram acreditar em um amor que já não era amor. Esqueci de mim para lutar por um alguém que nem se quer se preocupava em olhar para trás para saber se estava pisando em alguém. O fim da história?
Eu venci! Venci por ter conseguido sair de mais uma luta melhor do que entrei. Venci por ter saido da batalha mais valente do que antes. Venci por ter superado a mim mesma. Venci por ter finalmente dado um basta no que não me acrescentava mais nada além de tristeza. Venci por largar o passado e acreditar num futuro melhor. Venci por correr atrás do meu próprio bem estar sem pestanejar. Venci por ir de encontro com a minha paz sem precisar da ajuda de mais ninguém. Venci por ter tido coragem de ir contra tudo que era o meu mundo. Venci por ter criado novos meios de enxergar como se alcança as alegrias. Venci por pensar em mim. Venci por continuar caminhando mesmo quando ainda não enxergava luz no fim do túnel. Venci por erguer a cabeça independente de tudo e todos e ir de encontro apenas com a minha vida. Venci por não ter me deixado abater e sim por ir em busca de novos meios de vida. Venci por ter lembrado de viver. Venci por ter lembrado que a felicidade sempre esteve comigo. Venci por ter deixado de lado todas as crenças de que precisava de alguém para me fazer feliz! Venci por lembrar que eu sempre posso vencer!
E a pessoa teimosa que lhes falei no início? Ta por ai, vagando por uma trilha que ainda não percebeu que não vai dar em nada. Com certeza continua com a mesma teimosia e o mesmo medo de sofrer. E quer saber mais? É justamente por ter medo de sofrer e tentar evitar isso, que acaba sofrendo mais do que todos. Por isso eu aconselho, não seja o teimoso da sua história, seja o vencedor. Largue as velhas teorias, as velhas idéias, os velhos amores que te deixam doente, as velhas pessoas que fingem estar contigo e vá em busca de você mesmo. Só você pode se salvar. Só você pode se fazer feliz! Nós nos bastamos!

domingo, 8 de novembro de 2009

Homenagem a Nélio Horta

O primeiro e único homem que dedicou e cantou uma música para mim, também já se foi. Assim como todos os amores que tive e perdi, nisso ele não foi diferente. Mas esse homem era especial. A passagem dele pelo mundo marcou a vida de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Ele era de uma personalidade incrível, um caráter único e íntegro. Sua vida foi simplesmente doada a todos que fizeram dele um amigo. Seu lindo coração mais sua paixão pela arte e música deram a ele a importantíssima oportunidade de mudar a vida de muitos e ensinar só coisas boas, desde um sentimento a um ofício, a outros. A família fez dele a alegria, o pai, o artista e o melhor amigo de todos.
A recordação que tenho dele é a melhor possível. O som de sua risada é a música que ele deixou pra mim como trilha sonora de si próprio. Queria eu poder ter tido mais chances de resgatar dele mais histórias e experiências boas, mas tudo o que já tenho guardado dele, mais tudo que os outros a minha volta também guardam, fazem dele uma pessoa eternamente presente entre nós. A idéia de perdê-lo de nosso convívio nesse mundo parece não ser real, e agora entendo o por que. Ele deixou um pouco de si com cada um de nós. Nossos corações estão regados de amor e paz que ele nos deu dele e nos ensinou a ter como ele. Todos devemos ficar confortados, pois agora sabemos que a vida dele não foi em vão. Ele brilhou, em palcos, corações e agora recordações. Ele era exemplo e cumpriu sua missão. Um dia ainda nos encontraremos e cobrarei mais uma nova canção. Eu não poderia ter ganhado homenagem mais bela do que meu próprio tio que foi um grande homem vivido que sabia amar e ser amado sem medo.
Tio Nélio, você nos deu muito mais do que perdemos quando você se foi. Jamais deixaremos de saber que você esta conosco hoje e sempre. Continue sorrindo, amando e brilhando onde quer que você esteja.
Te amo!
Te amamos!
Até mais...
As cortinas não irão fechar nunca, o fim não existe para o seu teatro.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Não tenha medo de amar

Todos os dias da minha vida eu sou julgada. Julgada por um motivo, um sentimento que não deveria nunca ter sido esquecido, generalizado ou até mesmo sido transformado em sofrimento. Desde pequena que carrego dentro de mim a sensação de que sou diferente desse mundo neste século. É como se eu tivesse nascido atrasada. Às vezes nada parece se encaixar, nada parece aceitável. Fico imaginando todas as pessoas a minha volta como simples futilidades. A imaturidade se tornou constante. Ninguém parece querer crescer em um mundo onde os relacionamentos e os sentimentos foram taxados como acontecimentos apenas da vida de nossos pais. E o amor foi banalizado, virou motivo de chacota, vergonha. Alguns dizem até que o amor não existe ou que todos que amam perdem suas identidades e vivem em um mundo da lua. Infelizmente todos que aderiram a essa moda nunca conseguirão ter uma vida completamente feliz regada de verdades e sinceridades.
O amor não é algo que só existe entre um homem e uma mulher. Jamais deveriam ter deixado esse valor maior se apagar do coração da maioria da sociedade. Corações de pedra não são e nunca serão capazes de enxergar do que o mundo e as pessoas precisam para que tudo se torne a paz que muitos buscam e não encontram. Paz mundial é nada mais nada menos do que o resultado do que o amor constrói. O amor pode concertar qualquer estrago. Amor não é e nem nunca será sinônimo de sofrimento. O contrário do amor é a falta de respeito, de consideração, é incompreensão e principalmente a indiferença. Nem mesmo o ódio é capaz de fugir do amor. Ambos andam juntos, de mãos dadas, onde existe amor, existe ódio. São sentimentos de um mesmo valor que só nascem a partir um do outro, ou seja, só podem também morrer juntos, um vai estar onde o outro estiver.
Quem tem medo de amar é covarde. Pensam que amando, se apaixonando, vão estar vulneráveis para que uma hora a decepção chegue e faça do amor um motivo de angústia. Muitos perdem a mágica do amor por medo de terem seus corações quebrados. Amor de verdade é aquele que completa e concerta tudo, não importa o que aconteça, não importa os obstáculos, as pedras no caminho... Onde existe amor, existe vitória. Só é amor de verdade àquele que passa por aprovações e mesmo assim continua firme, crescendo cada dia mais no coração dos amantes.
A pessoa que abre mão do amor por medo de sofrer e vai viver outras coisas achando que isso preencherá o vazio do peito está enganado. Sempre chega para todas essas pessoas um momento em que elas não sabem nem mais o que querem. Dentro delas tudo vira motivo de guerra, dúvida, falta de personalidade, competição, disputa... Não adianta querer fugir. Onde quer que você esteja à falta do amor irá te perseguir e te fazer perceber que a guerra que você enfrenta é contra você mesmo, contra os próprios enganos, orgulhos e teimosias. E dessa forma não importa o que se ganhe no caminho pela vida, tudo terminará sempre com a sensação de que lhe falta algo... O amor!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Parte XV: O mais estranho amor da minha vida

O mundo continuava parado em nosso beijo. O calor subia entre nós e nossos corpos já estavam completamente apertados entre si. Minhas mãos ficaram bambas e trêmulas ao mesmo tempo. Eu estava gostando do momento, mas comecei a ter medo do grande envolvimento. Danton não parecia pensar, ele movia as mãos em minhas costas e me apertava cada vez mais. Um segundo a mais e uma de suas mãos passaram de minhas costas para a cintura e ele procurou uma brecha entre minha blusa e minha calça para que pudesse colocar sua mão em minha pele que já estava suficientemente arrepiada de adrenalina e medo. Levemente o beijo dele foi ficando mais lento, a respiração menos afobada e assim ele começou a prestar mais atenção onde tocava. Sua mão percorreu minha cintura por baixo da blusa e seu toque quente me fez esticar a coluna. Danton desceu até minha cintura pousando em minha barriga e depois foi subindo calmamente. Já decidida a não levar adiante parei de beijá-lo abruptamente e me afastei ao máximo que o sofá permitiu.
Danton me olhava boquiaberto e seus olhos escuros e pequenos estavam menores do que normalmente ficavam. Nenhum de nós dois disse nada, ainda estávamos recuperando o fôlego e o autocontrole. Desconfortável, ajeitei minha blusa e me sentei no sofá, virada para frente:
- Linda! O que foi? Fiz alguma coisa que te desagradou? Desculpe-me.
Evitei olhar para ele e continuei calada com os olhos abaixados, estava envergonhada, sem argumentos para explicar o meu receio. Percebendo que eu não responderia, ele se aproximou de mim e tocou minhas mãos. Fiquei observando suas mãos grandes, firmes e delicadas ao mesmo tempo se envolver entre as minhas tão mais frágeis e pequenas perto das dele. Continuei sem reação, sem fala, não quis nem ao menos arriscar olhar para ele, eu sabia que ficaria tentada e invés de me explicar eu cairia nos braços dele novamente. Danton também pareceu desistir de se comunicar comigo. Silenciosamente ele começou a mover o rosto para perto do meu ate fazer com que seu nariz roçasse em minha bochecha que no mínimo estaria vermelha de vergonha. Fechei os olhos enquanto sentia sua respiração acariciar minha pele. E antes que eu pudesse abrir os olhos ele já havia se afastado. Confusa, resolvi olhar para ele. Sua expressão parecia triste, mas serena. Ainda segurando minhas mãos ele se levantou e me puxou consigo. Caminhamos até a última porta que tinha no mini corredor que separava a sala de um banheiro e um quarto. Entramos no quarto e não pude disfarçar meu choque com o luxo que vi contido ali. O cômodo estava iluminado só pelos dois lustres que estavam acima de cada lado da cabeceira da cama. Ah! E a cama, parecia convidativa aos meus olhos, ela não era uma cama de casal em tamanho normal, parecia vencer em comprimento. Só se via os detalhes em preto e prata da cabeceira e das pequenas gavetas que flutuavam grudadas na parede ao lado. As almofadas eram varias, todas em tons de branco e bege, espalhadas por todos os lados junto ao edredom branco e cinza que ainda estava mal dobrado. Uma cortina marrom que ia do teto até o chão cobria todo o lado direito do quarto onde eu imaginei ter uma grande janela. Um pequeno sofá também estava encostado à direita entre a cama e a cortina. E no canto oposto ao sofá, uma mesa com um notebook e uma cadeira acolchoada. Tudo ali combinava, tom sobre tom.
Vendo minha distração, Danton me soltou e foi até o guarda-roupa preto com portas de vidro que ficava a esquerda. Abrindo a ultima porta, tirou de lá uma caixa imensa que eu poderia até ter pensado que guardava mais almofadas. Danton pousou a caixa na cama e sem nem mesmo me lançar um olhar, ele abriu a tampa da caixa branca, se sentou ao lado dela e enfim me observou como se esperasse uma reação pelo que eu poderia ver.
Aproximei-me lentamente da caixa e olhei curiosa sobre ela.
Meus olhos não queriam e não conseguiam acreditar no que estavam enxergando.
A caixa continha só fotos minhas, eram tantas que lotavam até o topo. Chocada, sentei na cama também e peguei uma das fotos. Fiquei olhando para minha imagem, imaginando como Danton teria conseguido tantos clicks meus sem eu nem mesma perceber. Ainda concentrada nas fotos percebi que Danton se levantou e sentou-se atrás de mim na cama me envolvendo em um abraço. Enquanto eu remexia nas fotos ele ficava me observando. Ele moveu meus cabelos para o ombro direito e recostou o rosto em meu ombro esquerdo me fazendo sentir sua respiração colada em mim:
- Meu amor! Agora você sabe que pode confiar em mim e que não precisa ter medo de nada, eu te amo!
As fotos que estavam em minhas mãos caíram sobre a cama quando ouvi aquelas palavras. Rapidamente me soltei de seus braços e me pus em pé onde pude perfeitamente olhar em seus olhos. Minha cabeça girava enquanto a voz de Danton soava em minha mente como um eco que só queria fixar as ultimas palavras que ele havia dito. Tudo foi ficando confuso. Pensamentos, lugares e pessoas vieram a minha cabeça tão de repente, todos juntos. Ananda, minha avó, Danton, as fotos, o loft, o jardim de minha casa, os bilhetes, a ponte... Eu Te Amo... Te Amo... Amo...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Parte XIV: O mais estranho amor da minha vida

