Todos os dias da minha vida eu sou julgada. Julgada por um motivo, um sentimento que não deveria nunca ter sido esquecido, generalizado ou até mesmo sido transformado em sofrimento. Desde pequena que carrego dentro de mim a sensação de que sou diferente desse mundo neste século. É como se eu tivesse nascido atrasada. Às vezes nada parece se encaixar, nada parece aceitável. Fico imaginando todas as pessoas a minha volta como simples futilidades. A imaturidade se tornou constante. Ninguém parece querer crescer em um mundo onde os relacionamentos e os sentimentos foram taxados como acontecimentos apenas da vida de nossos pais. E o amor foi banalizado, virou motivo de chacota, vergonha. Alguns dizem até que o amor não existe ou que todos que amam perdem suas identidades e vivem em um mundo da lua. Infelizmente todos que aderiram a essa moda nunca conseguirão ter uma vida completamente feliz regada de verdades e sinceridades.
O amor não é algo que só existe entre um homem e uma mulher. Jamais deveriam ter deixado esse valor maior se apagar do coração da maioria da sociedade. Corações de pedra não são e nunca serão capazes de enxergar do que o mundo e as pessoas precisam para que tudo se torne a paz que muitos buscam e não encontram. Paz mundial é nada mais nada menos do que o resultado do que o amor constrói. O amor pode concertar qualquer estrago. Amor não é e nem nunca será sinônimo de sofrimento. O contrário do amor é a falta de respeito, de consideração, é incompreensão e principalmente a indiferença. Nem mesmo o ódio é capaz de fugir do amor. Ambos andam juntos, de mãos dadas, onde existe amor, existe ódio. São sentimentos de um mesmo valor que só nascem a partir um do outro, ou seja, só podem também morrer juntos, um vai estar onde o outro estiver.
Quem tem medo de amar é covarde. Pensam que amando, se apaixonando, vão estar vulneráveis para que uma hora a decepção chegue e faça do amor um motivo de angústia. Muitos perdem a mágica do amor por medo de terem seus corações quebrados. Amor de verdade é aquele que completa e concerta tudo, não importa o que aconteça, não importa os obstáculos, as pedras no caminho... Onde existe amor, existe vitória. Só é amor de verdade àquele que passa por aprovações e mesmo assim continua firme, crescendo cada dia mais no coração dos amantes.
A pessoa que abre mão do amor por medo de sofrer e vai viver outras coisas achando que isso preencherá o vazio do peito está enganado. Sempre chega para todas essas pessoas um momento em que elas não sabem nem mais o que querem. Dentro delas tudo vira motivo de guerra, dúvida, falta de personalidade, competição, disputa... Não adianta querer fugir. Onde quer que você esteja à falta do amor irá te perseguir e te fazer perceber que a guerra que você enfrenta é contra você mesmo, contra os próprios enganos, orgulhos e teimosias. E dessa forma não importa o que se ganhe no caminho pela vida, tudo terminará sempre com a sensação de que lhe falta algo... O amor!
terça-feira, 20 de outubro de 2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Parte XV: O mais estranho amor da minha vida
O mundo continuava parado em nosso beijo. O calor subia entre nós e nossos corpos já estavam completamente apertados entre si. Minhas mãos ficaram bambas e trêmulas ao mesmo tempo. Eu estava gostando do momento, mas comecei a ter medo do grande envolvimento. Danton não parecia pensar, ele movia as mãos em minhas costas e me apertava cada vez mais. Um segundo a mais e uma de suas mãos passaram de minhas costas para a cintura e ele procurou uma brecha entre minha blusa e minha calça para que pudesse colocar sua mão em minha pele que já estava suficientemente arrepiada de adrenalina e medo. Levemente o beijo dele foi ficando mais lento, a respiração menos afobada e assim ele começou a prestar mais atenção onde tocava. Sua mão percorreu minha cintura por baixo da blusa e seu toque quente me fez esticar a coluna. Danton desceu até minha cintura pousando em minha barriga e depois foi subindo calmamente. Já decidida a não levar adiante parei de beijá-lo abruptamente e me afastei ao máximo que o sofá permitiu.
Danton me olhava boquiaberto e seus olhos escuros e pequenos estavam menores do que normalmente ficavam. Nenhum de nós dois disse nada, ainda estávamos recuperando o fôlego e o autocontrole. Desconfortável, ajeitei minha blusa e me sentei no sofá, virada para frente:
- Linda! O que foi? Fiz alguma coisa que te desagradou? Desculpe-me.
