terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Meu ano 10 é 2010


Lá se vai mais um ano, e junto dele tudo o que vivi. Difícil saber por onde começar... 2010 chegou trazendo a certeza de que seria especial, pelo menos pra mim. 2010 talvez seja o ano mais marcante da minha vida, não por algum motivo espetacular ou acontecimento inédito, mas sim por ser um ano 10, uma data em que o número significa muito pra mim e fez principalmente do meu aniversário um marco na minha história (10/10/10). 2010 veio pra mim como um amuleto de sorte, um ano em que tudo de ruim poderia acontecer e ainda assim eu estaria bem, me sentiria privilegiada, me sentiria otimista, me sentiria no meu ano, e é por isso que 2010 me deixará logo logo com a sensação de uma despedida dolorida, irá partir levando algum pedacinho de mim, e eu não nego o receio pela entrada de 2011. Meu ano está indo, não há como evitar o pensamento sobre como vai ser os próximos 365 dias sem a proteção de sorte do meu 10. Durante esse ano além de datas marcantes eu pude viver pessoas marcantes. Descobri que ainda conseguia me apaixonar, perdidamente, platonicamente e incansavelmente. Descobri o quanto sou forte, insistente, amiga, companheira, baladeira, elétrica, comunicativa, expansiva, animada, compreensiva e mais ‘N’ coisas que me fizeram me amar mais, me valorizar mais, ser amiga de mim mesma e acreditar. Nesse ano também tive um sonho de toda a vida realizado. Ganhei minha cachorrinha, a Cassie, uma yorkshire linda, fofa, elétrica, louca, amorosa, que fez dos meus dias mais felizes, das minhas noites mais gratas, dos meus sorrisos mais alegres e dos meus carinhos e cuidados mais presentes (se é que isso é possível). Ela se tornou uma parte de mim, da minha família e do meu amor incondicional, sem ela já não fico. 2010 também me trouxe mais liberdade, mais desapego e confiança por parte paternal. Pude enfim me sentir mais próxima da vida lá fora, das pessoas, da noite, do luar, estrelas e nascer do sol, afinal eu saio de noite e volto de manhã. Ganhei mil momentos especiais, incansáveis crises de risos, terríveis dores nos pés (que nem me importo em ter tido) devido aos finais de semana em que eu me acabava em pistas de danças, olhares expressivos, sorrisos incontidos, lágrimas, medos, esperas, expectativas, a certeza da amizade, companheirismo, diversos desencontros, mensagens de madrugada, ligações perdidas, sacrifícios, alegrias, surpresas... Até mesmo o que poderia significar algumas dores, ainda assim me serviu de bons frutos pra depois poder sorrir e erguer a cabeça querendo mais é viver, viver e viver!
2010 foi paixão, história, amizade, companheirismo, abraços, bondade, danças, risos, sorrisos, lágrimas, mãos dadas, conselhos, conversas jogadas fora, conversas úteis, maturidade, auto-estima, amor, espera, perdão, juízo, compreensão, sorte, Deus, família, amigas, sonhos, esperanças, preguiça, sono, paciência, busca, intuições... Vivi tanta coisa que nem caberia aqui. Tive de tudo um pouco pra poder dizer que apesar dos pesares, valeu mais do que a pena. 2010 foi ótimo, foi proveitoso, foi um desfrute que me fez bem, me fez melhor, me fez ter a certeza de que tudo me rendeu algum aprendizado e é por ter sido tudo dessa forma que o gostinho de quero mais já monta abrigo por aqui, fazendo com que 2011 tenha certa responsabilidade. Tudo que é bom dura pouco... 2010 voou, 2011 já bate na porta e eu ainda não quero deixá-lo entrar. Que toda a energia boa de 2010 se faça presente na virada do ano e se multiplique durante o resto dos dias. Tudo que vivi e aprendi nesse ano, será necessário ao próximo e assim por diante. Sempre melhor, melhor e melhor... Desejo a todos que aqui acessam, um perfeito réveillon, e um ótimo Ano Novo! Muito amor e paz no coração de todos e que Deus abençoe a bondade e o ‘sentir’ na vida de cada um, a humanidade precisa de mais união, pureza, compaixão e compreensão. Tudo de bom a todos! Obrigada aos que me acompanharam esse ano e me dedicaram recadinhos carinhosos e sempre tão otimistas. Tudo em dobro para todos que sempre me quiseram bem e um Feliz Ano Novo para o mundo que ainda acredita e vive o amor!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sinta!


Aquelas conversas sobre o homem ideal sempre rola entre amigas. São uma constante troca de opiniões, gostos, vivências, beijos, lágrimas, sorrisos e tudo que complete a bagagem que nos dá a certeza do que realmente queremos no futuro. Depois de mágoas choradas, desabafos colocados pra fora e muita figurinha trocada, ambas amigas se consolam baseando-se no mesmo clichê que todos usam nesses momentos: “Você ainda vai conseguir encontrar alguém ideal, seja otimista.”