Danton, Danton, Danton. Era tudo o que eu tinha na cabeça, era tudo o que eu andava sonhando há dias. As palavras de Ananda ainda pareciam recentes, zumbia dentro dos meus pensamentos, eu precisava de uma explicação, precisava também dar explicações. Eu não era culpada de nada, pelo contrário, nesse tempo todo eu estava sendo mais vítima do que outra coisa. Não existia alguém mais confusa do que eu em toda essa história. Danton havia me dado adeus e eu nem imaginava o por que. Forcei-me a parar de pensar em tudo aquilo novamente e coloquei-me de pé disposta a ter um dia de aula tranqüilo.
Tomei meu banho como de costume, vesti a primeira roupa que eu havia pegado no guarda-roupa e desci para tomar café. Vovó era a única que me esperava. Meus pais já haviam saído, na correria de sempre. Ao lado da minha xícara de café estava um envelope marrom. Olhei-o fixamente e depois olhei pra vovó na esperança dela me dar alguma explicação. Ela nem se quer se moveu, estava com a cabeça enfiada em uma revista. Notei que ela estava era me evitando ou talvez me dando a chance de escapar dali, de ter um momento mais privado com minha curiosidade e o envelope desconhecido. Aproveitei a deixa e sai da cozinha com o envelope entre os dedos. Sentei-me na poltrona mais próxima na sala e rodei o envelope nas mãos a procura de alguma identificação, mas não havia nada. Abri com cuidado e retirei de lá um papel brilhante que reconheci ser uma fotografia. Ao virá-la para mim, me assustei com a imagem. Era uma foto minha e bem recente pelo que parecia de acordo com as roupas em que eu estava usando. Não me lembrei de ter tirado nenhuma foto distraída daquele jeito, ainda mais naquele local, a ponte. Meu estômago começou a me incomodar como fazia toda vez em que eu ficava nervosa ou agitada, perdia a fome completamente. Eu já tinha certeza de que algo ali tinha a ver com Danton. Enfiei a mão no envelope de novo e retirei um último papel menor que tinha sobrado lá dentro. Notei de cara que a letra não era de Danton e nem tão pouco masculina. A caligrafia tava bem formosa:
“Detesto ter que procurá-la novamente, mas é para o bem de Danton. Achei essa foto em uma gaveta da escrivaninha dele onde até ontem havia outras milhares de fotos suas. Espero que você saiba o que está causando a ele, não o deixe converter esse amor em obsessão. Ajude-o. No verso você vai encontrar o endereço do loft onde poderá encontrá-lo.
Ananda”
E bem no fim do recado, Ananda escreveu um, ”por favor,” minúsculo. O que significou que foi bem difícil para ela ter que me pedir aquilo.
Virei o papel e fitei o endereço. Não me surpreendi quando notei que o loft de Danton era um dos pequenos e luxuosos prédios que se encontravam na rua de trás da ponte.
Fiquei alguns minutos a mais olhando a minha fotografia e imaginando o que poderia significar tudo que Ananda queria dizer com amor e obsessão. Só acordei da minha consciência porque Cacau tinha começado a latir insistentemente pedindo comida a vovó. Subi as escadas lentamente sem me preocupar muito se iria chegar atrasada ou não no colégio. Peguei minha mochila semi-arrumada em cima da minha cama e sai de casa, ainda com a foto, o envelope e o endereço nas mãos. Fui andando depressa deixando o vento soprar meus cabelos para me distrair um pouco. Cheguei ao portão do colégio e não encontrei nem o porteiro. Eu devia mesmo estar muito atrasada. Sentei-me na calçada e fiquei absorta na fotografia esperando até que alguém aparecesse para abrir o portão para mim.
As aulas naquele dia passaram voando por mim. Nem ao menos tive idéia de que professor estava dentro de sala.
Em casa na hora do almoço não consegui comer muito. Tirei uma soneca no sofá depois de almoçar, mas não serviu para nada. Meus pensamentos continuavam a me atormentar. Assim que me levantei do sofá, o papel com o endereço de Danton, já todo amassado, caiu do bolso furado da minha calça de uniforme. Peguei-o do tapete e li o endereço pela décima vez. Voluntariamente, sem pensar, sai pela porta da sala e fui direto até aquele endereço. Não pensei em mais nada naquele momento. Tive a sorte de encontrar a portaria vazia, pois o porteiro estava do outro lado da rua conversando com um senhor. Entrei correndo para não dar tempo de ser impedida e invés de pegar o elevador subi as escadas o mais depressa que pude. Cheguei ao quarto andar como me indicava o recado de Ananda e fiquei alguns segundos olhando para a campainha que eu deveria tocar. Fui interrompida por barulho de passos atrás de mim. Virei-me lentamente tentando pensar em uma boa desculpa para dar para o porteiro, caso fosse ele mesmo. Mas não era. O papel caiu da minha mão inconsciente daquela ação, minhas pernas ficaram bambas e senti minha garganta dando um nó. Parado na minha frente, estava um Danton totalmente irreconhecível. Descabelado, ainda de pijama, descalço e com algumas cartas e envelopes marrons nas mãos. Ficamos parados um olhando para o outro, com a mesma surpresa. Não conseguia me mover, até que Danton me contornou e abriu a porta atrás de mim. Ele não disse nada e nem ao menos fechou a porta na minha cara como eu talvez esperasse que ele fizesse depois de eu ter aparecido do nada. Caminhei o mais devagar que pude até a porta e fiquei olhando-o espalhar as novas correspondências no meio de tantas outras que pareciam já estar rasgadas em cima de uma pequena e redonda mesa de vidro que ele tinha em sua minúscula sala. Danton continuava a se mover de um lado para outro como se quisesse evitar minha presença. Depois de alguns demorados cinco minutos, ele surgiu de uma porta a direita da sala que parecia ser uma cozinha, com um copo d’água nas mãos. Olhou-me dos pés a cabeça e me forcei a fazer o mesmo para enfim perceber como eu tinha ido até a casa dele. Ou seja, de uniforme. Não me importei muito, afinal, ele estava bem pior que eu, porém, ele ainda tinha a sua incrível beleza e elegância de sempre que o ajudavam a estar lindo mesmo naquelas condições. Ele se sentou no sofá azul marinho ao lado da porta de entrada onde eu ainda estava de pé:
- Pode entrar e, por favor, feche a porta.
Eu não tinha mesmo a intenção de ir embora, então obedeci às ordens dele. Resolvi abusar um pouco e sentei-me ao seu lado no sofá. Ele parecia evitar olhar pra mim:
- Danton, eu...
Antes que eu pudesse dar inicio a qualquer que fosse a minha desculpa por aparecer ali assim, ele se virou pra mim rapidamente com os olhos brilhando de um jeito que eu nunca tinha visto. Pegou em minhas mãos e foi subindo os dedos por meus braços até alcançar meus ombros. O calor de seu toque me deixou arrepiada e eu não conseguia mais me lembrar do que deveria dizer a ele. Ele foi se aproximando de mim com calma, mas seu cheiro estava tomando conta total do meu corpo, eu não conseguia me mover contra ele. Qualquer que fosse sua intenção, eu não me importava. Quando dei por mim, já estava em seus braços derretida em um beijo gentil e feroz ao mesmo tempo. Mesmo de olhos fechados senti uma lágrima escorrer por meu rosto e as mãos quentes de Danton me puxaram mais para perto de si. Dentro de mim não havia mais nada além de um sentimento grande, lindo e desconhecido como tudo tinha sido pra mim até aquele momento.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Um mês não vale por um ano

Fico me perguntando por que parece ser tão difícil pra ele demonstrar sentimentos, vontades, pensamentos, sonhos e romantismo? No coração de quem ama sempre existe aquele tum-tum mais forte que gera ações imediatas, suspiros mais longos, vontades malucas, paixão, fogo, desejo de sempre estar junto, sonho de compartilhar tudo que se vive até em pensamentos individuais. E depois de tantas idas e vindas, sorrisos e lágrimas, brigas e reconciliações, ódio e amor, tudo parecia ter um final feliz. Era como se a partir daquela nova etapa do relacionamento tudo fosse ficar maduro, mais amigável. No entanto, o tempo parece lutar contra os corações que insistem por paz. A lei dos homens também parece cutucar quem não devia. Mais uma vez o ciclo vicioso retorna pra dentro do nosso relacionamento.
Ele vai se distanciando até mesmo sem perceber. Vai deixando tudo nublado, confuso. Prefere não dar explicações e jamais aceita uma reclamação, senão vira motivo de estresse. A vida bandida, vida noturna, vida alcoólica, vida com os amigos parece chamá-lo mais a atenção. Nossos momentos parecem perder o sentido para ele. É como se o brilho de antes estivesse sendo apagado por tudo que ele insiste em viver sem mim. O sorriso bobo que brincava nos lábios dele quando me encontrava aos poucos foi sumindo. Os olhos de admiração que ele fazia ao me observar também perderam o encantamento. A voz mais suave que ele insistia em fazer pra me dizer doçuras ao pé do ouvido foi banida. Tudo aquilo que ele fazia questão de usar em minha presença pra me derreter, foi jogado fora junto com toda sua vontade de me conquistar dia após dia. Todo seu envolvimento naquela paixão iniciante se rompeu em mínimos dias. Sabe-se lá por que, mas tudo ficou triste tão de repente. Sinto falta das risadas bobas, das conversas jogadas fora até altas horas, dos flertes, dos carinhos mais generosos, dos elogios mais doces, dos beijos mais demorados e apaixonados. Queria eu ainda poder dormir lembrando dos sonhos que planejamos juntos e acordar sorrindo sozinha só de saber que você é um motivo a mais na minha vida para me deixar feliz. Queria também ainda poder criar esperança sobre uma suposta surpresa que você viria a me fazer só pra me mimar e me fazer perceber como sou importante pra você até mesmo em um dia comum. Queria poder esperar um telefonema ou um torpedo no meio do dia só pra saber que você estava pensando em mim. Queria eu poder acreditar que todas essas coisas vão e voltam rapidamente para a cabeça de um homem assim como eles esquecem de que tem uma mulher esperando para ser conquistada todos os dias de uma vida inteira e não só por um mês de todo um relacionamento.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Faça-o provar do próprio veneno

Homem só é burro quando quer, ou melhor, quando não quer. Traduzindo: Eles se fazem de burros, sonsos, tapados, desligados, quando não TE querem. Já ouviu dizer que o contrário do amor não é o ódio e sim a indiferença? Pois então, ta ai tudo que precisamos saber. E a maioria de nós até já sabe disso, só não quer enxergar. É bom alimentar esperanças, arrumar desculpas para as desatenções deles, literalmente tampar o sol com a peneira. Só que fazer isso também nos leva a viver relacionamentos de mentira, sozinhas. Faz-nos acreditar em homens românticos, amigos e compreensivos que não são nada parecidos com os que temos em nossas vidas e corações. É triste, eu sei. Eu mais do que ninguém posso dar exemplo. Mas sinceramente to é cansando já de ser a sonhadora, calma, compreensiva que sempre cede e aceita as circunstâncias acreditando que tudo vai me levar ao meu tanto sonhado tratamento de princesa. To morta de saber que príncipe não existe, não to procurando por nenhum, afinal, já tenho o meu próprio. O problema mesmo é transformá-lo no último romântico de todos os tempos. Também já to quase careca de saber que existem pessoas e pessoas, cada uma com seu jeito e ninguém muda pelo outro. Não to com intenção de mudar nada nem ninguém. Mas... Esperança deve ser amiga da paixão porque ela sempre ronda por aqui. Ela me ensinou dessa vez que existe pelo menos um caminho a seguir para tentar melhorar esse nosso sofrimento com esses homens insensíveis. O caminho tem um nome. Chama-se: imitação. Já deu pra entender onde quero chegar? Basta imitarmos os nossos futuros príncipes. Ele ta se fazendo de burro? Então finja que é uma jumenta. Ta se passando por sonso? Então finja que você tem perda de memória recente e também ta quase ficando surda. Ele abusa ainda mais e demonstra ser tapado? Então lhe dê um tapa bem dado! Ops! Quer dizer, nada disso. Força do hábito não é mesmo? Não tenho sangue de barata. É o que dá vontade de fazer, mas não é a solução. Então se ele forçou pra cima de você e se fez de tapado, você simplesmente finja que não ta notando nadinha! Ele bancou o desligado? Você vai bancar a conformada e muda. É mais ou menos por esse lado. Quanto mais o cara der um de ‘to nem ai’ mais nós temos que sumir da reta deles. Não reclama, não liga, não procura, não briga e muito menos faça questão. Ta, eu confesso que não é fácil fazer tudo isso. Eu mesma ainda to em fase de teste, mas é lutando que se alcança. Se o cara gosta mesmo da gente, uma hora ele há de acordar, porque sinceramente, eu já cansei de perceber que quando eles querem, quando ta tudo no início, sendo flores, eles loucos de ansiedade pra nos conquistar nos dão o mundo e nos paparicam 24 horas, mas depois dessa primeira fase tudo muda não é? E ai ficamos a perguntar: cadê aquele fofo de antes? Pois é minha filha! Se um dia ele existiu é porque os safados fingidos de sonsos sabem como ser príncipes. Se não estão sendo ultimamente então é porque estão entediados ou perderam o interesse. Reavivem o interesse deles garotas. Somos poderosas e eles não resistem a uma mulher que sabe viver bem sem eles! Vai por mim.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Palavras soltas