Evitei olhar para ele e continuei calada com os olhos abaixados, estava envergonhada, sem argumentos para explicar o meu receio. Percebendo que eu não responderia, ele se aproximou de mim e tocou minhas mãos. Fiquei observando suas mãos grandes, firmes e delicadas ao mesmo tempo se envolver entre as minhas tão mais frágeis e pequenas perto das dele. Continuei sem reação, sem fala, não quis nem ao menos arriscar olhar para ele, eu sabia que ficaria tentada e invés de me explicar eu cairia nos braços dele novamente. Danton também pareceu desistir de se comunicar comigo. Silenciosamente ele começou a mover o rosto para perto do meu ate fazer com que seu nariz roçasse em minha bochecha que no mínimo estaria vermelha de vergonha. Fechei os olhos enquanto sentia sua respiração acariciar minha pele. E antes que eu pudesse abrir os olhos ele já havia se afastado. Confusa, resolvi olhar para ele. Sua expressão parecia triste, mas serena. Ainda segurando minhas mãos ele se levantou e me puxou consigo. Caminhamos até a última porta que tinha no mini corredor que separava a sala de um banheiro e um quarto. Entramos no quarto e não pude disfarçar meu choque com o luxo que vi contido ali. O cômodo estava iluminado só pelos dois lustres que estavam acima de cada lado da cabeceira da cama. Ah! E a cama, parecia convidativa aos meus olhos, ela não era uma cama de casal em tamanho normal, parecia vencer em comprimento. Só se via os detalhes em preto e prata da cabeceira e das pequenas gavetas que flutuavam grudadas na parede ao lado. As almofadas eram varias, todas em tons de branco e bege, espalhadas por todos os lados junto ao edredom branco e cinza que ainda estava mal dobrado. Uma cortina marrom que ia do teto até o chão cobria todo o lado direito do quarto onde eu imaginei ter uma grande janela. Um pequeno sofá também estava encostado à direita entre a cama e a cortina. E no canto oposto ao sofá, uma mesa com um notebook e uma cadeira acolchoada. Tudo ali combinava, tom sobre tom.
Vendo minha distração, Danton me soltou e foi até o guarda-roupa preto com portas de vidro que ficava a esquerda. Abrindo a ultima porta, tirou de lá uma caixa imensa que eu poderia até ter pensado que guardava mais almofadas. Danton pousou a caixa na cama e sem nem mesmo me lançar um olhar, ele abriu a tampa da caixa branca, se sentou ao lado dela e enfim me observou como se esperasse uma reação pelo que eu poderia ver.
Aproximei-me lentamente da caixa e olhei curiosa sobre ela.
Meus olhos não queriam e não conseguiam acreditar no que estavam enxergando.
A caixa continha só fotos minhas, eram tantas que lotavam até o topo. Chocada, sentei na cama também e peguei uma das fotos. Fiquei olhando para minha imagem, imaginando como Danton teria conseguido tantos clicks meus sem eu nem mesma perceber. Ainda concentrada nas fotos percebi que Danton se levantou e sentou-se atrás de mim na cama me envolvendo em um abraço. Enquanto eu remexia nas fotos ele ficava me observando. Ele moveu meus cabelos para o ombro direito e recostou o rosto em meu ombro esquerdo me fazendo sentir sua respiração colada em mim:
- Meu amor! Agora você sabe que pode confiar em mim e que não precisa ter medo de nada, eu te amo!
As fotos que estavam em minhas mãos caíram sobre a cama quando ouvi aquelas palavras. Rapidamente me soltei de seus braços e me pus em pé onde pude perfeitamente olhar em seus olhos. Minha cabeça girava enquanto a voz de Danton soava em minha mente como um eco que só queria fixar as ultimas palavras que ele havia dito. Tudo foi ficando confuso. Pensamentos, lugares e pessoas vieram a minha cabeça tão de repente, todos juntos. Ananda, minha avó, Danton, as fotos, o loft, o jardim de minha casa, os bilhetes, a ponte... Eu Te Amo... Te Amo... Amo...
