terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Meu ano 10 é 2010


Lá se vai mais um ano, e junto dele tudo o que vivi. Difícil saber por onde começar... 2010 chegou trazendo a certeza de que seria especial, pelo menos pra mim. 2010 talvez seja o ano mais marcante da minha vida, não por algum motivo espetacular ou acontecimento inédito, mas sim por ser um ano 10, uma data em que o número significa muito pra mim e fez principalmente do meu aniversário um marco na minha história (10/10/10). 2010 veio pra mim como um amuleto de sorte, um ano em que tudo de ruim poderia acontecer e ainda assim eu estaria bem, me sentiria privilegiada, me sentiria otimista, me sentiria no meu ano, e é por isso que 2010 me deixará logo logo com a sensação de uma despedida dolorida, irá partir levando algum pedacinho de mim, e eu não nego o receio pela entrada de 2011. Meu ano está indo, não há como evitar o pensamento sobre como vai ser os próximos 365 dias sem a proteção de sorte do meu 10. Durante esse ano além de datas marcantes eu pude viver pessoas marcantes. Descobri que ainda conseguia me apaixonar, perdidamente, platonicamente e incansavelmente. Descobri o quanto sou forte, insistente, amiga, companheira, baladeira, elétrica, comunicativa, expansiva, animada, compreensiva e mais ‘N’ coisas que me fizeram me amar mais, me valorizar mais, ser amiga de mim mesma e acreditar. Nesse ano também tive um sonho de toda a vida realizado. Ganhei minha cachorrinha, a Cassie, uma yorkshire linda, fofa, elétrica, louca, amorosa, que fez dos meus dias mais felizes, das minhas noites mais gratas, dos meus sorrisos mais alegres e dos meus carinhos e cuidados mais presentes (se é que isso é possível). Ela se tornou uma parte de mim, da minha família e do meu amor incondicional, sem ela já não fico. 2010 também me trouxe mais liberdade, mais desapego e confiança por parte paternal. Pude enfim me sentir mais próxima da vida lá fora, das pessoas, da noite, do luar, estrelas e nascer do sol, afinal eu saio de noite e volto de manhã. Ganhei mil momentos especiais, incansáveis crises de risos, terríveis dores nos pés (que nem me importo em ter tido) devido aos finais de semana em que eu me acabava em pistas de danças, olhares expressivos, sorrisos incontidos, lágrimas, medos, esperas, expectativas, a certeza da amizade, companheirismo, diversos desencontros, mensagens de madrugada, ligações perdidas, sacrifícios, alegrias, surpresas... Até mesmo o que poderia significar algumas dores, ainda assim me serviu de bons frutos pra depois poder sorrir e erguer a cabeça querendo mais é viver, viver e viver!
2010 foi paixão, história, amizade, companheirismo, abraços, bondade, danças, risos, sorrisos, lágrimas, mãos dadas, conselhos, conversas jogadas fora, conversas úteis, maturidade, auto-estima, amor, espera, perdão, juízo, compreensão, sorte, Deus, família, amigas, sonhos, esperanças, preguiça, sono, paciência, busca, intuições... Vivi tanta coisa que nem caberia aqui. Tive de tudo um pouco pra poder dizer que apesar dos pesares, valeu mais do que a pena. 2010 foi ótimo, foi proveitoso, foi um desfrute que me fez bem, me fez melhor, me fez ter a certeza de que tudo me rendeu algum aprendizado e é por ter sido tudo dessa forma que o gostinho de quero mais já monta abrigo por aqui, fazendo com que 2011 tenha certa responsabilidade. Tudo que é bom dura pouco... 2010 voou, 2011 já bate na porta e eu ainda não quero deixá-lo entrar. Que toda a energia boa de 2010 se faça presente na virada do ano e se multiplique durante o resto dos dias. Tudo que vivi e aprendi nesse ano, será necessário ao próximo e assim por diante. Sempre melhor, melhor e melhor... Desejo a todos que aqui acessam, um perfeito réveillon, e um ótimo Ano Novo! Muito amor e paz no coração de todos e que Deus abençoe a bondade e o ‘sentir’ na vida de cada um, a humanidade precisa de mais união, pureza, compaixão e compreensão. Tudo de bom a todos! Obrigada aos que me acompanharam esse ano e me dedicaram recadinhos carinhosos e sempre tão otimistas. Tudo em dobro para todos que sempre me quiseram bem e um Feliz Ano Novo para o mundo que ainda acredita e vive o amor!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sinta!


