segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Chiclete público
Indiretamente eu até tento avisar, mas tem sido em vão. Uma vez ouvi dizer que a vida é curta demais para errarmos de todas as formas e aprendermos. É para isso que servem os amigos, para nos ensinar o que eles aprenderam com seus erros e experiências. Quem avisa amigo é. Tudo bem que eu não tinha intenção de ser amiga de quem um dia talvez entrasse no meu caminho querendo só o meu mal. Mas lá estava eu, de coração aberto ou não, tentando jogar informações na cabeça de algumas bobas. Sutilmente eu tentava avisar a algumas garotas de que elas estavam se metendo com a pessoa errada, ou estavam agindo errado. Cansei de ver diversos caras e diversas conversas sobre as tais meninas fáceis que viraram bonecas nas mãos desses babacas. As tais garotas? Sinceramente são fáceis. Por mais espertas que elas se considerem nada disso vale realmente na cabeça deles. Elas cantam vitória por achar que venceram aquele território, mas mal sabem elas que eles simplesmente fingem ser o que elas queriam para apenas conseguir usá-las (entenda como quiser). E eu, no meu posto de a ultima a querer ser usada, saio fora logo assim que percebo que o cara é um aproveitador nato e que corre literalmente atrás de qualquer rabo de saia. Estarei mentindo se disser que nunca sofri por um desses, mas pelo menos eu dei no pé enquanto havia tempo ou enquanto houve provas contra ele. Sofri mas aprendi. E eis que aqui estou, provando que devido a esta experiência, eu posso aconselhar quem ainda precisa errar para aprender. Pois bem! Não queira errar nisso minha cara amiga. Poupe seu sofrimento e seu tempo. Todo mundo ta careca de saber o que esse tipinho de malandro pensa das meninas que lambem o chão em que eles pisam e depois ainda abana rabinho. Vai querer isso pra você? Eu já tive inconstantes crises de riso por culpa de garotas que não se cansam de fazer esses papelões. Enquanto todo mundo sabe da verdade, as pobres coitadas (ou não) ficam lá rastejando e querendo demonstrar uma felicidade que na verdade não existe para ambas as partes. Tenho pena de quem se deixa ser vítima. Mas quer saber? Até acho que algumas merecem o que passam com certos caras. Elas buscam por isso. Plantou então colha também. Mas para quem ainda tem chance de saber em que lado ficar, aí está o meu aviso. Não vire um chiclete público para depois ser literalmente mascado e jogado fora!
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Chegado o fim de 2008
Uma foto das férias de janeiro, uma música que marcou meu ano, amigos que conheci há pouco tempo - e já não abro mão de tê-los por perto sempre que puder - festas, momentos, perfumes, palavras, dias, noites e estrelas. Tudo isso e mais um pouco me fazem pensar que o ano está chegando ao fim. Que tudo está sendo encaixado em um ponto final e um novo texto vai começar a ser escrito no novo ano. Um filme de tudo que fiz este ano passa na minha cabeça a cada hora em que paro pra lembrar de tudo que passei, enfrentei, conheci e aprendi durante mais esse um ano. Já tive vários anos tumultuados e cheios de idas e vindas, mas esse ano de 2008 foi bem mais especial. Vivi muita coisa em que eu não havia vivido durante os outros 17/18 anos de vida que tive. Não sai dos meus limites e muito menos extrapolei o meu constante juízo, pelo contrário, tive a certeza de que eu jamais vou abrir mão do meu jeito de ser e viver. Mas 2008 foi um ano de muita folga, sentimentos, verdades, amizades, decisões... Enfrentei barreiras, enfrentei distancias, enfrentei pessoas, enfrentei sofrimentos, enfrentei alegrias que me consumiam mais tempo do que poderiam. Vivi de tudo um pouco. Conheci uma liberdade a mais que eu ainda não havia experimentado. Conheci e gostei principalmente de toda a maturidade que pude adquirir durante esses longos meses que mais voaram do que outra coisa. Hoje olho pra trás e já sinto saudades de tudo que passei. Sou emotiva mesmo e por isso acabo me debulhando em lágrimas atoa, por apenas lembrar que tudo teve seu inicio e seu fim. Realmente cada momento durou o tempo necessário para ser inesquecível. Espero que todos que fazem parte da minha vida desde sempre e desde este ano, sinta assim como eu, que 2008 valeu a pena porque tive todos eles comigo. Tudo só teve essa importância toda porque tinha pessoas especiais e verdadeiras ao meu redor. O coração bate forte pra despedir deste ano. Mas com toda a certeza eu vou começar 2009 com a plena alegria de que meu 2008 foi especial, único e proveitoso. Tudo terminando como se ainda fosse ontem. O fim com sabor de inicio. O inicio tendo a presença do fim!
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Oi e smaack
- Oi
- Te conheço cara?
- Calma gatinha. Missão de paz.
- Não converso com estranhos, tchau.
- Você já está conversando minha querida.
- Eu disse tchau. Você é surdo ou o que?
- E você é sempre grossa assim?
- Dependendo da pessoa tem como piorar, quer tentar a sorte?
- Ora, ora, ora. Vejo que tenho uma nervosinha aqui.
- Olha, eu tenho mais o que fazer.
- Se tivesse mesmo já teria saído de perto de mim.
- Como é que é? Você que me abordou!
- Mas os incomodados é que se retiram.
- Você é muito abusado mesmo não é?
- Sou é? Bom saber!
- Fala sério! Realmente você tem razão. Não tenho motivos pra te aturar.
- Ah, vai dizer que não ta gostando do papo?
- Que papo? Isso pra mim é perda de tempo.
- Você nunca deve ter rendido tanto papo com um estranho como ta fazendo comigo.
- Além de abusado você é convencido?
- Humm! Mais alguma reclamação para a minha lista?
- Sim.
- Então fale senhorita.
- Cala a boca e me beija logo!
- Te conheço cara?
- Calma gatinha. Missão de paz.
- Não converso com estranhos, tchau.
- Você já está conversando minha querida.
- Eu disse tchau. Você é surdo ou o que?
- E você é sempre grossa assim?
- Dependendo da pessoa tem como piorar, quer tentar a sorte?
- Ora, ora, ora. Vejo que tenho uma nervosinha aqui.
- Olha, eu tenho mais o que fazer.
- Se tivesse mesmo já teria saído de perto de mim.
- Como é que é? Você que me abordou!
- Mas os incomodados é que se retiram.
- Você é muito abusado mesmo não é?
- Sou é? Bom saber!
- Fala sério! Realmente você tem razão. Não tenho motivos pra te aturar.
- Ah, vai dizer que não ta gostando do papo?
- Que papo? Isso pra mim é perda de tempo.
- Você nunca deve ter rendido tanto papo com um estranho como ta fazendo comigo.
- Além de abusado você é convencido?
- Humm! Mais alguma reclamação para a minha lista?
- Sim.
- Então fale senhorita.
- Cala a boca e me beija logo!
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Parte IX: O mais estranho amor da minha vida
Continuação... Texto para o blog: Amores-cruzados
Acordei lentamente de um pesadelo e fui direto para o banheiro lavar meu rosto para ver se assim eu conseguia diminuir um pouco do pânico que tinha tomado conta de mim. Acho que o dia anterior não tinha me deixado com bons pensamentos, pois eu havia sonhado com Danton, mas em meu sonho ele era um seqüestrador que trabalhava em nome de mandantes maiores. Realmente, minha mente não tinha hora para parar e muito menos deixava de viajar nas piores e mais loucas idéias. Ao voltar para o quarto olhei pela janela e foi aí que me lembrei que era sábado. Meu animo melhorou um pouco e fui logo trocando de roupa para assim poder levar o Cacau, meu cachorro da raça beagle, para passear no parque mais próximo de casa. Assim que sai porta a fora, notei que o carteiro estava entrando pelo meu jardim. Ele me entregou algumas poucas correspondências e saiu com pressa. Coloquei todas embaixo da porta para minha avó pegar e fiquei com uma única em minhas mãos que estava endereçada para mim. Abri a carta na correria, pois Cacau não parava quieto, estava animado para o passeio, afinal, havia dias que eu tinha largado ele sozinho no quintal. Na carta continha:
“Minha Linda,
Te espero hoje, ás 5 da tarde no nosso lugar de sempre. Desculpe-me novamente por ontem. Ansioso já para vê-la.
Beijos.
Danton”
Aquela carta não me causou nada, acho que já era de se esperar. Guardei-a no bolso e sai com Cacau. Ficamos um tempo brincando no parque perto de casa e depois resolvi ir mais longe, Cacau não estava dando sinais de cansaço. Andamos devagar por um bom tempo em várias ruas até que resolvi ir até a ponte, não sei por que, mas me deu vontade de ir lá, talvez por ser um dos meus lugares favoritos para pensar na vida quando estou sozinha. Chegando, percebi que eu não estaria sozinha, então fiquei em uma ponta da ponte fazendo hora pra ver se os outros turistas iam embora, mas comecei a notar que eu conhecia a voz que vinha mais lá da frente. Escutei com atenção e notei que era Danton, mas ele conversava com uma outra moça. Aproximei-me mais do meio da ponte e me sentei ao chão com Cacau, minha sorte era que ele já estava cansado e ficou quietinho no meu colo sem fazer barulho, assim ninguém poderia nos achar ali. No inicio eu não entendi nada do que Danton falava com a outra moça, mas aos poucos tudo começou a ficar mais claro, pois acho que eles aumentaram o tom de voz como se estivessem brigando. Mas mesmo assim eu ainda não conseguia entender o assunto ou o motivo da discussão. Por fim, cansei de ficar tentando ouvir uma coisa que eu nunca entendia então me levantei e resolvi aparecer pra eles. Claro que eu iria fingir que estava chegando naquele momento e que de qualquer forma tudo estava sendo uma grande coincidência. Fui andando devagar, fingindo prestar atenção em Cacau. Só que o silencio me fez parar e quando enfim olhei para o local onde eles estavam, vi Danton aos beijos com uma loira, dos cabelos grandes e sedosos, do corpo escultural, mas foi só o que eu pude ver, porque ela estava de costas e eu não sabia o que fazer vendo aquela cena então me virei para eles e sai correndo. Meus passos devem ter assustado eles porque quando já estava chegando ao fim da ponte, ouvi Danton gritando:
- Paula! Paula! Espera por favor!
Mas meu coração e meus pensamentos não queriam saber de esperar por nada. As lágrimas começaram a cair, eu acelerei meus passos correndo cada vez mais e Cacau ofegante ao meu lado. Eu só queria saber de chegar em casa.
Acordei lentamente de um pesadelo e fui direto para o banheiro lavar meu rosto para ver se assim eu conseguia diminuir um pouco do pânico que tinha tomado conta de mim. Acho que o dia anterior não tinha me deixado com bons pensamentos, pois eu havia sonhado com Danton, mas em meu sonho ele era um seqüestrador que trabalhava em nome de mandantes maiores. Realmente, minha mente não tinha hora para parar e muito menos deixava de viajar nas piores e mais loucas idéias. Ao voltar para o quarto olhei pela janela e foi aí que me lembrei que era sábado. Meu animo melhorou um pouco e fui logo trocando de roupa para assim poder levar o Cacau, meu cachorro da raça beagle, para passear no parque mais próximo de casa. Assim que sai porta a fora, notei que o carteiro estava entrando pelo meu jardim. Ele me entregou algumas poucas correspondências e saiu com pressa. Coloquei todas embaixo da porta para minha avó pegar e fiquei com uma única em minhas mãos que estava endereçada para mim. Abri a carta na correria, pois Cacau não parava quieto, estava animado para o passeio, afinal, havia dias que eu tinha largado ele sozinho no quintal. Na carta continha:
“Minha Linda,
Te espero hoje, ás 5 da tarde no nosso lugar de sempre. Desculpe-me novamente por ontem. Ansioso já para vê-la.
Beijos.
Danton”
Aquela carta não me causou nada, acho que já era de se esperar. Guardei-a no bolso e sai com Cacau. Ficamos um tempo brincando no parque perto de casa e depois resolvi ir mais longe, Cacau não estava dando sinais de cansaço. Andamos devagar por um bom tempo em várias ruas até que resolvi ir até a ponte, não sei por que, mas me deu vontade de ir lá, talvez por ser um dos meus lugares favoritos para pensar na vida quando estou sozinha. Chegando, percebi que eu não estaria sozinha, então fiquei em uma ponta da ponte fazendo hora pra ver se os outros turistas iam embora, mas comecei a notar que eu conhecia a voz que vinha mais lá da frente. Escutei com atenção e notei que era Danton, mas ele conversava com uma outra moça. Aproximei-me mais do meio da ponte e me sentei ao chão com Cacau, minha sorte era que ele já estava cansado e ficou quietinho no meu colo sem fazer barulho, assim ninguém poderia nos achar ali. No inicio eu não entendi nada do que Danton falava com a outra moça, mas aos poucos tudo começou a ficar mais claro, pois acho que eles aumentaram o tom de voz como se estivessem brigando. Mas mesmo assim eu ainda não conseguia entender o assunto ou o motivo da discussão. Por fim, cansei de ficar tentando ouvir uma coisa que eu nunca entendia então me levantei e resolvi aparecer pra eles. Claro que eu iria fingir que estava chegando naquele momento e que de qualquer forma tudo estava sendo uma grande coincidência. Fui andando devagar, fingindo prestar atenção em Cacau. Só que o silencio me fez parar e quando enfim olhei para o local onde eles estavam, vi Danton aos beijos com uma loira, dos cabelos grandes e sedosos, do corpo escultural, mas foi só o que eu pude ver, porque ela estava de costas e eu não sabia o que fazer vendo aquela cena então me virei para eles e sai correndo. Meus passos devem ter assustado eles porque quando já estava chegando ao fim da ponte, ouvi Danton gritando:
- Paula! Paula! Espera por favor!
Mas meu coração e meus pensamentos não queriam saber de esperar por nada. As lágrimas começaram a cair, eu acelerei meus passos correndo cada vez mais e Cacau ofegante ao meu lado. Eu só queria saber de chegar em casa.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Chuva, shopping e fim de ano
Como se já não bastasse à correria de todo fim de ano, ainda ganhamos muitos dias chuvosos, o que implica em engarrafamentos maiores do que normalmente teríamos. Ir para o shopping em meio a tudo isso é loucura, mas não tem outra escolha, comprar presentes e tudo mais já virou mais do que regra no fim de ano. Porém, todo mundo deixa para a última semana, último dia e última hora se forem o caso. O shopping simplesmente vira um inferno de pessoas ambulantes balançando sacolas, crianças e pressa para todo lado. As vitrines simplesmente são mais lindas nessa época, mas devido a infeliz crise existente, este ano os vendedores nos olham com mais piedade convidando-nos a entrar e principalmente comprar. Fazem de tudo para ganhar venda. Se bem que eu nem achei que estavam vendendo tão pouco assim, afinal, shopping é shopping, acaba ganhando dinheiro a qualquer data. Particularmente acabei com meus pés e meu animo por lá. Não tenho interesse mais em voltar, para nada. Fiz o que deu tempo de fazer e o resto eu deixo nas mãos de quem puder comprar pra mim (mamãe, sempre ela coitada). Mas sinceramente, acho que a parte mais chata de um shopping super lotado é a hora de conviver com pessoas sem educação e sem desconfiometros. Sentei-me em umas cadeiras na C&A esperando pela minha mãe que pagava uma conta e a moça que estava ao meu lado não parava de cantar uma música que ela mal sabia, pois era inglês e deu pra notar que disso ela não entendia mesmo. Depois, sentada em uma loja de sapatos, notei que uma das vendedoras estava com a maior cara de antipática pra mim só pelo fato de estar de mau humor devido a sua chata gripe. Mas enfim, aturei inúmeras coisas que eu não precisava aturar e voltei pra casa assim, também de mau humor, chata, cansada, com sono e sem querer voltar naquele inferno capitalista.
Boas compras e boa sorte pra quem ainda precisa ir.
Boas compras e boa sorte pra quem ainda precisa ir.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Parte VIII: O mais estranho amor da minha vida
Continuação... Texto para o blog: Amores-cruzados
Eu acordei do lindo sonho de amar quando Danton finalmente me soltou por um rápido segundo de um dos beijos mais românticos que já ganhei. Era inevitável resistir a ele, resistir ao momento, resistir ao sentimento que abrigou meu peito tão rapidamente. Sabíamos que ainda havia muita coisa a ser esclarecida naquele dia e naquele encontro, mas a sintonia de nossos corpos e sentimentos não estava querendo abrir espaço para uma conversa que poderia estragar toda a boa sensação de se amar esquecendo do mundo. Como sempre sou a mais insensível e também a mais impulsiva, então me soltei de Danton e dei um passo para trás permitindo que houvesse tempo de tudo esfriar entre nós até que ele se desse conta do que eu havia lembrado. Não podíamos adiar mesmo mais tudo aquilo:
- Danton, sem querer forçar a barra, mas vim aqui pra gente conversar sobre algo que eu havia escolhido esquecer e...
Nesse momento Danton me segurou pelos braços em um aperto firme que me faz pausar a fala e até esquecer o raciocínio. Ele me olhava nos olhos, profundamente e desta vez, tristemente. Era como se eu estivesse tocando em um assunto que abria alguma ferida nele:
- Paula, eu... Nem ao menos sei por onde começar. Te devo explicações sim pois te encontrei e te coloquei na minha vida nesse momento mas mal sabia eu do que teria que enfrentar de difícil também neste momento.
- Não faço idéia do que se trata, mas se realmente te faz mal, então não fale, já te disse que você não me deve esse tipo de esclarecimento.
- Eu quero te ter para sempre e para isso eu vou jogar com a sinceridade, não tenha dúvidas disso. Então não poderemos fugir da minha realidade.
- Quando você fala assim me assusta sabia? É tanto mistério que sinto que ainda estou na frente de um estranho.
- Por favor, não quero te assustar, pelo contrário minha linda. Você vai saber de toda a minha vida para assim começar a participar dela como deve.
