quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Eu venci
Andei aprendendo que estar solteira e sozinha é um bem a mais para a mente, uma paz gigantesca pro coração e uma liberdade incontestável para nossas ações. Quanto mais desligada de pessoas eu estiver, mais eu posso me concentrar em mim mesma. Se eu pudesse transmitir a todos o bem que isso pode fazer, acho que eu salvaria muitas pessoas que estão por ai se escondendo nas sombras de vidas alheias.
Existem sérias doenças psicologicas que fazem algumas pessoas pensarem que só podem viver se estiver ao lado de outras. Elas fazem de alguma pessoa especifica a sua vida, e se esquecem de si próprio. Isso é totalmente loucura, é morrer em vida. Ninguém pode deixar de viver tudo que gosta, tudo que é, por outro, isso é simplesmente abrir mão da própria felicidade pra sofrer. Digo isso porque já passei por uma situação parecida. Não tive nenhuma doença que me levasse a isso, mas tive confusões que me fizeram acreditar em um amor que já não era amor. Esqueci de mim para lutar por um alguém que nem se quer se preocupava em olhar para trás para saber se estava pisando em alguém. O fim da história?
Eu venci! Venci por ter conseguido sair de mais uma luta melhor do que entrei. Venci por ter saido da batalha mais valente do que antes. Venci por ter superado a mim mesma. Venci por ter finalmente dado um basta no que não me acrescentava mais nada além de tristeza. Venci por largar o passado e acreditar num futuro melhor. Venci por correr atrás do meu próprio bem estar sem pestanejar. Venci por ir de encontro com a minha paz sem precisar da ajuda de mais ninguém. Venci por ter tido coragem de ir contra tudo que era o meu mundo. Venci por ter criado novos meios de enxergar como se alcança as alegrias. Venci por pensar em mim. Venci por continuar caminhando mesmo quando ainda não enxergava luz no fim do túnel. Venci por erguer a cabeça independente de tudo e todos e ir de encontro apenas com a minha vida. Venci por não ter me deixado abater e sim por ir em busca de novos meios de vida. Venci por ter lembrado de viver. Venci por ter lembrado que a felicidade sempre esteve comigo. Venci por ter deixado de lado todas as crenças de que precisava de alguém para me fazer feliz! Venci por lembrar que eu sempre posso vencer!
E a pessoa teimosa que lhes falei no início? Ta por ai, vagando por uma trilha que ainda não percebeu que não vai dar em nada. Com certeza continua com a mesma teimosia e o mesmo medo de sofrer. E quer saber mais? É justamente por ter medo de sofrer e tentar evitar isso, que acaba sofrendo mais do que todos. Por isso eu aconselho, não seja o teimoso da sua história, seja o vencedor. Largue as velhas teorias, as velhas idéias, os velhos amores que te deixam doente, as velhas pessoas que fingem estar contigo e vá em busca de você mesmo. Só você pode se salvar. Só você pode se fazer feliz! Nós nos bastamos!
domingo, 8 de novembro de 2009
Homenagem a Nélio Horta
A recordação que tenho dele é a melhor possível. O som de sua risada é a música que ele deixou pra mim como trilha sonora de si próprio. Queria eu poder ter tido mais chances de resgatar dele mais histórias e experiências boas, mas tudo o que já tenho guardado dele, mais tudo que os outros a minha volta também guardam, fazem dele uma pessoa eternamente presente entre nós. A idéia de perdê-lo de nosso convívio nesse mundo parece não ser real, e agora entendo o por que. Ele deixou um pouco de si com cada um de nós. Nossos corações estão regados de amor e paz que ele nos deu dele e nos ensinou a ter como ele. Todos devemos ficar confortados, pois agora sabemos que a vida dele não foi em vão. Ele brilhou, em palcos, corações e agora recordações. Ele era exemplo e cumpriu sua missão. Um dia ainda nos encontraremos e cobrarei mais uma nova canção. Eu não poderia ter ganhado homenagem mais bela do que meu próprio tio que foi um grande homem vivido que sabia amar e ser amado sem medo.
Tio Nélio, você nos deu muito mais do que perdemos quando você se foi. Jamais deixaremos de saber que você esta conosco hoje e sempre. Continue sorrindo, amando e brilhando onde quer que você esteja.
Te amo!
Te amamos!
Até mais...
As cortinas não irão fechar nunca, o fim não existe para o seu teatro.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Não tenha medo de amar
O amor não é algo que só existe entre um homem e uma mulher. Jamais deveriam ter deixado esse valor maior se apagar do coração da maioria da sociedade. Corações de pedra não são e nunca serão capazes de enxergar do que o mundo e as pessoas precisam para que tudo se torne a paz que muitos buscam e não encontram. Paz mundial é nada mais nada menos do que o resultado do que o amor constrói. O amor pode concertar qualquer estrago. Amor não é e nem nunca será sinônimo de sofrimento. O contrário do amor é a falta de respeito, de consideração, é incompreensão e principalmente a indiferença. Nem mesmo o ódio é capaz de fugir do amor. Ambos andam juntos, de mãos dadas, onde existe amor, existe ódio. São sentimentos de um mesmo valor que só nascem a partir um do outro, ou seja, só podem também morrer juntos, um vai estar onde o outro estiver.
Quem tem medo de amar é covarde. Pensam que amando, se apaixonando, vão estar vulneráveis para que uma hora a decepção chegue e faça do amor um motivo de angústia. Muitos perdem a mágica do amor por medo de terem seus corações quebrados. Amor de verdade é aquele que completa e concerta tudo, não importa o que aconteça, não importa os obstáculos, as pedras no caminho... Onde existe amor, existe vitória. Só é amor de verdade àquele que passa por aprovações e mesmo assim continua firme, crescendo cada dia mais no coração dos amantes.
A pessoa que abre mão do amor por medo de sofrer e vai viver outras coisas achando que isso preencherá o vazio do peito está enganado. Sempre chega para todas essas pessoas um momento em que elas não sabem nem mais o que querem. Dentro delas tudo vira motivo de guerra, dúvida, falta de personalidade, competição, disputa... Não adianta querer fugir. Onde quer que você esteja à falta do amor irá te perseguir e te fazer perceber que a guerra que você enfrenta é contra você mesmo, contra os próprios enganos, orgulhos e teimosias. E dessa forma não importa o que se ganhe no caminho pela vida, tudo terminará sempre com a sensação de que lhe falta algo... O amor!
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Parte XV: O mais estranho amor da minha vida
Danton me olhava boquiaberto e seus olhos escuros e pequenos estavam menores do que normalmente ficavam. Nenhum de nós dois disse nada, ainda estávamos recuperando o fôlego e o autocontrole. Desconfortável, ajeitei minha blusa e me sentei no sofá, virada para frente:
- Linda! O que foi? Fiz alguma coisa que te desagradou? Desculpe-me.
Evitei olhar para ele e continuei calada com os olhos abaixados, estava envergonhada, sem argumentos para explicar o meu receio. Percebendo que eu não responderia, ele se aproximou de mim e tocou minhas mãos. Fiquei observando suas mãos grandes, firmes e delicadas ao mesmo tempo se envolver entre as minhas tão mais frágeis e pequenas perto das dele. Continuei sem reação, sem fala, não quis nem ao menos arriscar olhar para ele, eu sabia que ficaria tentada e invés de me explicar eu cairia nos braços dele novamente. Danton também pareceu desistir de se comunicar comigo. Silenciosamente ele começou a mover o rosto para perto do meu ate fazer com que seu nariz roçasse em minha bochecha que no mínimo estaria vermelha de vergonha. Fechei os olhos enquanto sentia sua respiração acariciar minha pele. E antes que eu pudesse abrir os olhos ele já havia se afastado. Confusa, resolvi olhar para ele. Sua expressão parecia triste, mas serena. Ainda segurando minhas mãos ele se levantou e me puxou consigo. Caminhamos até a última porta que tinha no mini corredor que separava a sala de um banheiro e um quarto. Entramos no quarto e não pude disfarçar meu choque com o luxo que vi contido ali. O cômodo estava iluminado só pelos dois lustres que estavam acima de cada lado da cabeceira da cama. Ah! E a cama, parecia convidativa aos meus olhos, ela não era uma cama de casal em tamanho normal, parecia vencer em comprimento. Só se via os detalhes em preto e prata da cabeceira e das pequenas gavetas que flutuavam grudadas na parede ao lado. As almofadas eram varias, todas em tons de branco e bege, espalhadas por todos os lados junto ao edredom branco e cinza que ainda estava mal dobrado. Uma cortina marrom que ia do teto até o chão cobria todo o lado direito do quarto onde eu imaginei ter uma grande janela. Um pequeno sofá também estava encostado à direita entre a cama e a cortina. E no canto oposto ao sofá, uma mesa com um notebook e uma cadeira acolchoada. Tudo ali combinava, tom sobre tom.