Escrever, em minha opinião pode ser considerado até mesmo uma terapia, a única idéia que me incomoda sobre isso é saber que – pelo menos em mim – a inspiração só vem mesmo quando to triste, magoada, preocupada com alguma coisa. Sei que dizem por ai há anos que alma de poeta é assim mesmo, carregada de mais tristezas e é isso que motiva a escrita. Pra poemas mesmo eu nem levo jeito, mas de resto, acho que sai de tudo um pouco se necessário. Mas dá pra imaginar o quanto é ruim conseguir botar pra fora todo o meu português só depois de estar com o coração do tamanho de um feijão? Porque é mais ou menos assim que me sinto quando as coisas não vão bem e me motivam a escrever, colocar um pouco pra fora. São tantas as coisas que passam pela minha cabeça... Fico imaginando por onde começar, o que falar, qual a melhor forma de terminar os textos. Nunca acho respostas pra essas minhas perguntas. Acabo sempre começando do nada, com qualquer assunto e vejo se dá pra emendar no que enfim eu estava pensando. Se escrever não é um dom para poucos privilegiados então por que eu só consigo me expressar melhor quando to mal com alguma coisa? É fato que quem lê muito e pratica a escrita se sai bem nessa área, e eu faço tudo isso desde sempre. Vai entender a loucura dos meus órgãos. Acho que eles não se dão muito bem. O cérebro pensa, pensa, mesmo que eu tente controlar ele insiste em não parar de pensar, principalmente nos assuntos que menos gostaria de lembrar. Ai entra o coração, que fica aflito por culpa dos pensamentos que o cérebro cria constantemente, nisso gera uma agonia que atormenta o estômago e impede a fome de chegar. Assim vai indo todo o meu organismo nas horas em que to triste ou pensativa demais. A vontade é de conseguir seguir os conselhos banais e simplesmente parar de pensar, só viver um dia após o outro. Mas eu também já cansei de usar explicações rotineiras, daquelas em que se diz que não é fácil assim, que não faço nada disso comigo mesma por querer. Fica elas por elas, sempre. Alguns aconselham achando que estão ajudando, outros condenam achando que ser radical vai assustar, outros fingem que não enxergam e assim encontramos infinitas pessoas que nos rodeiam. Umas pelo menos nos fazem bem em algum momento, outras nos confundem mais e parecem até gostar de botar mais lenha na fogueira. Vai saber! Enfim, estou aqui em mais um momento de aflição no coração, borboletas no estômago – e não são por paixão a ninguém – e o cérebro a mil por hora! Por isso essas palavras soltas... Elas saem como uma bola de canhão na freqüência dos meus pensamentos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Uma alegria em pessoa

Eu sabia que tava perdendo a minha essência, sabia que estava esquecendo de mim mesma só pra viver agradando quem não se importava comigo da mesma forma. Diversas vezes ouvi conselhos que me deixavam mais confusa, pois, inconscientemente eu sabia que estava deixando de ser quem eu era pra viver pra um alguém que tão pouco demonstrava o sentimento que eu tanto desejava, porém, não conseguia imaginar ainda a hipótese de perder esse alguém. Eu achava que com ele estava mais ou menos e sem ele ficaria ruim. Tinha medo do vazio, da perda, do termino, do desconhecido que eu ainda teria que enfrentar. Esse medo foi o que mais me levou a esquecer de mim mesma pra aprender a viver de um jeito infeliz. Não sei ao certo o que me fez suportar tudo aquilo por tanto tempo. Eu sentia falta de mim mesma, sentia falta da minha liberdade, da minha vida, de amigos, de festas, danças, risadas, conversas, músicas... Eu era uma alegria em pessoa e aos poucos meu brilho foi sendo sugado por um amor que talvez só existisse dentro de mim. Se é que podemos chamar isso de amor né?
Aos poucos tudo foi ficando mais escuro, triste, frio. Nada mais que eu fizesse servia de alimento para salvar aquele relacionamento. E como num passe de mágica, o fim de tudo aquilo chegou mais rápido do que eu imaginava. A tristeza me abalou, impregnou em mim. Mas eu escolhi mandá-la embora o mais rápido que consegui. Na minha vida tudo acontece dessa forma. Quando penso que enfim o mundo acabou pra mim, vem uma luz, um milagre, ou qualquer sinônimo disso e me levanta de tal forma que me deixa melhor do que eu possa acreditar. É como se a nuvem carregada de angústias passasse num piscar de olhos. Como se todo o sofrimento de antes se resumisse naquele alguém que me sugou. Tudo bem que eu estava errada em permitir que aquilo acontecesse, mas pelo menos serviu como mais uma experiência boa. Porque agora eu vejo, que o mal veio para me apresentar o bem mais uma vez. E que eu estava enganada ao achar que não suportaria viver sozinha. Aliás, estou enganada novamente em dizer esse ‘sozinha’. Jamais estarei sozinha nessa vida. Primeiro porque tenho a mim mesma e a Deus, segundo porque tenho minha preciosa família contando com tias, primos e afins, e terceiro porque tenho minha segunda família por escolha, os amigos. O mal de às vezes ser frágil é esse. Se deixar levar pelos maiores sentimentos e se esquecer de que um dia eu era melhor simplesmente porque estava vivendo por mim mesma e nada mais. Nada vale mais do que poder preocupar só comigo mesma e trabalhar nisso. Enfim, voltei a ser uma alegria em pessoa, e por isso voltei também a atrair todos os corações bons para perto de mim.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

É ruim mas faz bem

Chega um dia em que todos se fazem a mesma pergunta. Será que só aprendemos as coisas boas e certas depois de sofrer? Será que a felicidade só chega para uma pessoa depois que ela conhece a tristeza?
Se você ainda não chegou nessa fase, não se deparou com um momento difícil e pensou nesse tipo de coisa, pode estar certo de que ainda vai acontecer. Então já se prepare e saiba que não é tão ruim quanto parece.
Desde pequenos já nos ensinam a aceitar um ‘não’ justamente para sabermos lidar com a vida mais para frente. Nada vem de bandeja, e muito menos temos tudo que queremos. Eu talvez fosse até a pessoa errada para estar falando sobre isso, pois, na maior parte da minha vida eu fui vista como uma ‘filhinha de papai’, mimada, manhosa e dondoca. Ta certo, eu admito que ainda exista a mimada, manhosa e dondoca dentro de mim, mas, a filhinha de papai já foi deixada para trás. E isso aconteceu exatamente por esse motivo que vos falo.
Meus pais podem até hoje querer fazer de tudo por mim para me ver sorrindo e jamais sofrendo, mas, já estou em uma idade que impede que eles possam ser meus super heróis.
Tudo que agora eu desejo, só vai chegar até mim se eu mesma for alcançar. Meus estudos, trabalhos e relacionamentos só dependem de mim mesma. Ou seja, chegamos ao ponto em que eu queria. Meus pais vão sempre ser os meus alicerces, mas, as escolhas que agora faço me atingem de uma forma em que eles não podem mais me salvar. Eles vibram com minhas conquistas e também sofrem com minhas perdas. Por mais que eles queiram tirar certos sofrimentos e decepções da minha vida, eles não podem mais. Já sou maior de idade, com a tarefa de buscar para a minha vida o que só eu mesma posso conseguir. E é por isso que eu digo que todo mundo um dia ainda vai aprender o que eu já conscientizei. As tristezas, perdas e problemas existem para todos, não há como fugir. De início fica tudo parecendo uma conspiração do destino contra nós e nossos sonhos, mas, depois que tudo vai passando a gente consegue olhar pra trás e entender os fatos de uma outra forma. Tudo que nos acontece é fruto de nossos pensamentos, falas, ações e escolhas. Mesmo as partes ruins, chegam até nós porque sem querer buscamos isso em algum momento. E pode parecer difícil de enfrentar tudo isso, mas, com o tempo sendo nosso melhor amigo, o jogo vira, e o que era pra ser ruim por um determinado tempo, vira motivo de força maior, aprendizado e com certeza, felicidade. Aprendemos a enxergar que as tristezas e pedras do caminho só servem para nos levar ao maior patamar de maturidade e controle emocional. É claro que a vida é curta para vivermos e aprendermos de tudo, mas, tudo que cada um enfrenta já é suficiente para servir de base para continuarmos caminhando até o fim de nossos dias. Por isso eu digo. Na hora de fazer aquelas perguntinhas infelizes para os céus, lembre-se de que tudo passa. E quando finalmente passa, você estará melhor do que estava antes.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Tente ver o lado bom da chuva

Eu e minha mania compulsória de ler tudo o que se vê pela frente, encontramos uma pequena mensagem que de início só me fez ter aquela sensação de que caiu como uma luva pra mim naquele momento. Li, reli, e tive a certeza de que fazia sentido total para o que eu estava vivendo. Mas, o que me chamou mesmo a atenção foi o nome da pessoa que tinha escrito aquilo. Fiquei rindo sozinha quando aquele nome apareceu na minha frente como um sinal de Deus. É terrível julgar que Deus nos abandona nos momentos difíceis, porque não é verdade. Deus não castiga e muito menos desiste de cada um de nós. Ele é o único além de nós mesmos que estará ali, sempre pra nós.
Mais que depressa salvei aquela mensagem e tive a certeza mais uma vez de que meu Deus e meus pensamentos positivos fazem milagre na minha vida. Quando realmente acredito em algo, quando realmente busco encaixar Deus nos meus dias de lutas e glorias, tudo flui melhor, tudo fica mais claro, mais simples, mais bonito. É como se a partir de um sinal de Deus, e de uma certeza que meus pensamentos positivos se concretizam tudo que antes era uma muralha na minha frente impedindo a passagem, se tornassem enfim uma poeira que até mesmo o vento se encarrega de levar pra longe de mim. Demore o tempo que for, seja a tempestade furiosa ou não, sempre me descubro mais forte do que eu pensei que fosse à última vez em que tive que talvez superar algum problema. E acima de tudo, depois que me recomponho, tudo e todos nesse mundo ficam pequenos perto de toda a minha vontade de conquistar a vida com a minha fé, sonhos e amor! E se você aí que está lendo isso, não consegue acreditar muito no que to dizendo, tente. Tente fazer isso por você também. Tente acompanhar a história de alguém que já sofreu muito e hoje só esbanja sorrisos. Você verá como tudo pode ser mais lindo depois que a chuva lava a sujeira que antes incomodava.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Guerreira sem armadura

Metade de mim foi deixada com você. Metades dos meus sonhos estão guardadas em uma caixinha rotulada com seu nome. A dúvida foi embora, mas a angústia não deixa de estar presente. Qualquer que fosse a solução, não deveria ter sido como esta. Abraço a mim mesma na esperança de juntar meus próprios pedaços e sentimentos e assim me manter mais completa, mas, é inútil. O que me falta não mais me pertence. Já não sei mais o que pedir as estrelas que um dia me observavam sorrir e hoje presenciam só lágrimas. Tudo parece mais frio, mais distante, mais inalcançável pros meus desejos. As lembranças me envolvem e me embalam como se quisessem me ninar por várias noites enquanto o sono me abandona. Tudo tem um pedacinho seu. Tudo me leva a você, mas, nunca pessoalmente. É incrível como tudo pode mudar em uma fração de momentos, semanas ou poucos meses. Se era pra ser assim, eu já não sei. Acho que passei a acreditar só na hipótese de que tudo nessa vida só acontece porque nós é que fazemos essas escolhas. Tudo era mais fácil de suportar quando podíamos jogar a culpa dos acontecimentos nas mãos de Deus ou do destino, mas, andei aprendendo com um alguém bem mais inocente do que eu, que Deus jamais castiga, jamais cria doenças ou tristezas. Tudo de ruim que há de existir hoje em dia são obras nossas. É de dar ódio de nós mesmos quando analisamos isso e percebemos que é a mais pura verdade. Porém, mesmo tendo consciência disto, não deixo a conformidade me pegar. Posso estar errada, posso estar me consumindo rápido dessa forma, mas, sempre me permiti sofrer tudo que eu tenho que sofrer por algo ou alguém. Sou assim, feita de emoções e sentimentos mais do que talvez carne e osso, e por ser assim, acabo entrando na onda de sorrisos ou lágrimas. Nunca escondi meus verdadeiros momentos e sentimentos sejam eles ruins ou bons. E como agora estou me permitindo chorar mais do que qualquer outra ação, vejo que estou em mais uma daquelas fases em que o tempo se torna meu melhor amigo, e assim, aos poucos, lentamente, descubro que sou mais forte do que penso, que sou mais guerreira do que qualquer pessoa que tenha tido a capacidade de me fazer cair. Guerreiros fortes não provam ser assim só porque ganham uma batalha, e sim porque vencem uma guerra inteira chamada, vida. Despedaçada ou não, eu sempre sigo meu caminho, por mais difícil que pareça, e ao final de cada passo vou me reconstruindo. Enfim, quando olho para trás, vejo uma história largada no passado, uma vitória a mais pra minha coleção e o mais importante, vejo que os pedaços que antes me faltavam e ali eu já não preciso mais, também estão me seguindo, pois, naquele momento, são eles é que precisam de mim. Ironia ou não, é sempre assim. Tudo que perco, demore ou não, sempre volta!

