sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Parte X: O mais estranho amor da minha vida

Continuação... Texto para o blog: Amores-cruzados

A manhã de domingo começou ensolarada e isso me deixou com mais raiva. Eu estava com ódio do mundo depois da prova que tive da minha incrível burrada em acreditar em um cara que realmente estava criando comigo uma estória que não era minha. Mas eu já tinha prometido a mim mesma - depois de chorar todas as lágrimas possíveis que existiam em mim – que eu iria esquecer tudo que passou e se caso eu viesse a encontrar Danton eu diria a ele novamente o que ele já deveria ter aceitado da ultima vez. Não sou e nem nunca fui nada dele por isso ele não só precisava como nem iria me dar explicações de mais nada.
Minha manhã não começou muito bem. Meu mau humor estava presente a qualquer minuto e qualquer raio de sol que cruzasse meus olhos. Pensei até na hipótese de não descer para o café da manhã para assim não encontrar com meus pais e minha avó, porém não tive escolha, pois papai passou no meu quarto me chamando – ele faz questão de pelo menos fazer as refeições do dia comigo quando está em casa. Para não surgir mais perguntas para cima de mim, me arrumei e desci para a cozinha. Mal me sentei e vovó já veio com tagarelice para o meu lado só que eu não queria saber de prestar atenção no que ela dizia, estava vidrada mexendo meu café com leite. Até que eu ouvi algo sobre Danton e arregalei meus olhos na direção dela imaginando já como ela sabia o nome dele e como ela o conhecia, porque das outras vezes que eu poderia ter contado eu inventei mentiras:
- Danton vovó? De onde você o conhece?
Minha pergunta foi suficiente para fazer vovó começar a contar todo um acontecimento com todos os detalhes pelo que entendi. Danton havia batido a minha porta no dia anterior mais de duas vezes procurando por mim, mas minha avó já percebendo que eu não estava bem, afinal, fiquei o dia todo trancada no quarto, disse a ele que eu não estava e mais tarde na ultima tentativa dele de me encontrar em casa, ela disse que eu já havia chegado sim mas estava dormindo. Fiquei muito agradecida ao saber de tudo isso, acho que eu não fazia idéia de como minha avó poderia ser compreensiva comigo. Senti-me até meio egoísta e angustiada ao pensar em tudo que eu tinha escondido da vovó durante esses últimos dias por causa de Danton. Meus pais estavam mais atônitos do que eu. Eles deviam estar pensando em como eu era uma filha desnaturada escondendo vários novos acontecimentos e pessoas deles, quando na verdade quem nem nunca teve tempo pra saber dessas coisas da minha vida são eles. Não dei muita atenção às expressões que eles estavam fazendo, fiquei mais preocupada com vovó. Esperei uma brecha, mudei de assunto e só mais tarde quando meus pais se retiraram da cozinha que eu me ofereci pra ajudar vovó com a mesa do café, pois assim poderíamos conversar melhor. Expliquei a ela tudo que ultimamente vinha acontecendo e ela me escutou calada como se fosse todo esse tempo da minha vida a minha melhor amiga e ouvinte. Tive que mais uma vez dar o braço a torcer e entender que realmente eu fazia mal juízo de vovó e toda sua possível capacidade de ser compreensiva.
Quando enfim eu já estava em meu quarto, ouvi uma pedra bater em minha janela. Fui correndo olhar e me assustei com o que vi. Um sentimento de raiva e amargura tomou conta de mim. Ali parado em frente o jardim de minha casa estava o carro de Danton. Olhei melhor em volta e não vi sinal de nenhum movimento a mais. Nem ao menos vi a pessoa que teria direcionado a pedra na minha janela. Em meio a muitas sensações gigantes eu tentei me controlar e me pus a pensar em meus pais. Vovó poderia até ser minha aliada dali pra frente, mas meus pais não poderiam se envolver nisso ainda. Coloquei a cabeça pra fora da porta do quarto e tentei ouvir onde meus pais estavam. A TV do quarto deles fazia barulho, então eu já sabia que a sala estaria vazia para eu poder passar sem ser notada. Desci a escada o mais rápido que pude tentando não fazer barulho para assim não chamar a atenção. Abri a porta da sala e me coloquei pra fora a fechando cautelosamente atrás de mim. Ao olhar para o carro é que pensei novamente no que eu tinha concluído mais cedo sobre tudo que eu diria a Danton. Eu não podia e nem queria demorar então eu corri para o carro, abri a porta e já respirei fundo querendo começar a falar logo para poder me livrar dele de uma vez por todas. Mas a vida devia estar me pregando uma peça novamente, pois assim que entrei no carro, fechei a porta e olhei para o banco do motorista, me deparei com uma loira esbelta do meu lado. Ela parecia modelo ou quem sabe uma boneca de porcelana. A pele branca como o raio de sol que batia no vidro do carro. Os cabelos lisos, sedosos e loiros estavam esparramados pelos ombros dela. Ela me olhava através de uns óculos cor de pêssego que me permitia ver seus olhos verdes e brilhantes. A presença dela realmente devia intimidar qualquer um. Eu já havia esquecido completamente todo meu discurso preparado, estava me sentindo uma completa pateta ao lado dela, então ela quebrou a linha dos meus pensamentos com sua doce e melodiosa voz:
- Queridinha, então você é a tal Paula que conquistou toda a atenção e principalmente o coração do meu Danton?
- Seu Danton?
Essa foi à única parte da fala dela que me fez acordar pra realidade em que eu estava vivendo naquele momento. Pensei nas possibilidades dela ser uma outra vítima nessa estória como eu. Se fosse, ela não teria tido culpa de nada no dia anterior e muito menos de estar falando daquele jeito comigo, até mesmo porque ela teria razão em ficar indignada ao pensar que seria trocada por alguém como eu enquanto ela passa aquela presença de Miss:
- É sim. Meu amado Danton. E quer saber? Não sei o que ele vê em você. Olhe só para mim. Você acha mesmo que alguém que tem chance comigo iria querer alguém como você? Faça-me rir.
Senti que eu estava corando de vergonha, mas acho que o que mais me deixava fervendo por dentro e por fora era a audácia de toda aquela garota. A imagem de Miss que ela tinha estava se desmanchando em uma pessoa totalmente convencida e que estava me fazendo achar que eu sinceramente tinha muitas coisas melhores do que ela:
- O que você é do Danton e porque veio me procurar?
- Ora, ora, ora! Então você fala. Achei que iria ficar me olhando com essa cara de pateta pro resto do dia. Eu não queria uma batalha tão fácil como estava parecendo que seria.
Aquela loira metida estava conseguindo me tirar de mim. Sou muito boba enquanto estou controlada, mas desde que me conheço por gente, quando me tiram do sério, as coisas finalmente mudam de figura e quem merece acaba conhecendo a Paula com ausência de tolerância:
- Eu não sei o que você veio fazer na porta da minha casa e muito menos quero saber o que você quer comigo. Só faça-me o favor de dar meia volta e ir embora, por favor.
- Polpe-me da sua pouca educação queridinha. Vim porque tenho meus motivos maiores. Acredite, por mim eu nunca teria nem te conhecido, mas você ousa cruzar meu caminho e mexer com o que é meu então sou mais do que obrigada a vim te avisar sobre o que você vai fazer a partir de hoje.
- Não tenho interesse em saber das suas birras. Pode ir embora tranqüila porque de você e das suas coisas eu não quero nada.
- Escuta aqui ô projeto de gente. Não vim aqui tolerar sua falta de berço e muito menos vou escutar suas vontades. Vim porque eu tenho um recado pra você. Se afaste de Danton. Suma do mapa se for preciso, mas não se aproxime dele porque se eu ouvir da boca dele mais uma vez o seu nome eu vou fazer o favor de pagar pra você uma única passagem de ida para o fim do mundo. E agora desça desse carro imediatamente.
Ela nem se quer notou que eu estava tentando responder ao que ela havia acabado de cuspir na minha cara, pois passou o braço por cima de mim e abriu a porta me convidando a sair. Eu dei um último olhar fuzilante para ela, sai e bati a porta com vontade de quebrar o carro. Ela arrancou o carro de Danton e sumiu das minhas vistas. Sentei no jardim e fiquei pensando em tudo que havia acabado de acontecer. Tinha muitos fios soltos nisso. Ela não poderia ser mais uma inocente como eu, pois Danton falava de mim pra ela. Mas ela estava com o carro dele e veio me ameaçar. Tentei ligar alguns fatos, mas estava difícil demais para minha cabeça, era muita informação. Deitei na grama e me permiti admirar o lindo céu daquela manhã tentando me desconcentrar desse turbilhão que incomodava meus neurônios.