Danton me olhava boquiaberto e seus olhos escuros e pequenos estavam menores do que normalmente ficavam. Nenhum de nós dois disse nada, ainda estávamos recuperando o fôlego e o autocontrole. Desconfortável, ajeitei minha blusa e me sentei no sofá, virada para frente:
- Linda! O que foi? Fiz alguma coisa que te desagradou? Desculpe-me.
Evitei olhar para ele e continuei calada com os olhos abaixados, estava envergonhada, sem argumentos para explicar o meu receio. Percebendo que eu não responderia, ele se aproximou de mim e tocou minhas mãos. Fiquei observando suas mãos grandes, firmes e delicadas ao mesmo tempo se envolver entre as minhas tão mais frágeis e pequenas perto das dele. Continuei sem reação, sem fala, não quis nem ao menos arriscar olhar para ele, eu sabia que ficaria tentada e invés de me explicar eu cairia nos braços dele novamente. Danton também pareceu desistir de se comunicar comigo. Silenciosamente ele começou a mover o rosto para perto do meu ate fazer com que seu nariz roçasse em minha bochecha que no mínimo estaria vermelha de vergonha. Fechei os olhos enquanto sentia sua respiração acariciar minha pele. E antes que eu pudesse abrir os olhos ele já havia se afastado. Confusa, resolvi olhar para ele. Sua expressão parecia triste, mas serena. Ainda segurando minhas mãos ele se levantou e me puxou consigo. Caminhamos até a última porta que tinha no mini corredor que separava a sala de um banheiro e um quarto. Entramos no quarto e não pude disfarçar meu choque com o luxo que vi contido ali. O cômodo estava iluminado só pelos dois lustres que estavam acima de cada lado da cabeceira da cama. Ah! E a cama, parecia convidativa aos meus olhos, ela não era uma cama de casal em tamanho normal, parecia vencer em comprimento. Só se via os detalhes em preto e prata da cabeceira e das pequenas gavetas que flutuavam grudadas na parede ao lado. As almofadas eram varias, todas em tons de branco e bege, espalhadas por todos os lados junto ao edredom branco e cinza que ainda estava mal dobrado. Uma cortina marrom que ia do teto até o chão cobria todo o lado direito do quarto onde eu imaginei ter uma grande janela. Um pequeno sofá também estava encostado à direita entre a cama e a cortina. E no canto oposto ao sofá, uma mesa com um notebook e uma cadeira acolchoada. Tudo ali combinava, tom sobre tom.
Vendo minha distração, Danton me soltou e foi até o guarda-roupa preto com portas de vidro que ficava a esquerda. Abrindo a ultima porta, tirou de lá uma caixa imensa que eu poderia até ter pensado que guardava mais almofadas. Danton pousou a caixa na cama e sem nem mesmo me lançar um olhar, ele abriu a tampa da caixa branca, se sentou ao lado dela e enfim me observou como se esperasse uma reação pelo que eu poderia ver.
Aproximei-me lentamente da caixa e olhei curiosa sobre ela.
Meus olhos não queriam e não conseguiam acreditar no que estavam enxergando.
A caixa continha só fotos minhas, eram tantas que lotavam até o topo. Chocada, sentei na cama também e peguei uma das fotos. Fiquei olhando para minha imagem, imaginando como Danton teria conseguido tantos clicks meus sem eu nem mesma perceber. Ainda concentrada nas fotos percebi que Danton se levantou e sentou-se atrás de mim na cama me envolvendo em um abraço. Enquanto eu remexia nas fotos ele ficava me observando. Ele moveu meus cabelos para o ombro direito e recostou o rosto em meu ombro esquerdo me fazendo sentir sua respiração colada em mim:
- Meu amor! Agora você sabe que pode confiar em mim e que não precisa ter medo de nada, eu te amo!
As fotos que estavam em minhas mãos caíram sobre a cama quando ouvi aquelas palavras. Rapidamente me soltei de seus braços e me pus em pé onde pude perfeitamente olhar em seus olhos. Minha cabeça girava enquanto a voz de Danton soava em minha mente como um eco que só queria fixar as ultimas palavras que ele havia dito. Tudo foi ficando confuso. Pensamentos, lugares e pessoas vieram a minha cabeça tão de repente, todos juntos. Ananda, minha avó, Danton, as fotos, o loft, o jardim de minha casa, os bilhetes, a ponte... Eu Te Amo... Te Amo... Amo...
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