Aquelas conversas sobre o homem ideal sempre rola entre amigas. São uma constante troca de opiniões, gostos, vivências, beijos, lágrimas, sorrisos e tudo que complete a bagagem que nos dá a certeza do que realmente queremos no futuro. Depois de mágoas choradas, desabafos colocados pra fora e muita figurinha trocada, ambas amigas se consolam baseando-se no mesmo clichê que todos usam nesses momentos: “Você ainda vai conseguir encontrar alguém ideal, seja otimista.”
O conselho pode ser até previsível, mas geralmente ajuda, surte um efeito de esperança, de compreensão, cumplicidade entre quem está dando e quem está recebendo. Mas é um conselho que pode também não servir para quem já tem no coração a certeza de ter encontrado a pessoa ideal, porém, o que altera a história agora já não é a falta da pessoa certa e sim a posse dessa pessoa. Não basta ter encontrado, necessita-se de ter a pessoa. Só que amiga é amiga, e sempre vai ter ouvidos, colo e conselhos para dar e vender. Aí é que mora o problema. Compreender o vazio, a falta de alguém, a busca, é muito mais fácil do que compreender o querer, o gostar por alguém que ainda não sabe ou não corresponde. Colo todo mundo sabe dar, conselhos brotam pelo mundo afora, mas silenciar diante dos sentimentos solitários dos outros é algo extinto. As pessoas já se acomodaram tanto no cargo de amiga conselheira que se esquecem de apenas ouvir, se esquecem de olhar de verdade, de se doarem as dores do próximo para assim conseguirem realmente entender. Só se preocupam em ajudar a partir de suas próprias experiências. Pensam em suas dores já vividas, problemas já superados ou não, e assim acham que a vida se faz de tudo aquilo que se pode poupar. Poupa-se um risco para evitar uma possível dor. Poupa-se uma expectativa para assim evitar uma possível frustração. Poupa-se uma entrega para tentar evitar uma desilusão. E assim por diante. A grande maioria das pessoas se concentra em impedir ao invés de simplesmente ir. É raríssimo ouvir alguém dizer: “Se arrisque mesmo sabendo que pode doer. Sonhe, crie expectativas e não pense no depois. Se jogue, se entregue e mesmo se houver uma desilusão acredite que tudo o que se sentiu antes vale mais a pena do que o não sentir nada.”
O mundo ficou frio e automático. As pessoas ficaram distantes e insensíveis. Elas falam, mas não escolhem as palavras. Elas ouvem, mas não escutam. Elas gostam, mas não amam, tem medo do amor. Elas se relacionam, mas não se entregam, não se mostram por completo. Elas ajudam, mas não doam, não se doam. Elas entendem, mas não compreendem. Elas aconselham, mas não se colocam no lugar do outro para saber se é válido o que dizem. Elas cuidam do coração, mas não sentem o (pelo) coração. Elas querem, mas acham que não podem. Elas existem, mas não vivem!
Portanto, quando uma amiga disser que entende, mas percebe-se que não compreende, pois continua aconselhando ao invés de silenciar, continua se preocupando em tentar ensinar o que se deve evitar ao invés de insistir e arriscar, continua acolhendo com carinho mas negando que lutar pelo que o coração quer pode doer futuramente, tenha pena! Tenha pena de quem segue a razão e não o coração. Tenha pena de quem não enxerga o que só o coração faz ter sentido. Tenha pena de quem ainda está com os olhos cegos, a boca nervosa, o tato receoso, a audição fraca, o olfato adormecido, e o coração racional. Intuição faz sentindo, sentir faz sentido, compreender faz sentido, esperar faz sentido, amar faz sentido, e tudo que faz sentido vale à pena!
Se alguma voz já sussurrou em seus ouvidos e tanto o tom como o sotaque fizeram seu coração pular, apure mais os ouvidos e continue escutando, não desista. Se uma gentileza, uma doçura, uma boa educação ou um coquetel completo de boas qualidades te deixou sem palavras, continue em silêncio, continue aprendendo a conhecer o que te faz bem, não resista. Se alguma personalidade te chamou a atenção, te deixou maravilhada com tamanha compatibilidade e te fez querer perder a noção das horas enquanto trocavam experiências, quebre o relógio, desligue o celular e esqueça o calendário pelo menos enquanto estão juntos, conheça mais, se perca do tempo. Se um poema que te indicaram fez sentido logo no momento em que mais precisava e te deixou sorrindo atoa, se delicie com tamanha doçura e acredite que ainda existe romantismo, sonhe mais. Se um elogio te fizer repensar sobre algo que acreditava incomodar e te deixar corada de vergonha, não esconda a alegria, inspire-se também e ame-se mais. Se um sorriso te deixar de pernas bambas, não esconda, se jogue, sorria de volta, sorria pro mundo, sorria mais todos os dias. Se te surpreenderem com paciência mesmo quando estiver falando abobrinhas e te deixarem a vontade como ninguém nunca fez, não duvide, esqueça a precaução, jogue mais conversas fora e perca tempo com quem também não se importa em perder tempo com você. Se um romantismo, uma fofura e uma simpatia cruzarem seu caminho ao mesmo tempo te deixando sem ar, abra os braços e abrace com vontade, acolha, retribua, acredite que é sincero e se doe também. Se tudo isso e mais um pouco bater a sua porta, não tenha medo, não fuja da felicidade, não se esconda do amor, não duvide da paixão. Suas pernas vão bambear, seu coração vai acelerar, borboletas vão se debater em seu estômago, suas mãos vão suar, seu pulmão vai parecer sem ar, seu mundo vai parecer girar mais rápido... Aproveite cada sensação, cada momento, cada segundo. Sua intuição vai falar e seu coração vai concordar. Assine o contrato que eles irão lhe propor e vá viver ao invés de existir. Vá amar ao invés de gostar. Vá sentir o que talvez sua amiga nunca tenha sentido e por isso ela lhe dirá para não acreditar que dessa vez é pra valer. Nunca duvide de si mesma. A verdade do que é ou não pra ser seu, estará sempre dentro de você! Acredite em si mesma, acredite que seu coração fala com você e perceba os sinais que seu corpo lhe dá. O mundo pode ter esquecido do amor, da sensibilidade, da compreensão e do silêncio que se faz necessário quando o que realmente importa acontece dentro de nós, mas você não precisa acompanhar a maioria. A minoria é sempre a exceção, e a exceção é sempre o que faz a diferença. A diferença que você fará no mundo é essa. Seja também uma raridade. Sinta!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O certo