terça-feira, 23 de junho de 2009

No topo só chegam verdades e amores

Eu achei que você falava sério quando disse que perdeu e aprendeu a dar valor. Achei que você falava sério quando disse que moveria montanhas e virava o mundo de cabeça pra baixo pra me provar que era um homem de coração quente e de mente livre de mentiras. Achei que era sério também quando você disse que gostava de me ver sorrindo mais do que me ver soltando lágrimas pelos cantos. Achei que era sério quando você disse que estava querendo se apossar de uma nova vaga na minha lista de pedidos de casamentos. Achei que era sério quando você disse que me admirava e que continuava me achando a pessoa mais linda desse mundo como também achava antes. Achei que era sério quando você disse que só desejava minha felicidade independente de ser ao seu lado ou não. Acreditei mais ainda que fosse sério, quando você disse que jamais me faria sofrer novamente porque eu nunca mereci nada do que você já tenha me causado de ruim. Amoleci quando enfim você disse que estava falando com o coração e só abusando da verdade, pois, a mentira era algo deixado no passado. Usei uma das minhas maiores virtudes que você dizia admirar e te perdoei deixando as águas passadas para trás. Usei meu maior órgão e de maior valor dentro de mim, o coração, que você dizia ser meu melhor presente herdado da minha mãe e permiti que você se aproximasse de mim, entrando na minha vida novamente para tentar concertar um grande erro que você mesmo reconheceu que nunca deveria ter sido feito. Eu estava no topo da escada e aos poucos fui liberando os degraus para você ir me alcançando como se estivéssemos montando realmente um brinquedo que havia se partido em pedacinhos. Esse brinquedo tem nome, é a confiança. Uma vez quebrada, jamais será a mesma. Você foi chegando de mansinho, mas, sempre aceitando as regras desse coração que um dia te deu créditos e dessa vez já não podia fazer o mesmo. Tudo foi lindo. Aconteceu da melhor forma. Existiram noites especiais que marcaram para sempre. Estrelas nos vigiavam enquanto descobríamos que nosso amor nunca deixou de existir. Deus sabe o que faz para cada um de nós e estávamos gratos por vivermos essa história. Até que chegou o dia em que sem avisar o porquê, você começou a descer os degraus e foi ficando cada vez mais distante de mim. Eu usei todas as minhas cordas feitas com sentimentos e esperanças e todos os dias tentava te puxar de volta pros meus braços, mas, eu estava ficando exausta, pois era um peso tremendo para eu puxar sozinha. Eu não podia lutar contra você. Dois corações só podem se unir se houver espaço para eles em um mesmo lugar. Eu estava ficando cada vez mais abatida por perceber que novamente eu estava lutando por um amor que eu não recebia mais de volta. Não estava sendo mais recíproco e muito menos estávamos na mesma sintonia. O motivo que te levou a descer os degraus está em forma de interrogação até hoje. Não nego meus sentimentos e por isso sei que meu coração ainda pede por ti, mas, também aprendi o meu verdadeiro valor e por isso sei o meu lugar. Jamais abandonarei meu posto no patamar mais alto das escadas, é ali que eu sempre estive, é ali que sempre vou estar. Quem quer me alcançar, chega até mim, mas quem não quer, não posso puxar contra sua própria vontade. Acredito no amor e luto por ele quando sinto que sou correspondida com todo respeito, carinho e fidelidade, mas, caso contrário, se existe frieza, distância, indiferença e empecilhos colocados entre dois corações por um dos portadores, então é porque já não vale mais a pena lutar por um alguém que não sente o mesmo. Apenas mantenha cuidado com os degraus. Quem sempre se mantém em cima deles na procura de um caminho a seguir, acaba se perdendo ou acaba perdendo a vaga para a subida de volta. Os degraus são preenchidos ao longo da vida e cada um ganha para si mesmo o que construiu ao longo da caminhada até ao topo.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O príncipe vilão

Sempre fui uma completa romântica, a moda antiga ou não, mas, sempre atolada de muito romantismo. Todos os meus relacionamentos por menor tempo que durassem, me levavam a analisar todos os lados românticos que o cara poderia ter comigo. Meus sonhos me levavam a procurar um incalculável príncipe. Eu sabia que “príncipes” só existiam em fantasia e que ficar esperando perfeições só me levariam á futuras frustrações. Mas, para ser sincera, eu sabia diferenciar “príncipes” reais dos de historinhas. Eu esperava por aquele príncipe sem cavalo branco, mas, com muita educação. Sem baús de ouro, mas, com um bom coração. Sem um castelo, mas, com muita vontade de me fazer sorrir acima de tudo. Eu nunca fiz listas de exigências e também nunca acreditei em homens perfeitos. Pelo contrário, eu tinha e tenho total consciência de que as pessoas imperfeitas, com bagagens de um passado, família e problemas, são aquelas em que tem histórias de verdades para compartilhar comigo e assim me fazer sentir útil em ser amiga e poder ajudar-lhes a partir dali.
Eis que encontrei o meu “príncipe”. Amei como nunca havia amado, para no fim descobrir que o príncipe era o vilão e que eu havia vivido um amor e uma história de mentira. Vi-me realmente em uma cena não real, daquelas de novela, e forçadamente tive que acreditar que existe gente muito mal no meu mundo. Sofri como nunca achei que fosse suportar. Venci, cresci e me fechei para os homens, pois “príncipes” mesmo com defeitos já não existiam. Até que caiu de pára-quedas na minha vida um alguém especial de muito longe, mas, que mesmo com a distância me ajudou a descobrir que bons sentimentos ainda poderiam brotar dentro de mim. Comecei a apostar novamente. Acreditei que enfim tinha encontrado o tal cara diferente. Ele podia ser diferente sim, mas, nas habilidades para me conquistar e depois também me magoar. Dessa vez eu já estava vacinada, o drama foi menor, cortei o mal pela raiz. O ciclo continuou. Eu me fechando e nenhum “príncipe” iria conseguir me alcançar. O final da história? O destino me laçou me amarrou e me jogou nos braços do menos provável. O falso príncipe que deu início ao ciclo tinha resolvido voltar, arrependido, mexendo com minhas idéias e fazendo com que eu ficasse besta diante de cada declaração que ele me fazia. Sofri por no início lembrar do passado, por não saber o que me aguardava, por não saber o que fazer. Rendi-me a vida, ao caminho que foi posto em meus pés sem nem eu mesma ter procurado. Usei a bondade máxima que ainda habitava meu coração e deixei o mal curar seu próprio estrago, aliás, talvez fosse isso que minha vida precisasse pra voltar a me fazer ser como antes. Mas, depois de certas experiências, a gente aprende que as seqüelas são pra vida toda. Voltei a amar, mas, não conseguia mais me jogar de corpo e alma. Perdoei, pois, sou assim, mas, minha parte romântica não queria mais se acender. Aos poucos voltei a sonhar, acreditar em finais felizes, contos de fadas que se adaptam a vida real e príncipes que chegam em cima de 4 rodas e não 4 patas. Mas, ainda não sei como vai terminar essa história. Às vezes o príncipe vira sapo, às vezes meus sonhos se vão. Tudo sempre se acerta menos o romantismo, que ainda insiste em estar em maior falta. Bendito sejam os problemas que vem para ensinar sobre as alegrias. Até hoje ainda luto para encontrar a mim mesma e assim poder impor ao meu príncipe tudo que mereço e que talvez eu tenha até perdido por culpa de um mal que ele mesmo me presenteou e agora só ele pode curar!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

História sem fim?

É sufocante querer se livrar de pensamentos ruins que levam pouco segundos para tomar conta de nosso cérebro. É uma briga com o fim já estipulado. Quanto mais esforço se faz para pensar em algo melhor e distante daquele pensamento ruim, pior fica. Tudo confunde, tudo se mistura, colide e continua gerando bagunça. A cabeça começa a doer, a garganta dá um nó, vai vindo pelo estômago uma voz que tende a sufocar os pulmões, chega rasgando o nó na garganta e querendo sair pela boca em um tom estridente. O grito parece um alívio, mas, não é. Qualquer tentativa que pareça ser de uma louca, não é válida. Começa-se a tentar de tudo, uma busca incessante para esvaziar os miolos. A primeira companhia que surge a fim de te ouvir, por fim, começa a fazer cara de quem não entende mais nada do que você diz e se chega à conclusão de que falar dos problemas não ajuda, só piora. Quanto mais se fala, mais se pensa naquilo e mais parece atrair. O sono seria um refúgio, se ele existisse a essas circunstâncias. O coração bate junto à ansiedade que se apodera do estômago a quem faz fingir que não tem fome. É uma bola de neve que esfria tudo por dentro. A psicóloga explica que todo problema tem raiz, que é de lá que vamos começar, mas, nunca deixa transparecer uma simples ajuda, então tudo parecer voltar no zero. O psiquiatra dá conselhos, regras e remédios. Nem um nem outro seria solução, é tudo muito prévio, para ir melhorando os momentos. Mas viver só de momento não se constrói histórias. E se confundir em pensamentos e problemas, não permite enxergar o final feliz dessa história.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ainda não cheguei ao fim

Paralisei quando vi aqueles olhos. Olhos negros, brilhantes, mas por existir lágrimas neles. Olhos tristes, com uma profundeza assustadora, transmitiam pedido de ajuda, transmitiam imensas mensagens que deixariam qualquer outra pessoa que mergulhasse neles, também no mesmo estado. Olhos carregados de melancolia, cansados de derramar tristeza por todos os cantos, cansados de nunca conseguirem descansar, cansados de mirar um teto que nunca tem resposta para o que talvez eles procurem. Cansados de ver sorrisos e nunca sentir que também tem um pouco disso dentro da pessoa que os carregam. Cansados de viver dentro da escuridão, cansados de se sentirem no fundo de um poço sem resgate, cansados de serem os únicos a enxergar o mundo como um culpado por deixá-los assim. Olhos incansáveis de gritar socorro, incansáveis de enviar pedidos, incansáveis de nunca serem interpretados, incansáveis de serem julgados por tanta infelicidade que carregam. Incansáveis de tanta tortura que a angústia lhes causa, incansáveis de se sentirem injustiçados pela vida, incansáveis de culparem o destino, incansáveis de estarem só, incansáveis de ficar em uma eterna busca por uma salvação, incansáveis de levar a todos um pouco disso que eles vivem, incansáveis de quererem uma companhia que os entenda, incansáveis de esperar por um super-herói.
Só acordei de toda aquela viagem quando fixei novamente aqueles olhos e notei que as coisas sempre podem ficar piores do que pensamos.
Os olhos negros, profundos e totalmente tristes, eram aqueles em que eu via no espelho.
E foi aí que me lembrei de umas palavras que eu havia ouvido em um seriado que eu assisto (One Tree Hill). No final sempre tem uma moral, mas aquelas palavras, daquele episódio, tinham caído como uma luva pra mim nesse momento:
“Dê uma olhada em você no espelho. Quem você vê te olhando? É a pessoa que você quer ser? Ou é alguém que você queria ser? A pessoa que você deveria ser, mas acabou não sendo? É alguém dizendo a você que você não pode ou não quer? Porque você pode. Acredite que o amor está por aí. Acredite que sonhos se realizam todos os dias. Porque eles se realizam.”
Mas meus olhos só vão transmitir essa mensagem ao mundo quando finalmente destruir a tristeza que habita neles. Quando finalmente tiver vencido essa dura profundeza. Porque enquanto se está caindo, não tem o que fazer, a não ser aceitar, conscientizar e acreditar que no fim existe solução. Que no fim tudo melhora. No fim tudo dá certo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Reencontrando o amor

