O céu azul, poucas nuvens, poucos turistas ali na praia àquela hora da manhã, o vento fresco ainda ganhava do sol que mais tarde estaria escaldante, e o mar pleno e azul límpido a minha frente balançava em mínimas ondas até a beira. Caminhei por um bom tempo ali junto à margem, sem saber do meu destino ou até mesmo o que estaria procurando. A vista de tudo naquele lugar era inspiração pra minha alma, um mundo azul e cheio de paz, tudo era belo e simplesmente encantador. A vida sendo analisada dali parecia perfeita, longe de tudo e qualquer coisa ruim que o mundo na verdade enfrenta. Cheguei a um ponto da praia em que me senti curiosa pelo que as pessoas ali faziam. Havia mesinhas vermelhas de plástico, espalhadas pela areia com cadeiras e sombrinhas multicoloridas. Sentei-me em uma das mesas vazias e fiquei a observar o que as crianças e talvez suas famílias fizessem ali na beirada da água. Tinha umas lanchas estacionadas logo mais e as crianças pareciam se deliciar com a idéia de passear em cima delas. Eu estava achando tudo muito interessante, sou uma observadora nata, aos mínimos detalhes. Comecei a analisar cada pedaço daquela área da praia em que eu tinha me metido. Quando pousei os olhos na mesa a minha esquerda, notei um casal. Estavam entrosados e absortos em sua própria conversa, eles dividiam um coco e nem se importavam tão pouco com o que acontecia a volta deles. A moça, magérrima e com longos cabelos negros estava de costas pra mim, não pude repará-la muito bem. Já o rapaz, estava de frente pra mim, pude notar suas feições. Olhos grandes e misteriosos, nariz fino e de um tamanho avantajado, boca bem desenhada, sorriso cativante, cabelos castanhos escuros escondidos por um boné branco. Assim que parei a analise na minha própria mente, os olhos dele cruzaram com os meus. Não sabia se deveria desviar, fiquei meio tonta com aquela ação inesperada dele. Alguma coisa naquele olhar me dizia que eu o conhecia de algum lugar. Abaixei meus olhos e comecei a lutar contra mim mesma pra lembrar de onde já havia visto aquele par de olhos. Revirei todo o meu presente e passado, até que cheguei aos meus 10 anos, estava na 3ª série novamente, era dia de prova e o aluno da mesa ao lado não parava de me lançar olhares, fazendo com que assim, meu coração correspondesse. Paixão de criança, mas já era uma paixão. João Vitor era o nome dele e eu sabia que jamais esqueceria aqueles olhos dentro da sala de aula. Acordei do meu próprio pensamento e me permiti ficar assustada ao saber que ali, ao meu lado, estava meu primeiro amor, e hoje, ainda com o mesmo belo par de olhos misteriosos, dedicava os olhares que foram meus um dia, para outra. Arrisquei dar uma nova olhada para ele, mas não devia ter sido uma boa idéia, pois dei de cara com ele me analisando e sem a moça por perto. Olhei pra frente e vi que ela estava lá, no meio de umas crianças, pronta para também passear em uma das lanchas. João Vitor não tirava os olhos de mim. Será que ele havia me reconhecido também? Não tive coragem de ficar ali para descobrir. O mundo estava pequeno demais naquele dia para mim e eu ainda tinha mais 10 dias para ficar em um mesmo paraíso que ele e seu novo amor.
5 comentários:
esse texto me trouxee um pouco de tranquilidadee,ameei ahuahau
bejoo
Pode ter certeza que farei o mesmo. Hoje ainda estará nos meus favoritos também. Por gentileza, passe para meu e-mail, joaolenjob@terra.com.br, o seu msn para eu trocar uma idéia com você. É sério. Beijos!!!
João Lenjob.
Como sempre maravilhosa né teté, nunca vi! Perefeita.
Louiise, como sempre, seu texto tá maravilhoso! Continue assim
adoooorei Louise.
venho acompanhando seus posts
e amei todos.
ta nos favoritos.
Beijos
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