Dia após dia, lá estava ela. Sentada na areia, admirando o céu e vasculhando o mar em busca dele. Depois do primeiro beijo entre eles ela só sabia da certeza que seu coração lhe dava. E ela sabia que ele sabia. Ela não tinha expectativas, ele não lhe deu motivos pra isso, mas ela tinha esperanças, sua intuição lhe deu certezas.
Mas naquele dia tudo estava diferente. Não só pelo calor maior da atmosfera, mas também pela aflição gigante que ela sentia tomar conta de si. O medo pelo tempo que corria e não lhe garantia nada. Seu coração doía cada segundo mais. Ter encontrado-o, mas não poder tê-lo, era dolorido. Uma dor que aumentava conforme ela insistia na rotina de todos os dias ao se contentar apenas em olhá-lo. Aquele dia não só estava como foi diferente.
Seus olhos sempre demonstravam firmeza, ela mantinha-os em cima dele a qualquer circunstância, como se fosse uma câmera registrando todos os detalhes de um filme que deveria ser visto depois inúmeras vezes. E ele sabia disso. Mas naquele dia ela largou o automático. Largou a firmeza. Permitiu-se exalar a dor. Ao invés de acompanhá-lo com os olhos enquanto ele saia do mar, ela simplesmente os abaixou em direção aos pés que brincavam aflitos com a areia. Deixou que as lágrimas escorressem silenciosamente. O que ela não esperava era que enquanto sentia o gosto salgado da dor, ele caminhava em sua direção...
Ele se ajoelhou a sua frente o mais próximo que pôde. Ela não teve tempo de entender o que estava acontecendo, muito menos de esconder as lágrimas. Ele sabia, sempre soube. Tocou-a suavemente no queixo e levantou seu rosto até a direção de seus olhos. Envergonhada e confusa, ela não conseguiu retribuir o olhar, abaixou os olhos e sentiu mais uma lágrima escorrer em sincronia com seu coração que acelerava cada segundo mais. Ele se aproximou dela. Ela sentia seu cheiro e ficou imóvel. Ele roçou seu nariz no dela. Ela sentiu uma onda de calafrio percorrer todo seu corpo e fechou os olhos desistindo de entender aquele momento. Calmamente ele elevou o rosto e beijou a pálpebra de um dos olhos dela. Completamente mais confusa ela sentia a umidade de seus olhos molharem a boca dele. Ela abriu os olhos e envergonhada olhou pra ele. Ele sabia que ela queria uma resposta. E então ela ouviu:
“Eu queria sentir o gosto da sua tristeza. Queria compartilhar disso, pra que possa diminuir.”
Ela sorriu, sorriu de felicidade e sentiu o coração aumentar de velocidade mesmo acreditando que não tivesse mais como. Suavemente ele tocou seu rosto e enxugou suas lágrimas. Ela continuava sorrindo, sentia dentro de si a felicidade tomando lugar da tristeza. Ele olhou fixamente pra ela, segurou-a firmemente pelo rosto e tocou seus lábios no radiante sorriso que ela lhe lançava. Ainda confusa, mas cada minuto mais otimista, ela tirou o sorriso do rosto e olhou bem pra ele. Ele sabia novamente, ela queria outra resposta. E então ela ouviu:
“Eu queria sentir o gosto da sua felicidade. Queria compartilhar disso também, pra que possa aumentar.”
E então ela sabia que ele também sabia. O coração dela estava certo. A intuição dela estava certa. Porque ele era o certo. Esperar valeu à pena!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O sonho pela metade

♫ “Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu”
(Amado – Vanessa da Mata)


Olho pra ele e vejo um sonho. Um sonho bom. Um sonho de amor. Um sonho de contos de fadas. Um sonho de anos. Um sonho enfim, realizado. Encontrá-lo foi mais do que um sonho. Encontrá-lo me provou que sonhos se concretizam mesmo que demore anos. Encontrá-lo me fez ver que acreditar é importante. Encontrá-lo me ensinou mais sobre ter esperanças. Tudo nele me faz ter certeza de que existe alguém no mundo do jeitinho que eu sempre quis, e finalmente tive a sorte de encontrar. Mesmo tendo o conhecido pouco, ainda assim percebo o quanto ele é completo e perfeito pra mim, chega a ser além do que eu planejava em sonhos. É como se eu desejasse o bom e encontrei o ótimo. Depois de muito sofrer por quem nem era tão bom pra mim, encontrar alguém que ultrapassa tudo em que eu pensava em viver, é mais do que sorte, mais do que felicidade, é quase destino, é pressa.
Um tanto quanto inconformista. Como se já não bastasse os anos em que esperei até encontrá-lo, agora tenho que esperar não sei mais quanto tempo para tê-lo. Parece desespero e acho que chega a ser mesmo. O mundo já anda tão perdido, tão desalmado que fez das pessoas insensíveis, desamorosas, desacreditadas em bons sentimentos, bons relacionamentos e almas gêmeas. Já é triste demais lidar com tudo isso e ainda lutar para não acompanhar a maioria. Considero-me então exceção, pois, acredito fielmente em amor, em pessoa certa, em bondade, paz e em tudo de bom que falta para o resto do mundo que se esqueceu ou simplesmente generalizou sentimentos, relacionamentos e até pessoas. Aquela velha história de joguinhos de sedução, de querer mas negar, de gostar mas fingir que não, de ter vontade de procurar mas esconder interesse, o famoso doce que todo mundo conhece, é algo que mesmo eu não gostando de fazer e nem de enfrentar, tive que aceitar, aprender a conviver e até a usar, praticamente uma lei de sobrevivência atual para relacionamentos. Se até hoje eu não concordo e muito menos gosto de viver isso, não será agora com meu suposto príncipe a postos em meu caminho que vou agüentar esperar.
Dói sentir que é meu, mas não é. Que é perfeito pra mim, mas não há nada que eu possa fazer para avançar etapas, para fazê-lo se sentir da mesma maneira. É como se ele tivesse aparecido na hora certa pra mim mas, eu apareci na hora errada pra ele. Incomoda perceber que os papéis estão trocados, que eu deveria estar sentada, calma, esperando ser conquistada e inversamente a isto, cá estou, com pressa, ansiosa, coração apertado, de pé pronta a correr atrás do que se mostrou ter nascido pra mim. Ter mas não ter é como tirar doce de criança. Saber que a pessoa existe, já esteve comigo, demonstrou reciprocidade e no dia seguinte tudo pareceu mudar, é aflição demais para os pensamentos. Acreditar que enfim a pessoa certa apareceu e tudo vai se encaixar numa linda história de amor, mas nada disso acontecer é frustrante. Esperar é frustrante. E a frustração faz parecer que então o sonho foi realizado só pela metade.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quando menos se espera, se encontra