Eu podia notar a angústia no tom de voz dele e achei melhor deixá-lo mais a vontade para me contar o que queria, então o puxei pela mão e levei-o até o banco mais próximo ao fundo da ponte e nos sentamos, um de frente pro outro, olhando nos olhos, sem mais mentiras e segredos o mistério que ele havia me escondido por tanto tempo iria ser revelado e eu fiquei com as mãos suando por pensar dessa forma:
- Meu amor, antes de tudo eu quero me desculpar mais uma vez pelo sumiço, mas acredite, não tive culpa e muito menos desejei ficar longe de você. Perdoe-me por deixá-la assim com tantas dúvidas por tanto tempo. O que me levou a tudo isso foi minha família. Tivemos um grande e trágico problema com meu tio Pierre que morava em Paris e como ele também era meu padrinho, tive que ir a nome dos meus pais até lá para resolver o necessário.
Eu ainda não sabia muito o que pensar sobre o assunto, estava determinada em deixá-lo contar tudo que achava que deveria e depois eu simplesmente iria apoiá-lo, afinal, já estava dando para perceber que eu tinha cometido uma injustiça enorme ao querer esquecê-lo sem nem ao menos saber que ele estava resolvendo problemas sérios e que eu naquela época era uma mera nova garota na vida dele até então. Mas ele não pôde continuar a história. O celular dele começou a tocar, ele pediu licença e foi atender mais do que depressa. Fiquei apreensiva tentando fingir não ouvir nada, mas ele estava próximo de mim, com a voz aflita, andando de um lado para o outro. Era como se ele estivesse esperando por ligações como estas ultimamente. Porém eu jamais conseguiria tirar conclusões precipitadas ou pensar mal dele novamente sem antes saber do fim da história do tio dele em Paris. Pelo jeito a vida de Danton não ia do bom ao melhor. De acordo com as respostas dele para pessoa que havia ligado, algo grave estava acontecendo naquele momento e na casa dele. Assim que ele desligou a ligação ele me olhou meio constrangido com expressão de quem já pedia desculpas:
- Paulinha, eu realmente lhe peço desculpas, eu vou ter que ir pra casa, mas amanhã irei te procurar sem falta.
E foi assim que ele partiu. Me deu um selinho e saiu correndo em direção ao carro que estava estacionado ao outro lado da avenida me deixando ali parada, sozinha e atormentada sem entender nada, mais uma vez. Danton pode até ser o meu amor, mas que ele ainda é o estranho mais estranho que já conheci... Isso ele é.
Eu acordei do lindo sonho de amar quando Danton finalmente me soltou por um rápido segundo de um dos beijos mais românticos que já ganhei. Era inevitável resistir a ele, resistir ao momento, resistir ao sentimento que abrigou meu peito tão rapidamente. Sabíamos que ainda havia muita coisa a ser esclarecida naquele dia e naquele encontro, mas a sintonia de nossos corpos e sentimentos não estava querendo abrir espaço para uma conversa que poderia estragar toda a boa sensação de se amar esquecendo do mundo. Como sempre sou a mais insensível e também a mais impulsiva, então me soltei de Danton e dei um passo para trás permitindo que houvesse tempo de tudo esfriar entre nós até que ele se desse conta do que eu havia lembrado. Não podíamos adiar mesmo mais tudo aquilo:
- Danton, sem querer forçar a barra, mas vim aqui pra gente conversar sobre algo que eu havia escolhido esquecer e...
Nesse momento Danton me segurou pelos braços em um aperto firme que me faz pausar a fala e até esquecer o raciocínio. Ele me olhava nos olhos, profundamente e desta vez, tristemente. Era como se eu estivesse tocando em um assunto que abria alguma ferida nele:
- Paula, eu... Nem ao menos sei por onde começar. Te devo explicações sim pois te encontrei e te coloquei na minha vida nesse momento mas mal sabia eu do que teria que enfrentar de difícil também neste momento.
- Não faço idéia do que se trata, mas se realmente te faz mal, então não fale, já te disse que você não me deve esse tipo de esclarecimento.
- Eu quero te ter para sempre e para isso eu vou jogar com a sinceridade, não tenha dúvidas disso. Então não poderemos fugir da minha realidade.
- Quando você fala assim me assusta sabia? É tanto mistério que sinto que ainda estou na frente de um estranho.
- Por favor, não quero te assustar, pelo contrário minha linda. Você vai saber de toda a minha vida para assim começar a participar dela como deve.
Eu podia notar a angústia no tom de voz dele e achei melhor deixá-lo mais a vontade para me contar o que queria, então o puxei pela mão e levei-o até o banco mais próximo ao fundo da ponte e nos sentamos, um de frente pro outro, olhando nos olhos, sem mais mentiras e segredos o mistério que ele havia me escondido por tanto tempo iria ser revelado e eu fiquei com as mãos suando por pensar dessa forma:
- Meu amor, antes de tudo eu quero me desculpar mais uma vez pelo sumiço, mas acredite, não tive culpa e muito menos desejei ficar longe de você. Perdoe-me por deixá-la assim com tantas dúvidas por tanto tempo. O que me levou a tudo isso foi minha família. Tivemos um grande e trágico problema com meu tio Pierre que morava em Paris e como ele também era meu padrinho, tive que ir a nome dos meus pais até lá para resolver o necessário.
Eu ainda não sabia muito o que pensar sobre o assunto, estava determinada em deixá-lo contar tudo que achava que deveria e depois eu simplesmente iria apoiá-lo, afinal, já estava dando para perceber que eu tinha cometido uma injustiça enorme ao querer esquecê-lo sem nem ao menos saber que ele estava resolvendo problemas sérios e que eu naquela época era uma mera nova garota na vida dele até então. Mas ele não pôde continuar a história. O celular dele começou a tocar, ele pediu licença e foi atender mais do que depressa. Fiquei apreensiva tentando fingir não ouvir nada, mas ele estava próximo de mim, com a voz aflita, andando de um lado para o outro. Era como se ele estivesse esperando por ligações como estas ultimamente. Porém eu jamais conseguiria tirar conclusões precipitadas ou pensar mal dele novamente sem antes saber do fim da história do tio dele em Paris. Pelo jeito a vida de Danton não ia do bom ao melhor. De acordo com as respostas dele para pessoa que havia ligado, algo grave estava acontecendo naquele momento e na casa dele. Assim que ele desligou a ligação ele me olhou meio constrangido com expressão de quem já pedia desculpas:
- Paulinha, eu realmente lhe peço desculpas, eu vou ter que ir pra casa, mas amanhã irei te procurar sem falta.
E foi assim que ele partiu. Me deu um selinho e saiu correndo em direção ao carro que estava estacionado ao outro lado da avenida me deixando ali parada, sozinha e atormentada sem entender nada, mais uma vez. Danton pode até ser o meu amor, mas que ele ainda é o estranho mais estranho que já conheci... Isso ele é.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Tomem vergonha na cara
Todo fim de ano é a mesma coisa. Professores cansados e loucos por férias, alunos e mais alunos sendo cobrados. As demais meninas choram em casa pedindo a Deus por mais sabedoria e milagres nas notas finais. Os meninos brigam com os pais, se trancam nos quartos e ficam a pensar em soluções ou colas. É sempre a mesma coisa, a mesma rotina, a mesma luta, o chororó de todo ano, as cobranças, os medos, correrias, aulas particulares. A maioria pelo menos acaba conseguindo em meio a recuperações, passar de ano. Alguns mínimos, malandros e sem vergonha nas caras, acabam por se conformar com uma suposta bomba e nisso a vergonha que deveria existir na cara some mais ainda. O erro que deveria ser levado em conta para um futuro amadurecimento, acaba virando motivo de mais rolo no próximo ano. Isso que é o pior. Não basta o sufoco, não basta à recuperação e nem mesmo a bomba. Nos próximos anos continuam acontecendo à mesma embolação nas notas. O fim de ano serve como aprendizado momentâneo e nada mais. Os alunos prometem aos pais e a si mesmos que a cada nova série no colégio vão ser mais responsáveis e não vão deixar tudo para o último semestre, mas é tudo da boca pra fora. O novo ano se inicia, as bagunças retornam, as fofocas são mais agradáveis, as brincadeiras mais gostosas e as matérias simplesmente vão ficando para trás. Não adianta! É uma bola de neve! Sei do que falo porque sou uma prova disto. Muito já sofri com notas. Fiquei apertada com várias recuperações, perdi horas de lazer por ter que pegar aulas particulares, mas enfim, me dei conta de que eu era capaz e me formei! Antes tarde do que mais tarde. Podia demorar, mas eu tomava vergonha na cara e acreditava que pelo menos dá bomba eu podia escapar. E escapava mesmo. Que isso sirva de consolo! Só não vale ficar lamentando pelo desastre e tempo perdido pelo msn. Afinal, quem está precisando de estudo não vai encontrar isso em um bate-papo. Aulas particulares, reforços e ajudas de cdf’s não são encontradas via internet. Que fique bem claro que na hora das provas o computador não vai estar a sua disposição.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Parte VII: O mais estranho amor da minha vida
Continuação... Texto para o blog: Amores-cruzados
Eu já estava no colégio, sentada na minha carteira, concentrada em um cálculo matemático, quando o professor pediu a atenção de toda a sala lá da frente e pudemos notar que o porteiro do colégio estava lá parado na porta esperando como se quisesse dar um recado. Sr. Carlos, o porteiro, meu amigo de todas as manhãs deu um passo mais a frente na porta e chamou pelo meu nome. Levantei-me apreensiva pensando em mil coisas que poderiam estar acontecendo para ele vir me dar algum recado assim de urgência no meio de uma aula. Mas ao me aproximar da porta, Sr. Carlos pegou das mãos de um outro rapaz que o acompanhava timidamente, um lindo arranjo de rosas amarelas e colocou em meus braços. Nesse momento eu me senti totalmente perturbada e envergonhada. A sala inteira fazia barulho e demonstrava curiosidade enquanto eu queria apenas esclarecer aquele mal entendido. Aquelas flores com certeza não eram pra mim, eu estava participando de um grande engano. Fiz menção de devolver as flores para o Sr. Carlos, mas ele abanou as mãos dizendo que não eram pra ele e deu um sorriso animador à turma como se estivesse gostando da euforia que faziam pra mim. O professor também parecia estar se divertindo com a situação e apenas disse para eu pegar o cartão azul que estava no meio das flores. Já estava sendo constrangedor tudo aquilo, ler o cartão na frente de todos seria ainda pior. Pedi permissão pra sair de sala e ir pelo menos ao banheiro. O professor deixou, mas a sala fez som de desaprovação, queriam mesmo saber o que tinha ali e o que estava acontecendo, afinal, eu sempre fui uma menina sem graça, ninguém me notava e muito menos sabiam da minha vida monótona. Fui o mais depressa que pude ao banheiro mais perto da quadra do colégio, pois eu sabia que ele era o mais vazio naqueles horários. Chegando lá eu tive pelo menos certeza da minha privacidade. Entrei em uma das portinhas, fechei e me sentei na privada. Peguei o cartão novamente, olhei-o por um minuto, analisei e abri com um pouco de medo do que poderia conter ali:
“Meu amor, desculpa pela surpresa, sei que você talvez não gostasse de receber noticias minhas em pleno colégio, mas eu não arrumei outra forma de me comunicar com você. Te seguir novamente não seria uma boa atitude, eu te respeito e quero me aproximar se você mesma permitir isso. Estarei hoje na ponte, no horário do fim da sua aula. Espero que você possa me dar uns minutos do seu tempo, precisamos conversar, me deixe por favor esclarecer algumas coisas entre nós. Mil beijos minha linda! Esperarei ansioso pela sua presença. Danton!”
Fiquei boquiaberta com a ousadia que Danton tinha para me procurar, me fazer surpresas e principalmente, me conquistar. Era difícil admitir isso pra mim mesma, mas eu não podia mais me enganar por tanto tempo. Tentei esquecê-lo enquanto havia distancia entre nós, mas acho que aquele não era meu destino.Ao sair do banheiro, levei as flores até a cantina e pedi para um dos cantineiros colocarem em um vaso com água para mim que no final da aula eu passaria pra pegar. Voltei à sala de aula o mais de pressa que pude e me sentei em minha carteira com a cabeça já abaixada fingindo voltar rapidamente ao meu antigo exercício para ver se assim eu seria menos notada, mas não adiantou muito. Todos estavam me olhando e minhas amigas me lançavam olhares de curiosidade e fúria. Eu sabia que elas estavam me condenando por não ter contado nada a elas sobre um suposto romance. Passei os 2 último horários planejando minha fuga rápida para o fim da aula. Eu queria sair despercebida para que ninguém chegasse perto querendo respostas. E assim eu consegui fazer, deixei até mesmo as flores na cantina, afinal, eu não teria desculpa pra dar a minha avó sobre mais flores. Quando dei por mim já estava afobada e apontando na ponte. Danton me esperava debruçado em uma grade da ponte e parecia absorto em seus pensamentos. Cheguei de mansinho, me apossei do lugar ao lado dele a direita, coloquei meu braço colado no dele e foi ai que ele pareceu acordar do sonho bom que vagava em seus olhos. Ele me observou com um doce maior no olhar, tocou minhas mãos e levou uma delas nos lábios. Meu coração acelerava a qualquer toque e aproximação dele. Respirei fundo e tentei manter minha calma do dia anterior. O momento do encontro de nossos olhares e peles parecia parar o tempo e nos levar a eternidade mesmo sem palavras sendo pronunciadas até então. Naquela hora eu senti que estava com a pessoa certa, na hora certa e no lugar certo. Eu tive a certeza de ter encontrado o amor da minha vida.
Eu já estava no colégio, sentada na minha carteira, concentrada em um cálculo matemático, quando o professor pediu a atenção de toda a sala lá da frente e pudemos notar que o porteiro do colégio estava lá parado na porta esperando como se quisesse dar um recado. Sr. Carlos, o porteiro, meu amigo de todas as manhãs deu um passo mais a frente na porta e chamou pelo meu nome. Levantei-me apreensiva pensando em mil coisas que poderiam estar acontecendo para ele vir me dar algum recado assim de urgência no meio de uma aula. Mas ao me aproximar da porta, Sr. Carlos pegou das mãos de um outro rapaz que o acompanhava timidamente, um lindo arranjo de rosas amarelas e colocou em meus braços. Nesse momento eu me senti totalmente perturbada e envergonhada. A sala inteira fazia barulho e demonstrava curiosidade enquanto eu queria apenas esclarecer aquele mal entendido. Aquelas flores com certeza não eram pra mim, eu estava participando de um grande engano. Fiz menção de devolver as flores para o Sr. Carlos, mas ele abanou as mãos dizendo que não eram pra ele e deu um sorriso animador à turma como se estivesse gostando da euforia que faziam pra mim. O professor também parecia estar se divertindo com a situação e apenas disse para eu pegar o cartão azul que estava no meio das flores. Já estava sendo constrangedor tudo aquilo, ler o cartão na frente de todos seria ainda pior. Pedi permissão pra sair de sala e ir pelo menos ao banheiro. O professor deixou, mas a sala fez som de desaprovação, queriam mesmo saber o que tinha ali e o que estava acontecendo, afinal, eu sempre fui uma menina sem graça, ninguém me notava e muito menos sabiam da minha vida monótona. Fui o mais depressa que pude ao banheiro mais perto da quadra do colégio, pois eu sabia que ele era o mais vazio naqueles horários. Chegando lá eu tive pelo menos certeza da minha privacidade. Entrei em uma das portinhas, fechei e me sentei na privada. Peguei o cartão novamente, olhei-o por um minuto, analisei e abri com um pouco de medo do que poderia conter ali:
“Meu amor, desculpa pela surpresa, sei que você talvez não gostasse de receber noticias minhas em pleno colégio, mas eu não arrumei outra forma de me comunicar com você. Te seguir novamente não seria uma boa atitude, eu te respeito e quero me aproximar se você mesma permitir isso. Estarei hoje na ponte, no horário do fim da sua aula. Espero que você possa me dar uns minutos do seu tempo, precisamos conversar, me deixe por favor esclarecer algumas coisas entre nós. Mil beijos minha linda! Esperarei ansioso pela sua presença. Danton!”
