segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Hoje são eles, amanhã serei eu
Dia nublado, o vento uivando do lado de fora da janela pedindo para entrar. Tudo parece mais frio e mais triste nesses dias. É como se fosse um dia perdido. Os pássaros escondendo pelos cantos de telhados das casas. A preguiça no ar, como se todos estivessem se sentindo assim, na menor vontade de trabalhar, de sair de casa, de sair debaixo das cobertas quentinhas e acolhedoras como só nossa cama pode fazer por nós nesses dias melancólicos. Pela janela dá pra se ver outros tantos rostos escondidos por trás de cortinas, em prédios em volta do meu. Monotonia. Seria a palavra correta pra se usar na descrição de climas como esse. Ainda me vejo no direito de ser um dos rostos por trás de uma janela que ao se recolher pra dentro do quarto, pode se enfiar debaixo de um edredom aconchegante e quentinho, acompanhado de um filme. Um chocolate quente, uma pipoca, brigadeiro de panela, porcarias em geral, combinam bem com esses dias. Mas já consigo me imaginar também daqui uns meses na minha nova rotina diária. Serei um rosto preguiçoso, observado por outros atrás de janelas de prédios. Serei a moleza em pessoa pensando na minha cama enquanto preciso estudar em dias frios e tristes como este. Terei inveja de quem está em casa, na cama, vendo filme. Terei inveja da vida que tive um dia. Da vida que tenho hoje e nem faz tanto sentido quanto vai ter daqui um tempo quando estarei lá fora na rua no lugar de todos aqueles que têm inveja de mim hoje.
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