Vendo minha distração, Danton me soltou e foi até o guarda-roupa preto com portas de vidro que ficava a esquerda. Abrindo a ultima porta, tirou de lá uma caixa imensa que eu poderia até ter pensado que guardava mais almofadas. Danton pousou a caixa na cama e sem nem mesmo me lançar um olhar, ele abriu a tampa da caixa branca, se sentou ao lado dela e enfim me observou como se esperasse uma reação pelo que eu poderia ver.
Aproximei-me lentamente da caixa e olhei curiosa sobre ela.
Meus olhos não queriam e não conseguiam acreditar no que estavam enxergando.
A caixa continha só fotos minhas, eram tantas que lotavam até o topo. Chocada, sentei na cama também e peguei uma das fotos. Fiquei olhando para minha imagem, imaginando como Danton teria conseguido tantos clicks meus sem eu nem mesma perceber. Ainda concentrada nas fotos percebi que Danton se levantou e sentou-se atrás de mim na cama me envolvendo em um abraço. Enquanto eu remexia nas fotos ele ficava me observando. Ele moveu meus cabelos para o ombro direito e recostou o rosto em meu ombro esquerdo me fazendo sentir sua respiração colada em mim:
- Meu amor! Agora você sabe que pode confiar em mim e que não precisa ter medo de nada, eu te amo!
As fotos que estavam em minhas mãos caíram sobre a cama quando ouvi aquelas palavras. Rapidamente me soltei de seus braços e me pus em pé onde pude perfeitamente olhar em seus olhos. Minha cabeça girava enquanto a voz de Danton soava em minha mente como um eco que só queria fixar as ultimas palavras que ele havia dito. Tudo foi ficando confuso. Pensamentos, lugares e pessoas vieram a minha cabeça tão de repente, todos juntos. Ananda, minha avó, Danton, as fotos, o loft, o jardim de minha casa, os bilhetes, a ponte... Eu Te Amo... Te Amo... Amo...
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Parte XIV: O mais estranho amor da minha vida
Tomei meu banho como de costume, vesti a primeira roupa que eu havia pegado no guarda-roupa e desci para tomar café. Vovó era a única que me esperava. Meus pais já haviam saído, na correria de sempre. Ao lado da minha xícara de café estava um envelope marrom. Olhei-o fixamente e depois olhei pra vovó na esperança dela me dar alguma explicação. Ela nem se quer se moveu, estava com a cabeça enfiada em uma revista. Notei que ela estava era me evitando ou talvez me dando a chance de escapar dali, de ter um momento mais privado com minha curiosidade e o envelope desconhecido. Aproveitei a deixa e sai da cozinha com o envelope entre os dedos. Sentei-me na poltrona mais próxima na sala e rodei o envelope nas mãos a procura de alguma identificação, mas não havia nada. Abri com cuidado e retirei de lá um papel brilhante que reconheci ser uma fotografia. Ao virá-la para mim, me assustei com a imagem. Era uma foto minha e bem recente pelo que parecia de acordo com as roupas em que eu estava usando. Não me lembrei de ter tirado nenhuma foto distraída daquele jeito, ainda mais naquele local, a ponte. Meu estômago começou a me incomodar como fazia toda vez em que eu ficava nervosa ou agitada, perdia a fome completamente. Eu já tinha certeza de que algo ali tinha a ver com Danton. Enfiei a mão no envelope de novo e retirei um último papel menor que tinha sobrado lá dentro. Notei de cara que a letra não era de Danton e nem tão pouco masculina. A caligrafia tava bem formosa:
“Detesto ter que procurá-la novamente, mas é para o bem de Danton. Achei essa foto em uma gaveta da escrivaninha dele onde até ontem havia outras milhares de fotos suas. Espero que você saiba o que está causando a ele, não o deixe converter esse amor em obsessão. Ajude-o. No verso você vai encontrar o endereço do loft onde poderá encontrá-lo.
Ananda”
E bem no fim do recado, Ananda escreveu um, ”por favor,” minúsculo. O que significou que foi bem difícil para ela ter que me pedir aquilo.
Virei o papel e fitei o endereço. Não me surpreendi quando notei que o loft de Danton era um dos pequenos e luxuosos prédios que se encontravam na rua de trás da ponte.
Fiquei alguns minutos a mais olhando a minha fotografia e imaginando o que poderia significar tudo que Ananda queria dizer com amor e obsessão. Só acordei da minha consciência porque Cacau tinha começado a latir insistentemente pedindo comida a vovó. Subi as escadas lentamente sem me preocupar muito se iria chegar atrasada ou não no colégio. Peguei minha mochila semi-arrumada em cima da minha cama e sai de casa, ainda com a foto, o envelope e o endereço nas mãos. Fui andando depressa deixando o vento soprar meus cabelos para me distrair um pouco. Cheguei ao portão do colégio e não encontrei nem o porteiro. Eu devia mesmo estar muito atrasada. Sentei-me na calçada e fiquei absorta na fotografia esperando até que alguém aparecesse para abrir o portão para mim.
As aulas naquele dia passaram voando por mim. Nem ao menos tive idéia de que professor estava dentro de sala.
Em casa na hora do almoço não consegui comer muito. Tirei uma soneca no sofá depois de almoçar, mas não serviu para nada. Meus pensamentos continuavam a me atormentar. Assim que me levantei do sofá, o papel com o endereço de Danton, já todo amassado, caiu do bolso furado da minha calça de uniforme. Peguei-o do tapete e li o endereço pela décima vez. Voluntariamente, sem pensar, sai pela porta da sala e fui direto até aquele endereço. Não pensei em mais nada naquele momento. Tive a sorte de encontrar a portaria vazia, pois o porteiro estava do outro lado da rua conversando com um senhor. Entrei correndo para não dar tempo de ser impedida e invés de pegar o elevador subi as escadas o mais depressa que pude. Cheguei ao quarto andar como me indicava o recado de Ananda e fiquei alguns segundos olhando para a campainha que eu deveria tocar. Fui interrompida por barulho de passos atrás de mim. Virei-me lentamente tentando pensar em uma boa desculpa para dar para o porteiro, caso fosse ele mesmo. Mas não era. O papel caiu da minha mão inconsciente daquela ação, minhas pernas ficaram bambas e senti minha garganta dando um nó. Parado na minha frente, estava um Danton totalmente irreconhecível. Descabelado, ainda de pijama, descalço e com algumas cartas e envelopes marrons nas mãos. Ficamos parados um olhando para o outro, com a mesma surpresa. Não conseguia me mover, até que Danton me contornou e abriu a porta atrás de mim. Ele não disse nada e nem ao menos fechou a porta na minha cara como eu talvez esperasse que ele fizesse depois de eu ter aparecido do nada. Caminhei o mais devagar que pude até a porta e fiquei olhando-o espalhar as novas correspondências no meio de tantas outras que pareciam já estar rasgadas em cima de uma pequena e redonda mesa de vidro que ele tinha em sua minúscula sala. Danton continuava a se mover de um lado para outro como se quisesse evitar minha presença. Depois de alguns demorados cinco minutos, ele surgiu de uma porta a direita da sala que parecia ser uma cozinha, com um copo d’água nas mãos. Olhou-me dos pés a cabeça e me forcei a fazer o mesmo para enfim perceber como eu tinha ido até a casa dele. Ou seja, de uniforme. Não me importei muito, afinal, ele estava bem pior que eu, porém, ele ainda tinha a sua incrível beleza e elegância de sempre que o ajudavam a estar lindo mesmo naquelas condições. Ele se sentou no sofá azul marinho ao lado da porta de entrada onde eu ainda estava de pé:
- Pode entrar e, por favor, feche a porta.