Desde os meus seis anos de idade que eu já sabia o que queria. Eu tinha meu protótipo de príncipe dos sonhos formado. Fui crescendo e me apaixonando platonicamente sempre por meninos do mesmo estereótipo, mas na grande maioria das vezes eu não me envolvia com nenhum deles. Era simplesmente platônico mesmo. Aquela coisa de ver o cara, sentir o nervosismo na pele, querer estar junto, mas, ao mesmo contentar-se apenas com o contato visual. Era suficiente para mais um dia feliz, de sorriso bobo dançando no rosto e sonhos sendo vividos acordados. Talvez pela idade ou simplesmente falta de reciprocidade, eu não vivia esses meninos. O tempo passou, continuei tendo dentro de mim o padrão do homem dos meus sonhos, porém, eu já não me importava em procurá-lo como se só alguém assim bastasse. Sair da idade dos contos de fadas me fez enxergar que só um rostinho bonito não satisfaz. Mais do que tudo, eu aprendi que o que se carrega no coração e a pessoa que se é, são o que fazem realmente uma pessoa valer à pena ou não, ser bonita ou não.
Os caras que namorei, que gostei, ou o cara que amei, não foram nada parecidos com quem sempre esperei, no entanto, me faziam bem enquanto eu decidi estar com eles. Minha visão do que é belo e do homem certo pra mim já não se ligava mais ao que eu sempre vinha montando em sonhos e desejos. Diversas pessoas cruzaram meu caminho por todos esses anos e mesmo quando alguma delas me chamava atenção fisicamente me convidando a finalmente conhecer alguém que supriria os requisitos que eu sempre guardei, não dava certo. Seja por mim, pela pessoa, pelo destino, pela hora errada ou qualquer outro motivo. O fato é esse, eu até então nunca havia vivido alguém que correspondesse minhas expectativas seja fisicamente ou pessoalmente, faltava algo. A idéia de esperar o príncipe da atualidade foi se desfazendo na medida em que percebi que minha vida, meus gostos, minhas ultimas experiências e relacionamentos desmontaram todo esse protótipo. Conformei em talvez nunca encontrar alguém que se encaixasse em todo o padrão que criei. Nunca busquei perfeição, não me refiro a isso, até mesmo porque o homem dos meus sonhos não seria o homem dos sonhos de todas. Cada um com suas preferências. E defeito todo mundo tem, porém, eu quero aceitar os defeitos daquele cara que supostamente seria o melhor pra mim. A metade da minha laranja. A tampa da minha panela. Minha cara metade. Minha alma gêmea. Meu coração.
Pra me fazer acreditar que eu estou fazendo a escolha certa em viver certas pessoas e cultivar certos sentimentos, tem que haver muita química, conquista, saudades, borboletas no estômago, olhares intensos, momentos que valem a pena, dedicação, carinho, simpatia, charme, bom papo, respeito, educação e tudo que fique do lado da boa índole, das boas intenções. Ou seja, obviamente que no decorrer de todos esses anos da minha vida eu encontrei boas pessoas, achei raridades, bons corações, boas companhias, um quase grande amor se não fosse pelo final infeliz e um rolo muito enrolado que foi o único a conseguir abalar todas as minhas estruturas até mesmo com um único olhar. Mas logo se percebe, nenhum desses casos se tornou a certeza do melhor pra mim ou do meu suposto futuro, caso contrário, eu não estaria escrevendo esse texto, pois, pensaria ter encontrado meu homem dos sonhos. Eis que este ano de 2010 me fez acreditar que grandes surpresas viriam, pois esse seria meu ano e explico por que. Nasci no dia 10, do mês 10, às 10h10min da noite. Portanto, meu aniversário deste ano estava com a data de 10/10/2010, especial demais né? Nunca mais na minha vida eu verei esta data. Então tudo que é ligado ao número 10 certamente me favorece e me dá bons frutos.
Na comemoração do meu aniversário conheci uma pessoa que imediatamente prendeu minha atenção e me deu aquela sacudida. O cabelo, o sorriso, a altura, o físico, o jeito de olhar, tudo se encaixava no protótipo. Depois de conhecer e passar horas juntos, eu só conseguia pensar que aquela noite tinha sido um presente dos céus. A ficha não caia, eu pensava que no dia seguinte iria acordar e perceber que tudo havia sido um grande sonho bom. Mas não, para meu susto e felicidade, tudo foi real, real demais. O jeito de falar, de andar, de dançar, de tocar, de mexer no cabelo, o seu nome, seu jeito, sua educação, simpatia, doçura, a voz, a vida que leva, não havia nada nele que não me fizesse pensar nas ligações que eu fazia com tudo que sempre sonhei e até então não havia encontrado. É exatamente o que bem digo: quando menos se espera, se encontra. Voltei instantaneamente a acreditar que sonhos se realizam, por mais que demorem. Agradeci imensamente a Deus por ter me dado a oportunidade dessa realização, desse sonho bom que se tornou real, dessa chance de viver uma pessoa tão boa, tão certa pra mim. Já ouço me dizerem que me apaixonei, já ouço me dizerem que estou precipitada, ouço me dizerem que eu sempre me apaixono, ouço me dizerem que estou apaixonada por esse da mesma forma que pelo último. É chato ter tanta gente pra dar piteco, é o preço que pago por ser transparente com todo mundo, esse livro aberto como dizem. Mas pior do que isso é só a falta de compreensão. Quem me conhece então já deveria estar careca de saber sobre meus sonhos, verdadeiros amores, paixões e desilusões. Essa história seria só mais uma história sim, se esse cara fosse só mais um cara. E esse cara só não é apenas mais um cara como todos os outros, pois, ele tem TUDO que todos os outros não tinham, pelo menos não assim, completo. A única parte disso tudo que por enquanto ainda se parece com as outras histórias é que eu descobri primeiro que supostamente podemos dar certo, que pode existir sentimento e principalmente, que ele seria quem eu esperei todos esses anos. A dor da espera, a dor das dúvidas, a dor do receio pela falta de reciprocidade se faz presente também. Nem sempre a pessoa certa surge na hora certa. E aí pra não perder o costume, quem tem que esperar, é eu. Quem tem que sofrer pela expectativa de algo que nem se tem certeza ainda, sou eu. Não preciso que acreditem que enfim encontrei meu príncipe da atualidade. Ter realizado um sonho de 15 anos é o que vale, pior seria se eu nem nunca tivesse sonhos para serem conquistados. Por falar em conquista... Aqui vou eu para mais um novo jogo desses né? Espero perder, e espero que ele também perca, porque quem deve vencer esse jogo, é o amor! Perco-me pra ele, ele se perde pra mim e juntos perdemos para o amor, assim todos saem no lucro. E que lucro! A vocês que infelizmente fico devendo uma melhor explicação desses meus sentimentos que nunca se fazem valer em palavras, afinal, vai além de qualquer coisa que eu possa escrever, desejo que também percam para o amor no jogo da conquista e vivam a melhor parte da vida: ser surpreendida ao encontrar seu sonho de anos e perceber que ter esperanças vale a pena.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Que essa escolha nunca seja minha escolha