Enquanto vagamos por esse mundo construindo mais sonhos, tentando realizar a maioria deles e fazendo de um tudo para ser feliz, conhecemos várias pessoas. Dentre elas, muitas se tornam anjos, daqueles que te suportam até no seu dia de mais ódio no coração ou de mais chatice possível que se coloque pra fora. Anjos que nos sustentam em momentos em que nossas asas se esquecem de como voar. Anjos que nos dão milhares de mais motivos para sorrir. Anjos que se intitulam amigos. E no meio de mais outras tantas pessoas que conhecemos a cada dia, percebemos que dali também ganhamos um companheiro especial. Um companheiro que aos poucos se torna membro da família, passa ser mais um filho para nossa mãe mimar, passa a ser mais um colega de futebol e cerveja de nosso pai, passa a dividir com a gente as birras da irmã caçula e passa a ser até mais um dono-admirador dos animais de estimação. Esse companheiro é aquele que te encontra com brilho nos olhos e te ajuda a sempre sonhar em conjunto, ajuda a ter mais calma no meio de uma briga familiar, ajuda a ter mais paciência com aquela colega mais inconveniente, ajuda a passar o tempo ouvindo uma história antiga que a vovó não cansa de contar, ajuda a fazer dos momentos tediosos os mais preenchidos, ajuda a fazer do brigadeiro mais doce...
Esse companheiro se intitula namorado. Com ele tudo parece mais fácil, mais valioso. Por ele tudo fica melodioso e mais lindo. É ele quem trás amor e mais paz, afinal, quando se tem amor, tudo fica mais tranqüilo de se enfrentar na vida. Até que chega um momento em que as flores parecem começar a murchar e não se sabe o motivo da seca. Tudo vira motivo de mais tristeza, qualquer pedrinha no caminho se torna uma dor de cabeça. É nesse instante que os anjos de nossa vida entram em ação. Uns até tentam ser mais bondosos do que o normal e insistem na vocação de cupido para ver se curam as pragas que estão acabando com as flores, pragas estas que moram em corações infelizes. Os anjos servem de consolo, distração e conseguem muitas das vezes arrancar sorrisos de nós, mas no fundo nada disso importa muito enquanto o verdadeiro significado de viver ainda parece estar murchando. A batalha contra tudo de mal que possa estar ruindo o amor é longa e incansável. Não basta esforço só de um, tem que unir a esperança e a vontade dos dois para que no fim o bem maior vença. Os valores contra esse mal sempre existiram, mas ás vezes esse mundo nos faz esquecer. Aos poucos, os anjos de nossas vidas vão nos ajudando a recuperar total juízo e colocando na mente dos amantes tudo que estava sendo esquecido e que jamais deveria sumir de nossas vidas. A compreensão, que exige tempo para que um ouça o outro e assim se entendam. O respeito que necessita de apreço um pelo outro, para que conheçam a individualidade e por isso entendam que cada um é cada um. Companheirismo que exige da maturidade para que ninguém tente dominar ou ter poder sobre o outro e ainda assim consigam dividir os mesmos momentos e sentimentos. Admiração que necessita da sinceridade para que cada um saiba reconhecer no outro o melhor. Carinho que necessita da vontade para que um procure o outro nem que seja em um olhar, mas transmitindo sempre a doçura e afetividade. Diálogo que exige flexibilidade total para que ambos consigam trocar informações, opiniões e pensamentos diferentes, mas sempre entrando em um acordo que seja bom para os dois. Romantismo que necessita da paixão para que os dois sempre consigam se declarar e manifestar todas as formas, gestos e palavras de carinho que sentem um pelo o outro. E finalmente, amor que necessita de tudo isso já citado e muito mais. O amor une tudo, o amor cura tudo, o amor sempre dá sem cobrar, o amor só cresce e nunca diminui, o amor é sempre verdadeiro e nunca disputa nada, o amor é fiel, o amor é infinito e bondoso, o amor cuida, o amor surpreende, o amor faz sorrir e chorar, mas sempre de felicidade, o amor nos faz viver! Quando tudo isso enfim se acalma novamente nos corações dos amantes, eles percebem que seca nenhuma jamais poderá destruir o que é verdadeiro. Descobrem também que amar é a mais bela ação que o ser humano pode fazer nessa vida e que quando se enfrenta secas, pedras no caminho, problemas, brigas, malícias do mundo que chegam até nós e até mesmo falta de juízo que nos tira o senso e mesmo assim o amor no fim sobrevive, é porque era pra ser e sempre será cada vez mais forte. O amor tudo vence!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O problema sem solução

Até quando vamos ter que ficar seguindo regras e padrões para termos o que tanto sonhamos? É incrivel a quantidade de textos, livros, matérias sobre um mesmo assunto que leva a mulherada a ficar enlouquecida tentando cumprir ao máximo tudo que se grava na memória. Já deve ter dado pra sacar a finalidade disso né? Falou de mulheres, enlouquecidas, lendo matérias na procura de respostas e ajudas e depois saindo por ai botando pra quebrar... Óbvio! Tem cachorro nesse mato. Ops! Tem 'homem' nesse mato.
É... Como se não bastasse todos os problemas do mundo entre finanças e doenças se transformando em pandemias, para nós mulheres, ainda existe aquele outro probleminha (problemão) que nos tira o sono. Homens (¬¬).
Quando avistamos uma revista na banca com uma matéria em vermelho, a fonte quase ultrapassando os limites, dizendo "Como conquistar o homem perfeito", logo pensamos que aquela revista caiu do céu e quem escreveu aquilo estava pensando em nós (desesperadas). Sem pensar duas vezes a maioria das mulheres compra a bendita e devora em poucos minutos cada palavra que ali contém. A mente aos poucos vai ficando confiante, tudo parece mais fácil, mais vencido. Mas aí na hora 'H' tudo vira pó. Por que?
Ah, cara amiga, são vários os motivos que te levam a loucura novamente.
Primeiro: Não existe homem perfeito.
Segundo: Essas revistas não pensam em você, e sim no seu dinheiro.
Terceiro: Tudo que existe nessas matérias consequentemente pecam e te levam as vezes a cometer a pior das atrocidades, aí você perde o cara e depois fica louca atrás de outra revista. O ciclo vicioso nunca termina e enquanto isso as editoras estão enriquecendo.
Tudo bem, posso estar generalizando. Livros são até mais precisos e convincentes. Quem os escreve acaba pesquisando antes sobre o tema e te dá idéias mais fixas. Gaste um pouco mais de dinheiro em um livro de auto-ajuda sobre o que você quer saber, mas vá com calma também, não saia engolindo cada linha de uma só vez, senão depois você não vai se lembrar nem da metade do que deveria.
Enfim, já até fugi da minha idéia inicial. Sou a favor de leituras e ajudas, mas não sou a favor do que as diferenças entre homem x mulher causaram no mundo, na vida e no emocional de todos nós. Homens sempre saem por aí dizendo que somos complicadas e que eles não nasceram pra nos entender. Traduzindo: Eles é que não nasceram com capacidade suficiente pra entender todos os nossos sinais que não são previsíveis.
Nós mulheres, no entanto, sempre saimos por aí dizendo que eles não prestam, são todos iguais, insensíveis e nada românticos. Traduzindo: Nós temos capacidades acima das deles e por isso eles jamais vão conseguir alcançar todos os nossos desejos e expectativas em relação a eles.
Isso tá ficando meio feminista demais né?
Mas alguém tem que falar! É de pirar mesmo ter que ficar seguindo todas as regras sobre como conquistar um homem, como vencer as teimosias deles, como tomar cuidado com nossas atitudes para não assustá-los e por ai vai...
É claro que isso não leva a nada, porque nascendo mulher, seremos sempre escravas dessas idéias, afinal, se não seguirmos, jamais vamos conseguir conviver com 'eles'.
Mas se alguém souber de alguma salvação para isso, me comunique por favor!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Parte XIII: O mais estranho amor da minha vida

Texto para o amores-cruzados

Já havia se passado um mês e meio e eu ainda não conseguia tirar da cabeça aquele último dia em que estive com Danton. Não sei se fiquei marcada pela tristeza ou pela dúvida. Desde aquele dia que eu tenho ido até a ponte para ver se encontro uma resposta ou uma solução. É como se eu sentisse que do mesmo lugar que ganhei algo, eu perdi, e agora novamente eu estivesse indo lá para ganhar alguma outra coisa que pudesse apagar tudo que eu estava sentindo, ou até quem sabe, arrumar uma nova motivação. Se para Danton aquela ponte serviu de busca para o que ele tanto esperava na vida, então talvez para mim também adiantasse. E foi assim que pensei todos os dias em que pisei lá. Mas eu sempre voltava para casa derrotada. Vovó sempre disse que o tempo cura tudo e nos ensina muita coisa, mas então eu estava sendo a inimiga do tempo, pois, eu não sentia que ele estava me ajudando. Cheguei até a pensar que ele me largou para trás, começou a correr sem mim e me deixou no passado como se minha cruz fosse mesmo continuar sofrendo por alguém que já devia era estar sendo esquecido.
Nem a manhã de mais um sábado ensolarado conseguia me animar. Decidi sentar um pouco no jardim em frente de casa com o Cacau, havia um tempinho já que eu não me dedicava a ele também.
O solzinha da manhã estava gostoso. Deitei na grama com Cacau do lado e quase peguei no sono. Só fui despertar completamente quando vi um carro parecido com o de Danton passando em frente a meu jardim. Meu estômago começou a remoer como de costume e já me senti abater pela tristeza dos últimos dias. Prendi Cacau na corrente e resolvi sair dali, dar uma volta talvez. Fui andando, andando... Nem me toquei do caminho que estava tomando. Eu só sabia prestar atenção nos meus pensamentos. Só fui notar onde eu estava quando Cacau começou a latir. Olhei para os lados e reconheci. Novamente, eu estava na ponte. Era como se meus pés já tivessem decorado todo o caminho e meus olhos me levassem até lá sem nem mesmo eu ter que decidir por isso. Fiquei meio assustada com minha total falta de atenção para esse fato, mas minha tristeza ainda falava mais alto, por isso não me importei. Fui caminhando até o banco mais próximo e quando passei os olhos pelas árvores no outro lado da ponte me deparei com uma sombra tentando se esconder atrás de uma delas. Fixei o olhar e tentei andar para perto na intenção de ver melhor. Cacau começou a latir e virei meus olhos rapidamente para ele para ver se estava acontecendo alguma coisa, mas ele estava latindo para a mesma coisa que me chamou a atenção. Quando olhei novamente para as árvores, a sombra havia sumido. Comecei a correr até lá, mas percebi que era inútil. Quem quer que fosse que estava tentando se esconder de mim, já tinha sumido. Subi as pressas para a ponte de novo e de lá olhei para a rua e vi o que meus olhos talvez não quisessem ver. Danton estava arrancando seu carro e saiu o mais depressa. Eu não queria acreditar naquilo. Não queria ter mais motivos pra pensar sobre aquele assunto. Parecia um imã. Sem querer eu continuava sofrendo e assim continuava a atrair essa história para minha vida.
Tentei não juntar hipóteses sobre nada do que havia acontecido dessa vez. Resolvi sair até mesmo daquele lugar e fui para casa.
Chegando... Soltei Cacau no gramado como de costume, pois dali ele nunca fugia, e me sentei também novamente até tentar aliviar um pouco a tensão e assim poder entrar em casa. Tudo bem que já não havia mais fórmula para esconder minha angústia dos meus pais e minha avó, eles já tinham notado um problema em mim, mas de qualquer forma eu não gostava de saber que estava sendo mais observada do que de costume.
Passado uns 20 minutos já que eu estava por ali, fui procurar Cacau pelo jardim, ele tinha a irritante mania de se esconder de mim atrás dos pequenos arbustos. Chamei, chamei e nada dele aparecer. Comecei a invadir os jardins dos vizinhos na esperança de encontrá-lo. Quando me virei para olhar novamente na frente de minha casa, achei que estava vendo uma sombra do passado. Eu não sabia identificar se estava com raiva ou surpresa. Parada bem ali quase na minha porta, estava Ananda. Cacau estava em seu colo e ela ainda tinha aquele ar de triunfo no rosto:
- Solta o meu cachorro.
Ela me olhava dos pés a cabeça:
- Ora, ora, ora. Ainda continua a mesma sem educação de sempre. Tome seu cachorro, não o quero, estou aqui porque preciso falar com você. E não teria vindo se não fosse realmente importante.
Ela largou Cacau no chão, mas ele se manteve perto dela. Bem que eu sempre soube que meu cachorro era burro:
- Seja lá o que você quer comigo, fique já sabendo que não tenho mais nada com Danton, não se incomode em perder seu tempo comigo.
Ananda cruzou os braços e fez cara de quem não entendia o que eu dizia:
- Queridinha, só presta atenção no que eu vou te dizer. Danton não é mais o mesmo. Nossa família está muito preocupada e precisamos dele mais do que nunca. Eu jamais te procuraria se não fosse um caso especial. Não entendo a magia que você usa para conquistá-lo, mas já que você conseguiu, então agora agüenta. Porque Danton está muito mal, ninguém consegue ajudá-lo, e eu sei qual é o problema dele. Você!
Quem fazia cara de que não entendia nada agora era eu. Eu devia estar da cor de um pastel porque minha cabeça estava rodando e eu não acreditava no que ouvia. Tudo parecia estar complicando mais do que já poderia estar:
- Ananda, eu... Não faço idéia...
Ela fez cara de brava e me interrompeu:
- Você tem duas alternativas. Ou procura Danton, ou... Procura Danton.
Enquanto ela terminava essa frase ela foi andando em direção a um táxi que a esperava do outro lado da rua. Demonstrei que queria falar e ela não deixou. Deu-me adeus e entrou no táxi que saiu rapidamente. Fiquei parada olhando a rua vazia como se ainda tivesse algo para observar. Eu não fazia idéia do que Ananda pensava que eu fiz para Danton. E muito menos tinha como procurá-lo, afinal, se eu soubesse como achá-lo já teria feito antes. Eu estava cada vez mais confusa e sem luz no fim do túnel. A única coisa que ainda demonstrava vontade de lutar era meu coração que pulava cada dia e cada vez mais em que ouvia o nome Danton.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Parte XII: O mais estranho amor da minha vida