Eu não tinha mesmo a intenção de ir embora, então obedeci às ordens dele. Resolvi abusar um pouco e sentei-me ao seu lado no sofá. Ele parecia evitar olhar pra mim:
- Danton, eu...
Antes que eu pudesse dar inicio a qualquer que fosse a minha desculpa por aparecer ali assim, ele se virou pra mim rapidamente com os olhos brilhando de um jeito que eu nunca tinha visto. Pegou em minhas mãos e foi subindo os dedos por meus braços até alcançar meus ombros. O calor de seu toque me deixou arrepiada e eu não conseguia mais me lembrar do que deveria dizer a ele. Ele foi se aproximando de mim com calma, mas seu cheiro estava tomando conta total do meu corpo, eu não conseguia me mover contra ele. Qualquer que fosse sua intenção, eu não me importava. Quando dei por mim, já estava em seus braços derretida em um beijo gentil e feroz ao mesmo tempo. Mesmo de olhos fechados senti uma lágrima escorrer por meu rosto e as mãos quentes de Danton me puxaram mais para perto de si. Dentro de mim não havia mais nada além de um sentimento grande, lindo e desconhecido como tudo tinha sido pra mim até aquele momento.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Um mês não vale por um ano
Ele vai se distanciando até mesmo sem perceber. Vai deixando tudo nublado, confuso. Prefere não dar explicações e jamais aceita uma reclamação, senão vira motivo de estresse. A vida bandida, vida noturna, vida alcoólica, vida com os amigos parece chamá-lo mais a atenção. Nossos momentos parecem perder o sentido para ele. É como se o brilho de antes estivesse sendo apagado por tudo que ele insiste em viver sem mim. O sorriso bobo que brincava nos lábios dele quando me encontrava aos poucos foi sumindo. Os olhos de admiração que ele fazia ao me observar também perderam o encantamento. A voz mais suave que ele insistia em fazer pra me dizer doçuras ao pé do ouvido foi banida. Tudo aquilo que ele fazia questão de usar em minha presença pra me derreter, foi jogado fora junto com toda sua vontade de me conquistar dia após dia. Todo seu envolvimento naquela paixão iniciante se rompeu em mínimos dias. Sabe-se lá por que, mas tudo ficou triste tão de repente. Sinto falta das risadas bobas, das conversas jogadas fora até altas horas, dos flertes, dos carinhos mais generosos, dos elogios mais doces, dos beijos mais demorados e apaixonados. Queria eu ainda poder dormir lembrando dos sonhos que planejamos juntos e acordar sorrindo sozinha só de saber que você é um motivo a mais na minha vida para me deixar feliz. Queria também ainda poder criar esperança sobre uma suposta surpresa que você viria a me fazer só pra me mimar e me fazer perceber como sou importante pra você até mesmo em um dia comum. Queria poder esperar um telefonema ou um torpedo no meio do dia só pra saber que você estava pensando em mim. Queria eu poder acreditar que todas essas coisas vão e voltam rapidamente para a cabeça de um homem assim como eles esquecem de que tem uma mulher esperando para ser conquistada todos os dias de uma vida inteira e não só por um mês de todo um relacionamento.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Faça-o provar do próprio veneno
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Palavras soltas
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Uma alegria em pessoa
Aos poucos tudo foi ficando mais escuro, triste, frio. Nada mais que eu fizesse servia de alimento para salvar aquele relacionamento. E como num passe de mágica, o fim de tudo aquilo chegou mais rápido do que eu imaginava. A tristeza me abalou, impregnou em mim. Mas eu escolhi mandá-la embora o mais rápido que consegui. Na minha vida tudo acontece dessa forma. Quando penso que enfim o mundo acabou pra mim, vem uma luz, um milagre, ou qualquer sinônimo disso e me levanta de tal forma que me deixa melhor do que eu possa acreditar. É como se a nuvem carregada de angústias passasse num piscar de olhos. Como se todo o sofrimento de antes se resumisse naquele alguém que me sugou. Tudo bem que eu estava errada em permitir que aquilo acontecesse, mas pelo menos serviu como mais uma experiência boa. Porque agora eu vejo, que o mal veio para me apresentar o bem mais uma vez. E que eu estava enganada ao achar que não suportaria viver sozinha. Aliás, estou enganada novamente em dizer esse ‘sozinha’. Jamais estarei sozinha nessa vida. Primeiro porque tenho a mim mesma e a Deus, segundo porque tenho minha preciosa família contando com tias, primos e afins, e terceiro porque tenho minha segunda família por escolha, os amigos. O mal de às vezes ser frágil é esse. Se deixar levar pelos maiores sentimentos e se esquecer de que um dia eu era melhor simplesmente porque estava vivendo por mim mesma e nada mais. Nada vale mais do que poder preocupar só comigo mesma e trabalhar nisso. Enfim, voltei a ser uma alegria em pessoa, e por isso voltei também a atrair todos os corações bons para perto de mim.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
É ruim mas faz bem
Se você ainda não chegou nessa fase, não se deparou com um momento difícil e pensou nesse tipo de coisa, pode estar certo de que ainda vai acontecer. Então já se prepare e saiba que não é tão ruim quanto parece.
Desde pequenos já nos ensinam a aceitar um ‘não’ justamente para sabermos lidar com a vida mais para frente. Nada vem de bandeja, e muito menos temos tudo que queremos. Eu talvez fosse até a pessoa errada para estar falando sobre isso, pois, na maior parte da minha vida eu fui vista como uma ‘filhinha de papai’, mimada, manhosa e dondoca. Ta certo, eu admito que ainda exista a mimada, manhosa e dondoca dentro de mim, mas, a filhinha de papai já foi deixada para trás. E isso aconteceu exatamente por esse motivo que vos falo.
Meus pais podem até hoje querer fazer de tudo por mim para me ver sorrindo e jamais sofrendo, mas, já estou em uma idade que impede que eles possam ser meus super heróis.
