domingo, 28 de setembro de 2008

O silêncio dela

O céu estava límpido. As árvores farfalhavam com o vento. Os pássaros estavam mais próximos das pessoas pousando pela grama.
A toalha do piquenique ainda estendida sobre o chão, restos de migalhas eram levados pelas formigas, à cesta ainda aberta mostrava que não restava quase nada.
Um silêncio abrupto tomava conta do final daquele momento entre eles. Era algo para incomodar os nervos, e foi então, que ele resolveu acabar com a incerteza:
- O que foi que houve? Ou o que foi que eu fiz?
- Nada.
- Como nada? Estávamos tão bem e de repente você se cala.
- Não é nada.
- Você não me engana. Fala! O que está havendo?
- Já disse! Não é nada, mesmo.
- Ah pelo amor de Deus! Se não fosse nada você não estaria assim.
- Assim?
- É. Assim. Desse jeito aí comigo.
- Você e suas conclusões erradas.
- Você e seus silêncios.
- Verdade. Com os meus silêncios eu enxergo coisas que você é incapaz de entender mesmo quando falo.
E assim ela levanta, caminha e segue seu rumo para uma vida silenciosa e mais sábia do que aqueles que levam os sons como a única certeza.

Um comentário:

Isadora Ijano disse...

Uooow, esse texto é de quebrar, ahahaha. O silêncio muitas vezes, é a melhor resposta, a melhor ação.
Ahh! Brigada pela visita viu? Também vou te linkar, adorei seu blog, mesmo.

Beeeijoos, sempre que puder venho aqui.
;)