sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Parte VIII: O mais estranho amor da minha vida

Continuação... Texto para o blog: Amores-cruzados

Eu acordei do lindo sonho de amar quando Danton finalmente me soltou por um rápido segundo de um dos beijos mais românticos que já ganhei. Era inevitável resistir a ele, resistir ao momento, resistir ao sentimento que abrigou meu peito tão rapidamente. Sabíamos que ainda havia muita coisa a ser esclarecida naquele dia e naquele encontro, mas a sintonia de nossos corpos e sentimentos não estava querendo abrir espaço para uma conversa que poderia estragar toda a boa sensação de se amar esquecendo do mundo. Como sempre sou a mais insensível e também a mais impulsiva, então me soltei de Danton e dei um passo para trás permitindo que houvesse tempo de tudo esfriar entre nós até que ele se desse conta do que eu havia lembrado. Não podíamos adiar mesmo mais tudo aquilo:
- Danton, sem querer forçar a barra, mas vim aqui pra gente conversar sobre algo que eu havia escolhido esquecer e...
Nesse momento Danton me segurou pelos braços em um aperto firme que me faz pausar a fala e até esquecer o raciocínio. Ele me olhava nos olhos, profundamente e desta vez, tristemente. Era como se eu estivesse tocando em um assunto que abria alguma ferida nele:
- Paula, eu... Nem ao menos sei por onde começar. Te devo explicações sim pois te encontrei e te coloquei na minha vida nesse momento mas mal sabia eu do que teria que enfrentar de difícil também neste momento.
- Não faço idéia do que se trata, mas se realmente te faz mal, então não fale, já te disse que você não me deve esse tipo de esclarecimento.
- Eu quero te ter para sempre e para isso eu vou jogar com a sinceridade, não tenha dúvidas disso. Então não poderemos fugir da minha realidade.
- Quando você fala assim me assusta sabia? É tanto mistério que sinto que ainda estou na frente de um estranho.
- Por favor, não quero te assustar, pelo contrário minha linda. Você vai saber de toda a minha vida para assim começar a participar dela como deve.
Eu podia notar a angústia no tom de voz dele e achei melhor deixá-lo mais a vontade para me contar o que queria, então o puxei pela mão e levei-o até o banco mais próximo ao fundo da ponte e nos sentamos, um de frente pro outro, olhando nos olhos, sem mais mentiras e segredos o mistério que ele havia me escondido por tanto tempo iria ser revelado e eu fiquei com as mãos suando por pensar dessa forma:
- Meu amor, antes de tudo eu quero me desculpar mais uma vez pelo sumiço, mas acredite, não tive culpa e muito menos desejei ficar longe de você. Perdoe-me por deixá-la assim com tantas dúvidas por tanto tempo. O que me levou a tudo isso foi minha família. Tivemos um grande e trágico problema com meu tio Pierre que morava em Paris e como ele também era meu padrinho, tive que ir a nome dos meus pais até lá para resolver o necessário.
Eu ainda não sabia muito o que pensar sobre o assunto, estava determinada em deixá-lo contar tudo que achava que deveria e depois eu simplesmente iria apoiá-lo, afinal, já estava dando para perceber que eu tinha cometido uma injustiça enorme ao querer esquecê-lo sem nem ao menos saber que ele estava resolvendo problemas sérios e que eu naquela época era uma mera nova garota na vida dele até então. Mas ele não pôde continuar a história. O celular dele começou a tocar, ele pediu licença e foi atender mais do que depressa. Fiquei apreensiva tentando fingir não ouvir nada, mas ele estava próximo de mim, com a voz aflita, andando de um lado para o outro. Era como se ele estivesse esperando por ligações como estas ultimamente. Porém eu jamais conseguiria tirar conclusões precipitadas ou pensar mal dele novamente sem antes saber do fim da história do tio dele em Paris. Pelo jeito a vida de Danton não ia do bom ao melhor. De acordo com as respostas dele para pessoa que havia ligado, algo grave estava acontecendo naquele momento e na casa dele. Assim que ele desligou a ligação ele me olhou meio constrangido com expressão de quem já pedia desculpas:
- Paulinha, eu realmente lhe peço desculpas, eu vou ter que ir pra casa, mas amanhã irei te procurar sem falta.
E foi assim que ele partiu. Me deu um selinho e saiu correndo em direção ao carro que estava estacionado ao outro lado da avenida me deixando ali parada, sozinha e atormentada sem entender nada, mais uma vez. Danton pode até ser o meu amor, mas que ele ainda é o estranho mais estranho que já conheci... Isso ele é.

4 comentários:

Anônimo disse...

A cada dia essa história fica melhor ainda, cada vez me surpreendo mais!!

Quero mais amiga
estou super curiosaaaa...
Bjs
(Polly)

C r i s t a l disse...

Realemnte a história tá cada vez mais emocionante!!!
E ele é bem estranho msmo rsrsrs
Espero que ela descubra os segredinhos dele....
BjuSs e muito obrigada pelos aplausos rsrsrs
Bom domingo!

Beatrix disse...

Ahh brigada!
Mas acho que vai ficar td bem ..=D


ahh eu adoro essa historia...
vc vai postar mais?

Alessandra Castro disse...

Uau!! Tá otimo!! Quero mais!!