Tudo que agora eu desejo, só vai chegar até mim se eu mesma for alcançar. Meus estudos, trabalhos e relacionamentos só dependem de mim mesma. Ou seja, chegamos ao ponto em que eu queria. Meus pais vão sempre ser os meus alicerces, mas, as escolhas que agora faço me atingem de uma forma em que eles não podem mais me salvar. Eles vibram com minhas conquistas e também sofrem com minhas perdas. Por mais que eles queiram tirar certos sofrimentos e decepções da minha vida, eles não podem mais. Já sou maior de idade, com a tarefa de buscar para a minha vida o que só eu mesma posso conseguir. E é por isso que eu digo que todo mundo um dia ainda vai aprender o que eu já conscientizei. As tristezas, perdas e problemas existem para todos, não há como fugir. De início fica tudo parecendo uma conspiração do destino contra nós e nossos sonhos, mas, depois que tudo vai passando a gente consegue olhar pra trás e entender os fatos de uma outra forma. Tudo que nos acontece é fruto de nossos pensamentos, falas, ações e escolhas. Mesmo as partes ruins, chegam até nós porque sem querer buscamos isso em algum momento. E pode parecer difícil de enfrentar tudo isso, mas, com o tempo sendo nosso melhor amigo, o jogo vira, e o que era pra ser ruim por um determinado tempo, vira motivo de força maior, aprendizado e com certeza, felicidade. Aprendemos a enxergar que as tristezas e pedras do caminho só servem para nos levar ao maior patamar de maturidade e controle emocional. É claro que a vida é curta para vivermos e aprendermos de tudo, mas, tudo que cada um enfrenta já é suficiente para servir de base para continuarmos caminhando até o fim de nossos dias. Por isso eu digo. Na hora de fazer aquelas perguntinhas infelizes para os céus, lembre-se de que tudo passa. E quando finalmente passa, você estará melhor do que estava antes.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Tente ver o lado bom da chuva
Mais que depressa salvei aquela mensagem e tive a certeza mais uma vez de que meu Deus e meus pensamentos positivos fazem milagre na minha vida. Quando realmente acredito em algo, quando realmente busco encaixar Deus nos meus dias de lutas e glorias, tudo flui melhor, tudo fica mais claro, mais simples, mais bonito. É como se a partir de um sinal de Deus, e de uma certeza que meus pensamentos positivos se concretizam tudo que antes era uma muralha na minha frente impedindo a passagem, se tornassem enfim uma poeira que até mesmo o vento se encarrega de levar pra longe de mim. Demore o tempo que for, seja a tempestade furiosa ou não, sempre me descubro mais forte do que eu pensei que fosse à última vez em que tive que talvez superar algum problema. E acima de tudo, depois que me recomponho, tudo e todos nesse mundo ficam pequenos perto de toda a minha vontade de conquistar a vida com a minha fé, sonhos e amor! E se você aí que está lendo isso, não consegue acreditar muito no que to dizendo, tente. Tente fazer isso por você também. Tente acompanhar a história de alguém que já sofreu muito e hoje só esbanja sorrisos. Você verá como tudo pode ser mais lindo depois que a chuva lava a sujeira que antes incomodava.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Guerreira sem armadura
terça-feira, 23 de junho de 2009
No topo só chegam verdades e amores
segunda-feira, 22 de junho de 2009
O príncipe vilão
Eis que encontrei o meu “príncipe”. Amei como nunca havia amado, para no fim descobrir que o príncipe era o vilão e que eu havia vivido um amor e uma história de mentira. Vi-me realmente em uma cena não real, daquelas de novela, e forçadamente tive que acreditar que existe gente muito mal no meu mundo. Sofri como nunca achei que fosse suportar. Venci, cresci e me fechei para os homens, pois “príncipes” mesmo com defeitos já não existiam. Até que caiu de pára-quedas na minha vida um alguém especial de muito longe, mas, que mesmo com a distância me ajudou a descobrir que bons sentimentos ainda poderiam brotar dentro de mim. Comecei a apostar novamente. Acreditei que enfim tinha encontrado o tal cara diferente. Ele podia ser diferente sim, mas, nas habilidades para me conquistar e depois também me magoar. Dessa vez eu já estava vacinada, o drama foi menor, cortei o mal pela raiz. O ciclo continuou. Eu me fechando e nenhum “príncipe” iria conseguir me alcançar. O final da história? O destino me laçou me amarrou e me jogou nos braços do menos provável. O falso príncipe que deu início ao ciclo tinha resolvido voltar, arrependido, mexendo com minhas idéias e fazendo com que eu ficasse besta diante de cada declaração que ele me fazia. Sofri por no início lembrar do passado, por não saber o que me aguardava, por não saber o que fazer. Rendi-me a vida, ao caminho que foi posto em meus pés sem nem eu mesma ter procurado. Usei a bondade máxima que ainda habitava meu coração e deixei o mal curar seu próprio estrago, aliás, talvez fosse isso que minha vida precisasse pra voltar a me fazer ser como antes. Mas, depois de certas experiências, a gente aprende que as seqüelas são pra vida toda. Voltei a amar, mas, não conseguia mais me jogar de corpo e alma. Perdoei, pois, sou assim, mas, minha parte romântica não queria mais se acender. Aos poucos voltei a sonhar, acreditar em finais felizes, contos de fadas que se adaptam a vida real e príncipes que chegam em cima de 4 rodas e não 4 patas. Mas, ainda não sei como vai terminar essa história. Às vezes o príncipe vira sapo, às vezes meus sonhos se vão. Tudo sempre se acerta menos o romantismo, que ainda insiste em estar em maior falta. Bendito sejam os problemas que vem para ensinar sobre as alegrias. Até hoje ainda luto para encontrar a mim mesma e assim poder impor ao meu príncipe tudo que mereço e que talvez eu tenha até perdido por culpa de um mal que ele mesmo me presenteou e agora só ele pode curar!
quarta-feira, 17 de junho de 2009
História sem fim?
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Ainda não cheguei ao fim
Só acordei de toda aquela viagem quando fixei novamente aqueles olhos e notei que as coisas sempre podem ficar piores do que pensamos.
Os olhos negros, profundos e totalmente tristes, eram aqueles em que eu via no espelho.
E foi aí que me lembrei de umas palavras que eu havia ouvido em um seriado que eu assisto (One Tree Hill). No final sempre tem uma moral, mas aquelas palavras, daquele episódio, tinham caído como uma luva pra mim nesse momento:
“Dê uma olhada em você no espelho. Quem você vê te olhando? É a pessoa que você quer ser? Ou é alguém que você queria ser? A pessoa que você deveria ser, mas acabou não sendo? É alguém dizendo a você que você não pode ou não quer? Porque você pode. Acredite que o amor está por aí. Acredite que sonhos se realizam todos os dias. Porque eles se realizam.”
Mas meus olhos só vão transmitir essa mensagem ao mundo quando finalmente destruir a tristeza que habita neles. Quando finalmente tiver vencido essa dura profundeza. Porque enquanto se está caindo, não tem o que fazer, a não ser aceitar, conscientizar e acreditar que no fim existe solução. Que no fim tudo melhora. No fim tudo dá certo.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Reencontrando o amor
Esse companheiro se intitula namorado. Com ele tudo parece mais fácil, mais valioso. Por ele tudo fica melodioso e mais lindo. É ele quem trás amor e mais paz, afinal, quando se tem amor, tudo fica mais tranqüilo de se enfrentar na vida. Até que chega um momento em que as flores parecem começar a murchar e não se sabe o motivo da seca. Tudo vira motivo de mais tristeza, qualquer pedrinha no caminho se torna uma dor de cabeça. É nesse instante que os anjos de nossa vida entram em ação. Uns até tentam ser mais bondosos do que o normal e insistem na vocação de cupido para ver se curam as pragas que estão acabando com as flores, pragas estas que moram em corações infelizes. Os anjos servem de consolo, distração e conseguem muitas das vezes arrancar sorrisos de nós, mas no fundo nada disso importa muito enquanto o verdadeiro significado de viver ainda parece estar murchando. A batalha contra tudo de mal que possa estar ruindo o amor é longa e incansável. Não basta esforço só de um, tem que unir a esperança e a vontade dos dois para que no fim o bem maior vença. Os valores contra esse mal sempre existiram, mas ás vezes esse mundo nos faz esquecer. Aos poucos, os anjos de nossas vidas vão nos ajudando a recuperar total juízo e colocando na mente dos amantes tudo que estava sendo esquecido e que jamais deveria sumir de nossas vidas. A compreensão, que exige tempo para que um ouça o outro e assim se entendam. O respeito que necessita de apreço um pelo outro, para que conheçam a individualidade e por isso entendam que cada um é cada um. Companheirismo que exige da maturidade para que ninguém tente dominar ou ter poder sobre o outro e ainda assim consigam dividir os mesmos momentos e sentimentos. Admiração que necessita da sinceridade para que cada um saiba reconhecer no outro o melhor. Carinho que necessita da vontade para que um procure o outro nem que seja em um olhar, mas transmitindo sempre a doçura e afetividade. Diálogo que exige flexibilidade total para que ambos consigam trocar informações, opiniões e pensamentos diferentes, mas sempre entrando em um acordo que seja bom para os dois. Romantismo que necessita da paixão para que os dois sempre consigam se declarar e manifestar todas as formas, gestos e palavras de carinho que sentem um pelo o outro. E finalmente, amor que necessita de tudo isso já citado e muito mais. O amor une tudo, o amor cura tudo, o amor sempre dá sem cobrar, o amor só cresce e nunca diminui, o amor é sempre verdadeiro e nunca disputa nada, o amor é fiel, o amor é infinito e bondoso, o amor cuida, o amor surpreende, o amor faz sorrir e chorar, mas sempre de felicidade, o amor nos faz viver! Quando tudo isso enfim se acalma novamente nos corações dos amantes, eles percebem que seca nenhuma jamais poderá destruir o que é verdadeiro. Descobrem também que amar é a mais bela ação que o ser humano pode fazer nessa vida e que quando se enfrenta secas, pedras no caminho, problemas, brigas, malícias do mundo que chegam até nós e até mesmo falta de juízo que nos tira o senso e mesmo assim o amor no fim sobrevive, é porque era pra ser e sempre será cada vez mais forte. O amor tudo vence!
quinta-feira, 14 de maio de 2009
O problema sem solução
É... Como se não bastasse todos os problemas do mundo entre finanças e doenças se transformando em pandemias, para nós mulheres, ainda existe aquele outro probleminha (problemão) que nos tira o sono. Homens (¬¬).