O conselho pode ser até previsível, mas geralmente ajuda, surte um efeito de esperança, de compreensão, cumplicidade entre quem está dando e quem está recebendo. Mas é um conselho que pode também não servir para quem já tem no coração a certeza de ter encontrado a pessoa ideal, porém, o que altera a história agora já não é a falta da pessoa certa e sim a posse dessa pessoa. Não basta ter encontrado, necessita-se de ter a pessoa. Só que amiga é amiga, e sempre vai ter ouvidos, colo e conselhos para dar e vender. Aí é que mora o problema. Compreender o vazio, a falta de alguém, a busca, é muito mais fácil do que compreender o querer, o gostar por alguém que ainda não sabe ou não corresponde. Colo todo mundo sabe dar, conselhos brotam pelo mundo afora, mas silenciar diante dos sentimentos solitários dos outros é algo extinto. As pessoas já se acomodaram tanto no cargo de amiga conselheira que se esquecem de apenas ouvir, se esquecem de olhar de verdade, de se doarem as dores do próximo para assim conseguirem realmente entender. Só se preocupam em ajudar a partir de suas próprias experiências. Pensam em suas dores já vividas, problemas já superados ou não, e assim acham que a vida se faz de tudo aquilo que se pode poupar. Poupa-se um risco para evitar uma possível dor. Poupa-se uma expectativa para assim evitar uma possível frustração. Poupa-se uma entrega para tentar evitar uma desilusão. E assim por diante. A grande maioria das pessoas se concentra em impedir ao invés de simplesmente ir. É raríssimo ouvir alguém dizer: “Se arrisque mesmo sabendo que pode doer. Sonhe, crie expectativas e não pense no depois. Se jogue, se entregue e mesmo se houver uma desilusão acredite que tudo o que se sentiu antes vale mais a pena do que o não sentir nada.”
O mundo ficou frio e automático. As pessoas ficaram distantes e insensíveis. Elas falam, mas não escolhem as palavras. Elas ouvem, mas não escutam. Elas gostam, mas não amam, tem medo do amor. Elas se relacionam, mas não se entregam, não se mostram por completo. Elas ajudam, mas não doam, não se doam. Elas entendem, mas não compreendem. Elas aconselham, mas não se colocam no lugar do outro para saber se é válido o que dizem. Elas cuidam do coração, mas não sentem o (pelo) coração. Elas querem, mas acham que não podem. Elas existem, mas não vivem!
Portanto, quando uma amiga disser que entende, mas percebe-se que não compreende, pois continua aconselhando ao invés de silenciar, continua se preocupando em tentar ensinar o que se deve evitar ao invés de insistir e arriscar, continua acolhendo com carinho mas negando que lutar pelo que o coração quer pode doer futuramente, tenha pena! Tenha pena de quem segue a razão e não o coração. Tenha pena de quem não enxerga o que só o coração faz ter sentido. Tenha pena de quem ainda está com os olhos cegos, a boca nervosa, o tato receoso, a audição fraca, o olfato adormecido, e o coração racional. Intuição faz sentindo, sentir faz sentido, compreender faz sentido, esperar faz sentido, amar faz sentido, e tudo que faz sentido vale à pena!
Se alguma voz já sussurrou em seus ouvidos e tanto o tom como o sotaque fizeram seu coração pular, apure mais os ouvidos e continue escutando, não desista. Se uma gentileza, uma doçura, uma boa educação ou um coquetel completo de boas qualidades te deixou sem palavras, continue em silêncio, continue aprendendo a conhecer o que te faz bem, não resista. Se alguma personalidade te chamou a atenção, te deixou maravilhada com tamanha compatibilidade e te fez querer perder a noção das horas enquanto trocavam experiências, quebre o relógio, desligue o celular e esqueça o calendário pelo menos enquanto estão juntos, conheça mais, se perca do tempo. Se um poema que te indicaram fez sentido logo no momento em que mais precisava e te deixou sorrindo atoa, se delicie com tamanha doçura e acredite que ainda existe romantismo, sonhe mais. Se um elogio te fizer repensar sobre algo que acreditava incomodar e te deixar corada de vergonha, não esconda a alegria, inspire-se também e ame-se mais. Se um sorriso te deixar de pernas bambas, não esconda, se jogue, sorria de volta, sorria pro mundo, sorria mais todos os dias. Se te surpreenderem com paciência mesmo quando estiver falando abobrinhas e te deixarem a vontade como ninguém nunca fez, não duvide, esqueça a precaução, jogue mais conversas fora e perca tempo com quem também não se importa em perder tempo com você. Se um romantismo, uma fofura e uma simpatia cruzarem seu caminho ao mesmo tempo te deixando sem ar, abra os braços e abrace com vontade, acolha, retribua, acredite que é sincero e se doe também. Se tudo isso e mais um pouco bater a sua porta, não tenha medo, não fuja da felicidade, não se esconda do amor, não duvide da paixão. Suas pernas vão bambear, seu coração vai acelerar, borboletas vão se debater em seu estômago, suas mãos vão suar, seu pulmão vai parecer sem ar, seu mundo vai parecer girar mais rápido... Aproveite cada sensação, cada momento, cada segundo. Sua intuição vai falar e seu coração vai concordar. Assine o contrato que eles irão lhe propor e vá viver ao invés de existir. Vá amar ao invés de gostar. Vá sentir o que talvez sua amiga nunca tenha sentido e por isso ela lhe dirá para não acreditar que dessa vez é pra valer. Nunca duvide de si mesma. A verdade do que é ou não pra ser seu, estará sempre dentro de você! Acredite em si mesma, acredite que seu coração fala com você e perceba os sinais que seu corpo lhe dá. O mundo pode ter esquecido do amor, da sensibilidade, da compreensão e do silêncio que se faz necessário quando o que realmente importa acontece dentro de nós, mas você não precisa acompanhar a maioria. A minoria é sempre a exceção, e a exceção é sempre o que faz a diferença. A diferença que você fará no mundo é essa. Seja também uma raridade. Sinta!