Basta olhar sua foto e tudo se apaga, o mundo passa a ter sentido só dentro de mim. Tudo que antes eram dúvidas abre espaço para um turbilhão de sentimentos que vem dos pés a cabeça. Meu estômago se contorce em meio a calafrios. Meus sentidos perdem os sentidos. Minha mente perde o controle dos movimentos corporais e tudo vai bambeando. Já não penso, não falo, apenas sinto. Cada pedacinho meu, deixa de ser meu, pra ser seu. Não há solução para controlar tanto descontrole. O coração palpita, palpita, palpita até doer. Dói de saudade. Dói por tamanha paixão. Dói por necessidade de você. Dói por querer tanto. Dói por não sentir a reciprocidade. Dói por esperar demais. Dói por não conseguir te expulsar. Dói por medo de ter que conviver com você aqui dentro mesmo já não te tendo em mais espaço nenhum. Uma chance parece se abrir em meu caminho. Outro alguém incrivelmente disposto a me ensinar a viver começa a tomar a cena. Esses intervalos de você estão abrindo caminho para uma distância entre nós que pode talvez durar para sempre. Não me deixe sozinha na cena, não me deixe sozinha no palco, não me deixe para o próximo ator. Ele é suficientemente bom, mas não é você. Ele me arranca sorrisos, mas não é você. Ele me supre desejos, mas não é você. Ele talvez até combine mais comigo, mas não é você. A idéia de jogar tudo no ar é convidativa, confesso. Tenho convivido com interrogações que me cutucam noite e dia, me forçam a pensar mesmo quando quero esquecer. Bem sei que posso estar lutando por uma batalha já ganha, podemos nunca estar no futuro um do outro, mas não posso desistir enquanto meu coração ainda pulsa pela chama que só você plantou.
A chance de ao menos tentar te deixar está batendo em minha porta. Ele também não é certeza, não é aliança de estabilidade e coquetel de bons sentimentos, mas ainda assim é mais real, mais possível, mais perto do que espero pra mim. O medo, a dúvida, ambos não me largam. Trocaria eles por vocês. Mas aí está o problema. Esse é o tipo de chance que jamais irei ter. Não posso optar por dois, não posso optar por ‘vocês’ dois. Às vezes tenho a impressão de que vocês são um só. O que falta em um, encontro no outro e vice-versa. Enquanto um me dá momentos únicos e raros em determinadas noites, o outro se faz presente todos os dias e me convida para uma troca de mimos e sonhos. Como me livrar do romantismo para ter só o contato físico de algumas noites, em poucas horas e sem promessas de ao menos uma ligação? Como me livrar da química, da paixão, da magia de momento para me derreter só com palavras em uma tela fria de um computador ou um celular? Nada é perfeito, nada é completo, eu sei, eu sei. Estou jogando o jogo de vocês. Enrolando para continuar rolando. Contudo, não há emocional que resista, ainda mais o meu, bobo que só, mais frágil que cristal. Forcei-me a ser mais forte do que eu mesma acreditava que poderia ser. Deu certo, até agora... Desmoronei e não consegui mais me juntar. Meus pedaços se espalharam. A propósito, se tiver alguma parte de mim escondida em vocês, devolva-me. Preciso me recompor. Preciso de mim.
Estou evitando pensar que algum dia existirá a necessidade de escolha, e se existir, que essa escolha nunca seja minha escolha. Prefiro acreditar ao máximo na teoria do destino. Dessa forma, não precisarei me decidir por vocês, ou por mim. Eu me quero. Te quero. Quero ele. Quero vocês. Quero nós. Sem ser junto e misturado, por favor! Cada um NA sua forma, cada um DA sua forma. Enquanto o destino não se encarrega daquela velha historinha sobre “o que tiver que ser, será”, continuarei apaixonada por um e encantada por outro. Bagunçado assim. Lindo quando possível. Dolorido quase sempre. E divertido até não poder mais. Parece loucura, e pode até ser. Desde que valha a pena, compensa. Fazendo a diferença, é o que importa. Nunca me contentei com o normal e o morno mesmo. Rolos nunca são sem graça, tem sempre uma pitada de sal ou açúcar pra aguçar. Então vamos rolar e enrolar. Que a paixão cresça e amadureça. Que o encanto evolua em qualidade e contentamento. E que tudo que sinto se faça valer o dobro em vocês.
E aí... Olho sua foto novamente... Os pensamentos param de fluir. As letras embaralham. Os olhos ficam cheios d’água e o coração diminui gradativamente, ficando apertadinho de dar dó, batendo desesperado como se um grito de socorro estivesse o sufocando. A dor que nele habita é a dor da dúvida, a dor de tantos sonhos talvez sem chance de concretização, a dor de uma futura e possível escolha... E só a hipótese de não mais te viver, mesmo que sozinha, é o que assusta. Uma paixão quase platônica, ímpar, mágica, intensa, sem igual e solitária. Não há mais como evitar... Continua lindo e triste sentir!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Desculpe se...