8 comentários:

Bruna Bo disse...

Nossa, já tá na parte X? :O
Tá vendo, eu não te disse que você conseguia continuar? Daqui a pouco vai poder virar livro! Aliás, já pode, né?

Beijo, amor. :*

Maldito disse...

Muito, muito excelente,....vou começar desde o começo,..
Parabens!

Bjs,..inté!

Daniela Filipini disse...

Amei =D~
Simplesmente AMEI!

Nanda disse...

Eii,gostei do seu blog!
E gostaria de saber,se vc poderia me ajudar me ensinar como faço pra colocar marcadores?
Se puder me ajudar,ficarei grata!
beijo :*

Daniela Filipini disse...

Eu quero uma história pra coontaar! hehe

Isadora Ijano disse...

Aiii, eu não tinha acompanhado desde o começo, vou ler =)))
Como a Bruna disse, vai poder criar um livro ahaha.
Beeeeeeeijooooooos!

Nanda disse...

Eiiii,muito obrigada!
Consegui colocar!
E voltarei aqui sempre que puder,já ta ate adicionada nos meus preferidos!
Ficou otimo a historiaa...continuee!:D
beijo beijo! :*

Anônimo disse...

tetée, como sempre vc surpreende a gente né? ja estou ansioso para ler a continuação, e o dalton é um cretino!