Quando avistamos uma revista na banca com uma matéria em vermelho, a fonte quase ultrapassando os limites, dizendo "Como conquistar o homem perfeito", logo pensamos que aquela revista caiu do céu e quem escreveu aquilo estava pensando em nós (desesperadas). Sem pensar duas vezes a maioria das mulheres compra a bendita e devora em poucos minutos cada palavra que ali contém. A mente aos poucos vai ficando confiante, tudo parece mais fácil, mais vencido. Mas aí na hora 'H' tudo vira pó. Por que?
Ah, cara amiga, são vários os motivos que te levam a loucura novamente.
Primeiro: Não existe homem perfeito.
Segundo: Essas revistas não pensam em você, e sim no seu dinheiro.
Terceiro: Tudo que existe nessas matérias consequentemente pecam e te levam as vezes a cometer a pior das atrocidades, aí você perde o cara e depois fica louca atrás de outra revista. O ciclo vicioso nunca termina e enquanto isso as editoras estão enriquecendo.
Tudo bem, posso estar generalizando. Livros são até mais precisos e convincentes. Quem os escreve acaba pesquisando antes sobre o tema e te dá idéias mais fixas. Gaste um pouco mais de dinheiro em um livro de auto-ajuda sobre o que você quer saber, mas vá com calma também, não saia engolindo cada linha de uma só vez, senão depois você não vai se lembrar nem da metade do que deveria.
Enfim, já até fugi da minha idéia inicial. Sou a favor de leituras e ajudas, mas não sou a favor do que as diferenças entre homem x mulher causaram no mundo, na vida e no emocional de todos nós. Homens sempre saem por aí dizendo que somos complicadas e que eles não nasceram pra nos entender. Traduzindo: Eles é que não nasceram com capacidade suficiente pra entender todos os nossos sinais que não são previsíveis.
Nós mulheres, no entanto, sempre saimos por aí dizendo que eles não prestam, são todos iguais, insensíveis e nada românticos. Traduzindo: Nós temos capacidades acima das deles e por isso eles jamais vão conseguir alcançar todos os nossos desejos e expectativas em relação a eles.
Isso tá ficando meio feminista demais né?
Mas alguém tem que falar! É de pirar mesmo ter que ficar seguindo todas as regras sobre como conquistar um homem, como vencer as teimosias deles, como tomar cuidado com nossas atitudes para não assustá-los e por ai vai...
É claro que isso não leva a nada, porque nascendo mulher, seremos sempre escravas dessas idéias, afinal, se não seguirmos, jamais vamos conseguir conviver com 'eles'.
Mas se alguém souber de alguma salvação para isso, me comunique por favor!
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Parte XIII: O mais estranho amor da minha vida
Já havia se passado um mês e meio e eu ainda não conseguia tirar da cabeça aquele último dia em que estive com Danton. Não sei se fiquei marcada pela tristeza ou pela dúvida. Desde aquele dia que eu tenho ido até a ponte para ver se encontro uma resposta ou uma solução. É como se eu sentisse que do mesmo lugar que ganhei algo, eu perdi, e agora novamente eu estivesse indo lá para ganhar alguma outra coisa que pudesse apagar tudo que eu estava sentindo, ou até quem sabe, arrumar uma nova motivação. Se para Danton aquela ponte serviu de busca para o que ele tanto esperava na vida, então talvez para mim também adiantasse. E foi assim que pensei todos os dias em que pisei lá. Mas eu sempre voltava para casa derrotada. Vovó sempre disse que o tempo cura tudo e nos ensina muita coisa, mas então eu estava sendo a inimiga do tempo, pois, eu não sentia que ele estava me ajudando. Cheguei até a pensar que ele me largou para trás, começou a correr sem mim e me deixou no passado como se minha cruz fosse mesmo continuar sofrendo por alguém que já devia era estar sendo esquecido.
Nem a manhã de mais um sábado ensolarado conseguia me animar. Decidi sentar um pouco no jardim em frente de casa com o Cacau, havia um tempinho já que eu não me dedicava a ele também.
O solzinha da manhã estava gostoso. Deitei na grama com Cacau do lado e quase peguei no sono. Só fui despertar completamente quando vi um carro parecido com o de Danton passando em frente a meu jardim. Meu estômago começou a remoer como de costume e já me senti abater pela tristeza dos últimos dias. Prendi Cacau na corrente e resolvi sair dali, dar uma volta talvez. Fui andando, andando... Nem me toquei do caminho que estava tomando. Eu só sabia prestar atenção nos meus pensamentos. Só fui notar onde eu estava quando Cacau começou a latir. Olhei para os lados e reconheci. Novamente, eu estava na ponte. Era como se meus pés já tivessem decorado todo o caminho e meus olhos me levassem até lá sem nem mesmo eu ter que decidir por isso. Fiquei meio assustada com minha total falta de atenção para esse fato, mas minha tristeza ainda falava mais alto, por isso não me importei. Fui caminhando até o banco mais próximo e quando passei os olhos pelas árvores no outro lado da ponte me deparei com uma sombra tentando se esconder atrás de uma delas. Fixei o olhar e tentei andar para perto na intenção de ver melhor. Cacau começou a latir e virei meus olhos rapidamente para ele para ver se estava acontecendo alguma coisa, mas ele estava latindo para a mesma coisa que me chamou a atenção. Quando olhei novamente para as árvores, a sombra havia sumido. Comecei a correr até lá, mas percebi que era inútil. Quem quer que fosse que estava tentando se esconder de mim, já tinha sumido. Subi as pressas para a ponte de novo e de lá olhei para a rua e vi o que meus olhos talvez não quisessem ver. Danton estava arrancando seu carro e saiu o mais depressa. Eu não queria acreditar naquilo. Não queria ter mais motivos pra pensar sobre aquele assunto. Parecia um imã. Sem querer eu continuava sofrendo e assim continuava a atrair essa história para minha vida.
Tentei não juntar hipóteses sobre nada do que havia acontecido dessa vez. Resolvi sair até mesmo daquele lugar e fui para casa.
Chegando... Soltei Cacau no gramado como de costume, pois dali ele nunca fugia, e me sentei também novamente até tentar aliviar um pouco a tensão e assim poder entrar em casa. Tudo bem que já não havia mais fórmula para esconder minha angústia dos meus pais e minha avó, eles já tinham notado um problema em mim, mas de qualquer forma eu não gostava de saber que estava sendo mais observada do que de costume.
Passado uns 20 minutos já que eu estava por ali, fui procurar Cacau pelo jardim, ele tinha a irritante mania de se esconder de mim atrás dos pequenos arbustos. Chamei, chamei e nada dele aparecer. Comecei a invadir os jardins dos vizinhos na esperança de encontrá-lo. Quando me virei para olhar novamente na frente de minha casa, achei que estava vendo uma sombra do passado. Eu não sabia identificar se estava com raiva ou surpresa. Parada bem ali quase na minha porta, estava Ananda. Cacau estava em seu colo e ela ainda tinha aquele ar de triunfo no rosto:
- Solta o meu cachorro.
Ela me olhava dos pés a cabeça:
- Ora, ora, ora. Ainda continua a mesma sem educação de sempre. Tome seu cachorro, não o quero, estou aqui porque preciso falar com você. E não teria vindo se não fosse realmente importante.
Ela largou Cacau no chão, mas ele se manteve perto dela. Bem que eu sempre soube que meu cachorro era burro:
- Seja lá o que você quer comigo, fique já sabendo que não tenho mais nada com Danton, não se incomode em perder seu tempo comigo.
Ananda cruzou os braços e fez cara de quem não entendia o que eu dizia:
- Queridinha, só presta atenção no que eu vou te dizer. Danton não é mais o mesmo. Nossa família está muito preocupada e precisamos dele mais do que nunca. Eu jamais te procuraria se não fosse um caso especial. Não entendo a magia que você usa para conquistá-lo, mas já que você conseguiu, então agora agüenta. Porque Danton está muito mal, ninguém consegue ajudá-lo, e eu sei qual é o problema dele. Você!
Quem fazia cara de que não entendia nada agora era eu. Eu devia estar da cor de um pastel porque minha cabeça estava rodando e eu não acreditava no que ouvia. Tudo parecia estar complicando mais do que já poderia estar:
- Ananda, eu... Não faço idéia...