Texto para o blog: Amores-cruzados

Eu já estava andando em círculos pelo meu quarto já fazia 1 hora. Era como se meu cérebro estivesse dividido entre o bom e o ruim. Um lado me dizia que o melhor seria me afastar de Danton definitivamente, e o outro me mandava correr atrás dele e saber tudo, de uma vez por todas. Ao menos eu poderia pedir desculpas pela minha injustiça em não ter acreditado nele. Era a razão batendo forte na consciência e o coração pulando acelerado me deixando agoniada em querer correr logo para Danton. O xérox com as identidades ainda estava em minha mão. Eu olhava para aquilo de segundo em segundo. Talvez tivesse sido melhor se tudo fosse verdade sobre Ananda e Danton, assim eu ficaria com meu posto de vítima e não precisaria mais pensar em me envolver com nada nessa história. Dei uma pausa nos meus passos e me sentei na beirada da cama perto a janela. Deixei que minha mente se esvaziasse por alguns minutos e passei a sentir só o vento balançando meus cabelos. No momento seguinte, notei que havia um beija-flor a frente da minha janela, parecia que ele me observava assim como eu fazia com ele. Fiquei impressionada com aquilo. Nunca havia visto um beija-flor tão de perto e tão imóvel como aquele ali. Era como se ele tivesse ido até minha janela pra me ver ou enviar um recado. Fiquei pelo menos um minuto imóvel olhando para ele. Assim que me movi, querendo levantar e me aproximar mais, ele voou para longe e sumiu do meu alcance. Acreditei que era algum sinal e então, lembrei novamente de Danton. Levantei-me enfim e sai do meu quarto aos tropeços. Desci as escadas como se uma cavalaria viesse atrás de mim e não me dei tempo de olhar a expressão incrédula da minha avó que estava na cozinha. Depois que sai do jardim de casa comecei a pensar onde e como eu poderia encontrar Danton. Eu não tinha nenhuma forma de contato, nada além da ponte. Era minha única solução até então, procurá-lo no lugar de sempre. Acelerei o passo e fui o mais depressa que pude. Eu não queria me permitir desistir. Já tinha chegado até ali e era o que eu devia fazer. Eu devia desculpas a Danton.
Assim que estava chegando à ponte, notei que o carro dele estava parado ao lado da calçada. Meu coração começou a pular desesperado novamente. Tentei controlá-lo, mas não consegui. Fui subindo a ponte com uma pontada no estômago. Eu não sabia o que me aguardava, só sabia o que devia fazer.
Danton estava sentado no primeiro banco próximo à outra subida da ponte. Ele estava cabisbaixo e por isso não notou minha chegada. Tinha mais umas pessoas por ali. Aproveitei que uma senhora estava andando para o mesmo lado que eu e me escondi atrás dela, fui acompanhando seus passos na direção de Danton. Tentei escolher as palavras certas que eu usaria, mas não saia nada da minha mente naquele momento. Chegando ao banco, deixei que a senhora fosse embora tomando muita distância de mim e me sentei rapidamente ao lado de Danton. Ele não parecia querer largar seus pensamentos e por isso não me notou de imediato. Sentei-me virada pra ele esperando que ele me olhasse, mas ele não o fez. No entanto, ele começou a dizer:
- Sabia que você viria. Eu poderia ter ficado aqui o dia todo a sua espera.
Eu olhei escarlate para ele como quem não queria acreditar no que ouvia. Depois de tudo, ele ainda era capaz de me surpreender mesmo com poucas palavras. Eu não esperava por tamanha compreensão. Fui pronta para me desculpar e não para ser recebida:
- Não sei o que te dizer. Queria ter as palavras certas sempre como você. Só peço que me desculpe por não ter acreditado em você. Foi por isso que vim.
E foi depois dessa minha fala que ele se virou para mim o mais depressa que pôde e me abraçou com muita força, como quem parecia se despedir de algo que nunca mais veria. Meu coração naquele momento estava ao patamar mais alto de exaltação e eu não sabia o que fazer. Talvez tenha demorado alguns segundos até corresponder aquele abraço. Envolvi meus braços em seu ombro e esperei pela próxima atitude de Danton. Queria que ele me soltasse logo para assim ele não notar meu coração saltitante, mas ele não parecia querer me largar. Senti-o encostando seu rosto no meu cabelo próximo ao meu ouvido:
- Amor, eu que te peço desculpas por todos esses mal entendidos. Você não merecia passar por tudo isso. Te encontrei no momento errado da minha vida e tomei total consciência de que não te mereço. Não por agora. Se um dia eu puder te encontrar novamente eu serei o homem mais feliz desse mundo, mas sei que nesse nosso presente eu não tenho mais direito de pertencer a sua vida. Você não precisa e nem vai mais ter que participar da minha vida conturbada. Saiba que você foi à única alegria que tive desde aquele primeiro dia que nos conhecemos e desde então eu sabia que você era a pessoa por quem eu estava procurando todo esse tempo, mas agora eu abro mão dessa alegria, pois você não merece enfrentar tudo que ainda tenho para resolver.
Desprendi-me daquele abraço e olhei nos olhos de Danton. Eu não conseguia entender o que ele dizia. Eu queria sim ter me livrado de toda aquela confusão, mas eu fui ao encontro dele, pois escutei o coração e não a razão. Por mais orgulhosa que eu estive sendo, não era isso que eu esperava ouvir. Talvez eu não tivesse pedido desculpas direito, ou então eu estava esperando de Danton algo que ele jamais tenha pensado. Mas antes que eu pudesse começar a falar, ele me pegou em seus braços novamente e prendeu meus lábios nos seus. Não consegui deixar de corresponder, mas minha vontade era de gritar ou chorar. Eu estava confusa, eu queria explicações e não ser calada por ele. Meu pensamento foi se esvaziando a medida que o beijo foi ficando intenso. Eu estava me sentindo fora do chão quando Danton me largou. Percebi que eu estava envolvida nele mais do que achei que estivesse. Seu rosto ainda permanecia a pouquíssimos centímetros do meu e ele tinha um singelo sorriso no canto direito da boca, mas seu olhar era de tristeza e foi ali que eu percebi que ele não estava brincando e nem iria mudar de idéia. Ele roçou seu nariz no meu, fechou os olhos como quem faz quando sente um perfume de uma flor, tocou meus lábios brevemente e enfim me soltou por completo levantando-se rapidamente. Olhei para ele tentando entender alguma coisa. Eu queria dizer algo, mas não sabia o que. Fiz menção de me levantar e ir com ele para onde quer que ele fosse só que ele foi mais rápido do que eu:
- Não venha Paula. Não me procure mais. Não pense mais em mim. Será melhor pra você. Perdoe-me por tudo, principalmente se te causei tristezas e problemas, mas agora tudo vai voltar ao normal pra você. Fique bem. E se um dia eu merecer e ainda souber que você me aceitaria de volta, eu te procuro. Nunca se esqueça de que eu te amo!
Senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto. Meu coração pulava muito e me pedia para agir, mas eu não conseguia me mover. Era como se Danton tivesse me prendido ao banco para não ir realmente atrás dele como ele havia pedido. E ele tinha feito isso mesmo, mas com palavras. À medida que ele foi se perdendo da minha visão assim como o beija-flor mais cedo, eu fui sentindo mais e mais lágrimas tomando conta do meu rosto e embaçando minha vista.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Axé na veia

Sabe aquela sensação de borboletas no estômago, vontade de gritar sem motivo, arrepios constantes, sorriso besta estampado na cara 24 horas, mãos suando, ansiedade, pressa com o tempo que não passa, olho cheio d'água a todo instante que uma música toca? Então... Esses sintomas são um dos principais que tomam conta de mim quando a doença do axé se aproxima. É uma febre que chega a ser contagiante. É uma sensação que ninguém entende. Todos que tentam compreender acabam dando como caso perdido e titulam essa minha reação como loucura ou exagero. Dá até uma tristeza perceber a insensibilidade de muitas pessoas. Pode ser loucura pra uns, exagero para outros, mas para mim significa muito mais do que possam imaginar. É algo incontrolável que toma conta dos meus pensamentos, é uma felicidade que invande meu ser, uma vontade maluca de sair pulando que nem pipoca, o coração é movido a esse estilo de música que tanto me fascina. Chega a ser crueldade ter que saber de festas relacionadas ao axé e não poder ir, enquanto outros que nem curtem, tem a chance de ir simplesmente pelo motivo de acompanhar a grande maioria ou pra beijar na boca, o que é pior ainda. Não julgo o comportamento dos outros, tão pouco me importo com o que cada um faz por lá. Minha única revolta é com o fato de eu estar em casa enquanto outros que nem entendem o axé estão lá desperdiçando dinheiro e tempo. O axé é mágico. Ele embala minha vida, me dá alegria até nos meus piores dias. Axé pra mim é coração, emoção. As festas de axé são o meu lugar, o meu melhor lugar. Arriscaria até dizer que é para mim o melhor lugar do mundo. Ali eu me encontro, me encaixo, pinto e bordo, sozinha ou não. O axé me trouxe amigos, me trouxe histórias verdadeiras, me trouxe motivos para sorrir, me trouxe ídolos principalmente, me trouxe paixão, me trouxe a dança e me trouxe mais do que nunca, os melhores dias da minha vida. Está enganado quem julga que o axé é incapaz de criar isso em uma pessoa. Está enganado quem julga que tudo isso é exagero. Quem julga, estará sendo injusto. No mundo existe lugar para tudo e todos, diversidade é livre. O axé tem lugar no mundo, tem lugar verdadeiro nas pessoas que enxergam como eu. O axé é uma das melhores batidas do meu coração. Por mais que eu falte nas festas em que o axé se apresenta, jamais deixarei de tentar alcança-lo, onde quer que ele vá. Não termino a minha vida sem conhecer todas as fronteiras do axé. Sou 100% axé, 100% micareteira. o// E estou gritando pro mundo inteiro ouvir: Eu amo o axé

quarta-feira, 25 de março de 2009

Coroas destinadas ao amor

Querer viajar em você parece um desejo interminável que bate em mim a cada segundo que me lembro de sua existência. O pensamento voa de encontro a você, faz do coração uma asa de um beija-flor e paralisa os sonhos em uma canção. A sensação de querer sempre mais, mesmo que eu já te tenha, não deixa de existir. É incalculável a quantidade de momentos bons que aguardo para nós. Tudo que penso, se transforma em filmes de finais felizes. Por menos conto de fadas que possa ser, ainda assim, me permito sonhar só com as positividades entre nós dois. Ás vezes falta o cavalo branco e a carruagem, mas nem por isso deixa de ser lindo o que já escrevemos juntos. Pode parecer exagero, ilusão ou até mentira, mas eu abro o coração quando realmente sinto necessidade de expressar o que é inteiramente verdadeiro em meus sentimentos e pensamentos. Torço a cada minuto para a eterna e constante história de amor que temos. Existe bruxas, pedras no caminho e vilões, mas nem por isso desistimos de nós. Nosso livro, nossa fábula, nossas coroas e corações, tem presença real em nossas vidas. É sincero tudo que desejo, a cada dia mais. Não importando com o passado, por maior que seja a insistência dele de ser lembrado, deixo tudo ser como deve ser. O futuro não é certo, mas ao menos já estamos tentando preserva-lo, unidos. Pode parecer incrível tudo que já houve. Literalmente uma história para ser contada aos netos e quem mais quiser ouvir e aprender principalmente, afinal, tem moral também para ser interpretada. Nada é por acaso, tudo se une no tempo certo. E que assim continue sendo. Deus, como narrador brilhante, fiel e bondoso, continuará nos guiando pelos diversos caminhos que ainda iremos atravessar. E que toda a nossa experiência até agora nos renda eternamente muita cautela, paciência, amor, paz, sorrisos, respeito, fidelidade, amizade, companheirismo, compreensão, carinho e tudo de melhor que já temos e ainda iremos acrescentar na bagagem até o fim de nossa jornada.