Fiquei boquiaberta com a ousadia que Danton tinha para me procurar, me fazer surpresas e principalmente, me conquistar. Era difícil admitir isso pra mim mesma, mas eu não podia mais me enganar por tanto tempo. Tentei esquecê-lo enquanto havia distancia entre nós, mas acho que aquele não era meu destino.Ao sair do banheiro, levei as flores até a cantina e pedi para um dos cantineiros colocarem em um vaso com água para mim que no final da aula eu passaria pra pegar. Voltei à sala de aula o mais de pressa que pude e me sentei em minha carteira com a cabeça já abaixada fingindo voltar rapidamente ao meu antigo exercício para ver se assim eu seria menos notada, mas não adiantou muito. Todos estavam me olhando e minhas amigas me lançavam olhares de curiosidade e fúria. Eu sabia que elas estavam me condenando por não ter contado nada a elas sobre um suposto romance. Passei os 2 último horários planejando minha fuga rápida para o fim da aula. Eu queria sair despercebida para que ninguém chegasse perto querendo respostas. E assim eu consegui fazer, deixei até mesmo as flores na cantina, afinal, eu não teria desculpa pra dar a minha avó sobre mais flores. Quando dei por mim já estava afobada e apontando na ponte. Danton me esperava debruçado em uma grade da ponte e parecia absorto em seus pensamentos. Cheguei de mansinho, me apossei do lugar ao lado dele a direita, coloquei meu braço colado no dele e foi ai que ele pareceu acordar do sonho bom que vagava em seus olhos. Ele me observou com um doce maior no olhar, tocou minhas mãos e levou uma delas nos lábios. Meu coração acelerava a qualquer toque e aproximação dele. Respirei fundo e tentei manter minha calma do dia anterior. O momento do encontro de nossos olhares e peles parecia parar o tempo e nos levar a eternidade mesmo sem palavras sendo pronunciadas até então. Naquela hora eu senti que estava com a pessoa certa, na hora certa e no lugar certo. Eu tive a certeza de ter encontrado o amor da minha vida.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
A chuva aperfeiçoou o momento
Uma dança na chuva. Era tudo de melhor que eu poderia ver naquele momento. Incrível sintonia de corpos que se moviam livremente e lindamente como se tivessem nascido sabendo fazer toda aquela sincronia maravilhosa até mesmo debaixo de chuva. Apesar de que vale ressaltar que a chuva deu um ar de mais graciosidade e emoção a tudo por ali. A arte de dançar... Sempre me fascinou, e olha que eu nem tenho muita intimidade com essa área. Mas aquela dança, aquele acontecimento, chamou mais a minha atenção do que normalmente eu teria dado. Acrobacias, malícias e perfeição. Uma mistura de toda uma sabedoria de corpos. De dar inveja. De dar vontade de também saber participar de tal ritual. Uma pena que nem tudo se aprende olhando e muito menos em poucos minutos. Certos dons também não se aprendem a ter, pelo contrário, deve-se desistir de alcançar mesmo. A não ser que se tenha sorte na próxima vida. Pois bem... O colírio dançante foi finalizado com um beijo na chuva. Não tinha como não derreter. Acho que todo mundo já sonhou com um momento assim na vida. Especialmente se for como aconteceu para os dois principais em que eu focava minha atenção. A química deles era incrivelmente incrível. Também era de dar inveja. Também era de dar vontade de se viver algo exatamente assim. O beijo foi pra lá de romântico. Foi sincero e inocente, por isso se fez tão lindo pra quem assistia. Realmente basta ter o momento certo, a hora certa, o lugar certo e a pessoa certa. Assim tudo se faz perfeito e inesquecível.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Ah! O amor!
Frio na barriga. Respiração lenta ou a falta dela. Mãos suando. Borboletas proliferando no estômago. Sorriso contente nos lábios. Lágrimas nos olhos. Nó na garganta. Aceleração no coração. Pernas bambas. Arrepios. Calafrios. Carinho. Compaixão. Respeito. Amizade. Fofura. Compreensão. Cumplicidade. Fidelidade. Sinceridade. Verdade. Paixão. Admiração. Alegria. Felicidade. Empolgação. Certezas. Entregas da alma. Um Eu Te Amo na mente. Tudo isso e mais um pouco do incrível e inexplicável Amor. Não esperava por ele tão cedo. Não buscava por ele nesse momento da vida. Sempre quis, sempre busquei, sempre esperei. Ele só deu o ar de sua graça quando enfim parei de lutar por ele. É como se ele quisesse fazer surpresa quando eu não estava mais precisando ou querendo. Não basta querer.
Uma vida e muitas desilusões. Uma vida e muitas angústias. Uma vida e muitas falsidades. Uma vida e muitas experiências. Coração estava calejado. O tempo se tornava meu melhor amigo. O amadurecimento floria em mim. Já não buscava mais pelo que fugia de mim. Andei com o vento e não mais contra ele. Olhei pro horizonte e enxerguei minhas muitas possibilidades. Sonhei com meu futuro promissor. Planejei tudo de bom que eu desejava para mim e mais ninguém. Busquei caminhar sozinha. O amor tem apreços por quem aprende fazer das tristezas, aprendizados. Ele me encontrou. Sem pedir. Ele me mostrou que existe. Ele provou que é o melhor. Ele fez de mim uma amante incapaz de transmitir ao mundo sobre seus poderes. Seu brilho está contido nos olhos de quem me olha. Meu correspondente fez pacto com um anjo cupido. Sou grata por isso. O amor. O cupido. O correspondente do meu sentimento. Fizeram de mim um coração preenchido. Deram ao meu sorriso alegria constante. Deram a minha alma paz incondicional. Deram ao meu coração mais trabalho. Tiraram dos meus pulmões o ar. Como é bom amar!
Uma vida e muitas desilusões. Uma vida e muitas angústias. Uma vida e muitas falsidades. Uma vida e muitas experiências. Coração estava calejado. O tempo se tornava meu melhor amigo. O amadurecimento floria em mim. Já não buscava mais pelo que fugia de mim. Andei com o vento e não mais contra ele. Olhei pro horizonte e enxerguei minhas muitas possibilidades. Sonhei com meu futuro promissor. Planejei tudo de bom que eu desejava para mim e mais ninguém. Busquei caminhar sozinha. O amor tem apreços por quem aprende fazer das tristezas, aprendizados. Ele me encontrou. Sem pedir. Ele me mostrou que existe. Ele provou que é o melhor. Ele fez de mim uma amante incapaz de transmitir ao mundo sobre seus poderes. Seu brilho está contido nos olhos de quem me olha. Meu correspondente fez pacto com um anjo cupido. Sou grata por isso. O amor. O cupido. O correspondente do meu sentimento. Fizeram de mim um coração preenchido. Deram ao meu sorriso alegria constante. Deram a minha alma paz incondicional. Deram ao meu coração mais trabalho. Tiraram dos meus pulmões o ar. Como é bom amar!
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Tudo por elas
É olhando para trás que se sente falta das amigas do jardim de infância, das bagunças da escola e das fofocas do colegial. Há quem diga que no futuro tudo é melhor, mais intenso e em mais quantidade e qualidade. Hoje eu vejo que discordo disso. Sou toda ouvidos quando alguém mais velho e mais sábio me dedica conselhos para a vida, mas em relação a amizade eu simplesmente dispenso. Quer dizer... Não é bem dispensar, e sim deixar entrar em um ouvido e sair pelo outro. Descobri que eu mesma depois de certas etapas da vida pude perceber sozinha o valor de cada amizade, a diferença entre colega e amiga, a diferença entre conhecer e conviver, pude perceber também como tudo evolui e simplesmente se torna mais difícil. As amigas e a amizade é um dos pontos mais fortes de nossa sobrevivência social no mundo. Sem elas e sem esse tipo de relacionamento eu me julgaria uma quase ninguém. É por todas elas e por tudo isso que eu concluo que quanto mais o tempo passa e quanto mais eu enfrento as responsabilidades de criar um futuro sucessor seja profissional ou pessoal, eu me vejo cada vez mais distante de muitas delas. Lembro-me de ainda estar no colégio quando finalmente a ficha caiu e vi que depois de tudo ali, vinha faculdades, caminhos totalmente diferentes, até mesmo cidades diferentes, turmas, passeios, viagens... Tudo iria sair da minha realidade. Eu chorava e chorava, seja sozinha ou num colo de uma das minhas amigas, pedindo por promessas de que nunca iríamos perder contato. As promessas eram feitas, mas se elas vão valer eternamente, só o tempo pode me provar. Hoje não choro mais, acostumei já com a distancia entre algumas, com a falta de tempo de outras e etc. Mas conformar? Isso não cabe em mim. Não gosto de viver fazendo lamentações, mas faço mesmo assim. Amigas são poucas e boas. Ao decorrer de toda uma vida é que se constata realmente quem são todas elas. Jóias raras e caras. Por isso sei que cada vez mais, cada uma toma seu rumo, segue seu caminho e assim vai construindo suas histórias como eu mesma tenho feito em minha vida, mas jamais deixando de querer compartilhar de tudo com isso elas. Longe ou perto, com tempo ou sem tempo, demorando ou não, eu sempre arrumo um jeitinho de falar com cada uma e além de contar sobre tudo que passo, também busco saber sobre tudo que elas andaram passando. Amizades verdadeiras, de coração aberto, sinceridade na alma, fidelidade na cabeça, e passado, presente e futuro no livro de nossas vidas. Elas sim, entraram pra não sair. O mundo dá voltas, a vida segue em frente e cada uma em sua rota, mas nenhuma deixando de lembrar dos verdadeiros corações que um dia mexeram com a gente. Corações amigos, corações sinceros, corações cheios de amor para uma vida inteira, seja ontem, hoje ou amanhã. Esse tipo de amiga não se acha em qualquer esquina e qualquer faculdade que se faça na vida. Tudo bem que existem exceções e mais jóias raras pra se acrescentar a coleção, mas não com a facilidade e grandeza de antes. Esse tipo de amiga simplesmente descobrimos ter por anos de verdades juntas. Não importa o que aconteça, não importa onde vocês estejam. Perdoem-me se falto com algumas de vocês. Na minha cabeça e no meu coração sempre tenho espaço e tempo pra todos e todas. Eu amo vocês!!
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Parte VI: O mais estranho amor da minha vida
Continuação... Texto para o blog: Amores-cruzados
Minhas dúvidas e medos me acordaram mais cedo do que normalmente. Eu tinha certeza que não conseguiria dormir então fui logo tomar banho pra terminar de acordar e ver se assim meu astral se renovava. Minha noite anterior tinha me rendido muitas confusões na cabeça e nenhuma solução. Meu banho foi mais demorado do que poderia ser, eu havia realmente esquecido da vida ali embaixo d’água. Corri para o quarto para terminar de me vestir, tomei um café empurrado e sai porta afora deixando minha avó meio impaciente com minha pressa. Mas naquele momento eu quase pude sentir uma pontada de arrependimento me falando que eu não deveria era ter saído de casa. Eis que na minha rua, estava estacionado o carro de Danton e a me ver sair de casa, a porta do lado do passageiro se abriu na intenção de me convidar a entrar. Apreensiva eu me aproximei, pensei duas vezes antes de sentar no banco, mas como eu não arrumei uma desculpa rápida, entrei no carro. Danton me olhava com olhos maravilhados e plenos de felicidade. Já eu... Mal conseguia corresponder aos olhares dele:
- Paula, por favor, antes de qualquer coisa eu quero que você me perdoe por todo o mistério e pelo sumiço. Sei que eu deveria ter lhe dado explicações óbvias, mas acredite, não tive o mínimo de tempo. Aquele último dia em que nos vimos eu estava prestes a resolver um grande problema, mas a única coisa que ficava na minha cabeça era o tempo que talvez eu precisasse ficar longe de você.
- Não temos nada e eu muito menos tenho a ver com sua vida, não se preocupe, está tudo bem, você não precisa me dar satisfações.
- Preciso sim! Não banque a menina forte comigo porque eu ainda sei decifrar seus olhos e vejo neles muita angústia comigo.
- Não, é impressão sua, está tudo bem mesmo, só estou cansada, não dormi muito bem.
Eu tentava mentir, tentava disfarçar minhas verdadeiras chateações e tudo que passei durante o tempo em que ele havia sumido, mas eu estava enganada ao pensar que poderia enrolar ele assim:
- Paula, minha linda, não precisa mentir nem esconder seus verdadeiros sentimentos de mim. Estou aqui entregue a você, querendo te explicar o porquê de tudo aquilo... Confie em mim, é só o que eu te peço.
- Ta certo! Se você faz questão... Mas será que, por favor, agora eu posso ir para minha aula porque já estou mais do que atrasada?
- Não pense você que fugindo de mim vai adiantar. Jamais vou atrapalhar sua vida e compromissos, mas adiar as coisas não é bom, pelo contrário, eu já me senti mal demais com toda essa história em que tive que esconder de você.
- Danton, eu só não entendo porque você insiste em me colocar na sua vida e a par das suas ações se eu nem mesmo tenho algum compromisso com você.
- Não temos porque não tive nem tempo para isso ainda. Te esperei por tanto tempo... Te procurei por mais tempo ainda e não vai ser por um problema na minha vida e um tempo distante de você que eu vou desistir de lutar pelo seu amor.
- Ok! Não vamos mais martelar nisso. Aceito suas desculpas e aceito lhe dar oportunidade pra se explicar, mas de verdade, agora vou pra minha aula.
Eu não sabia de onde tinha conseguido arrancar tanta cautela e sabedoria ao conversar com ele. Acho que todo o tempo longe e tudo que pensei durante aqueles sofridos dias, havia me dado uma incrível harmonia e controle para usar quando estivesse prestes a enfrentá-lo cara a cara novamente. As minhas últimas palavras foram finalizadas com a minha abrupta ação de abrir a porta do carro, sair para o dia claro e fechar a porta novamente sem nem mesmo despedir de Danton. Eu não estava preocupada com o que ele poderia pensar da minha educação. Naquele momento eu fiquei satisfeita comigo mesma e só procurei caminhar o mais rápido que pude para o colégio.
Minhas dúvidas e medos me acordaram mais cedo do que normalmente. Eu tinha certeza que não conseguiria dormir então fui logo tomar banho pra terminar de acordar e ver se assim meu astral se renovava. Minha noite anterior tinha me rendido muitas confusões na cabeça e nenhuma solução. Meu banho foi mais demorado do que poderia ser, eu havia realmente esquecido da vida ali embaixo d’água. Corri para o quarto para terminar de me vestir, tomei um café empurrado e sai porta afora deixando minha avó meio impaciente com minha pressa. Mas naquele momento eu quase pude sentir uma pontada de arrependimento me falando que eu não deveria era ter saído de casa. Eis que na minha rua, estava estacionado o carro de Danton e a me ver sair de casa, a porta do lado do passageiro se abriu na intenção de me convidar a entrar. Apreensiva eu me aproximei, pensei duas vezes antes de sentar no banco, mas como eu não arrumei uma desculpa rápida, entrei no carro. Danton me olhava com olhos maravilhados e plenos de felicidade. Já eu... Mal conseguia corresponder aos olhares dele:
- Paula, por favor, antes de qualquer coisa eu quero que você me perdoe por todo o mistério e pelo sumiço. Sei que eu deveria ter lhe dado explicações óbvias, mas acredite, não tive o mínimo de tempo. Aquele último dia em que nos vimos eu estava prestes a resolver um grande problema, mas a única coisa que ficava na minha cabeça era o tempo que talvez eu precisasse ficar longe de você.
- Não temos nada e eu muito menos tenho a ver com sua vida, não se preocupe, está tudo bem, você não precisa me dar satisfações.
- Preciso sim! Não banque a menina forte comigo porque eu ainda sei decifrar seus olhos e vejo neles muita angústia comigo.
- Não, é impressão sua, está tudo bem mesmo, só estou cansada, não dormi muito bem.
Eu tentava mentir, tentava disfarçar minhas verdadeiras chateações e tudo que passei durante o tempo em que ele havia sumido, mas eu estava enganada ao pensar que poderia enrolar ele assim:
- Paula, minha linda, não precisa mentir nem esconder seus verdadeiros sentimentos de mim. Estou aqui entregue a você, querendo te explicar o porquê de tudo aquilo... Confie em mim, é só o que eu te peço.
- Ta certo! Se você faz questão... Mas será que, por favor, agora eu posso ir para minha aula porque já estou mais do que atrasada?
- Não pense você que fugindo de mim vai adiantar. Jamais vou atrapalhar sua vida e compromissos, mas adiar as coisas não é bom, pelo contrário, eu já me senti mal demais com toda essa história em que tive que esconder de você.
- Danton, eu só não entendo porque você insiste em me colocar na sua vida e a par das suas ações se eu nem mesmo tenho algum compromisso com você.
- Não temos porque não tive nem tempo para isso ainda. Te esperei por tanto tempo... Te procurei por mais tempo ainda e não vai ser por um problema na minha vida e um tempo distante de você que eu vou desistir de lutar pelo seu amor.
- Ok! Não vamos mais martelar nisso. Aceito suas desculpas e aceito lhe dar oportunidade pra se explicar, mas de verdade, agora vou pra minha aula.
Eu não sabia de onde tinha conseguido arrancar tanta cautela e sabedoria ao conversar com ele. Acho que todo o tempo longe e tudo que pensei durante aqueles sofridos dias, havia me dado uma incrível harmonia e controle para usar quando estivesse prestes a enfrentá-lo cara a cara novamente. As minhas últimas palavras foram finalizadas com a minha abrupta ação de abrir a porta do carro, sair para o dia claro e fechar a porta novamente sem nem mesmo despedir de Danton. Eu não estava preocupada com o que ele poderia pensar da minha educação. Naquele momento eu fiquei satisfeita comigo mesma e só procurei caminhar o mais rápido que pude para o colégio.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Uma vida sem amor não é vida
Acho que já deu pra perceber o quanto sou romântica, sonhadora e principalmente, o quanto acredito no amor. Depois de muito lutar contra pessoas que não me caíram bem, superar sofrimentos, desgostos, decepções e superar também até rejeições... Posso dizer que finalmente dessa vez eu creio ter acertado na decisão. Por vontade de Deus ou do destino, ganhei de volta um antigo passado e um belo presente. De inicio eu realmente fiquei apreensiva, com certas dúvidas, mais medos do que certezas e alegrias, mas como nem tudo é por acaso... Tive certa provinha de fogo pra me ajudar a finalizar ou finalmente encontrar a resposta que eu queria e precisava. É em momentos difíceis (pessoalmente dizendo), que a gente percebe sempre em quem se pode confiar e contar. Pois bem! Na área do amor isso também faz total sentido. Afinal, tive um momento ‘piti’ e meu queridíssimo passou com nota 10 na provinha. Não que eu tenha feito de propósito, que isso fique claro. Tudo aconteceu mesmo porque tinha que acontecer e BUM! Lá estava eu, rendida a fofura, carinho, compreensão e amor. Sim! Sim! Sim! Amor! Amor! Amor! Em pleno momento stress, ganhei a melhor sensação do mundo. Eu queria rir e chorar (e eu fiz tudo isso). Meu coração pulava como nunca, minhas pernas estavam bambas, meu estômago continha borboletas e eu estava tonta de amor. Rendi-me a todo aquele momento inesquecível que me deu uma das melhores noites da minha vida (sem maldades ok? Foi uma noite só de conversa, inocente). Eu não tenho palavras pra descrever tudo que se sente. Se fosse fácil descrever o amor e o que ele causa em nós, todo mundo já estaria em busca dele por perceber que ele é forte, lindo e RARO! Cheguei acima de tudo à conclusão de que muitos dos milhares de casais existentes no mundo simplesmente se gostam, sentem algo muito forte, mas nada comparado ao amor. Infelizmente esse privilégio é pra poucos. Não se deve nunca ter medo de sofrer pra encontrar o amor. Quem infelizmente ou felizmente passa por coisas assim e no fim da vida sente que ao olhar nos olhos do companheiro o coração ainda acelera e as pernas ficam bambas, pode ter certeza de ter vivido amor verdadeiro. Mas o resto? Pode dar adeus a chance de amar. A generalização do amor já não existe não é atoa. Muitos querem e poucos conseguem.