Ela fez cara de brava e me interrompeu:
- Você tem duas alternativas. Ou procura Danton, ou... Procura Danton.
Enquanto ela terminava essa frase ela foi andando em direção a um táxi que a esperava do outro lado da rua. Demonstrei que queria falar e ela não deixou. Deu-me adeus e entrou no táxi que saiu rapidamente. Fiquei parada olhando a rua vazia como se ainda tivesse algo para observar. Eu não fazia idéia do que Ananda pensava que eu fiz para Danton. E muito menos tinha como procurá-lo, afinal, se eu soubesse como achá-lo já teria feito antes. Eu estava cada vez mais confusa e sem luz no fim do túnel. A única coisa que ainda demonstrava vontade de lutar era meu coração que pulava cada dia e cada vez mais em que ouvia o nome Danton.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Parte XII: O mais estranho amor da minha vida
Eu já estava andando em círculos pelo meu quarto já fazia 1 hora. Era como se meu cérebro estivesse dividido entre o bom e o ruim. Um lado me dizia que o melhor seria me afastar de Danton definitivamente, e o outro me mandava correr atrás dele e saber tudo, de uma vez por todas. Ao menos eu poderia pedir desculpas pela minha injustiça em não ter acreditado nele. Era a razão batendo forte na consciência e o coração pulando acelerado me deixando agoniada em querer correr logo para Danton. O xérox com as identidades ainda estava em minha mão. Eu olhava para aquilo de segundo em segundo. Talvez tivesse sido melhor se tudo fosse verdade sobre Ananda e Danton, assim eu ficaria com meu posto de vítima e não precisaria mais pensar em me envolver com nada nessa história. Dei uma pausa nos meus passos e me sentei na beirada da cama perto a janela. Deixei que minha mente se esvaziasse por alguns minutos e passei a sentir só o vento balançando meus cabelos. No momento seguinte, notei que havia um beija-flor a frente da minha janela, parecia que ele me observava assim como eu fazia com ele. Fiquei impressionada com aquilo. Nunca havia visto um beija-flor tão de perto e tão imóvel como aquele ali. Era como se ele tivesse ido até minha janela pra me ver ou enviar um recado. Fiquei pelo menos um minuto imóvel olhando para ele. Assim que me movi, querendo levantar e me aproximar mais, ele voou para longe e sumiu do meu alcance. Acreditei que era algum sinal e então, lembrei novamente de Danton. Levantei-me enfim e sai do meu quarto aos tropeços. Desci as escadas como se uma cavalaria viesse atrás de mim e não me dei tempo de olhar a expressão incrédula da minha avó que estava na cozinha. Depois que sai do jardim de casa comecei a pensar onde e como eu poderia encontrar Danton. Eu não tinha nenhuma forma de contato, nada além da ponte. Era minha única solução até então, procurá-lo no lugar de sempre. Acelerei o passo e fui o mais depressa que pude. Eu não queria me permitir desistir. Já tinha chegado até ali e era o que eu devia fazer. Eu devia desculpas a Danton.
Assim que estava chegando à ponte, notei que o carro dele estava parado ao lado da calçada. Meu coração começou a pular desesperado novamente. Tentei controlá-lo, mas não consegui. Fui subindo a ponte com uma pontada no estômago. Eu não sabia o que me aguardava, só sabia o que devia fazer.
Danton estava sentado no primeiro banco próximo à outra subida da ponte. Ele estava cabisbaixo e por isso não notou minha chegada. Tinha mais umas pessoas por ali. Aproveitei que uma senhora estava andando para o mesmo lado que eu e me escondi atrás dela, fui acompanhando seus passos na direção de Danton. Tentei escolher as palavras certas que eu usaria, mas não saia nada da minha mente naquele momento. Chegando ao banco, deixei que a senhora fosse embora tomando muita distância de mim e me sentei rapidamente ao lado de Danton. Ele não parecia querer largar seus pensamentos e por isso não me notou de imediato. Sentei-me virada pra ele esperando que ele me olhasse, mas ele não o fez. No entanto, ele começou a dizer:
- Sabia que você viria. Eu poderia ter ficado aqui o dia todo a sua espera.
Eu olhei escarlate para ele como quem não queria acreditar no que ouvia. Depois de tudo, ele ainda era capaz de me surpreender mesmo com poucas palavras. Eu não esperava por tamanha compreensão. Fui pronta para me desculpar e não para ser recebida:
- Não sei o que te dizer. Queria ter as palavras certas sempre como você. Só peço que me desculpe por não ter acreditado em você. Foi por isso que vim.
E foi depois dessa minha fala que ele se virou para mim o mais depressa que pôde e me abraçou com muita força, como quem parecia se despedir de algo que nunca mais veria. Meu coração naquele momento estava ao patamar mais alto de exaltação e eu não sabia o que fazer. Talvez tenha demorado alguns segundos até corresponder aquele abraço. Envolvi meus braços em seu ombro e esperei pela próxima atitude de Danton. Queria que ele me soltasse logo para assim ele não notar meu coração saltitante, mas ele não parecia querer me largar. Senti-o encostando seu rosto no meu cabelo próximo ao meu ouvido:
- Amor, eu que te peço desculpas por todos esses mal entendidos. Você não merecia passar por tudo isso. Te encontrei no momento errado da minha vida e tomei total consciência de que não te mereço. Não por agora. Se um dia eu puder te encontrar novamente eu serei o homem mais feliz desse mundo, mas sei que nesse nosso presente eu não tenho mais direito de pertencer a sua vida. Você não precisa e nem vai mais ter que participar da minha vida conturbada. Saiba que você foi à única alegria que tive desde aquele primeiro dia que nos conhecemos e desde então eu sabia que você era a pessoa por quem eu estava procurando todo esse tempo, mas agora eu abro mão dessa alegria, pois você não merece enfrentar tudo que ainda tenho para resolver.
Desprendi-me daquele abraço e olhei nos olhos de Danton. Eu não conseguia entender o que ele dizia. Eu queria sim ter me livrado de toda aquela confusão, mas eu fui ao encontro dele, pois escutei o coração e não a razão. Por mais orgulhosa que eu estive sendo, não era isso que eu esperava ouvir. Talvez eu não tivesse pedido desculpas direito, ou então eu estava esperando de Danton algo que ele jamais tenha pensado. Mas antes que eu pudesse começar a falar, ele me pegou em seus braços novamente e prendeu meus lábios nos seus. Não consegui deixar de corresponder, mas minha vontade era de gritar ou chorar. Eu estava confusa, eu queria explicações e não ser calada por ele. Meu pensamento foi se esvaziando a medida que o beijo foi ficando intenso. Eu estava me sentindo fora do chão quando Danton me largou. Percebi que eu estava envolvida nele mais do que achei que estivesse. Seu rosto ainda permanecia a pouquíssimos centímetros do meu e ele tinha um singelo sorriso no canto direito da boca, mas seu olhar era de tristeza e foi ali que eu percebi que ele não estava brincando e nem iria mudar de idéia. Ele roçou seu nariz no meu, fechou os olhos como quem faz quando sente um perfume de uma flor, tocou meus lábios brevemente e enfim me soltou por completo levantando-se rapidamente. Olhei para ele tentando entender alguma coisa. Eu queria dizer algo, mas não sabia o que. Fiz menção de me levantar e ir com ele para onde quer que ele fosse só que ele foi mais rápido do que eu:
- Não venha Paula. Não me procure mais. Não pense mais em mim. Será melhor pra você. Perdoe-me por tudo, principalmente se te causei tristezas e problemas, mas agora tudo vai voltar ao normal pra você. Fique bem. E se um dia eu merecer e ainda souber que você me aceitaria de volta, eu te procuro. Nunca se esqueça de que eu te amo!
Senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto. Meu coração pulava muito e me pedia para agir, mas eu não conseguia me mover. Era como se Danton tivesse me prendido ao banco para não ir realmente atrás dele como ele havia pedido. E ele tinha feito isso mesmo, mas com palavras. À medida que ele foi se perdendo da minha visão assim como o beija-flor mais cedo, eu fui sentindo mais e mais lágrimas tomando conta do meu rosto e embaçando minha vista.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Axé na veia
quarta-feira, 25 de março de 2009
Coroas destinadas ao amor
domingo, 22 de março de 2009
Até onde a confusão chega
segunda-feira, 9 de março de 2009
Anormal eu?
quarta-feira, 4 de março de 2009
Duas vidas?