Uma amiga me disse que, eu quero acreditar nele por falta de ter outro alguém para acreditar. De certa forma eu acho que ela tem razão. O querer e o não ter se uniram e deles nasceu essa ânsia de querer viver algo e alguém que na verdade não são certezas. Tudo gira em torno daquela velha história, o medo da solidão e o desejo de um amor intenso. O coração bem sabe o que quer, mas como é verdade a retórica de que nem tudo que se quer se pode ter, abre-se espaço para aventuras. Eis que surge uma aventura que quer ser mais do que isso, porém não tanto quanto se espera. Um joguinho de conquista se inicia. Ele decide que quer e quanto mais difícil é, mais ele quer. Idas e vindas. Desiste e volta, não resiste e insiste. Ele é esperto, usa e abusa da sua autoconfiança, delira em sorrisos e convence na malícia. É safado, mas se esforça no respeito. É apressado, mas empolga com a espera. É fogoso, mas sabe ter calma para conquistar. É convencido em suas variadas artimanhas, cisma que pode e não para até conseguir. Canta versos, dedilha canções, promete mimos, combina dengos, escreve carinhos, demonstra paixão. Não há quem resista a um convite para o romantismo. Não há desconfiança que suporte tanto calor, carinho, beijos e declarações. Quando enfim a guarda abaixa e a chance é dada, lá se vai todo o sonho. O momento de aprovação, a possibilidade de fazer acontecer, a oportunidade de cumprir todos os desejos que estavam sendo montados parece assustar. Um escudo se opõe. Ele parece não ver que joga a chance fora, que abre caminho para a desconfiança fixar moradia, e aí meu amigo, aquele abraço. Não haverá mais tempo e nem excesso de fofura que destrua o muro da proteção. Uma vez vacinada, sempre vacinada.

Tentei acreditar, quis acreditar, mas parece que foi em vão. Intuição não falha. Não adianta mil demonstrações de carinho e desejo se na hora H tudo perde sentido. Quando existe a chance de convencer e selar a conquista, acontece à falha, fica o amargo gosto da espera, uma pontada de mentira que se faz suficiente para a sensação de engano se apresentar. Deixou a desejar, largou dívidas pós-promessas. A falta de expectativa se instalou, a preguiça de continuar tentando acreditar em alguém que não faz por onde quando deve é enorme. É frustrante abrir a porta e ninguém receber depois de muitas batidas. Insistiu, insistiu e não esperou o resultado, ou se esperou, não soube receber. Tanto quis que quando ganha, retrai. É demais pra você? Batalhou mas queria receber menos que isso? Desculpe se sou inteira. Desculpe se sou 100% amor. Desculpe se acredito demais nos sentimentos. Desculpe se sou intensa. Desculpe se quando resolvo confiar, confio mais do que você merece. Desculpe se meus carinhos ultrapassam o que você conhece. Desculpe se procuro suspiros. Desculpe se não sei ser morna. Desculpe se espero muito das pessoas que me conquistam. Desculpe se meus sorrisos chegam a ser exaustivos de tão sinceros. Desculpe se eu prefiro sempre a verdade. Desculpe se sou sincera demais. Desculpe se sou calorosa demais. Desculpe se só tenho olhares expressivos. Desculpe se sou delirantemente impulsiva. Desculpe se sou mimada. Desculpe se só sei ser bondosa. Desculpe se sou muito profunda. Desculpe se estou sempre em busca do que me acrescente. Desculpe se tenho a mania de esperar corações enormes. Desculpe se me encanto por quem me tira o ar. Desculpe se adoro quem me deixa com saudades e depois a cessa. Desculpe se sou alegre quase todo o tempo. Desculpe se minhas crises de risos e gargalhadas múltiplas são constantes. Desculpe se sou viciada em doçuras. Desculpe se amo sonhar. Desculpe se sou ingênua. Desculpe se não gosto de tudo que é sério demais. Desculpe se valorizo quem fala e faz. Desculpe se acreditei em você na hora errada. Desculpe se sou boa demais pra você!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O não corresponder, já correspondendo...