Estou feliz! Por amar e por ter essa sorte divina! Muito já sofri por pessoas nessa vida e vejo que nada é por acaso mesmo. Tudo e todos que enfrentam algum grande sofrimento e tiram disso sempre alguma experiência sem perder a vontade de viver, num futuro próximo poderão ser recompensados. E digo mais... Se for recompensado com o tal amor que muitos acham que vivem, essas pessoas assim como eu, vão ter vivido pra valer a pena. O amor não é pra quem quer, e sim pra quem merece. Sem querer ser convencida! Sei que ainda tenho muito que viver e com certeza nada é para sempre, mas positivismo na minha vida é mato! Tenho mais é que continuar pensando assim. Que fique esclarecido que o amor existe e vale a pena conhecê-lo, mais ainda, vale a pena vive-lo. Uma vida sem amor, não é vida!
Estou feliz! Por amar e por ter essa sorte divina! Muito já sofri por pessoas nessa vida e vejo que nada é por acaso mesmo. Tudo e todos que enfrentam algum grande sofrimento e tiram disso sempre alguma experiência sem perder a vontade de viver, num futuro próximo poderão ser recompensados. E digo mais... Se for recompensado com o tal amor que muitos acham que vivem, essas pessoas assim como eu, vão ter vivido pra valer a pena. O amor não é pra quem quer, e sim pra quem merece. Sem querer ser convencida! Sei que ainda tenho muito que viver e com certeza nada é para sempre, mas positivismo na minha vida é mato! Tenho mais é que continuar pensando assim. Que fique esclarecido que o amor existe e vale a pena conhecê-lo, mais ainda, vale a pena vive-lo. Uma vida sem amor, não é vida!
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Viver é melhor do que assistir
Enfim, não mais só. Enfim, acompanhada. Enfim, sendo mimada. Enfim, sendo vigiada. Ops! Pára tudo! Eu disse isso mesmo? Vigiada? Pois é! Acabo de crer que ainda existe gente futriqueira, mal-amada, atoa, sem ter o que fazer da vida e que fica por aí falando e falando da vida dos outros por talvez não ter nem o que viver de bom na própria vida. Todo mundo tem passado, todo mundo comete erros, todo mundo perdoa, volta atrás e mais do que nunca, todo mundo muda! Ninguém é perfeito, todos são filhos de Deus e sendo assim merecem ser felizes e merecem segunda chance – mas não uma terceira (dependendo do caso). Não consigo imaginar um real motivo que leve uma pessoa a ficar vasculhando o que os outros estão fazendo ou deixando de fazer em suas vidas. Isso é muito desrespeito pro meu ver. É muita cara de pau também. Mas fazer o que né? Virar novela das oito nem sempre é ruim. Como tudo tem seu lado positivo... Posso afinal transmitir pra todos que me assistem viver, boas experiências, dicas, conselhos, alertas e afins. O bom mesmo é saber que acima de tudo e TODOS, quem está realmente vivendo, sou eu. Se essas pessoas soubessem o quanto é melhor viver do que simplesmente assistir, elas jamais perderiam tempo com quem não lhes diz respeito. A felicidade só se encontra dentro de nós mesmos e durante a busca por ela. Parar pra ver quem já encontrou a sua própria felicidade só aumenta a vontade de tê-la e também aumenta o tempo perdido. Coitado de quem faz esforço pra tacar olho gordo na vida dos outros achando que assim conseguirá pra si o que tem de melhor no próximo. O que se ganha com isso na verdade é o dobro de coisa ruim que se manda pra quem já tem um escudo de proteção contra isso. E ainda digo mais... O segredo do escudo é a própria felicidade. Quando se encontra por conta própria, nada pode roubá-la.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
A minha companheira indecisão
A tal indecisão mais uma vez bate na minha porta, ou seria conveniente dizer que bate mesmo é na minha cabeça? Ela simplesmente insiste em permanecer viva nos meus dias. Acho que nem consigo imaginar uma vez sequer que ela tenha me largado. Nasci pra ter ela como companheira, só é uma pena que ela não seja a minha melhor, talvez ela seja mesmo uma das piores. Tudo que acontece na minha vida ela tem que dar palpite. É cada martelada que ganho nos neurônios. Não sei mesmo como ainda não enlouqueci com isso. Quem é do signo de libra assim como eu, pode muito bem me entender. Certas amigas, mãe, namorado, irmã, acabam sendo meu porto de ajuda. Quando infelizmente já to saturada e brigando a beça com a indecisão insistente, peço socorro pra quem está mais próximo e sei que vai me acudir. Seja pela escolha de uma roupa ou até mesmo pela cor que vou usar na fonte de um texto, lá está à indecisão, se metendo onde não é chamada. Ai de mim se não fossem meus amigos e afins. A pior parte mesmo é quando a indecisão me atrapalha justamente nos sentimentos e pensamentos. Simplesmente piro nessas horas. Afinal, quanto mais penso, pior fico e quanto mais à indecisão consegue me convencer de sua existência inevitável, mais pensativa vou ficando. Ou seja, é uma bola de neve e sempre parece não ter fim. Ta confuso pra você? Imagine pra mim! Essa ladainha na vida é quase todo santo dia e pra qualquer tipo de ocasião. Será que isso tem algo lado positivo? Hum... Quer mesmo saber? NÃO SEI!
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Vai entender...
Por que é tão mais difícil escrever quando se está de bem com a vida, feliz? Já cansei de ouvir que alma de poeta é triste mesmo, mas sei lá, não me julgo poeta, apenas uma escritora por hobby. Já escrevi tanta coisa ruim (assim eu julgo), que não poderia ser tão difícil nesse momento escrever também ao menos uma coisa qualquer. É como se a felicidade ocupasse todo o espaço da mente, fazendo assim com que toda a capacidade de escrever uma linha pelo menos, evaporasse. Mas, insistente como só eu mesma, estou aqui, criando abobrinhas para quem sabe trazer pra mim uma inspiração melhor ou um assunto melhor (haha). Isso é tão irônico não é mesmo? Deveria ser sempre o contrário. Conseguir escrever bem e muito, quando tudo estiver assim, mais alegre. Sinceramente... Nem sei se isso tudo que ocupa minha cabeça é pura felicidade. Pode ser também muita preocupação, muito pensamento acumulado ao mesmo tempo, aí causa essa falta de capacidade pra escrever. Mas ta bem, acho que já chega de baboseiras né? Escrevi, escrevi e não falei quase nada com nada. Completamente mais um texto inútil. A louca mania de não viver sem praticar a escrita fala mais alto. Vale a intenção!
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
EU Conquistei
A solidão enfim foi embora. Não que ela estivesse me incomodando, pelo contrário, tava sendo bem aceita e encarada como uma nova fase. A paz por estar sozinha comigo mesma e bem, era suficiente. Não senti falta de nada nem ninguém. Eu simplesmente não precisava mais de nada nem ninguém. Acho que é por isso mesmo que a vida resolveu me dar um presentinho. Acredito muito que Deus sabe o que faz na minha vida e para a minha vida. Fico tranqüila assim, aconteça o que acontecer.
Recebi de volta o que já estava esquecido. Chegou de mansinho como quem não queria nada e de repente já estava me incomodando. Minha curiosidade em saber o que estava pra acontecer foi mais forte do que tudo. Sem perceber fui me envolvendo em um passado realmente sem fim. Um passado que foi renascendo para o presente. De início foi tudo muito complexo, mais agonia do que alivio, mais tristezas do que alegrias, mais desconfianças do que confianças. E depois tudo se perdeu... O passado se desfez, o presente embolou e o futuro aguardava ansioso. E o que ele aguardava, logo aconteceu. Uma nova história com uma pitada de saudade e boas recordações de um passado não tão apagado assim. Nem sempre tudo que eu penso ser, realmente é. Cheguei à conclusão que ás vezes posso enganar a mim mesma. Não que isso seja ruim... Nesse caso acho que foi até melhor assim. Mas a verdade mesmo, é que certas frustrações falaram mais alto do que qualquer sentimento bom que poderia ainda habitar em mim. Mas as magoas passam, as raivas também, o coração mole sempre fala mais alto e é por isso que certos passados não conseguem ser esquecidos eternamente. O que é pra ser, logo será. E o que é meu, sempre volta. Por mais que eu pensasse que não, eu tinha sim conquistado algumas coisas e pessoas já neste mundo.
Recebi de volta o que já estava esquecido. Chegou de mansinho como quem não queria nada e de repente já estava me incomodando. Minha curiosidade em saber o que estava pra acontecer foi mais forte do que tudo. Sem perceber fui me envolvendo em um passado realmente sem fim. Um passado que foi renascendo para o presente. De início foi tudo muito complexo, mais agonia do que alivio, mais tristezas do que alegrias, mais desconfianças do que confianças. E depois tudo se perdeu... O passado se desfez, o presente embolou e o futuro aguardava ansioso. E o que ele aguardava, logo aconteceu. Uma nova história com uma pitada de saudade e boas recordações de um passado não tão apagado assim. Nem sempre tudo que eu penso ser, realmente é. Cheguei à conclusão que ás vezes posso enganar a mim mesma. Não que isso seja ruim... Nesse caso acho que foi até melhor assim. Mas a verdade mesmo, é que certas frustrações falaram mais alto do que qualquer sentimento bom que poderia ainda habitar em mim. Mas as magoas passam, as raivas também, o coração mole sempre fala mais alto e é por isso que certos passados não conseguem ser esquecidos eternamente. O que é pra ser, logo será. E o que é meu, sempre volta. Por mais que eu pensasse que não, eu tinha sim conquistado algumas coisas e pessoas já neste mundo.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Parte V: O mais estranho amor da minha vida
Continuação... Texto para o blog: Amores-cruzados
Já faz mais de um mês que Danton me deu aquele beijo com gosto de despedida e tem exatamente o mesmo tempo em que eu simplesmente não consigo parar de pensar nele e em tudo que ele me disse. Procurei por respostas e todas as minhas tentativas e suposições fracassaram. Simplesmente não vejo mais saída a não ser desistir de toda aquela história. Estava mesmo muito boa pra ser verdade. Um estranho que de estranho não tinha nada, nem ao menos no primeiro contato que tivemos. Dias chuvosos ou não, mas que se tornaram perfeitos pra mim e enfim, sentimentos tão maravilhosos que eu nunca havia sentido por ninguém. Aquilo tudo era conto de fadas e eu não estava no lugar certo nem na hora certa. Nunca nasci pra fazer papel de donzela. Sempre me senti a mais comum e menos sem graça de todas. Tudo não passou de um sonho bom e eu precisava acordar pra vida, minha única e real vida, sem romances perfeitos, sem estranhos simpáticos e sem chance de mais sonhos como este. Minha angústia estava com os minutos contados e a hora era aquela.Esforcei-me ao máximo para trazer um pouco de animo pro meu novo dia e minha nova rotina que se iniciava sem direito a recaídas e muito menos passeios na ponte.Minha aula foi monótona, mas mesmo assim me mantive atenta a qualquer detalhe, seja na matéria, professor ou colegas de sala. Apeguei-me a tudo que podia me fazer pensar menos. O som do sinal avisando que começaria o ultimo horário de aula me fez sentir um frio na espinha como havia acontecido todos aqueles dias desde que Danton se foi. Aquele momento me fazia lembrar de tudo que passei pra conseguir encontrá-lo durante todo aquele sonho. Era um martírio tudo aquilo, só podia ser. Quanto mais me esforçava, mais eu encontrava motivos pra me fazer pensar que eu não podia desistir daquela história. Só que eu já havia me decidido, aquela história não era pra mim, não era minha e ponto final.A última aula pareceu uma eternidade. Tentei me infiltrar em conversas das minhas amigas mais próximas, mas não ajudou muito. Elas estavam inspiradas a falar de amor e eu estava me sentindo uma tremenda pateta. Escondi Danton de tudo e todos com medo de muitos curiosos e muitas opiniões contra. Agora eu tinha certeza que tinha feito a coisa certa, afinal, olha no que deu.Assim que bateu o sinal encerrando as aulas naquele dia, senti um alivio. Era como se minha casa agora fosse o meu refúgio, coisa que nunca havia sido. Mas era lá que eu me escondia do mundo atualmente. O mundo me deu uma nova alegria de viver e me tirou na mesma intensidade. Não era justo, mas também não era aceitável eu ficar me lamentando por isso o resto dos meus dias. Danton se foi, não sei por que, nem pra que e muito menos pra onde, mas o que importava mesmo é que ele tinha ido e nada do que ele disse poderia me consolar, pelo contrário, eu ficava indignada sem respostas no meio de tantas dúvidas e perguntas. Enfim, eu tinha que esquecê-lo.Ao chegar em casa, bati mais forte do que de costume a porta de entrada e foi aí que notei que minha cabeça já estava até doendo de tanto eu pensar em tudo aquilo. Minha avó nem se quer me xingou pelo barulho como teria feito em um dia normal. O silêncio que estava no primeiro andar era realmente um mistério. Subi as escadas com cautela procurando ouvir algum ruído que pudesse me fazer parar ou descobrir o que estava havendo. Foi então que minha avó me pegou desprevenida:- Paula, tem uma coisa pra você em seu quarto. Olhe e depois desça pra gente conversar.O tom de voz dela era calmo e parecia até estar brincando com as palavras quando disse que tinha uma coisa em meu quarto para mim.Abri a porta do meu quarto devagar, confesso que eu estava com medo do que poderia encontrar ali. Quando enfim a porta já estava totalmente aberta, me deparei com um vaso em cima da minha escrivaninha com milhões de rosas coloridas dentro dele. O quarto já exalava aquele perfume de rosas e eu aproximei sem entender o que estava acontecendo. Não me recordei de nenhuma data especial, ou seja, não consegui entender por que vovó estava me dando àquelas flores lindas.Ao lado direito do vaso tinha um pequeno envelope rosa bebe. Peguei-o e mais do que depressa abri, com curiosidade invadindo meus pensamentos:
“Minha linda! Estou morrendo de saudades. Não sabia como me aproximar de você pessoalmente, você deve estar esperando muitas respostas de mim então achei melhor ser cuidadoso com tudo isso. Desculpe por qualquer coisa e por tanto mistério. Tudo vai ser mais fácil e mais claro agora pra nós dois. Venha me ver amanhã no lugar de sempre.Com amor, Danton!”
Li, reli e me joguei na cama que era o assento mais próximo. Passei dias e dias esperando por um sinal dele. Tomei minha difícil decisão de apagar tudo que vivi com ele e sobre ele. E assim do nada ele ressurge? Quem ele pensa que é? Se ele pensa que tem algum controle sobre mim...O pior é que ele tem e eu tinha acabado de confirmar isso pela décima vez.
Já faz mais de um mês que Danton me deu aquele beijo com gosto de despedida e tem exatamente o mesmo tempo em que eu simplesmente não consigo parar de pensar nele e em tudo que ele me disse. Procurei por respostas e todas as minhas tentativas e suposições fracassaram. Simplesmente não vejo mais saída a não ser desistir de toda aquela história. Estava mesmo muito boa pra ser verdade. Um estranho que de estranho não tinha nada, nem ao menos no primeiro contato que tivemos. Dias chuvosos ou não, mas que se tornaram perfeitos pra mim e enfim, sentimentos tão maravilhosos que eu nunca havia sentido por ninguém. Aquilo tudo era conto de fadas e eu não estava no lugar certo nem na hora certa. Nunca nasci pra fazer papel de donzela. Sempre me senti a mais comum e menos sem graça de todas. Tudo não passou de um sonho bom e eu precisava acordar pra vida, minha única e real vida, sem romances perfeitos, sem estranhos simpáticos e sem chance de mais sonhos como este. Minha angústia estava com os minutos contados e a hora era aquela.Esforcei-me ao máximo para trazer um pouco de animo pro meu novo dia e minha nova rotina que se iniciava sem direito a recaídas e muito menos passeios na ponte.Minha aula foi monótona, mas mesmo assim me mantive atenta a qualquer detalhe, seja na matéria, professor ou colegas de sala. Apeguei-me a tudo que podia me fazer pensar menos. O som do sinal avisando que começaria o ultimo horário de aula me fez sentir um frio na espinha como havia acontecido todos aqueles dias desde que Danton se foi. Aquele momento me fazia lembrar de tudo que passei pra conseguir encontrá-lo durante todo aquele sonho. Era um martírio tudo aquilo, só podia ser. Quanto mais me esforçava, mais eu encontrava motivos pra me fazer pensar que eu não podia desistir daquela história. Só que eu já havia me decidido, aquela história não era pra mim, não era minha e ponto final.A última aula pareceu uma eternidade. Tentei me infiltrar em conversas das minhas amigas mais próximas, mas não ajudou muito. Elas estavam inspiradas a falar de amor e eu estava me sentindo uma tremenda pateta. Escondi Danton de tudo e todos com medo de muitos curiosos e muitas opiniões contra. Agora eu tinha certeza que tinha feito a coisa certa, afinal, olha no que deu.Assim que bateu o sinal encerrando as aulas naquele dia, senti um alivio. Era como se minha casa agora fosse o meu refúgio, coisa que nunca havia sido. Mas era lá que eu me escondia do mundo atualmente. O mundo me deu uma nova alegria de viver e me tirou na mesma intensidade. Não era justo, mas também não era aceitável eu ficar me lamentando por isso o resto dos meus dias. Danton se foi, não sei por que, nem pra que e muito menos pra onde, mas o que importava mesmo é que ele tinha ido e nada do que ele disse poderia me consolar, pelo contrário, eu ficava indignada sem respostas no meio de tantas dúvidas e perguntas. Enfim, eu tinha que esquecê-lo.Ao chegar em casa, bati mais forte do que de costume a porta de entrada e foi aí que notei que minha cabeça já estava até doendo de tanto eu pensar em tudo aquilo. Minha avó nem se quer me xingou pelo barulho como teria feito em um dia normal. O silêncio que estava no primeiro andar era realmente um mistério. Subi as escadas com cautela procurando ouvir algum ruído que pudesse me fazer parar ou descobrir o que estava havendo. Foi então que minha avó me pegou desprevenida:- Paula, tem uma coisa pra você em seu quarto. Olhe e depois desça pra gente conversar.O tom de voz dela era calmo e parecia até estar brincando com as palavras quando disse que tinha uma coisa em meu quarto para mim.Abri a porta do meu quarto devagar, confesso que eu estava com medo do que poderia encontrar ali. Quando enfim a porta já estava totalmente aberta, me deparei com um vaso em cima da minha escrivaninha com milhões de rosas coloridas dentro dele. O quarto já exalava aquele perfume de rosas e eu aproximei sem entender o que estava acontecendo. Não me recordei de nenhuma data especial, ou seja, não consegui entender por que vovó estava me dando àquelas flores lindas.Ao lado direito do vaso tinha um pequeno envelope rosa bebe. Peguei-o e mais do que depressa abri, com curiosidade invadindo meus pensamentos:
“Minha linda! Estou morrendo de saudades. Não sabia como me aproximar de você pessoalmente, você deve estar esperando muitas respostas de mim então achei melhor ser cuidadoso com tudo isso. Desculpe por qualquer coisa e por tanto mistério. Tudo vai ser mais fácil e mais claro agora pra nós dois. Venha me ver amanhã no lugar de sempre.Com amor, Danton!”