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Águas passadas
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Parte XI: O mais estranho amor da minha vida
Texto para o blog: Amores-cruzados
Estava saindo do colégio àquela hora e minha única vontade ou pensamento era que a segunda-feira terminasse logo. Nada melhor do que um dia após o outro e eu contava com o tempo para me livrar de certo passado. Eu estava absorta em meus pensamentos e por isso demorei a perceber o que estava bem em frente aos meus olhos. Na esquina de frente ao portão do colégio estava o carro de Danton. Um nó na minha garganta se formou assim que pensei naquela loira que mais uma vez poderia querer me tirar a paciência mesmo desta vez em que eu não tinha me metido com o querido dela. Fingi não ter notado e acelerei o passo pra acompanhar um grupinho de garotos que iam rindo a minha frente. Mas para o meu susto, o carro estava me seguindo vagarosamente ao lado do passeio. Todos que estavam em volta começaram a perceber aquela cena curiosa e então tive que mais uma vez ceder. Parei de braços cruzados e esperei até a porta do passageiro se abrir pra mim. Entrei já pronta para uma batalha e mais uma vez fui surpreendida. Eu estava esperando por algo loiro e rude. Ao invés disso, me deparei com um alguém fugitivo, misterioso, mentiroso e causador dos meus últimos problemas. Minha expressão não deve ter mudado muito do impaciente para o rancoroso. Danton me olhava com olhar suplicante de quem sabia como me ganhar, mas ele estava errado, de certa forma eu já estava vacinada contra supostas investidas dele em querer novamente me enrolar:
- Não sei bem porque veio me procurar, mas já vou logo dizendo que você além de abusado é um tanto cara de pau. A minha tolerância já foi testada e usada com sua amada, por isso eu lhe peço que me poupe de mais uma perda de tempo. Não quero você e nem nada do seu mundo mais na minha vida.
- Nossa Paula! Quanta arrogância. Não estou te reconhecendo. E de que amada você está se referindo se a única dona do meu coração é você?
- Ah faça-me o favor! Não gaste suas belas palavras comigo. Eu já sei de tudo. Eu vi tudo. Você e aquela loira metida. Por acaso fizeram algum tipo de aposta e eu acabei me tornando a diversão de vocês?
- Paula, minha querida! Por favor, não estou entendendo bem seu julgamento, mas vejo que existe mais mal entendido entre nós do que eu imaginei. Deixe-me ao menos tentar entender o porquê de tudo isso e também esclarecer algumas coisas.
- Danton, eu volto a repetir. Não quero mais nada de você nem da sua vida. Você muito menos me deve explicações. Só me deixe em paz e esqueça que eu existo. Você estará me fazendo um favor.
- Se você quiser isso mais do que tudo, eu vou respeitar. Jamais quero te fazer mal ou vê-la infeliz. Mas ao menos me permita explicar tudo isso que vem acontecendo. Prefiro ter que deixá-la sabendo de toda a verdade.
- Que verdade? Só se for a sua verdade né? A versão que você quer que eu acredite. Pois a verdadeira verdade eu já conheço. A loira é sua namorada e eu não passei de uma pedra no caminho, que no inicio servia de diversão e agora serve de problema para pelo menos algum de vocês dois não é mesmo?
- Paula, me ouça! A Ananda, que é a tal loira que você se refere não é, nunca foi e nem vai ser minha namorada, ela é minha prima. Você sempre foi o meu amor. Não pense que você não seria merecedora disso.
- Ah qual é? Ta pensando que ainda vou cair no seu romantismo? Nada mais do que você disser vai me convencer do contrário. Eu vi vocês se beijando, que história é essa de prima? Você além de tudo mente mal hein?!
- Sei muito bem do que você viu e é por isso que estou aqui de bandeira branca nas mãos querendo te explicar que aquilo não passou de um erro, uma mentira, algo que por mim nunca teria acontecido. A Ananda sim é apaixonada por mim e vem a anos tentando criar algo entre nós, mas por vezes tentei botar juízo na cabeça dela. Nunca dei esperanças, pelo contrário, só que ela é obsessiva, não me dá ouvidos.
- Danton, eu... Não tenho porque acreditar em você. E nem preciso. Isso pra mim já basta. Não tenho haver com a sua vida e nem a dela. Vou embora ok? Estou cansada e tenho pressa de chegar em casa.
Mesmo ele me olhando com aquele olhar caloroso e pedindo piedade eu me forcei a abrir a porta e sair do carro me colocando de pé embaixo do sol escaldante que me acompanhou até no jardim de casa.
Passei a tarde toda na cama, pensando em tudo que Danton havia me dito. Eu não queria perder mais tempo com aquilo tudo, mas algumas coisas que Ananda havia dito ou feito no dia anterior realmente não se encaixavam. Comecei a talvez pensar na possibilidade de Danton estar dizendo alguma verdade. Mas fui interrompida com vovó batendo na porta e colocando debaixo dela um envelope em meu nome. Peguei-o depressa já imaginando ser algo do feitio de Ananda e abri. Primeiramente notei que era um xerox de duas carteiras de identidade, frente e verso. As fotos não me enganaram, era Danton e Ananda. Mas até então eu não estava entendendo o que queriam me dizer mandando aquilo. Olhei dentro do envelope e continha um pequeno cartão na letra de Danton:
“Espero que isso prove a minha verdade.
Beijos, Danton!”
Olhei novamente para as identidades e comecei a ler os dados de cada uma delas. Foi quando notei o que era pra mim enfim perceber. Os nomes de cada um deles:
Danton Furtado Smith
Ananda Johnson Smith
Eles eram mesmo parentes. Fiquei encabulada e atônita com a minha injustiça. Eu sabia que devia me afastar desse caso e desses dois, mas eu não sou de cometer injustiças.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Deus fez e o homem ignorou
A compaixão que somos capazes de sentir por uma amiga ou uma irmã. O sol que nasce e adormece todo dia em frente aos nossos olhos que na maioria das vezes não damos importância. O cheiro da chuva na terra molhada no quintal de casa. Os passarinhos cantando pela manhã. O carinho que cada pessoa amiga ao nosso redor é capaz de nos transmitir nos mínimos atos. O vento que bate em nossas janelas toda noite. A lua que brilha ao lado de perfeitas estrelas e nos convidam a admirar. O bichinho de estimação que sempre tem alguma gracinha pra fazer e nos alegrar. A realização de alguma conquista, por menor que seja. O cheiro de mato, ar puro, que encontramos em cada pedacinho de natureza espalhados no mundo. São diversas coisas como essas que passam despercebidas aos nossos olhos e em nossas vidas. São coisas como essas que fazem de nossas vidas menos amenas. É por tudo e com tudo isso que deveríamos nos importar mais, enxergar mais, perceber mais e valorizar mais. Estas pequenas e importantes observações que passam por nós sem chamar atenção têm muito mais valor do que podemos pensar. Podemos e temos que saber viver o que há de mais belo, natural e simples em nosso dia-a-dia. Não devemos nunca valorizar apenas o que precisamos. O desnecessário às vezes pode ser o que mais faltava para dar simplicidade e alegria em nossas vidas. Quem consegue compreender isso vai saber viver melhor o resto de seus dias. Deus nos deu tudo o que precisamos. O homem apenas criou um meio de tapar os olhos para isso. O homem sim, criou e modificou o que queria por puro comodismo, deslumbramento e luxúria.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Selo Maneiro
Regras:
1 - Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que vc acabou de ganhar!!!
2 - Poste o link do blog que te indicou.(muito importante!!!)
3 - Indique 10 blogs de sua preferência.
4 - Avise seus indicados.
5 - Publique as regras.
6 - Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7 - Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para vericação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.
Indicados:
Espero que todos repassem!! Obrigada ;)terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Nem tudo estava perdido
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Parte X: O mais estranho amor da minha vida
A manhã de domingo começou ensolarada e isso me deixou com mais raiva. Eu estava com ódio do mundo depois da prova que tive da minha incrível burrada em acreditar em um cara que realmente estava criando comigo uma estória que não era minha. Mas eu já tinha prometido a mim mesma - depois de chorar todas as lágrimas possíveis que existiam em mim – que eu iria esquecer tudo que passou e se caso eu viesse a encontrar Danton eu diria a ele novamente o que ele já deveria ter aceitado da ultima vez. Não sou e nem nunca fui nada dele por isso ele não só precisava como nem iria me dar explicações de mais nada.