domingo, 22 de março de 2009

Até onde a confusão chega

Quando tudo parece confuso, nada além da confusão pode ajudar. É como se os pensamentos só existissem sobre isso. Por mais que se queira esparecer, esquecer, não funciona. Lutar contra a dúvida.. Sufoca! Tudo fica nublado, difícil de enxergar algo a mais do que tudo que se tem na cabeça. Por alguns segundos bate um alivio, mas depois tudo volta, em uma carga as vezes até maior do que antes já se tinha. Quanto mais se pensa, mais confuso fica. E quanto mais se tenta localizar uma solução, mais complicado pode parecer. É uma bola de neve. Nesses momentos a maior vontade era de não ter neurônios, nem inteligência e talvez nem uma vida. Radical demais pensar assim. Mas chega a ser agoniante ter algo pra resolver onde nunca se tem solução. É um labirinto sem saída. Uma doença sem antídoto. Um caminho sem um ponto de chegada. Um pensamento sem fundamento. Uma confusão sem necessidade então.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Anormal eu?

Em meio a tantos rostos eu ainda me sinto meio deslocada. É uma multidão de olhares estranhos, as vezes uns pairam sobre mim e outros nem mesmo me notam. Minha vontade de sempre estar conhecendo novas pessoas desta vez está falhando. Me sinto uma formiguinha a mais nesse imenso formigueiro onde todos tem o mesmo objetivo (passar no vestibular), e nem assim conseguem todos se relacionar como eu gostaria. Talvez eu esteja querendo demais. Ou talvez eu esteja certa sobre a frieza de muitas pessoas por ali. Algumas salas já se conhecem por completo e se misturam se necessário. Já a minha, por ser a mais nova, ainda mantém aquela distância entre todos, e isso me incomoda. Não gosto de gente fria, não gosto de gente séria. E isso é o que eu mais noto por lá. Quando ninguém se conhece, o que mais se vê são rostos sem expressões, sem sorrisos, sem simpatia. É uma dureza arrancar um sorriso de alguém, quanto mais uma conversa. E como se já não bastasse tudo isso... Eu ainda pareço ser a mais anormal de todas. Seja exagero meu ou não, ali todos se matam de estudar e porque gostam ou querem ser assim. Já eu... Deteeeesto estudar (que vergonha). Assisto as aulas, mas não mato meu único tempo livro depois de sair daquele lugar com os estudos como todos dizem que fazem. Será eu a única anormal ou a única normal? De acordo com o clima e tudo que ando vendo, acho que posso dizer que sou a anormal. Puxaaa Vida!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Duas vidas?

É assim no dia-a -dia, na rotina, que percebemos como podemos ter vida dupla e nem sabiamos. Antes tudo era tranquilo, o tempo sobrava e faltava o que fazer para ocupa-lo. Dava pra cuidar perfeitamente de tudo que eu vivia, seja na vida virtual ou real. Mas agora que tudo mudou de figura como eu já esperava... Tá tudo de pernas pro ar. As férias já havia me tirado a chance de sempre organizar meu blog, meu flog... E agora com uma nova rotina de estudos e horários cheios, tudo piorou em grande excesso. Não vejo como estar 'online' por muitas horas que iriam me permitir ter inspirações necessárias pra dar continuidade a certas histórias e inventar tantas outras. Nem mesmo o orkut eu ando conseguindo atualizar como deveria depois de milhares de fotos do carnaval. O que antes não era problema, agora se tornou. Realmente está complicado conseguir arranjar tempo e animo pra estar na net todos os dias como antes. Mas vamos com calma né? Quem sabe depois tudo se ajeita... Os estudos importam e é isso que to fazendo. Sempre que der vou atualizar o blog. E quanto ao texto que todos esperam pela continuação... Tenham paciência ok? Assim que eu conseguir escrever, vocês serão os primeiros a saber. Bons estudos e boa organização da vida para todos!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Águas passadas

Ela entrou no banheiro para tomar seu banho, e como de costume se direcionou primeiramente ao espelho e se deu ao direito de se admirar por mais minutos do que normalmente fazia. Naquela noite ela havia se permitido demorar mais tempo consigo mesma. Depois de ter certeza que havia se observado tempo necessário, foi para o chuveiro. A água quente como de costume descia sobre ela como uma nascente. Ali, naquele momento único e pessoal ela se deixava levar pelas águas. Águas aquelas em que levavam dela tudo de ruim. Era como se estivesse lavando o mal olhado, as tristezas, negatividades, passados ruins, lembranças angustiantes, raivas e tudo de pior que ela havia vivido. O banho era sempre o momento que ela reservava pra si mesma, pra eliminar da cabeça e do resto do dia tudo que poderia incomodar e amargurar sua vida. Sábia era ela que conseguia fazer de um simples banho diário o seu momento zen. Mas aquela noite estava sendo melhor do que na grande maioria. Além do tempo maior, ela estava literalmente lavando a alma e entregando as águas seus piores segredos, momentos, experiências e sentimentos. Ela estava se tornando uma nova mulher. Uma mulher de grandes valores, verdades, positividades e alegrias. As águas que correm tudo... tudo podem, tudo levam, tudo lavam. Essas águas que nunca voltam, para ela, eram as únicas que poderiam salva-la das ruindades do mundo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Parte XI: O mais estranho amor da minha vida

Texto para o blog: Amores-cruzados

Estava saindo do colégio àquela hora e minha única vontade ou pensamento era que a segunda-feira terminasse logo. Nada melhor do que um dia após o outro e eu contava com o tempo para me livrar de certo passado. Eu estava absorta em meus pensamentos e por isso demorei a perceber o que estava bem em frente aos meus olhos. Na esquina de frente ao portão do colégio estava o carro de Danton. Um nó na minha garganta se formou assim que pensei naquela loira que mais uma vez poderia querer me tirar a paciência mesmo desta vez em que eu não tinha me metido com o querido dela. Fingi não ter notado e acelerei o passo pra acompanhar um grupinho de garotos que iam rindo a minha frente. Mas para o meu susto, o carro estava me seguindo vagarosamente ao lado do passeio. Todos que estavam em volta começaram a perceber aquela cena curiosa e então tive que mais uma vez ceder. Parei de braços cruzados e esperei até a porta do passageiro se abrir pra mim. Entrei já pronta para uma batalha e mais uma vez fui surpreendida. Eu estava esperando por algo loiro e rude. Ao invés disso, me deparei com um alguém fugitivo, misterioso, mentiroso e causador dos meus últimos problemas. Minha expressão não deve ter mudado muito do impaciente para o rancoroso. Danton me olhava com olhar suplicante de quem sabia como me ganhar, mas ele estava errado, de certa forma eu já estava vacinada contra supostas investidas dele em querer novamente me enrolar:
- Não sei bem porque veio me procurar, mas já vou logo dizendo que você além de abusado é um tanto cara de pau. A minha tolerância já foi testada e usada com sua amada, por isso eu lhe peço que me poupe de mais uma perda de tempo. Não quero você e nem nada do seu mundo mais na minha vida.
- Nossa Paula! Quanta arrogância. Não estou te reconhecendo. E de que amada você está se referindo se a única dona do meu coração é você?
- Ah faça-me o favor! Não gaste suas belas palavras comigo. Eu já sei de tudo. Eu vi tudo. Você e aquela loira metida. Por acaso fizeram algum tipo de aposta e eu acabei me tornando a diversão de vocês?
- Paula, minha querida! Por favor, não estou entendendo bem seu julgamento, mas vejo que existe mais mal entendido entre nós do que eu imaginei. Deixe-me ao menos tentar entender o porquê de tudo isso e também esclarecer algumas coisas.
- Danton, eu volto a repetir. Não quero mais nada de você nem da sua vida. Você muito menos me deve explicações. Só me deixe em paz e esqueça que eu existo. Você estará me fazendo um favor.
- Se você quiser isso mais do que tudo, eu vou respeitar. Jamais quero te fazer mal ou vê-la infeliz. Mas ao menos me permita explicar tudo isso que vem acontecendo. Prefiro ter que deixá-la sabendo de toda a verdade.
- Que verdade? Só se for a sua verdade né? A versão que você quer que eu acredite. Pois a verdadeira verdade eu já conheço. A loira é sua namorada e eu não passei de uma pedra no caminho, que no inicio servia de diversão e agora serve de problema para pelo menos algum de vocês dois não é mesmo?
- Paula, me ouça! A Ananda, que é a tal loira que você se refere não é, nunca foi e nem vai ser minha namorada, ela é minha prima. Você sempre foi o meu amor. Não pense que você não seria merecedora disso.
- Ah qual é? Ta pensando que ainda vou cair no seu romantismo? Nada mais do que você disser vai me convencer do contrário. Eu vi vocês se beijando, que história é essa de prima? Você além de tudo mente mal hein?!
- Sei muito bem do que você viu e é por isso que estou aqui de bandeira branca nas mãos querendo te explicar que aquilo não passou de um erro, uma mentira, algo que por mim nunca teria acontecido. A Ananda sim é apaixonada por mim e vem a anos tentando criar algo entre nós, mas por vezes tentei botar juízo na cabeça dela. Nunca dei esperanças, pelo contrário, só que ela é obsessiva, não me dá ouvidos.
- Danton, eu... Não tenho porque acreditar em você. E nem preciso. Isso pra mim já basta. Não tenho haver com a sua vida e nem a dela. Vou embora ok? Estou cansada e tenho pressa de chegar em casa.
Mesmo ele me olhando com aquele olhar caloroso e pedindo piedade eu me forcei a abrir a porta e sair do carro me colocando de pé embaixo do sol escaldante que me acompanhou até no jardim de casa.
Passei a tarde toda na cama, pensando em tudo que Danton havia me dito. Eu não queria perder mais tempo com aquilo tudo, mas algumas coisas que Ananda havia dito ou feito no dia anterior realmente não se encaixavam. Comecei a talvez pensar na possibilidade de Danton estar dizendo alguma verdade. Mas fui interrompida com vovó batendo na porta e colocando debaixo dela um envelope em meu nome. Peguei-o depressa já imaginando ser algo do feitio de Ananda e abri. Primeiramente notei que era um xerox de duas carteiras de identidade, frente e verso. As fotos não me enganaram, era Danton e Ananda. Mas até então eu não estava entendendo o que queriam me dizer mandando aquilo. Olhei dentro do envelope e continha um pequeno cartão na letra de Danton:

“Espero que isso prove a minha verdade.

Beijos, Danton!”


