quarta-feira, 17 de setembro de 2008

As chances que se perdem

A música não parava um só instante, tocava, tocava e tocava sempre em uma maior freqüência. As luzes cada vez mais brilhantes e ofuscando a vista das pessoas. Tudo em volta parecia estar na mesma sintonia de alegria e diversão. Mas dentro dela havia uma contradição. Dentro dela incomodava uma tristeza agonizante. Do outro lado da pista, estava ele, parado, encarando aquele momento perfeito para os amantes de uma perfeita festa. Eles trocavam olhares especiais, mas confusos. Ela, sem entender quase nada de tudo aquilo, continuava a estampar um sorriso nos lábios que na verdade pediam para serem calados por um beijo apenas dele. Ele, quieto na sua, com as mãos na cintura de outra, demonstrando não estar tão incomodado. Ela, em seu papel de mulher, fingia tranquilamente uma felicidade que incomodava aos invejosos que notava. Ele, olhando pra ela com vontade, impaciência, mas se manteve pacífico, de nada ele poderia mudar ali. Vontade e dúvida. Afeição e raiva. Carinho e decepção. Sentimentos estes que entravam nesses dois corações e faziam deles unidos porém distantes. Momentos como este, apaixonados como estes, se perdem todos as noites pelo mundo afora. Por falta de um simples entendimento, de uma simples conversa, por falta de uma complicação a menos. Assim caminha o mundo em que muitos perdem a chance de viver um amor ou concertar um que já exista.

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