É espinhoso demais aceitar a idéia de que você me quer, mas, está abrindo mão mesmo do pouco que temos simplesmente por pensar que não poderia me corresponder, me preencher. Sua forma de demonstrar que pensa em mim, no meu bem estar antes de atender a seu querer, é linda e triste. Queria eu conseguir conviver com essa sua suposta opção. Seguir em frente sem olhar pra trás e me confortar no fato de que você me deixou ir não pela falta de sentimento, mas sim pelo cuidado, pela precaução em não querer me magoar. Um sacrifício seu que parece doer mais em mim. E olha que de sacrifícios eu entendo. Por todos esses meses eu guardei sentimento por você, escolhi não expor para não te assustar, para te dar espaço, tempo e a opção de se sentir desvinculado de mim, por mais que não fosse isso que eu quisesse. Engoli o choro em diversas noites poupando você da preocupação comigo ou do desespero de não querer ninguém aos seus pés. Nunca me meti na sua vida, no seu jeito, sempre aceitei, perdoei, fingi alegria enquanto na verdade meu coração despedaçava por dentro ao te ver envolvendo outras e eu sonhando com a próxima vez em que estaria no lugar delas. Nosso rolo, seus erros, seus milhares de pedidos de desculpas, seus olhares de culpa, tudo que até então vivemos foi me marcando e eu escolhi sempre por evitar discussões, cobranças, eu cedia o caminho mais fácil a você na esperança de que no fim das contas a minha tranqüilidade e paciência fizessem somar pontos a meu favor. Como eu disse... De sacrifícios eu bem entendo. Anulei minhas vontades, expressões, choros, risos, medos, sensações e sentimentos a todo esse tempo enquanto você vivia como se ninguém estivesse saindo machucado depois das suas impulsivas escolhas de uma noite só.
O segredo enfim revelei. O que parecia tão difícil analisado teoricamente se fez muito mais fácil na prática. Já não preciso mais esconder minhas angústias, vontades e sensibilidades. Posso fechar os olhos quando você me tocar. Posso me entregar aos seus abraços. Posso te apertar de saudade. Posso liberar a alegria quando te encontro. Posso sorrir quando receber seus beijos. Posso me jogar sem medo aos seus olhares de desejo. Não há mais nada que eu precise esconder, mesmo que ainda haja segredos que eu prefira guardar. Contudo, volto a repetir, não só sua atitude, mas tudo entre nós tem sido lindo e triste. Enquanto sua voz destaca seu medo em volta das palavras e me informa a falta da correspondência, o receio de uma futura mágoa e o pré-julgamento sobre não merecer meu sentimento, seus olhos tristes transmitem calor, compaixão, vontade. Seu corpo fala. Seu calor exala e transmite mais do que ardência, transmite também um arrepio, uma sintonia que me pega de surpresa. Suas mãos procuram minha pele a todo tempo, afagam meu cabelo da forma mais generosa e admirável, contornam meu rosto, modelam os fios de cabelo que cobrem minha visão. Sua boca revela doçura contida no desejo, uma ambição suave, um carinho quente cheio de respeito, beijos demorados, lentos, derretidos, desses que fazem o coração pular e os olhos enxerem d’água. Beijos transbordando paixão. Beijos que fazem ambas as bocas esboçarem sorrisos no meio de todo o embalo. Uma troca de energia e intensidade que palavra nenhuma poderia destruir. Típica sensação que fala mais do que qualquer voz convicta. Não existe nada que destrua o que se pode sentir quando a reciprocidade surpreende até quem pensava que não poderia se apaixonar. Minha revolta se faz presente depois de ter sentido que já existe correspondência mesmo enquanto você diz que não. Pode ser que sua vontade estivesse concentrada no ‘não posso’, ‘não quero’ e ‘não vou’, mas seu lado emocional ultrapassou o racional nessa corrida e se fez valer a meus instintos. Tive a confirmação do que há muito tempo eu vinha dedilhando em pensamentos. Meu gostar até então parece bem maior do que o seu, nossa sintonia parece ainda ser diferente, meu grau de sentimento é mais elevado devido a minha entrega, porém isso não destrói a existência do seu também gostar, seja ele menor ou mais reservado a sua maneira. Tente esconder, não irá mais conseguir. Eu ouvi o que precisava pra pensar em desistir, mas senti o que não esperava pra me fazer continuar. Enquanto houver possibilidades e demonstrações espontâneas de reciprocidade por menor que seja, eu continuarei cobiçando você. Para o meu coração não existe impossibilidades e desesperanças, pelo contrário. A sede de sonhos, a bondade excessiva e os intensos e puros sentimentos sempre fizeram e fazem de mim a guerreira do amor. Não desisto até saber que não vale à pena ou que certas pessoas não são pra mim. Até então eu enxergo luz no fim do túnel. Demorada mas evolutiva essa nossa relação. Sei que é uma espera sem garantias, mas também é um sentir tão intenso e lindo que mesmo triste me faz sorrir. O peso da balança está prevalecendo para os pontos positivos. A decepção não parece conseguir lugar por aqui. Ela só consegue se aconchegar nas histórias daqueles em que depositam muita expectativa em cima do outro acreditando que sua felicidade depende de alguém, e esse não é o meu caso. É horrível, mas é verdade, pois, eu nada espero até então. Eu quero, mas não espero. O que vier é lucro, e se não vier, tudo continuará na mesma, afinal, eu já não esperava mesmo. Não despejar nossos sonhos na competência do outro ajuda bastante na sensação de leveza. É mais fácil ser feliz com surpresas.
A verdade sempre esteve ao seu lado, por mais erros que tenha cometido, ainda assim eu conseguia identificar a sinceridade em muitos dos seus pedidos de perdão e palavras carinhosas. Aprendi a aceitar a dolorida verdade, ao invés de viver mentiras que confortavam, mas no final lambuzavam a tristeza na minha cara. Esse é um dos pontos que contei ao perceber que não queria desistir de você. Você é o que é, faz o que quer, mas não nega, não esconde e se for necessário assume os erros e tenta concertar, mesmo que pra isso pense em anular sua vontade para não mais me machucar. É por isso que digo que vou persistir. Quero ter a escolha. Quero encontrar a chave que abre sua porta. Quero ser a guerreira que além de buscar o amor, destruirá o gelo que adormece seu coração. Quero te salvar do medo, do bloqueio, da contradição. Não vou andar pra frente e te largar pra trás. Sua voz disse não e seu corpo disse sim. Você falou sobre não corresponder, já correspondendo. Ando sentindo tudo muito confuso e nebuloso, mas de uma coisa eu tenho certeza. Meu sentimento por você é de coração, puro e intenso. Único! Ninguém jamais fará por você o que estou fazendo agora. Além de ser sua guerreira, te dedico noites, sonhos e palavras. Não há prova maior do que a espera, não há inocência maior do que a minha ao te entregar meu coração e acima de tudo, meus pensamentos e declarações...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O possível e o irreal

