quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Apresentados pelo sofá
Naquele momento eu achei que minha noite já estava dada como terminada. Enganei-me assim que percebi que um estranho se apossou do assento que estava vago ao meu lado. Não demorou muito, notei que tínhamos amigos em comum e devido a isso fui formalmente apresentada ao rapaz. Era até então uma personalidade normal como todas as outras, mas à medida que íamos criando uma proximidade maior, fui tomando consciência do quanto àquela pessoa estava deixando de ser só mais uma no meio de tantas. Seu olhar triste, mas também caloroso me fez sentir compaixão. A fala mansa e tão próxima dos meus ouvidos me puxava com mais curiosidade. Os minutos foram somando, em torno de nós todos se movimentavam para fora do local e eu ainda me sentia presa no sofá e na pessoa que eu acabava de descobrir. Não queria ir embora, não queria deixá-lo, não queria esquecê-lo em só mais uma noite da minha vida. Seria só mais um belo conjunto de beleza exterior com interior pra chamar minha atenção? Ou estaria eu já bem embriagada de puro cansaço ao ponto de estar criando expectativas demais onde não existia nada de tão bom assim? O fim de cada noitada só deveria terminar ao som da última badalada do “tic tac” do relógio da cabeceira de nossas camas. O fim nem sempre é realmente o fim. Podemos ser surpreendidos por personalidades, rostos, olhares e falas mesmo quando já estamos a caminho de casa. E são acontecimentos inesperados e agradáveis como estes que fazem todo o resto parecer muito melhor do que teria sido até ali.
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