Li, reli e me joguei na cama que era o assento mais próximo. Passei dias e dias esperando por um sinal dele. Tomei minha difícil decisão de apagar tudo que vivi com ele e sobre ele. E assim do nada ele ressurge? Quem ele pensa que é? Se ele pensa que tem algum controle sobre mim...O pior é que ele tem e eu tinha acabado de confirmar isso pela décima vez.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Desumano
- Me perdoa!
- Perdão tem que vir do coração e não da vontade de se redimir.
- Mas é de coração, acredite.
- Acreditar em você? Como? Você ta me pedindo coisas que você mesmo destruiu.
- Mas me arrependo por isso, por favor, me perdoa.
- Confiança é como cristal, depois que quebra, já era.
- Não seja tão dura comigo, eu gosto de você, eu to falando a verdade, acredite em mim pelo menos essa vez.
- Acreditei em você esse tempo todo, agora é a hora de eu acordar e não errar mais.
- Quem errou nessa história toda fui eu e por isso eu sei que te devo desculpas.
- Desculpas não me servem de nada agora. Perdoar é fácil, difícil é esquecer.
- Eu sei, me sinto mal por isso, mas a única coisa que posso fazer agora é começar assumindo meus erros.
- Errar é humano, mas brincar com a sinceridade e sentimentos alheios é desumano.
- Realmente você não vai aceitar que falo tudo isso de coração não é mesmo?
- Coração? Por que não usou ele antes? Ou será que ele nem existe?
- Vc tem o dom de acabar comigo.
- Vc colhe o que planta!
- Tudo bem, ja sei disso tudo, minha moral está em baixa mesmo, mas por favor, apenas aceite minhas desculpas.
- Eu aceitaria, se elas fossem verdadeiras. Em você não existe verdade nenhuma. Eu errei em talvez acreditar em você todo esse tempo, e você errou mais ainda em enganar a si mesmo achando que poderia viver uma coisa que é impossível pro seu tipo de vida. Não existe amor onde não existe coração. Não existe sinceridade onde não existe verdade. E não existe confiança onde não existe humanidade.
- Perdão tem que vir do coração e não da vontade de se redimir.
- Mas é de coração, acredite.
- Acreditar em você? Como? Você ta me pedindo coisas que você mesmo destruiu.
- Mas me arrependo por isso, por favor, me perdoa.
- Confiança é como cristal, depois que quebra, já era.
- Não seja tão dura comigo, eu gosto de você, eu to falando a verdade, acredite em mim pelo menos essa vez.
- Acreditei em você esse tempo todo, agora é a hora de eu acordar e não errar mais.
- Quem errou nessa história toda fui eu e por isso eu sei que te devo desculpas.
- Desculpas não me servem de nada agora. Perdoar é fácil, difícil é esquecer.
- Eu sei, me sinto mal por isso, mas a única coisa que posso fazer agora é começar assumindo meus erros.
- Errar é humano, mas brincar com a sinceridade e sentimentos alheios é desumano.
- Realmente você não vai aceitar que falo tudo isso de coração não é mesmo?
- Coração? Por que não usou ele antes? Ou será que ele nem existe?
- Vc tem o dom de acabar comigo.
- Vc colhe o que planta!
- Tudo bem, ja sei disso tudo, minha moral está em baixa mesmo, mas por favor, apenas aceite minhas desculpas.
- Eu aceitaria, se elas fossem verdadeiras. Em você não existe verdade nenhuma. Eu errei em talvez acreditar em você todo esse tempo, e você errou mais ainda em enganar a si mesmo achando que poderia viver uma coisa que é impossível pro seu tipo de vida. Não existe amor onde não existe coração. Não existe sinceridade onde não existe verdade. E não existe confiança onde não existe humanidade.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Vamos tirar foto abraçando a árvore?
Depois da minha tediosa ação de fuçar orkut alheio até cansar de ver fotos, cheguei a uma conclusão. Em meio a vários álbuns de fotos, por que todo mundo sempre clica naquele que tem fotos especialmente únicas da pessoa dona das fotos em questão? Ta bom, também sou uma dessas pessoas que clica logo nas fotos pessoais invés das muitas de festas, viagens e amigos. Mas alou?! Foi por isso mesmo que me permiti entrar nessa teoria. Rostos belos, naturalmente rosados e completamente felizes já estão dando ar de falsidade não acham não? Ta bom, também confesso novamente ter um álbum deste no MEU orkut, mas mesmo assim vou continuar essa baboseira que não vai levar a lugar algum e com certeza sei que você aí vai continuar lendo. Prosseguindo... Sabe do que andei sentindo falta ao me deparar com foto de olhares e sorrisos perfeitos? Aquelas fotos que nos fazem rir naturalmente só de olhar, aquelas fotos em que conseguimos pegar pra nós o sentimento em que as pessoas da fotografia estavam no momento do “flash”. Sejam fotos retardadas ou não, espontâneas ou não, mas havendo história pra contar de cada uma delas, já vale muito mais. Pensa só! Uma foto de um grupo de amigos tendo um ataque de riso ao bater a foto não te faria sorrir junto só de imaginar a bagunça do momento deles? E quem sabe uma foto pulando na piscina? Quase todo mundo já teve uma dessa (menos eu). É delicioso ver aquilo, dá vontade de também querer participar, afinal, que piscina não dá vontade de pular hein? E aquela foto abraçando a árvore? Lembro-me bem de momentos assim. Precisavam de várias tentativas pra sair alguma boa porque sempre caíamos na gargalhada. Bastava dizer: Abraça a árvore ai amiga. Isso já garantia o motivo das risadas recíprocas.
Enfim, que venham mais fotos com direito a histórias pra contar e que exista mais valor pra esse tipo de álbum. E por favor, apreciem sem moderação, alegria alheia também é transmissível e pegar sentimento bom dos outros não é nenhum pecado, desde que peguem esses sentimentos na boa ação e nunca querendo tirá-la do verdadeiro dono.
Enfim, que venham mais fotos com direito a histórias pra contar e que exista mais valor pra esse tipo de álbum. E por favor, apreciem sem moderação, alegria alheia também é transmissível e pegar sentimento bom dos outros não é nenhum pecado, desde que peguem esses sentimentos na boa ação e nunca querendo tirá-la do verdadeiro dono.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Parte IV: O mais estranho amor da minha vida
Continuação... Texto para o blog: Amores-cruzados
Um novo dia começava e eu acordei com um sentimento de saudade apertando meu peito. Durante todas as minhas ações pela manhã eu me senti incomodada com aquilo que insistia em fazer cócegas no meu estômago e subia às vezes para o coração. Tentei me esforçar ao máximo para não lembrar do episódio do dia passado e muito menos de Danton. Era como se eu não quisesse descobrir ou confirmar para mim mesma que tudo aquilo era obra dele. Mesmo sem entender, eu tinha a mania de continuar fugindo do que poderia me fazer bem.
No colégio, nada parecia conseguir prender a minha atenção. Naturalmente já sou pensativa demais, mas tudo por dentro estava me deixando mais avoada do que de costume. Por vezes tentei pescar o que um professor ou outro dizia, mas tudo era sufocado pelo meu sentimento. Tentei ir lutando contra aquilo de diversas formas, mas nada parecia o bastante. A vontade que eu tinha de me encontrar com Danton era realmente extraordinária, porém, ainda assim, eu queria continuar mantendo certas distancias entre nós por mais que meu coração implorasse por uma maior aproximação. Era como se eu quisesse me jogar em seus braços e ser feliz. Mas nada poderia ser fácil assim, ou pelo menos até agora eu não estava facilitando nada.
À medida que o ultimo horário no colégio ia se aproximando, mais agoniada eu ia ficando, pelo meu encontro e por não agüentar mais essa história de ter que fugir da última aula, uma hora isso iria ficar insuportavelmente ridículo ao ponto de todos perceberem - se é que isso já não estava acontecendo – e logo iriam querer informar isso aos meus pais que de certa forma mal se importavam comigo devido a seus trabalhos que sempre roubavam seus preciosos tempos.
Enfim, dei meu jeitinho e fugi mais cedo. Caminhei cautelosamente por entre as ruas que eu tinha que passar até chegar à ponte. O que me incomodava por dentro estava me deixando nervosa e ansiosa, mais do que eu já ficava só de pensar em ver aquele sorriso na minha direção.
Ao chegar ao meio da ponte, encontrei com Danton sentado em um dos bancos, com a cabeça baixa como se observasse os sapatos e as mãos cruzadas firmemente. Eu poderia não ser uma observadora tão bem capaz como ele, mas consegui chegar à conclusão de que ele também parecia não muito bem naquele dia. Poderia julgar que ele estava aflito e preocupado com algo. Assim que ele levantou o olhar pra mim, percebi uma tristeza nunca vista antes habitando aqueles olhos que eu já tanto adorava. Ele se levantou rapidamente, indo na minha direção como se tivesse pressa em terminar logo com nosso encontro. Pegou minhas duas mãos, colocou em seu peito, firmou os olhos nos meus e mal me deu tempo de notar seu coração acelerado:
- Minha linda, eu quero que antes de tudo, você fique sabendo que jamais vou desistir de você ou te abandonar. Aconteça o que acontecer, vou sempre estar por perto, demore o tempo que for, ficaremos juntos.
E antes que eu pudesse me mover ou se quer perguntar o que estava havendo, ele me beijou. Um beijo que eu não poderia definir em palavras, olhares ou sorrisos. Era um primeiro entre nós, mas eu sentia que tinha certo gostinho de despedida. Meu coração pulsava acelerado e cada vez mais agoniado. Não tentei lutar contra ele e nem contra aquele momento, afinal, eu nem teria mesmo mais forças para isso. Assim que ele tirou seus lábios dos meus e me deu um pequeno sorriso, insinuei que iria começar a falar e ele tocou minha boca com o dedo indicador querendo me fazer calar. Olhei pra ele com curiosidade e desaprovação, mas a atitude dele em seguida conseguiu me fazer paralisar.
Ele simplesmente soltou minhas mãos, me olhou por um rápido segundo e me deu as costas, andando rapidamente em direção ao fim da ponte, atravessando em seguida as árvores ao lado e sumindo da minha vista.
Fiquei ali, parada, por alguns minutos ou quem sabe horas, eu não sabia dizer. Eu tinha milhões de perguntas, dúvidas e agora medos. O que ele quis dizer com tudo aquilo? O que estava acontecendo? Nem mesmo no beijo eu conseguia me concentrar. O que deveria ter sido perfeito tinha me deixado cada vez com mais incertezas na cabeça. Naquele momento, Danton tinha voltado a ser um estranho, e dessa vez um estranho realmente estranho.
Um novo dia começava e eu acordei com um sentimento de saudade apertando meu peito. Durante todas as minhas ações pela manhã eu me senti incomodada com aquilo que insistia em fazer cócegas no meu estômago e subia às vezes para o coração. Tentei me esforçar ao máximo para não lembrar do episódio do dia passado e muito menos de Danton. Era como se eu não quisesse descobrir ou confirmar para mim mesma que tudo aquilo era obra dele. Mesmo sem entender, eu tinha a mania de continuar fugindo do que poderia me fazer bem.
No colégio, nada parecia conseguir prender a minha atenção. Naturalmente já sou pensativa demais, mas tudo por dentro estava me deixando mais avoada do que de costume. Por vezes tentei pescar o que um professor ou outro dizia, mas tudo era sufocado pelo meu sentimento. Tentei ir lutando contra aquilo de diversas formas, mas nada parecia o bastante. A vontade que eu tinha de me encontrar com Danton era realmente extraordinária, porém, ainda assim, eu queria continuar mantendo certas distancias entre nós por mais que meu coração implorasse por uma maior aproximação. Era como se eu quisesse me jogar em seus braços e ser feliz. Mas nada poderia ser fácil assim, ou pelo menos até agora eu não estava facilitando nada.
À medida que o ultimo horário no colégio ia se aproximando, mais agoniada eu ia ficando, pelo meu encontro e por não agüentar mais essa história de ter que fugir da última aula, uma hora isso iria ficar insuportavelmente ridículo ao ponto de todos perceberem - se é que isso já não estava acontecendo – e logo iriam querer informar isso aos meus pais que de certa forma mal se importavam comigo devido a seus trabalhos que sempre roubavam seus preciosos tempos.
Enfim, dei meu jeitinho e fugi mais cedo. Caminhei cautelosamente por entre as ruas que eu tinha que passar até chegar à ponte. O que me incomodava por dentro estava me deixando nervosa e ansiosa, mais do que eu já ficava só de pensar em ver aquele sorriso na minha direção.
Ao chegar ao meio da ponte, encontrei com Danton sentado em um dos bancos, com a cabeça baixa como se observasse os sapatos e as mãos cruzadas firmemente. Eu poderia não ser uma observadora tão bem capaz como ele, mas consegui chegar à conclusão de que ele também parecia não muito bem naquele dia. Poderia julgar que ele estava aflito e preocupado com algo. Assim que ele levantou o olhar pra mim, percebi uma tristeza nunca vista antes habitando aqueles olhos que eu já tanto adorava. Ele se levantou rapidamente, indo na minha direção como se tivesse pressa em terminar logo com nosso encontro. Pegou minhas duas mãos, colocou em seu peito, firmou os olhos nos meus e mal me deu tempo de notar seu coração acelerado:
- Minha linda, eu quero que antes de tudo, você fique sabendo que jamais vou desistir de você ou te abandonar. Aconteça o que acontecer, vou sempre estar por perto, demore o tempo que for, ficaremos juntos.
E antes que eu pudesse me mover ou se quer perguntar o que estava havendo, ele me beijou. Um beijo que eu não poderia definir em palavras, olhares ou sorrisos. Era um primeiro entre nós, mas eu sentia que tinha certo gostinho de despedida. Meu coração pulsava acelerado e cada vez mais agoniado. Não tentei lutar contra ele e nem contra aquele momento, afinal, eu nem teria mesmo mais forças para isso. Assim que ele tirou seus lábios dos meus e me deu um pequeno sorriso, insinuei que iria começar a falar e ele tocou minha boca com o dedo indicador querendo me fazer calar. Olhei pra ele com curiosidade e desaprovação, mas a atitude dele em seguida conseguiu me fazer paralisar.
Ele simplesmente soltou minhas mãos, me olhou por um rápido segundo e me deu as costas, andando rapidamente em direção ao fim da ponte, atravessando em seguida as árvores ao lado e sumindo da minha vista.