Minha manhã não começou muito bem. Meu mau humor estava presente a qualquer minuto e qualquer raio de sol que cruzasse meus olhos. Pensei até na hipótese de não descer para o café da manhã para assim não encontrar com meus pais e minha avó, porém não tive escolha, pois papai passou no meu quarto me chamando – ele faz questão de pelo menos fazer as refeições do dia comigo quando está em casa. Para não surgir mais perguntas para cima de mim, me arrumei e desci para a cozinha. Mal me sentei e vovó já veio com tagarelice para o meu lado só que eu não queria saber de prestar atenção no que ela dizia, estava vidrada mexendo meu café com leite. Até que eu ouvi algo sobre Danton e arregalei meus olhos na direção dela imaginando já como ela sabia o nome dele e como ela o conhecia, porque das outras vezes que eu poderia ter contado eu inventei mentiras:
- Danton vovó? De onde você o conhece?
Minha pergunta foi suficiente para fazer vovó começar a contar todo um acontecimento com todos os detalhes pelo que entendi. Danton havia batido a minha porta no dia anterior mais de duas vezes procurando por mim, mas minha avó já percebendo que eu não estava bem, afinal, fiquei o dia todo trancada no quarto, disse a ele que eu não estava e mais tarde na ultima tentativa dele de me encontrar em casa, ela disse que eu já havia chegado sim mas estava dormindo. Fiquei muito agradecida ao saber de tudo isso, acho que eu não fazia idéia de como minha avó poderia ser compreensiva comigo. Senti-me até meio egoísta e angustiada ao pensar em tudo que eu tinha escondido da vovó durante esses últimos dias por causa de Danton. Meus pais estavam mais atônitos do que eu. Eles deviam estar pensando em como eu era uma filha desnaturada escondendo vários novos acontecimentos e pessoas deles, quando na verdade quem nem nunca teve tempo pra saber dessas coisas da minha vida são eles. Não dei muita atenção às expressões que eles estavam fazendo, fiquei mais preocupada com vovó. Esperei uma brecha, mudei de assunto e só mais tarde quando meus pais se retiraram da cozinha que eu me ofereci pra ajudar vovó com a mesa do café, pois assim poderíamos conversar melhor. Expliquei a ela tudo que ultimamente vinha acontecendo e ela me escutou calada como se fosse todo esse tempo da minha vida a minha melhor amiga e ouvinte. Tive que mais uma vez dar o braço a torcer e entender que realmente eu fazia mal juízo de vovó e toda sua possível capacidade de ser compreensiva.
Quando enfim eu já estava em meu quarto, ouvi uma pedra bater em minha janela. Fui correndo olhar e me assustei com o que vi. Um sentimento de raiva e amargura tomou conta de mim. Ali parado em frente o jardim de minha casa estava o carro de Danton. Olhei melhor em volta e não vi sinal de nenhum movimento a mais. Nem ao menos vi a pessoa que teria direcionado a pedra na minha janela. Em meio a muitas sensações gigantes eu tentei me controlar e me pus a pensar em meus pais. Vovó poderia até ser minha aliada dali pra frente, mas meus pais não poderiam se envolver nisso ainda. Coloquei a cabeça pra fora da porta do quarto e tentei ouvir onde meus pais estavam. A TV do quarto deles fazia barulho, então eu já sabia que a sala estaria vazia para eu poder passar sem ser notada. Desci a escada o mais rápido que pude tentando não fazer barulho para assim não chamar a atenção. Abri a porta da sala e me coloquei pra fora a fechando cautelosamente atrás de mim. Ao olhar para o carro é que pensei novamente no que eu tinha concluído mais cedo sobre tudo que eu diria a Danton. Eu não podia e nem queria demorar então eu corri para o carro, abri a porta e já respirei fundo querendo começar a falar logo para poder me livrar dele de uma vez por todas. Mas a vida devia estar me pregando uma peça novamente, pois assim que entrei no carro, fechei a porta e olhei para o banco do motorista, me deparei com uma loira esbelta do meu lado. Ela parecia modelo ou quem sabe uma boneca de porcelana. A pele branca como o raio de sol que batia no vidro do carro. Os cabelos lisos, sedosos e loiros estavam esparramados pelos ombros dela. Ela me olhava através de uns óculos cor de pêssego que me permitia ver seus olhos verdes e brilhantes. A presença dela realmente devia intimidar qualquer um. Eu já havia esquecido completamente todo meu discurso preparado, estava me sentindo uma completa pateta ao lado dela, então ela quebrou a linha dos meus pensamentos com sua doce e melodiosa voz:
- Queridinha, então você é a tal Paula que conquistou toda a atenção e principalmente o coração do meu Danton?
- Seu Danton?
Essa foi à única parte da fala dela que me fez acordar pra realidade em que eu estava vivendo naquele momento. Pensei nas possibilidades dela ser uma outra vítima nessa estória como eu. Se fosse, ela não teria tido culpa de nada no dia anterior e muito menos de estar falando daquele jeito comigo, até mesmo porque ela teria razão em ficar indignada ao pensar que seria trocada por alguém como eu enquanto ela passa aquela presença de Miss:
- É sim. Meu amado Danton. E quer saber? Não sei o que ele vê em você. Olhe só para mim. Você acha mesmo que alguém que tem chance comigo iria querer alguém como você? Faça-me rir.
Senti que eu estava corando de vergonha, mas acho que o que mais me deixava fervendo por dentro e por fora era a audácia de toda aquela garota. A imagem de Miss que ela tinha estava se desmanchando em uma pessoa totalmente convencida e que estava me fazendo achar que eu sinceramente tinha muitas coisas melhores do que ela:
- O que você é do Danton e porque veio me procurar?
- Ora, ora, ora! Então você fala. Achei que iria ficar me olhando com essa cara de pateta pro resto do dia. Eu não queria uma batalha tão fácil como estava parecendo que seria.
Aquela loira metida estava conseguindo me tirar de mim. Sou muito boba enquanto estou controlada, mas desde que me conheço por gente, quando me tiram do sério, as coisas finalmente mudam de figura e quem merece acaba conhecendo a Paula com ausência de tolerância:
- Eu não sei o que você veio fazer na porta da minha casa e muito menos quero saber o que você quer comigo. Só faça-me o favor de dar meia volta e ir embora, por favor.
- Polpe-me da sua pouca educação queridinha. Vim porque tenho meus motivos maiores. Acredite, por mim eu nunca teria nem te conhecido, mas você ousa cruzar meu caminho e mexer com o que é meu então sou mais do que obrigada a vim te avisar sobre o que você vai fazer a partir de hoje.
- Não tenho interesse em saber das suas birras. Pode ir embora tranqüila porque de você e das suas coisas eu não quero nada.
- Escuta aqui ô projeto de gente. Não vim aqui tolerar sua falta de berço e muito menos vou escutar suas vontades. Vim porque eu tenho um recado pra você. Se afaste de Danton. Suma do mapa se for preciso, mas não se aproxime dele porque se eu ouvir da boca dele mais uma vez o seu nome eu vou fazer o favor de pagar pra você uma única passagem de ida para o fim do mundo. E agora desça desse carro imediatamente.
Ela nem se quer notou que eu estava tentando responder ao que ela havia acabado de cuspir na minha cara, pois passou o braço por cima de mim e abriu a porta me convidando a sair. Eu dei um último olhar fuzilante para ela, sai e bati a porta com vontade de quebrar o carro. Ela arrancou o carro de Danton e sumiu das minhas vistas. Sentei no jardim e fiquei pensando em tudo que havia acabado de acontecer. Tinha muitos fios soltos nisso. Ela não poderia ser mais uma inocente como eu, pois Danton falava de mim pra ela. Mas ela estava com o carro dele e veio me ameaçar. Tentei ligar alguns fatos, mas estava difícil demais para minha cabeça, era muita informação. Deitei na grama e me permiti admirar o lindo céu daquela manhã tentando me desconcentrar desse turbilhão que incomodava meus neurônios.