Ainda me lembro daquele sonho em que você me dizia para não deixá-lo ir, para não ficar parada, para fazer algo que o trouxesse de volta pra perto, que acendesse novamente o interesse dele. Lembro-me da convicção no seu tom de voz e na certeza que você transmitia no olhar com o intuito de me convencer a me mover, a batalhar por ele. Eu senti que você me impulsionava e me apoiava como se estivesse tudo bem em me ver com outro. Um sonho maluco onde coadjuvante não servia pra nada e o local do sonho só fazia tudo parecer mais real. Um sonho que me deixou com sensação de aviso.

Sinto-me mesmo de mãos atadas, com o coração pedindo e a vida contrariando. Tentar é o que eu faço sempre antes de desistir, mas o que não faz sentido é ele ao invés de você. Na realidade tudo teria possibilidades de acontecer se o conselho viesse dele e o cara pelo qual eu deveria lutar fosse você. No entanto aqui estou, com ele sendo possível e com você sendo irreal.

Por ele eu nunca lutei, pelo menos não ainda. Os mal entendidos que já existiram entre nós não me incomodavam tanto, não me deixavam com necessidade de resolução. O silêncio e talvez a indiferença, falam por mim e por isso ele acaba demonstrando que não resisti, volta, quer e expõe a vontade. Ele tem um jeito suave de elogiar mesmo quando diz algo indiscreto. Ele usa seu bom humor da melhor forma possível e arranca sorrisos de mim mesmo se eu estivesse chorando. Seu desejo me envolve, eleva meu poder. Seu sorriso me convida, me chama e geralmente não resisto. Seu olhar tem segundas, terceiras, quartas intenções e me fazem sentir pequenina, mas também mulher. Seu abraço me acolhe. Seus beijos me envolvem. Seus carinhos me mimam. Ele me distrai, me mata de rir, me alivia de qualquer pensamento ruim e me preenche por momentos. Seu defeito? O pior talvez seja me querer demais. O querer dele vai além do que eu queira dar, do que eu esteja pronta a dar. O querer dele é às vezes bem claro, não me transmiti confiança, não me dá certeza, só me faz pensar que serei mais uma usada. Ele tem um encanto que poderia destruir - se quisesse e usasse bem - o que ainda me faz ter pé atrás. Mas aí entra você...

Por você eu já lutei demais e continuo lutando. Nossos vários mal entendidos fazem de mim uma perturbada que não sossega até encontrá-lo para resolver nem que seja metade da questão, afinal, nosso rolo tem sempre um rolo não é? Com você não existe silêncio, existe ruído, aquele incômodo que fala por si a todo tempo dentro de mim. A indiferença é algo que eu imploro a Deus pra colocar em mim, mas coração apaixonado desconhece a indiferença, são inimigos, enfim, desisti. Você tem um jeito único, especial, diferente, misterioso, charmoso e louco de me tirar do sério, de me tirar de mim mesma, de me calar, de me deixar completamente impulsiva e irracional. Seu jeito causa em mim o que nunca me faltou, facilidade de expressão, palavras. Acordo dia e noite em busca de algo que me permita dizer às pessoas o que é que eu sinto afinal quando te vejo, quando te sinto, quando penso em você... Quanto mais eu tento, mais me enrolo, pois, nada do que eu diga se compara ao real sentimento dentro de mim, nada é suficiente, nada basta para decifrar o tudo que você causa em mim. Você me olha e eu sinto as pernas bambearem. Você me abraça e perco os sentidos, me jogo. Seu cheiro, sua pele, sua voz, seu gosto, tudo é perfeito pra mim, tudo é convidativo, gruda. Tudo em você me faz eu me perder. Você erra, pisa na bola, fere a confiança que depositei e continuo ali, não sinto raiva. Você opta por ficarmos longe algumas noites e eu não te odeio por isso, simplesmente tenho inveja de quem pode estar com você. Nada do que você faça pra me afastar, mesmo que seja sem querer, funciona. Como já diz Skank:

“Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...”

Você é assim. Paixão, intensidade, carinho, pernas bambas, respiração acelerada, coração a mil, borboletas no estômago, vontade de chamego, um querer além do que eu consiga esconder, louca sensação, magia, química, suspiros, tremores, perda de sentidos, o mundo se apaga, só vejo você, te acho lindo, tchuco, seu sorriso me dá certeza do que preciso pra viver, mãos geladas, medo de falar besteira, impulsividade, abraços intermináveis, saudade que nunca cessa, inexplicável vontade de você. E mais uma vez, nada disso se compara ao irreal que você me causa!

Agora me diz, posso deixá-lo ir?