Fiquei ali, parada, por alguns minutos ou quem sabe horas, eu não sabia dizer. Eu tinha milhões de perguntas, dúvidas e agora medos. O que ele quis dizer com tudo aquilo? O que estava acontecendo? Nem mesmo no beijo eu conseguia me concentrar. O que deveria ter sido perfeito tinha me deixado cada vez com mais incertezas na cabeça. Naquele momento, Danton tinha voltado a ser um estranho, e dessa vez um estranho realmente estranho.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Seja Bem-vindo (a)
Mais uma noite coloca os meus parafusos a prova e implica em me fazer trabalhar na redação da minha vida por mais uma vez. Escrever é quase como respirar, só é uma pena que nem sempre saia tudo tão perfeito e harmonioso como a respiração. Vontade de bater com os dedinhos nas teclas é o que não falta, mas a criatividade não está presente em todos os segundos que vivo querendo escrever. Por vezes me peguei editando textos que não tinham pé nem cabeça, sentido, começo e nem fim. Também em outras ocasiões escrevi, escrevi, e saiu aquele testamento né? E querem saber se ficou bom? Não! Quer dizer... Tem sempre alguém que valoriza as idéias alheias (e malucas minhas), mas eu mesma não consigo enxergar com os mesmos pontos de vista. Escrevo muito sim, mas isso não é sinônimo de qualidade 100% e sempre. Como eu mesma disse para uma amiga outro dia desses... “Às vezes olho o que fiz e ainda acho que poderia ter ficado melhor, que infelizmente não dei o melhor de mim”. E nessas circunstâncias, acredite, eu acabo ficando incomodada com aquele texto não tão bem feito assim. Mas, como nem tudo é perfeito e até mesmo o mais competente escritor erra, eu também sendo mais uma filha de Deus, me dou ao direito de não ser 100% como assim gostaria e mesmo brigando comigo mesma nos melhores ou piores textos, acabo sempre colocando eles aqui, expostos ao público. Então já entenda desde já, seja você novato ou não, que este blog é feito por hobby, nem tudo que está aqui é de agrado total a todos. Seja bem-vindo (a)! Este é meu dom, meu mundo particular, uma das partes da minha vida em que escrevo literalmente minhas histórias e também invento outras. É bom mesmo que fique claro que muita coisa que encontrará aqui não é de experiências reais ok? Não saia lendo tudo e crendo que tenho essa vida completamente bela, maluca ou monótona (dependendo do que você for ler). Fique a vontade, gostando ou não, viajando ou não. Uma parte de mim está aqui e a outra permanecerá sempre entre as chaves de neurônios da minha grande e sonhadora mente.
domingo, 2 de novembro de 2008
Vivendo e aprendendo
Nunca pensei que estaria em dias como esse, solteira, sozinha & bem! As experiências passadas sempre me renderam aprendizados de grande porte, mas jamais me fez ser uma nova pessoa, de tal forma que eu me sentiria completa por mim mesma. Tentei chegar a diversas conclusões sobre medos, traumas, bloqueios e distancias que imponho entre mim e um outro alguém sem nem mesmo perceber. As conclusões valeram? Só se for pra me fazer enxergar o outro lado. Aquele em que me vi realmente em paz de espírito e mente. Tudo bem, admito que pego pesado com quem tente se aproximar (tenho meus motivos ou explicações). Mas isso é o tipo de coisa que já não faz mais sentido, pelo menos não nesse momento em que estou. Aliás, nada agora ta fazendo sentido a não ser eu mesma e tudo que sonhei sozinha. Posso ainda ser aquela menina-mulher que sobrevivia melhor os dias de luta com o coração insuportavelmente cheio de amor, mas agora isso mudou um pouco de figura. Essa menina-mulher deu prioridade pra si mesma acima de tudo e todos. Egoísmo? Egocentrismo? Revolta? Não! De forma alguma me adaptaria a esses estilos de vida. Confesso, já tentei me mudar em ações e pensamentos pra ver se assim aprendia mais sobre a sobrevivência nesse mundo, mas não deu certo (ainda bem). Meu “eu” falou mais alto e não tem jeito, caminhar com calma e cautela ainda é o melhor. Essa fase é uma prova disto. Sem eu fazer força, me tornei adepta de uma nova rotina, nova sensação, nova busca que antes eu não imaginava pra mim. A melhor classificação pra isso? Amadurecimento! Recomendo. Seja ele pequeno, grande, por querer ou a força, qualquer tipo de amadurecimento vale. E mais do que nunca, qualquer tipo de independência também é bem-vindo. Mas nada disso implica em viver realmente solitário. Até mesmo porque as melhores coisas da vida só acontecem quando menos esperamos. Não que eu queira, mas não vou solicitar da palavra “nunca” agora, pois já quebrei muito a cara quando a usei. Ta aí, vivendo e aprendendo!
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Parte III: O mais estranho amor da minha vida
Continuação, á pedidos. Texto para o blog: Amores-cruzados
Mais um dia nascia e junto com ele vinha toda a minha alegria e disposição que tinham fugido de mim durante anos ao acordar para ir para o colégio. Ao me sentar na cama para espreguiçar direito e dar bom-dia ao sol, notei que havia dormido com os dois pedaços de papel na mão, aqueles que o estranho menos estranho havia me dado nos meus anteriores melhores dias. A rosa também estava ali, em cima do criado ao lado da minha cama, em um copo longo e cheio de água que coloquei para mantê-la viva perto de mim por mais tempo. Então, soltei os bilhetes que estavam em minha mão ao lado do computador, em cima da escrivaninha, e fui abrir as cortinas da janela para admirar o sol. Mas tive uma bela decepção, pois o sol tinha esquecido de nascer aquele dia para mim. No lugar dele havia um céu nublado e muito escuro, gotas pequenas escorriam pelo vidro de minha janela e eu fiquei perdida em meus pensamentos já pensando que meu novo dia talvez estivesse mais uma vez arruinado por acontecimentos do destino que insistiam desde ontem em atrapalhar meus planos. Antes de tudo, arrumei a mochila no maior mau humor, troquei de roupa, coloquei um casaco e enfiei de uma vez um guarda-chuvas dentro do bolso lateral da mochila e desci para a cozinha onde vovó me aguardava como todas as manhãs. Tomei meu café o mais depressa que pude e assim que larguei a caneca na pia, vovó me surpreendeu:
- Por que está com essa pressa toda e mais esse mau humor no rosto querida?
Será mesmo que eu não podia passar despercebida quando mais precisava disso? Será que ela não podia simplesmente notar os dias em que eu estava mais feliz do que de costume? É... Acho que não:
- Nada vovó, só dormi mal e estou com medo de me atrasar para a aula por causa da chuva.
Eu menti mesmo sabendo que não devia. O que eu menos queria naquele momento era toda uma interrogação como só vovó sabe fazer até encontrar no meio das minhas péssimas respostas o real motivo dos meus sentimentos.
Antes que ela pudesse dizer algo mais eu já estava na escada. Terminei tudo lá em cima o mais rápido que pude e desci, me despedi de vovó na porta e abri o guarda-chuvas quando me coloquei a enfrentar aquele dia mais frio e nebuloso. A garoa estava fina, mas não deixava de molhar quem insistisse em andar debaixo dela. Em poucos minutos cheguei à escola. Dessa vez, em ponto. Entrei na sala junto com o professor de português. Acomodei-me em minha carteira ao fundo e durante os cinco horários em que estive dentro de sala, viajei nas janelas, concentrada na chuva e torcendo para que ela parasse logo. O sinal para o último horário bateu e voei para fora de sala fechando minha mochila as pressas. Escondi-me no banheiro e assim que as turmas mais novas começaram a sair – eles não têm sexto horário – me infiltrei no meio deles e sai para o portão afora. Respirei fundo e fiquei aliviada, enfim eu tinha conseguido escapar e estava indo ao meu encontro. Foi quando escutei um trovão bem forte á minha direita e assim que olhei pro céu, a chuva começou a cair como se eu tivesse pedido por aquilo. Olhei pra todos os lados na esperança de encontrar um lugar próximo para me esconder, mas nada havia ali a não ser casas e vários portões trancados. Puxei minha mochila pra pegar o guarda-chuva que já não ajudaria muito. Mas vasculhei todos os bolsos e até dentro dela onde havia os livros, mas o guarda-chuva não estava ali, eu realmente tinha esquecido ele debaixo da minha carteira, afinal, sai com muita pressa da sala. No estado em que eu já estava só me restava correr e chegar logo onde devia ir. Quando estava virando a última esquina que dava na ponte, uma mão me puxou pelo pulso, fazendo com que eu parasse bruscamente sob a calçada batendo no peito de alguém que estava segurando um enorme guarda-chuva. Olhei para a pessoa e reconheci meu querido estranho. Ele me olhava com um delicioso sorriso e o brilho de seus olhos parecia brincar com o que estavam a observar. Senti-me a mais patética de todas ali parada tão próxima dele e completamente ensopada. Eu pingava dos pés a cabeça e agora já recuperando o fôlego, comecei a sentir uns arrepios subindo pela minha nuca, pois o vento que batia em mim não estava sendo amigo, pelo contrário, ele era meu inimigo, o frio não iria me abandonar nessas circunstâncias em que me meti:
- Você realmente deve estar congelando nessas roupas pesadas e molhadas, me deixe te levar em casa, se ficar aqui nesse vento frio, amanhã não terei chance de te ver.
E ele soltou mais um daqueles lindos sorrisos que me faziam perder o equilíbrio. Eu estava me segurando pra ser firme quando precisasse encontrá-lo, mas agora que estava sendo totalmente real, não me contive e já não sabia mais dizer se estava tremendo de frio ou de nervosismo:
- Me levar pra casa? Mas... Como?
Só depois de soltar minhas bobas e trêmulas palavras que notei a grande burrada que eu estaria fazendo. Eu nem sabia o nome dele, não conhecia nada sobre ele na verdade e eu não podia ir para casa, como explicaria a minha avó o motivo do meu banho de chuva e também por que não estaria naquele momento na minha última aula? Ele me olhava com ar de curiosidade, acho que minha expressão denunciou que eu não estava de acordo com aquilo:
- Sei que você ainda deve ter suas dúvidas e receios sobre mim, mas, por favor, não me deixe pensar que por minha culpa amanhã você pode estar de cama e sem poder vir me encontrar.
O brilho dos olhos dele parecia cada vez maior à medida que ele falava. Eu estava sendo dominada por todo aquele momento e por tudo que ele fazia ou dizia:
- Mas vai me levar pra casa como?
Ele olhou nos meus olhos, pegou na minha mão e me induziu a passar o braço pela sua cintura, assim eu estava abraçada a ele totalmente protegida da chuva debaixo daquele guarda-chuva tamanho família. Ele foi caminhando comigo ao seu lado, atravessou a rua, contornou um Honda Civic que estava estacionado ao laço da calçada e abriu a porta pra mim:
- Estou toda molhada, não posso entrar ai.
Ele fez sinal com a mão para que eu entrasse mesmo depois do que eu disse e eu certamente não conseguia recusar nada, entrei. Fiquei observando ele contornar o carro novamente até chegar à porta do motorista e entrar. Eu estava sentada desconfortavelmente na poltrona ao lado dele preocupada com o estrago que minha roupa molhada faria no estofado do carro dele. Invés de ele ligar o carro, ele sentou mais inclinado para a direita em minha direção e se pos a me olhar:
- Então, será que posso ao menos saber o nome da minha linda admiração?
Aquelas palavras produziram um fervor nas minhas bochechas. Eu queria entender como eu poderia ser a nova admiração dele sendo que eu era uma menina totalmente comum, e que mal conseguia se dirigir a ele com classe nas palavras como ele fazia comigo:
- Paula, e o seu?
Ele parecia meio absorvido em suas próprias idéias depois que ouviu meu nome:
- Paula? Já ouvi falar que pessoas com esse nome têm o lema de permanecer sempre ao lado de quem precisa de ajuda, considere-se então assim mesmo, pois vou precisar muito de você a partir de hoje. Mas, muito prazer. Me chamo Danton.
O que afinal ele queria dizer quando afirmou que precisa de mim? E além de conseguir ter todo um controle sobre mim devido a sua incrível elegância ele também era culto e sabia até mesmo significado dos nomes? Ou será que ele era algum tipo de espião e estava me tomando como obsessão doentia? É... Eu já estava viajando e ele ali, parado, olhando pra mim, esperando uma resposta:
- Ah! Muito prazer também!
Foi o máximo que consegui. Ele devia estar pensando que eu era uma anti-social:
- Mas me diga Paula, onde você mora? Já estou fazendo você ficar tempo demais com essas roupas molhadas.
Pensei comigo mesma se deveria ou não dar meu endereço, mas eu já estava dentro do carro dele e não tinha como sair, a chuva lá fora só apertava cada vez mais, então soltei o endereço pra ele e fiquei quieta na minha, observando a chuva batendo na janela e escutando a música que tocava no rádio que ele havia ligado. Acho que ele notou que eu estava mais uma vez viajando em meus pensamentos como na primeira vez em que me viu então não quis interromper. Só fui olhar para ele novamente quando vi pela janela que já estávamos parados na porta da minha casa:
- Obrigada por me trazer, mas agora preciso ir antes que minha avó veja que estou chegando com um desconhecido.
Ele pegou na minha mão e dessa vez eu percebi como a dele era quente e macia. Fiz menção de quebrar aquele momento, mas ele deu um aperto firme em meus dedos e levou minha mão até próximo de seu rosto dando-me um beijo carinhoso. Congelei por dentro naquele momento como se só por fora já não bastasse.
Danton me olhava fixamente parecendo estar esperando alguma reação minha, mas eu estava imóvel imaginando qual seria o próximo passo dele. E então, ele realmente tomou mais uma vez a iniciativa. Com a outra mão ele afastou os fios de cabelo molhados do meu rosto e chegou mais perto de mim, olhando bem nos meus olhos:
- Você é linda sabia? E seu cheiro é melhor do que eu podia sonhar.
Eu queria fugir dali, queria me esconder no meu quarto e tentar brigar com meus próprios pensamentos até descobrir por que ele mexia tanto comigo a ponto de eu ficar sem ação nenhuma, seja pra corresponder, ou seja, pra fugir.
Ele deve ter tomado meu silencio como algo positivo, pois ele foi se aproximando cada vez mais até colar seus lábios próximos de minha orelha e foi movimentando eles ali em minha bochecha até chegar perto de minha boca, e foi nesse momento que meu coração saltou tão forte que consegui reagir a ponto de assustá-lo. Peguei minha mochila ao chão do carro, abri a porta e sai para a chuva:
- Te vejo amanhã.Essa foi à única coisa que consegui dizer enquanto meu coração ainda pulava aflito. Não consegui nem mesmo entender como dei aquela ultima resposta para ele. Eu estaria mesmo maluca. Fugi dele e ao mesmo tempo eu tinha acabado de afirmar que estava aceitando vê-lo novamente. Não ousei olhar pra trás, mas também não escutei o motor do carro sendo ligado. Ele devia estar esperando eu entrar em casa para se certificar de que eu não tomaria mais chuva como assim era a vontade dele. Vovó não estava no andar debaixo e fiquei aliviada por isso. Subi correndo pro quarto, joguei a mochila em um canto, catei a primeira muda de roupa seca que vi pela frente e fui para o banheiro tomar uma ducha quente e me perder em meus pensamentos que estavam me matando por tudo aquilo que tinha acabado de acontecer.
Mais um dia nascia e junto com ele vinha toda a minha alegria e disposição que tinham fugido de mim durante anos ao acordar para ir para o colégio. Ao me sentar na cama para espreguiçar direito e dar bom-dia ao sol, notei que havia dormido com os dois pedaços de papel na mão, aqueles que o estranho menos estranho havia me dado nos meus anteriores melhores dias. A rosa também estava ali, em cima do criado ao lado da minha cama, em um copo longo e cheio de água que coloquei para mantê-la viva perto de mim por mais tempo. Então, soltei os bilhetes que estavam em minha mão ao lado do computador, em cima da escrivaninha, e fui abrir as cortinas da janela para admirar o sol. Mas tive uma bela decepção, pois o sol tinha esquecido de nascer aquele dia para mim. No lugar dele havia um céu nublado e muito escuro, gotas pequenas escorriam pelo vidro de minha janela e eu fiquei perdida em meus pensamentos já pensando que meu novo dia talvez estivesse mais uma vez arruinado por acontecimentos do destino que insistiam desde ontem em atrapalhar meus planos. Antes de tudo, arrumei a mochila no maior mau humor, troquei de roupa, coloquei um casaco e enfiei de uma vez um guarda-chuvas dentro do bolso lateral da mochila e desci para a cozinha onde vovó me aguardava como todas as manhãs. Tomei meu café o mais depressa que pude e assim que larguei a caneca na pia, vovó me surpreendeu:
- Por que está com essa pressa toda e mais esse mau humor no rosto querida?
Será mesmo que eu não podia passar despercebida quando mais precisava disso? Será que ela não podia simplesmente notar os dias em que eu estava mais feliz do que de costume? É... Acho que não:
- Nada vovó, só dormi mal e estou com medo de me atrasar para a aula por causa da chuva.
Eu menti mesmo sabendo que não devia. O que eu menos queria naquele momento era toda uma interrogação como só vovó sabe fazer até encontrar no meio das minhas péssimas respostas o real motivo dos meus sentimentos.
Antes que ela pudesse dizer algo mais eu já estava na escada. Terminei tudo lá em cima o mais rápido que pude e desci, me despedi de vovó na porta e abri o guarda-chuvas quando me coloquei a enfrentar aquele dia mais frio e nebuloso. A garoa estava fina, mas não deixava de molhar quem insistisse em andar debaixo dela. Em poucos minutos cheguei à escola. Dessa vez, em ponto. Entrei na sala junto com o professor de português. Acomodei-me em minha carteira ao fundo e durante os cinco horários em que estive dentro de sala, viajei nas janelas, concentrada na chuva e torcendo para que ela parasse logo. O sinal para o último horário bateu e voei para fora de sala fechando minha mochila as pressas. Escondi-me no banheiro e assim que as turmas mais novas começaram a sair – eles não têm sexto horário – me infiltrei no meio deles e sai para o portão afora. Respirei fundo e fiquei aliviada, enfim eu tinha conseguido escapar e estava indo ao meu encontro. Foi quando escutei um trovão bem forte á minha direita e assim que olhei pro céu, a chuva começou a cair como se eu tivesse pedido por aquilo. Olhei pra todos os lados na esperança de encontrar um lugar próximo para me esconder, mas nada havia ali a não ser casas e vários portões trancados. Puxei minha mochila pra pegar o guarda-chuva que já não ajudaria muito. Mas vasculhei todos os bolsos e até dentro dela onde havia os livros, mas o guarda-chuva não estava ali, eu realmente tinha esquecido ele debaixo da minha carteira, afinal, sai com muita pressa da sala. No estado em que eu já estava só me restava correr e chegar logo onde devia ir. Quando estava virando a última esquina que dava na ponte, uma mão me puxou pelo pulso, fazendo com que eu parasse bruscamente sob a calçada batendo no peito de alguém que estava segurando um enorme guarda-chuva. Olhei para a pessoa e reconheci meu querido estranho. Ele me olhava com um delicioso sorriso e o brilho de seus olhos parecia brincar com o que estavam a observar. Senti-me a mais patética de todas ali parada tão próxima dele e completamente ensopada. Eu pingava dos pés a cabeça e agora já recuperando o fôlego, comecei a sentir uns arrepios subindo pela minha nuca, pois o vento que batia em mim não estava sendo amigo, pelo contrário, ele era meu inimigo, o frio não iria me abandonar nessas circunstâncias em que me meti:
- Você realmente deve estar congelando nessas roupas pesadas e molhadas, me deixe te levar em casa, se ficar aqui nesse vento frio, amanhã não terei chance de te ver.