Olhei novamente para as identidades e comecei a ler os dados de cada uma delas. Foi quando notei o que era pra mim enfim perceber. Os nomes de cada um deles:

Danton Furtado Smith
Ananda Johnson Smith

Eles eram mesmo parentes. Fiquei encabulada e atônita com a minha injustiça. Eu sabia que devia me afastar desse caso e desses dois, mas eu não sou de cometer injustiças.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Deus fez e o homem ignorou

É incrível como passamos por essa vida e por esse mundo sem notar o valor de muitas pequenas coisas que temos até mesmo em nosso dia-a-dia.
A compaixão que somos capazes de sentir por uma amiga ou uma irmã. O sol que nasce e adormece todo dia em frente aos nossos olhos que na maioria das vezes não damos importância. O cheiro da chuva na terra molhada no quintal de casa. Os passarinhos cantando pela manhã. O carinho que cada pessoa amiga ao nosso redor é capaz de nos transmitir nos mínimos atos. O vento que bate em nossas janelas toda noite. A lua que brilha ao lado de perfeitas estrelas e nos convidam a admirar. O bichinho de estimação que sempre tem alguma gracinha pra fazer e nos alegrar. A realização de alguma conquista, por menor que seja. O cheiro de mato, ar puro, que encontramos em cada pedacinho de natureza espalhados no mundo. São diversas coisas como essas que passam despercebidas aos nossos olhos e em nossas vidas. São coisas como essas que fazem de nossas vidas menos amenas. É por tudo e com tudo isso que deveríamos nos importar mais, enxergar mais, perceber mais e valorizar mais. Estas pequenas e importantes observações que passam por nós sem chamar atenção têm muito mais valor do que podemos pensar. Podemos e temos que saber viver o que há de mais belo, natural e simples em nosso dia-a-dia. Não devemos nunca valorizar apenas o que precisamos. O desnecessário às vezes pode ser o que mais faltava para dar simplicidade e alegria em nossas vidas. Quem consegue compreender isso vai saber viver melhor o resto de seus dias. Deus nos deu tudo o que precisamos. O homem apenas criou um meio de tapar os olhos para isso. O homem sim, criou e modificou o que queria por puro comodismo, deslumbramento e luxúria.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Selo Maneiro

Selo que recebi da minha querida amiga Bruna Bo!!



Regras:
1 - Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que vc acabou de ganhar!!!
2 - Poste o link do blog que te indicou.(muito importante!!!)
3 - Indique 10 blogs de sua preferência.
4 - Avise seus indicados.
5 - Publique as regras.
6 - Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7 - Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para vericação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.

Indicados:

Muito muito coquete

HUD

La Viajem

B r u n a

O mundo da Samm

Fernanda Amaral

eh pura magia (:

alegria é como um vício

Pauliinha

As incessantes duvidas da vida

Espero que todos repassem!! Obrigada ;)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Nem tudo estava perdido

A mania de reclamação é algo que habita em mim assim como o sofrimento por antecipação. De acordo com esses e talvez mais alguns defeitos, eu me pus a pensar que essas férias de janeiro seriam terríveis com direito a muito tédio e chororô. Não é que não esteja sendo tediante, mas digamos que eu fui salva pelo gongo ou quem sabe pelas surpresas e até mesmo pelo passado que eu nem me recordava? Eu bem que pensei que ficaria sozinha o resto de janeiro, trancada na casa da minha avó, vendo crianças se divertirem enquanto eu não teria completamente nadaaa pra fazer. Eu ainda julgo que estou sem nadaaa pra fazer, mas é que... Me acostumei um pouco com essa monotonia daqui. Já não havia mais jeito de lutar contra uma decisão tomada. Aceitei meu lastimável destino para janeiro, e eis que eu ganhei motivos para parar de reclamar - nem que seja pelo menos um pouco. A chuva resolveu cessar e dar lugar ao sol que incentiva as piscinas a ficarem lotadas. A falta de internet ficou menor, net discada é um lixo mas me salva pelo menos nas madrugadas. As programações da TV que são sempre chatas deram lugar a entretenimentos (BBB também me salva. haha). O livro mais esperado do meu ano resolveu vir até a mim antes mesmo que eu me lembrasse dele (Eclipse o// o// ). Meus finais de semana perfeitos estão compensando todas as minhas saudades incalculáveis do meu namorado lindo. E por fim, encontrei uma amiga que eu só tinha por perto quando estava no auge dos meus 10 anos de idade brincando de boneca. É... Nem tudo pode ser ruim quanto parece ser.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Parte X: O mais estranho amor da minha vida

Continuação... Texto para o blog: Amores-cruzados

A manhã de domingo começou ensolarada e isso me deixou com mais raiva. Eu estava com ódio do mundo depois da prova que tive da minha incrível burrada em acreditar em um cara que realmente estava criando comigo uma estória que não era minha. Mas eu já tinha prometido a mim mesma - depois de chorar todas as lágrimas possíveis que existiam em mim – que eu iria esquecer tudo que passou e se caso eu viesse a encontrar Danton eu diria a ele novamente o que ele já deveria ter aceitado da ultima vez. Não sou e nem nunca fui nada dele por isso ele não só precisava como nem iria me dar explicações de mais nada.
Minha manhã não começou muito bem. Meu mau humor estava presente a qualquer minuto e qualquer raio de sol que cruzasse meus olhos. Pensei até na hipótese de não descer para o café da manhã para assim não encontrar com meus pais e minha avó, porém não tive escolha, pois papai passou no meu quarto me chamando – ele faz questão de pelo menos fazer as refeições do dia comigo quando está em casa. Para não surgir mais perguntas para cima de mim, me arrumei e desci para a cozinha. Mal me sentei e vovó já veio com tagarelice para o meu lado só que eu não queria saber de prestar atenção no que ela dizia, estava vidrada mexendo meu café com leite. Até que eu ouvi algo sobre Danton e arregalei meus olhos na direção dela imaginando já como ela sabia o nome dele e como ela o conhecia, porque das outras vezes que eu poderia ter contado eu inventei mentiras:
- Danton vovó? De onde você o conhece?
Minha pergunta foi suficiente para fazer vovó começar a contar todo um acontecimento com todos os detalhes pelo que entendi. Danton havia batido a minha porta no dia anterior mais de duas vezes procurando por mim, mas minha avó já percebendo que eu não estava bem, afinal, fiquei o dia todo trancada no quarto, disse a ele que eu não estava e mais tarde na ultima tentativa dele de me encontrar em casa, ela disse que eu já havia chegado sim mas estava dormindo. Fiquei muito agradecida ao saber de tudo isso, acho que eu não fazia idéia de como minha avó poderia ser compreensiva comigo. Senti-me até meio egoísta e angustiada ao pensar em tudo que eu tinha escondido da vovó durante esses últimos dias por causa de Danton. Meus pais estavam mais atônitos do que eu. Eles deviam estar pensando em como eu era uma filha desnaturada escondendo vários novos acontecimentos e pessoas deles, quando na verdade quem nem nunca teve tempo pra saber dessas coisas da minha vida são eles. Não dei muita atenção às expressões que eles estavam fazendo, fiquei mais preocupada com vovó. Esperei uma brecha, mudei de assunto e só mais tarde quando meus pais se retiraram da cozinha que eu me ofereci pra ajudar vovó com a mesa do café, pois assim poderíamos conversar melhor. Expliquei a ela tudo que ultimamente vinha acontecendo e ela me escutou calada como se fosse todo esse tempo da minha vida a minha melhor amiga e ouvinte. Tive que mais uma vez dar o braço a torcer e entender que realmente eu fazia mal juízo de vovó e toda sua possível capacidade de ser compreensiva.
Quando enfim eu já estava em meu quarto, ouvi uma pedra bater em minha janela. Fui correndo olhar e me assustei com o que vi. Um sentimento de raiva e amargura tomou conta de mim. Ali parado em frente o jardim de minha casa estava o carro de Danton. Olhei melhor em volta e não vi sinal de nenhum movimento a mais. Nem ao menos vi a pessoa que teria direcionado a pedra na minha janela. Em meio a muitas sensações gigantes eu tentei me controlar e me pus a pensar em meus pais. Vovó poderia até ser minha aliada dali pra frente, mas meus pais não poderiam se envolver nisso ainda. Coloquei a cabeça pra fora da porta do quarto e tentei ouvir onde meus pais estavam. A TV do quarto deles fazia barulho, então eu já sabia que a sala estaria vazia para eu poder passar sem ser notada. Desci a escada o mais rápido que pude tentando não fazer barulho para assim não chamar a atenção. Abri a porta da sala e me coloquei pra fora a fechando cautelosamente atrás de mim. Ao olhar para o carro é que pensei novamente no que eu tinha concluído mais cedo sobre tudo que eu diria a Danton. Eu não podia e nem queria demorar então eu corri para o carro, abri a porta e já respirei fundo querendo começar a falar logo para poder me livrar dele de uma vez por todas. Mas a vida devia estar me pregando uma peça novamente, pois assim que entrei no carro, fechei a porta e olhei para o banco do motorista, me deparei com uma loira esbelta do meu lado. Ela parecia modelo ou quem sabe uma boneca de porcelana. A pele branca como o raio de sol que batia no vidro do carro. Os cabelos lisos, sedosos e loiros estavam esparramados pelos ombros dela. Ela me olhava através de uns óculos cor de pêssego que me permitia ver seus olhos verdes e brilhantes. A presença dela realmente devia intimidar qualquer um. Eu já havia esquecido completamente todo meu discurso preparado, estava me sentindo uma completa pateta ao lado dela, então ela quebrou a linha dos meus pensamentos com sua doce e melodiosa voz:
- Queridinha, então você é a tal Paula que conquistou toda a atenção e principalmente o coração do meu Danton?
- Seu Danton?
Essa foi à única parte da fala dela que me fez acordar pra realidade em que eu estava vivendo naquele momento. Pensei nas possibilidades dela ser uma outra vítima nessa estória como eu. Se fosse, ela não teria tido culpa de nada no dia anterior e muito menos de estar falando daquele jeito comigo, até mesmo porque ela teria razão em ficar indignada ao pensar que seria trocada por alguém como eu enquanto ela passa aquela presença de Miss:
- É sim. Meu amado Danton. E quer saber? Não sei o que ele vê em você. Olhe só para mim. Você acha mesmo que alguém que tem chance comigo iria querer alguém como você? Faça-me rir.
Senti que eu estava corando de vergonha, mas acho que o que mais me deixava fervendo por dentro e por fora era a audácia de toda aquela garota. A imagem de Miss que ela tinha estava se desmanchando em uma pessoa totalmente convencida e que estava me fazendo achar que eu sinceramente tinha muitas coisas melhores do que ela:
- O que você é do Danton e porque veio me procurar?
- Ora, ora, ora! Então você fala. Achei que iria ficar me olhando com essa cara de pateta pro resto do dia. Eu não queria uma batalha tão fácil como estava parecendo que seria.
Aquela loira metida estava conseguindo me tirar de mim. Sou muito boba enquanto estou controlada, mas desde que me conheço por gente, quando me tiram do sério, as coisas finalmente mudam de figura e quem merece acaba conhecendo a Paula com ausência de tolerância:
- Eu não sei o que você veio fazer na porta da minha casa e muito menos quero saber o que você quer comigo. Só faça-me o favor de dar meia volta e ir embora, por favor.
- Polpe-me da sua pouca educação queridinha. Vim porque tenho meus motivos maiores. Acredite, por mim eu nunca teria nem te conhecido, mas você ousa cruzar meu caminho e mexer com o que é meu então sou mais do que obrigada a vim te avisar sobre o que você vai fazer a partir de hoje.
- Não tenho interesse em saber das suas birras. Pode ir embora tranqüila porque de você e das suas coisas eu não quero nada.
- Escuta aqui ô projeto de gente. Não vim aqui tolerar sua falta de berço e muito menos vou escutar suas vontades. Vim porque eu tenho um recado pra você. Se afaste de Danton. Suma do mapa se for preciso, mas não se aproxime dele porque se eu ouvir da boca dele mais uma vez o seu nome eu vou fazer o favor de pagar pra você uma única passagem de ida para o fim do mundo. E agora desça desse carro imediatamente.
Ela nem se quer notou que eu estava tentando responder ao que ela havia acabado de cuspir na minha cara, pois passou o braço por cima de mim e abriu a porta me convidando a sair. Eu dei um último olhar fuzilante para ela, sai e bati a porta com vontade de quebrar o carro. Ela arrancou o carro de Danton e sumiu das minhas vistas. Sentei no jardim e fiquei pensando em tudo que havia acabado de acontecer. Tinha muitos fios soltos nisso. Ela não poderia ser mais uma inocente como eu, pois Danton falava de mim pra ela. Mas ela estava com o carro dele e veio me ameaçar. Tentei ligar alguns fatos, mas estava difícil demais para minha cabeça, era muita informação. Deitei na grama e me permiti admirar o lindo céu daquela manhã tentando me desconcentrar desse turbilhão que incomodava meus neurônios.