Desde os meus seis anos de idade que eu já sabia o que queria. Eu tinha meu protótipo de príncipe dos sonhos formado. Fui crescendo e me apaixonando platonicamente sempre por meninos do mesmo estereótipo, mas na grande maioria das vezes eu não me envolvia com nenhum deles. Era simplesmente platônico mesmo. Aquela coisa de ver o cara, sentir o nervosismo na pele, querer estar junto, mas, ao mesmo contentar-se apenas com o contato visual. Era suficiente para mais um dia feliz, de sorriso bobo dançando no rosto e sonhos sendo vividos acordados. Talvez pela idade ou simplesmente falta de reciprocidade, eu não vivia esses meninos. O tempo passou, continuei tendo dentro de mim o padrão do homem dos meus sonhos, porém, eu já não me importava em procurá-lo como se só alguém assim bastasse. Sair da idade dos contos de fadas me fez enxergar que só um rostinho bonito não satisfaz. Mais do que tudo, eu aprendi que o que se carrega no coração e a pessoa que se é, são o que fazem realmente uma pessoa valer à pena ou não, ser bonita ou não.
Os caras que namorei, que gostei, ou o cara que amei, não foram nada parecidos com quem sempre esperei, no entanto, me faziam bem enquanto eu decidi estar com eles. Minha visão do que é belo e do homem certo pra mim já não se ligava mais ao que eu sempre vinha montando em sonhos e desejos. Diversas pessoas cruzaram meu caminho por todos esses anos e mesmo quando alguma delas me chamava atenção fisicamente me convidando a finalmente conhecer alguém que supriria os requisitos que eu sempre guardei, não dava certo. Seja por mim, pela pessoa, pelo destino, pela hora errada ou qualquer outro motivo. O fato é esse, eu até então nunca havia vivido alguém que correspondesse minhas expectativas seja fisicamente ou pessoalmente, faltava algo. A idéia de esperar o príncipe da atualidade foi se desfazendo na medida em que percebi que minha vida, meus gostos, minhas ultimas experiências e relacionamentos desmontaram todo esse protótipo. Conformei em talvez nunca encontrar alguém que se encaixasse em todo o padrão que criei. Nunca busquei perfeição, não me refiro a isso, até mesmo porque o homem dos meus sonhos não seria o homem dos sonhos de todas. Cada um com suas preferências. E defeito todo mundo tem, porém, eu quero aceitar os defeitos daquele cara que supostamente seria o melhor pra mim. A metade da minha laranja. A tampa da minha panela. Minha cara metade. Minha alma gêmea. Meu coração.
Pra me fazer acreditar que eu estou fazendo a escolha certa em viver certas pessoas e cultivar certos sentimentos, tem que haver muita química, conquista, saudades, borboletas no estômago, olhares intensos, momentos que valem a pena, dedicação, carinho, simpatia, charme, bom papo, respeito, educação e tudo que fique do lado da boa índole, das boas intenções. Ou seja, obviamente que no decorrer de todos esses anos da minha vida eu encontrei boas pessoas, achei raridades, bons corações, boas companhias, um quase grande amor se não fosse pelo final infeliz e um rolo muito enrolado que foi o único a conseguir abalar todas as minhas estruturas até mesmo com um único olhar. Mas logo se percebe, nenhum desses casos se tornou a certeza do melhor pra mim ou do meu suposto futuro, caso contrário, eu não estaria escrevendo esse texto, pois, pensaria ter encontrado meu homem dos sonhos. Eis que este ano de 2010 me fez acreditar que grandes surpresas viriam, pois esse seria meu ano e explico por que. Nasci no dia 10, do mês 10, às 10h10min da noite. Portanto, meu aniversário deste ano estava com a data de 10/10/2010, especial demais né? Nunca mais na minha vida eu verei esta data. Então tudo que é ligado ao número 10 certamente me favorece e me dá bons frutos.
Na comemoração do meu aniversário conheci uma pessoa que imediatamente prendeu minha atenção e me deu aquela sacudida. O cabelo, o sorriso, a altura, o físico, o jeito de olhar, tudo se encaixava no protótipo. Depois de conhecer e passar horas juntos, eu só conseguia pensar que aquela noite tinha sido um presente dos céus. A ficha não caia, eu pensava que no dia seguinte iria acordar e perceber que tudo havia sido um grande sonho bom. Mas não, para meu susto e felicidade, tudo foi real, real demais. O jeito de falar, de andar, de dançar, de tocar, de mexer no cabelo, o seu nome, seu jeito, sua educação, simpatia, doçura, a voz, a vida que leva, não havia nada nele que não me fizesse pensar nas ligações que eu fazia com tudo que sempre sonhei e até então não havia encontrado. É exatamente o que bem digo: quando menos se espera, se encontra. Voltei instantaneamente a acreditar que sonhos se realizam, por mais que demorem. Agradeci imensamente a Deus por ter me dado a oportunidade dessa realização, desse sonho bom que se tornou real, dessa chance de viver uma pessoa tão boa, tão certa pra mim. Já ouço me dizerem que me apaixonei, já ouço me dizerem que estou precipitada, ouço me dizerem que eu sempre me apaixono, ouço me dizerem que estou apaixonada por esse da mesma forma que pelo último. É chato ter tanta gente pra dar piteco, é o preço que pago por ser transparente com todo mundo, esse livro aberto como dizem. Mas pior do que isso é só a falta de compreensão. Quem me conhece então já deveria estar careca de saber sobre meus sonhos, verdadeiros amores, paixões e desilusões. Essa história seria só mais uma história sim, se esse cara fosse só mais um cara. E esse cara só não é apenas mais um cara como todos os outros, pois, ele tem TUDO que todos os outros não tinham, pelo menos não assim, completo. A única parte disso tudo que por enquanto ainda se parece com as outras histórias é que eu descobri primeiro que supostamente podemos dar certo, que pode existir sentimento e principalmente, que ele seria quem eu esperei todos esses anos. A dor da espera, a dor das dúvidas, a dor do receio pela falta de reciprocidade se faz presente também. Nem sempre a pessoa certa surge na hora certa. E aí pra não perder o costume, quem tem que esperar, é eu. Quem tem que sofrer pela expectativa de algo que nem se tem certeza ainda, sou eu. Não preciso que acreditem que enfim encontrei meu príncipe da atualidade. Ter realizado um sonho de 15 anos é o que vale, pior seria se eu nem nunca tivesse sonhos para serem conquistados. Por falar em conquista... Aqui vou eu para mais um novo jogo desses né? Espero perder, e espero que ele também perca, porque quem deve vencer esse jogo, é o amor! Perco-me pra ele, ele se perde pra mim e juntos perdemos para o amor, assim todos saem no lucro. E que lucro! A vocês que infelizmente fico devendo uma melhor explicação desses meus sentimentos que nunca se fazem valer em palavras, afinal, vai além de qualquer coisa que eu possa escrever, desejo que também percam para o amor no jogo da conquista e vivam a melhor parte da vida: ser surpreendida ao encontrar seu sonho de anos e perceber que ter esperanças vale a pena.
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