E ele soltou mais um daqueles lindos sorrisos que me faziam perder o equilíbrio. Eu estava me segurando pra ser firme quando precisasse encontrá-lo, mas agora que estava sendo totalmente real, não me contive e já não sabia mais dizer se estava tremendo de frio ou de nervosismo:
- Me levar pra casa? Mas... Como?
Só depois de soltar minhas bobas e trêmulas palavras que notei a grande burrada que eu estaria fazendo. Eu nem sabia o nome dele, não conhecia nada sobre ele na verdade e eu não podia ir para casa, como explicaria a minha avó o motivo do meu banho de chuva e também por que não estaria naquele momento na minha última aula? Ele me olhava com ar de curiosidade, acho que minha expressão denunciou que eu não estava de acordo com aquilo:
- Sei que você ainda deve ter suas dúvidas e receios sobre mim, mas, por favor, não me deixe pensar que por minha culpa amanhã você pode estar de cama e sem poder vir me encontrar.
O brilho dos olhos dele parecia cada vez maior à medida que ele falava. Eu estava sendo dominada por todo aquele momento e por tudo que ele fazia ou dizia:
- Mas vai me levar pra casa como?
Ele olhou nos meus olhos, pegou na minha mão e me induziu a passar o braço pela sua cintura, assim eu estava abraçada a ele totalmente protegida da chuva debaixo daquele guarda-chuva tamanho família. Ele foi caminhando comigo ao seu lado, atravessou a rua, contornou um Honda Civic que estava estacionado ao laço da calçada e abriu a porta pra mim:
- Estou toda molhada, não posso entrar ai.
Ele fez sinal com a mão para que eu entrasse mesmo depois do que eu disse e eu certamente não conseguia recusar nada, entrei. Fiquei observando ele contornar o carro novamente até chegar à porta do motorista e entrar. Eu estava sentada desconfortavelmente na poltrona ao lado dele preocupada com o estrago que minha roupa molhada faria no estofado do carro dele. Invés de ele ligar o carro, ele sentou mais inclinado para a direita em minha direção e se pos a me olhar:
- Então, será que posso ao menos saber o nome da minha linda admiração?
Aquelas palavras produziram um fervor nas minhas bochechas. Eu queria entender como eu poderia ser a nova admiração dele sendo que eu era uma menina totalmente comum, e que mal conseguia se dirigir a ele com classe nas palavras como ele fazia comigo:
- Paula, e o seu?
Ele parecia meio absorvido em suas próprias idéias depois que ouviu meu nome:
- Paula? Já ouvi falar que pessoas com esse nome têm o lema de permanecer sempre ao lado de quem precisa de ajuda, considere-se então assim mesmo, pois vou precisar muito de você a partir de hoje. Mas, muito prazer. Me chamo Danton.
O que afinal ele queria dizer quando afirmou que precisa de mim? E além de conseguir ter todo um controle sobre mim devido a sua incrível elegância ele também era culto e sabia até mesmo significado dos nomes? Ou será que ele era algum tipo de espião e estava me tomando como obsessão doentia? É... Eu já estava viajando e ele ali, parado, olhando pra mim, esperando uma resposta:
- Ah! Muito prazer também!
Foi o máximo que consegui. Ele devia estar pensando que eu era uma anti-social:
- Mas me diga Paula, onde você mora? Já estou fazendo você ficar tempo demais com essas roupas molhadas.
Pensei comigo mesma se deveria ou não dar meu endereço, mas eu já estava dentro do carro dele e não tinha como sair, a chuva lá fora só apertava cada vez mais, então soltei o endereço pra ele e fiquei quieta na minha, observando a chuva batendo na janela e escutando a música que tocava no rádio que ele havia ligado. Acho que ele notou que eu estava mais uma vez viajando em meus pensamentos como na primeira vez em que me viu então não quis interromper. Só fui olhar para ele novamente quando vi pela janela que já estávamos parados na porta da minha casa:
- Obrigada por me trazer, mas agora preciso ir antes que minha avó veja que estou chegando com um desconhecido.
Ele pegou na minha mão e dessa vez eu percebi como a dele era quente e macia. Fiz menção de quebrar aquele momento, mas ele deu um aperto firme em meus dedos e levou minha mão até próximo de seu rosto dando-me um beijo carinhoso. Congelei por dentro naquele momento como se só por fora já não bastasse.
Danton me olhava fixamente parecendo estar esperando alguma reação minha, mas eu estava imóvel imaginando qual seria o próximo passo dele. E então, ele realmente tomou mais uma vez a iniciativa. Com a outra mão ele afastou os fios de cabelo molhados do meu rosto e chegou mais perto de mim, olhando bem nos meus olhos:
- Você é linda sabia? E seu cheiro é melhor do que eu podia sonhar.
Eu queria fugir dali, queria me esconder no meu quarto e tentar brigar com meus próprios pensamentos até descobrir por que ele mexia tanto comigo a ponto de eu ficar sem ação nenhuma, seja pra corresponder, ou seja, pra fugir.
Ele deve ter tomado meu silencio como algo positivo, pois ele foi se aproximando cada vez mais até colar seus lábios próximos de minha orelha e foi movimentando eles ali em minha bochecha até chegar perto de minha boca, e foi nesse momento que meu coração saltou tão forte que consegui reagir a ponto de assustá-lo. Peguei minha mochila ao chão do carro, abri a porta e sai para a chuva:
- Te vejo amanhã.Essa foi à única coisa que consegui dizer enquanto meu coração ainda pulava aflito. Não consegui nem mesmo entender como dei aquela ultima resposta para ele. Eu estaria mesmo maluca. Fugi dele e ao mesmo tempo eu tinha acabado de afirmar que estava aceitando vê-lo novamente. Não ousei olhar pra trás, mas também não escutei o motor do carro sendo ligado. Ele devia estar esperando eu entrar em casa para se certificar de que eu não tomaria mais chuva como assim era a vontade dele. Vovó não estava no andar debaixo e fiquei aliviada por isso. Subi correndo pro quarto, joguei a mochila em um canto, catei a primeira muda de roupa seca que vi pela frente e fui para o banheiro tomar uma ducha quente e me perder em meus pensamentos que estavam me matando por tudo aquilo que tinha acabado de acontecer.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
A dois passos do paraíso ou do primeiro amor?
O céu azul, poucas nuvens, poucos turistas ali na praia àquela hora da manhã, o vento fresco ainda ganhava do sol que mais tarde estaria escaldante, e o mar pleno e azul límpido a minha frente balançava em mínimas ondas até a beira. Caminhei por um bom tempo ali junto à margem, sem saber do meu destino ou até mesmo o que estaria procurando. A vista de tudo naquele lugar era inspiração pra minha alma, um mundo azul e cheio de paz, tudo era belo e simplesmente encantador. A vida sendo analisada dali parecia perfeita, longe de tudo e qualquer coisa ruim que o mundo na verdade enfrenta. Cheguei a um ponto da praia em que me senti curiosa pelo que as pessoas ali faziam. Havia mesinhas vermelhas de plástico, espalhadas pela areia com cadeiras e sombrinhas multicoloridas. Sentei-me em uma das mesas vazias e fiquei a observar o que as crianças e talvez suas famílias fizessem ali na beirada da água. Tinha umas lanchas estacionadas logo mais e as crianças pareciam se deliciar com a idéia de passear em cima delas. Eu estava achando tudo muito interessante, sou uma observadora nata, aos mínimos detalhes. Comecei a analisar cada pedaço daquela área da praia em que eu tinha me metido. Quando pousei os olhos na mesa a minha esquerda, notei um casal. Estavam entrosados e absortos em sua própria conversa, eles dividiam um coco e nem se importavam tão pouco com o que acontecia a volta deles. A moça, magérrima e com longos cabelos negros estava de costas pra mim, não pude repará-la muito bem. Já o rapaz, estava de frente pra mim, pude notar suas feições. Olhos grandes e misteriosos, nariz fino e de um tamanho avantajado, boca bem desenhada, sorriso cativante, cabelos castanhos escuros escondidos por um boné branco. Assim que parei a analise na minha própria mente, os olhos dele cruzaram com os meus. Não sabia se deveria desviar, fiquei meio tonta com aquela ação inesperada dele. Alguma coisa naquele olhar me dizia que eu o conhecia de algum lugar. Abaixei meus olhos e comecei a lutar contra mim mesma pra lembrar de onde já havia visto aquele par de olhos. Revirei todo o meu presente e passado, até que cheguei aos meus 10 anos, estava na 3ª série novamente, era dia de prova e o aluno da mesa ao lado não parava de me lançar olhares, fazendo com que assim, meu coração correspondesse. Paixão de criança, mas já era uma paixão. João Vitor era o nome dele e eu sabia que jamais esqueceria aqueles olhos dentro da sala de aula. Acordei do meu próprio pensamento e me permiti ficar assustada ao saber que ali, ao meu lado, estava meu primeiro amor, e hoje, ainda com o mesmo belo par de olhos misteriosos, dedicava os olhares que foram meus um dia, para outra. Arrisquei dar uma nova olhada para ele, mas não devia ter sido uma boa idéia, pois dei de cara com ele me analisando e sem a moça por perto. Olhei pra frente e vi que ela estava lá, no meio de umas crianças, pronta para também passear em uma das lanchas. João Vitor não tirava os olhos de mim. Será que ele havia me reconhecido também? Não tive coragem de ficar ali para descobrir. O mundo estava pequeno demais naquele dia para mim e eu ainda tinha mais 10 dias para ficar em um mesmo paraíso que ele e seu novo amor.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Amor-próprio
Tem gente que sofre por amor, sofre por paixão, sofre por simpatia, sofre por amizade, sofre por ilusão e sofre até por empolgação, mas mesmo depois de tudo isso, ainda continua quebrando a cara como se a experiência de antes não tivesse valido pra nada. A cada erro, a cada sofrimento, a cada perda, o natural seria aprender com isso, tirar o lado positivo de cada situação e carregar isso para o resto da vida, assim jamais iriam passar por isso novamente, ou se fosse o caso até de passar, pelo menos já estariam vacinados contra esse tipo de problema. Errar é humano, mas errar sempre na mesma coisa é tolice ou falta de amor próprio. Ninguém é melhor do que ninguém pra ter o direito de prejudicar o próximo seja em sentimentos, palavras ou ações. Cada um deve saber do seu valor e guardar isso acima de tudo, dessa forma, já estará impondo certos limites para que nenhum outro ser egoísta e insensível possam levar de ti a sua própria alegria. Acredite! Existe gente ruim, gente que não consegue deixar de pensar só no próprio nariz e que nem percebe o quanto pode magoar ao próximo. E pior... Existe também gente que prejudica por querer realmente fazer isso. Esse tipo de pessoa é aquela que podemos classificar como 'orgulhosa'. Qualquer tipo de preconceito é sinal de orgulho. E arrogância é sinal de inferioridade. Não importa quem seja, mas se algum dia já te rebaixou, prejudicou, quis te ver mal, pode saber que o problema dessa pessoa é com ela mesma. Quem não consegue se sentir bem consigo, acaba querendo acabar com a imagem dos outros pra ver se dessa forma aumenta a sua própria auto-estima. Quem vive disso, fazendo isso e esperando por isso, não ta vivendo, está pecando, competindo por uma coisa que não tem prêmio. Cada um é cada um, todos tem seu valor. Humildade sim, nos fazer enxergar verdadeiramente como somos, no lado positivo e negativo. Saber aceitar tudo que somos e como somos já basta. É por isso que ressalto, vale a pena ter amor-próprio e nunca se sentir pior ou menor por idéias alheias ou sofrimentos que passamos pelos outros.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Certas pessoas mexem mais conosco
Não tem jeito! Isso sempre acontece, da melhor ou da pior forma. Passamos por diversas experiências na vida, diversos momentos, sonhos, pessoas... E naturalmente, tudo vem e vai, começa e termina. Mas sempre tem aquela experiência que levamos pra vida toda e jamais esquecemos, sempre tem aquele momento mais marcante e delicioso de se lembrar, sempre tem o maior e melhor sonho e com certeza também sempre tem aquelas ou aquela pessoa que deixa saudade e sentimentos mais especiais dentro de nós. Algumas somem do mapa, desaparecem de nossas vistas e às vezes nunca mais temos noticias. Outras dão sinal de vida de vez em quando, contam as partes mais importantes de suas vidas e vão embora novamente. E é claro, especialmente, também existe aquela pessoa que mesmo estando longe demais, sumida demais, quando resolve aparecer, faz nossos corações saltarem mais rápido mesmo que já estivéssemos achando que isso nunca mais aconteceria por essa tal pessoa. É incrível como até nas mínimas ações do dia-a-dia a vida ainda pode nos surpreender com uma agitação a mais no coração por alguém que já tínhamos tirado da cabeça. Enfim, não é nada que dure muito e nem nada que renda algo. Pelo contrário, acho que é só mais uma demonstração de que certo passado valeu a pena ou pelo menos poderia ter valido não é mesmo?
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Parte II: O mais estranho amor da minha vida
Continuação, á pedidos. Texto para o blog: Amores-cruzados
Naquele dia acordei mais cedo do que normalmente sou acostumada. Adorei abrir as cortinas e poder sentir em meu rosto amarrotado, o sol ainda começando a expor seus raios mais fracos sob aquele céu esplendido que insistia em me fazer sorrir.
Vesti meu uniforme rapidamente como de costume, calcei o tênis e corri para o corredor já me adiantando pelo primeiro degrau da escada. O cheirinho do café da vovó exalava por todos os cantos da sala, copa e cozinha. Sentei-me animadamente em uma das pontas da mesa e tomei meu café com pão, queijo e presunto de todas as manhãs com uma felicidade maior do que de costume. Vovó como sempre entretida nos seus afazeres da cozinha e casa nem me olhou muito e aproveitei para logo subir ao banheiro e terminar de me arrumar para a escola. Na noite passada eu já havia programado todo o meu dia e como eu faria pra cautelosamente fugir da aula no mesmo horário que eu havia matado no dia anterior. Meu queridíssimo estranho menos estranho que já havia conhecido até ali, propôs um novo encontro que já me deixava saltitante por dentro só de pensar pelo que me esperava. Invés do medo por estar lidando com alguém talvez perigoso, eu estava era deliciosamente intrigada para descobrir por que ele teria mexido com as minhas estruturas que nem nunca foram frágeis assim a um olhar ou um sorriso.
Assim que vovó bateu a porta nas minhas costas me dando tchau e desejando um ótimo dia – que, aliás, eu sabia que teria – eu fiquei completamente imersa em meus pensamentos, e agora também em meus mais novos olhares e sorrisos. Quando dei por mim, já estava na calçada do colégio. Dei bom dia – como de costume - ao porteiro, meu amigo e entrei para o saguão onde dividia as salas. Naquele dia tudo estava ao meu favor. Na maioria das vezes eu chegava atrasada, não sei por que, mas chegava. E hoje, para a minha surpresa, estava até adiantada uns minutos. Entrei para a sala, sentei na minha carteira ao fundo como o mapa de sala previa para mim e fiquei mais uma vez concentrada nos meus pensamentos que não paravam de borbulhar. Perdi-me tanto dessa vez que quando despertei, percebi que já estava dando o sinal para a segunda aula. Esse dia realmente estava para mim, às horas iriam voar. Passei o segundo horário tentando brigar com umas contas matemáticas, o terceiro acabei no meio de uma conversa com minhas duas melhores amigas escolares, a hora do intervalo veio em seguida, o quarto horário foi bem chato, o professor de história estava mesmo rabugento, o quinto horário, biologia, estava indo bem até que... A coordenadora interrompeu a aula informando que o último horário – no qual eu pretendia e precisava matar – iria ser trocado do português para a química, sendo assim, teríamos prova no último horário e não mais no dia seguinte. Será mesmo que dá pra calcular o azar enorme que tive de um instante ao outro? E será que dá pra calcular mais ainda a raiva e a tristeza que me consumiram? Logo química? Preciso de tantos pontos, realmente, estava fora de cogitação à matança daquela ultima aula. Quando o professor de química irrompeu pela sala, eu quase quis voar no pescoço dele, mas me controlei, óbvio, e infelizmente, fiz a prova, ou seria melhor dizer que fiz a pior prova? Sai correndo sem dar explicações as minhas amigas assim que deu o ultimo sinal e cheguei à ponte do dia anterior bufando. Parei repentinamente na subida dela e suspirei já imaginando o que poderia ou não me aguardar. Quando enfim olhei por todos os lados e não vi nada nem ninguém, percebi que tinha mesmo perdido meu encontro, tudo bem, tudo bem, eu era a culpada pelo atraso, quer dizer, a prova era a culpada. Ao fundo da ponte, tinha uns banquinhos de madeira. Larguei-me em um deles e fiquei pensando no meu trágico destino. Um dia nunca é mesmo igual ao outro. Olhei mais uma vez para os lados na esperança de encontrar o vestígio de alguma sombra saindo de umas das árvores que cobriam o sol do pequeno parque a frente do lago e ao lado da ponte, mas nada havia ali. Foi quando percebi que no banco a minha esquerda, tinha uma rosa jogada, solitária. Fui até lá, peguei a flor com delicadeza entre os dedos e arranquei do seu caule um pequeno pedaço de papel que estava enrolado. Abri cuidadosamente e li:
“Minha mais nova linda admiração. Não pude te esperar por muito mais tempo. A flor era pra ser entregue pessoalmente, mas espero mesmo que você a encontre. Saiba que não desisti de nossos futuros e novos momentos. Tenha certeza de que não desistirei de você. Te vejo amanhã? Prometo esperar por mais tempo se assim for do seu agrado caso resolva demorar novamente. Não me deixe perder o que demorei tanto a encontrar. Você!”
Mais uma vez me peguei completamente flechada por um cupido poderoso. Não havia outra explicação para as minhas aceitações em toda essa história que aos olhos de qualquer outra pessoa iria se tornar cada vez mais maluca. Mas algo me dizia que eu não estava cometendo um erro ao permitir que esse estranho menos estranho de todos se aproximasse de mim. Afinal, os estranhos só deixam de ser estranhos quando os conhecemos. Enfim, meu dia não tinha sido tão perdido assim, eu ainda tinha um novo motivo pra sorrir e acordar mais feliz do que de costume novamente. A vontade de descobrir o porquê de tanta explosão no meu coração é que me permitia fazer daquele estranho a minha também mais nova obsessão.
Naquele dia acordei mais cedo do que normalmente sou acostumada. Adorei abrir as cortinas e poder sentir em meu rosto amarrotado, o sol ainda começando a expor seus raios mais fracos sob aquele céu esplendido que insistia em me fazer sorrir.
Vesti meu uniforme rapidamente como de costume, calcei o tênis e corri para o corredor já me adiantando pelo primeiro degrau da escada. O cheirinho do café da vovó exalava por todos os cantos da sala, copa e cozinha. Sentei-me animadamente em uma das pontas da mesa e tomei meu café com pão, queijo e presunto de todas as manhãs com uma felicidade maior do que de costume. Vovó como sempre entretida nos seus afazeres da cozinha e casa nem me olhou muito e aproveitei para logo subir ao banheiro e terminar de me arrumar para a escola. Na noite passada eu já havia programado todo o meu dia e como eu faria pra cautelosamente fugir da aula no mesmo horário que eu havia matado no dia anterior. Meu queridíssimo estranho menos estranho que já havia conhecido até ali, propôs um novo encontro que já me deixava saltitante por dentro só de pensar pelo que me esperava. Invés do medo por estar lidando com alguém talvez perigoso, eu estava era deliciosamente intrigada para descobrir por que ele teria mexido com as minhas estruturas que nem nunca foram frágeis assim a um olhar ou um sorriso.
Assim que vovó bateu a porta nas minhas costas me dando tchau e desejando um ótimo dia – que, aliás, eu sabia que teria – eu fiquei completamente imersa em meus pensamentos, e agora também em meus mais novos olhares e sorrisos. Quando dei por mim, já estava na calçada do colégio. Dei bom dia – como de costume - ao porteiro, meu amigo e entrei para o saguão onde dividia as salas. Naquele dia tudo estava ao meu favor. Na maioria das vezes eu chegava atrasada, não sei por que, mas chegava. E hoje, para a minha surpresa, estava até adiantada uns minutos. Entrei para a sala, sentei na minha carteira ao fundo como o mapa de sala previa para mim e fiquei mais uma vez concentrada nos meus pensamentos que não paravam de borbulhar. Perdi-me tanto dessa vez que quando despertei, percebi que já estava dando o sinal para a segunda aula. Esse dia realmente estava para mim, às horas iriam voar. Passei o segundo horário tentando brigar com umas contas matemáticas, o terceiro acabei no meio de uma conversa com minhas duas melhores amigas escolares, a hora do intervalo veio em seguida, o quarto horário foi bem chato, o professor de história estava mesmo rabugento, o quinto horário, biologia, estava indo bem até que... A coordenadora interrompeu a aula informando que o último horário – no qual eu pretendia e precisava matar – iria ser trocado do português para a química, sendo assim, teríamos prova no último horário e não mais no dia seguinte. Será mesmo que dá pra calcular o azar enorme que tive de um instante ao outro? E será que dá pra calcular mais ainda a raiva e a tristeza que me consumiram? Logo química? Preciso de tantos pontos, realmente, estava fora de cogitação à matança daquela ultima aula. Quando o professor de química irrompeu pela sala, eu quase quis voar no pescoço dele, mas me controlei, óbvio, e infelizmente, fiz a prova, ou seria melhor dizer que fiz a pior prova? Sai correndo sem dar explicações as minhas amigas assim que deu o ultimo sinal e cheguei à ponte do dia anterior bufando. Parei repentinamente na subida dela e suspirei já imaginando o que poderia ou não me aguardar. Quando enfim olhei por todos os lados e não vi nada nem ninguém, percebi que tinha mesmo perdido meu encontro, tudo bem, tudo bem, eu era a culpada pelo atraso, quer dizer, a prova era a culpada. Ao fundo da ponte, tinha uns banquinhos de madeira. Larguei-me em um deles e fiquei pensando no meu trágico destino. Um dia nunca é mesmo igual ao outro. Olhei mais uma vez para os lados na esperança de encontrar o vestígio de alguma sombra saindo de umas das árvores que cobriam o sol do pequeno parque a frente do lago e ao lado da ponte, mas nada havia ali. Foi quando percebi que no banco a minha esquerda, tinha uma rosa jogada, solitária. Fui até lá, peguei a flor com delicadeza entre os dedos e arranquei do seu caule um pequeno pedaço de papel que estava enrolado. Abri cuidadosamente e li:
“Minha mais nova linda admiração. Não pude te esperar por muito mais tempo. A flor era pra ser entregue pessoalmente, mas espero mesmo que você a encontre. Saiba que não desisti de nossos futuros e novos momentos. Tenha certeza de que não desistirei de você. Te vejo amanhã? Prometo esperar por mais tempo se assim for do seu agrado caso resolva demorar novamente. Não me deixe perder o que demorei tanto a encontrar. Você!”
Mais uma vez me peguei completamente flechada por um cupido poderoso. Não havia outra explicação para as minhas aceitações em toda essa história que aos olhos de qualquer outra pessoa iria se tornar cada vez mais maluca. Mas algo me dizia que eu não estava cometendo um erro ao permitir que esse estranho menos estranho de todos se aproximasse de mim. Afinal, os estranhos só deixam de ser estranhos quando os conhecemos. Enfim, meu dia não tinha sido tão perdido assim, eu ainda tinha um novo motivo pra sorrir e acordar mais feliz do que de costume novamente. A vontade de descobrir o porquê de tanta explosão no meu coração é que me permitia fazer daquele estranho a minha também mais nova obsessão.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Menos complicações e mais sonhos
Quando tudo parece estar se ajeitando, vem a destruição de planos para o futuro e acaba com toda a alegria de antes. Um vai e vem sem fim nos meus dias. Na mesma hora em que estou animada com alguém, no minuto seguinte já estou me permitindo ter um acesso de antipatia e raiva pelo mesmo. Na mesma hora em que estou pulando animadamente por saber que acabei de conseguir algo que há tanto tempo planejava, a uns minutos depois estou jogada na cama, abraçada ao meu travesseiro, transtornada com a falta de sucesso na continuação do mesmo planejamento. É claro que na vida tudo leva mais tempo para se alcançar e também se leva tempo (mesmo sendo menor) para cair em destruição.
Estou em um momento de desabafo pelos insucessos, pelos planos que fracassaram, pelos amores mal resolvidos, pelas falsidades que não suporto, pelas mentiras imperdoáveis, até mesmo pela falta de companhia quando mais quero e preciso mesmo que seja para uma festa.
Dizem que as melhores coisas da vida são saboreadas depois de muito esforço próprio, afinal, o que é fácil não tem graça. Mas também nem tudo que é difícil demais se alcança. Nunca desisto sem tentar, mas ás vezes me acho covarde por não conseguir mais persistir no que me parece inalcançável. Por isso sou mesmo uma sonhadora nata. Isso ninguém me cobra esforço, nem a vida.
Então... Sonho com um mundo melhor, sonho com mais felicidade, sonho com mais amor para todos, sonho com mais sucessos, mais verdades, mais sinceridades, melhores companhias, mesmo que para isso eu tenha que batalhar para ter. Sendo difícil ou não, eu quero menos complicações nos meus mais simples sonhos.
Estou em um momento de desabafo pelos insucessos, pelos planos que fracassaram, pelos amores mal resolvidos, pelas falsidades que não suporto, pelas mentiras imperdoáveis, até mesmo pela falta de companhia quando mais quero e preciso mesmo que seja para uma festa.
Dizem que as melhores coisas da vida são saboreadas depois de muito esforço próprio, afinal, o que é fácil não tem graça. Mas também nem tudo que é difícil demais se alcança. Nunca desisto sem tentar, mas ás vezes me acho covarde por não conseguir mais persistir no que me parece inalcançável. Por isso sou mesmo uma sonhadora nata. Isso ninguém me cobra esforço, nem a vida.
Então... Sonho com um mundo melhor, sonho com mais felicidade, sonho com mais amor para todos, sonho com mais sucessos, mais verdades, mais sinceridades, melhores companhias, mesmo que para isso eu tenha que batalhar para ter. Sendo difícil ou não, eu quero menos complicações nos meus mais simples sonhos.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
A felicidade existe mesmo acordando com o pé esquerdo
Assim como ouvi de algumas pessoas, passo isso adiante: “Felicidade completa a gente só encontra em comercial de margarina.”
To quase crendo que isso é verdade. O dia pode estar ótimo, a semana correndo bem, o mês indo de vento em polpa, mas sempre existe uma pedra no caminho, mesmo que seja minúscula. O mal da grande maioria é enxergar a pedrinha como uma “pedrona” e fazer disso algo mais importante do que todo o resto que se vive. Isso se chama exagero incrementando de pessimismo e não há felicidade que resista. As coisas boas só permanecem quando se consegue enxergá-las todos os dias por mais obstáculos que possa surgir para nublar.
Dar mais atenção e tempo para as pedras, desgostos, decepções, erros, problemas em questão, só nos tiram realmente do foco de tudo que possa harmonizar melhor nossas vidas e astrais. Pessoalmente falando, a felicidade está dentro de nós, basta querer tê-la todos os dias, desde quando se acorda com o pé direito ou esquerdo, até quando se leva uma crítica ou elogio. Tudo só depende de nós para fluir bem e continuar caminhando com positivismo.
To quase crendo que isso é verdade. O dia pode estar ótimo, a semana correndo bem, o mês indo de vento em polpa, mas sempre existe uma pedra no caminho, mesmo que seja minúscula. O mal da grande maioria é enxergar a pedrinha como uma “pedrona” e fazer disso algo mais importante do que todo o resto que se vive. Isso se chama exagero incrementando de pessimismo e não há felicidade que resista. As coisas boas só permanecem quando se consegue enxergá-las todos os dias por mais obstáculos que possa surgir para nublar.
Dar mais atenção e tempo para as pedras, desgostos, decepções, erros, problemas em questão, só nos tiram realmente do foco de tudo que possa harmonizar melhor nossas vidas e astrais. Pessoalmente falando, a felicidade está dentro de nós, basta querer tê-la todos os dias, desde quando se acorda com o pé direito ou esquerdo, até quando se leva uma crítica ou elogio. Tudo só depende de nós para fluir bem e continuar caminhando com positivismo.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Nem tudo está perdido
Tem dias que tudo parece estar fora do lugar. O carinha lindo de ontem é um insuportável hoje, a amiga conselheira de ontem virou a crítica hoje, e assim segue as infinitas mutações. Por essas e outras, acabo decidindo virar “zen” e esquecer de tudo e todos, vivendo cada momento como se fosse o único. Já brinquei que viraria freira por tantas desilusões amorosas, já disse que me casaria com meu namorado da época e por fim descobri que nem ele e nem o amor durariam para isso, já quase quis revoltar com a vida, mas acho que essa parte de virar louca é a única coisa que não consigo fazer (graças a Deus).
Sofro antecipadamente, sofro pelo que ás vezes nem chega a acontecer, sofro por quem não merece, já sofri até por quem nem sabia direito da minha existência. Um dia todo mundo cansa de dar cabeçadas na parede. Creio que esse dia também chegou para mim. Ainda tenho oscilações e dúvidas, mas to cada vez mais certa das minhas últimas vontades e decisões. Única delas que ainda me abala, mesmo sendo raro, é a idéia de ficar só. Chega um ponto que não dá mais pra adiar com as vírgulas. Sofrer também cansa, esperar cansa, procurar cansa... Viver sem preocupar com esses tipos de coisa não cansa, pelo contrário, faz um bem danado. Mas ninguém é de ferro e chega uma hora que um colo faz falta. É aí que percebo como ainda tem gente que possa valer a pena, mesmo depois de toda a revolta e generalização.
Sofro antecipadamente, sofro pelo que ás vezes nem chega a acontecer, sofro por quem não merece, já sofri até por quem nem sabia direito da minha existência. Um dia todo mundo cansa de dar cabeçadas na parede. Creio que esse dia também chegou para mim. Ainda tenho oscilações e dúvidas, mas to cada vez mais certa das minhas últimas vontades e decisões. Única delas que ainda me abala, mesmo sendo raro, é a idéia de ficar só. Chega um ponto que não dá mais pra adiar com as vírgulas. Sofrer também cansa, esperar cansa, procurar cansa... Viver sem preocupar com esses tipos de coisa não cansa, pelo contrário, faz um bem danado. Mas ninguém é de ferro e chega uma hora que um colo faz falta. É aí que percebo como ainda tem gente que possa valer a pena, mesmo depois de toda a revolta e generalização.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Vamos concertar?
Te ver passar assim por mim e não poder ao menos te parar e tomar uns minutos do seu tempo pra mim, é crueldade com meu coração. Lembro-me de quando passávamos horas conversando, planejando mais momentos juntos, contando um ao outro sobre momentos divertidos que passamos antes de nos conhecer. Quando estávamos juntos parecia que o tempo parava, era como se dali em diante tudo fosse acontecer assim, com você e eu, juntos. Acho que nossa vontade na época era mesmo assim, relacionada a um ‘sempre’ que nunca existiu ou nunca existiria. Mal sabe esses enamorados o tão errado estão em fazerem de suas vidas uma única apenas, fazerem de seus sonhos individuais, também um único. Depois que tudo deixa de ser conto de fadas, tudo deixa de ser pra sempre, vira nada mais, nada menos do que uma fossa com direito a arrependimento por terem perdido tempo fazendo planos para um futuro que não seria ‘nosso’ futuro. Invés de preocupar com o amanhã, todos esses corações mais coloridos deveriam se unir apenas pelo valor que habita dentro deles hoje, curtir cada segundo que possam ter hoje. Fico tão decepcionada comigo mesma quando percebo que perdi momentos ao seu lado preocupando com meu amor para o dia seguinte. Agora é assim... Você passa por mim como se eu fosse só mais uma parede que você enxerga bloqueando sua passagem. Longe de mim ser um obstáculo. Só acho que nem você mesmo percebeu ainda o erro que cometemos juntos. E se foi juntos, também podemos concertar juntos.
domingo, 19 de outubro de 2008
Roubei a atenção ou a cena?
Sentada no metrô, eu fiquei atenta a todos os movimentos do lado de fora. Borrões passavam pela janela mal ilustrada da porta mais próxima em que eu olhava. Estava tudo muito desinteressante. Foi quando notei o casal ao meu lado direito, conversavam animadamente sobre algo que estavam olhando na câmera que estava nas mãos do rapaz. A moça, ria timidamente como se a própria foto a deixasse envergonhada, e o rapaz parecia se divertir com tudo aquilo. Quando desviei meus olhos do casal, vi que alguém também me notara. No banco de frente ao casal, tinha um outro rapaz, com uma curiosidade no olhar. Assim que retribui o contato visual, ele abaixou a cabeça e em seguida correspondeu ao “psiu” que a moça da câmera fez para ele. Aquele casal então deixou de ser casal, pois afinal, era um trio de amigos, e aos poucos fui prestando atenção nas cenas que se seguiam. Cautelosa para o rapaz solitário não notar meu interesse na viagem deles ao meu lado. Pelo que percebi, a foto que tinha na câmera era do rapaz que estava sentado sozinho, a moça então estava quem sabe afim dele, porque todas as suas expressões e ações condenavam isso. O outro rapaz, dono da câmera ou não, estava ali no meio de tudo aquilo como um intrometido mesmo. Mas o tal rapaz que despertava o interesse da moça foi uma incógnita pra mim. Não soube dizer qual era a dele. O olhar dele era de curiosidade e oscilava às vezes para uma tristeza indecifrável. Ele parecia aceitar a brincadeira das fotos com sua própria imagem numa boa, mas quanto à moça... Digamos que ela seria só mais uma vítima de um interesse não correspondido. Só não compreendi muito bem por que tanto ele também me lançava olhares. Eu estava me esforçando bem, creio eu, para não olhar para eles, estava pescando tudo pelas falas e visões que o espelho da frente me gerava de onde estava sentada. Quando enfim me toquei de que minha parada estava próxima, me levantei rapidamente, peguei minha bolsa ao lado e fiquei de pé. Assim que a porta a minha frente se abriu com a brusca parada do metrô, lancei uma ultima olhada aos três, a moça e o rapaz da câmera mais uma vez entretidos com alguma foto e o rapaz solitário, ergueu o rosto pra mim e arriscou um possível e singelo sorriso pelo canto dos lábios. Eu mais do que assustada sem entender, olhei para a porta, pisei em falso, olhei pra ele novamente pra guardar aquele rosto e enfim desci. Já do lado de fora de toda aquela história que não pertencia a mim, tive compaixão pela moça que nem notou o quanto ela estava se iludindo com quem não estava dando a mínima para ela e graças a tudo aquilo, tive um resto de dia até agradável, afinal, eu já podia agora confessar pra mim mesma que o rapaz solitário tinha um belo rosto, acho que dava pra entender o fascínio que ele gerava na moça.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
O dia em que encontrei o mais estranho amor da minha vida
Texto para o blog: Amores-cruzados
Vagando sozinha pela pequena ponte que rodeava um lago, percebi o quanto era belo aquele momento e toda aquela paisagem que estava ali se demonstrando para mim. Dei-me ao luxo de matar uma aula só pra ficar ali, observando tudo de belo que a natureza nos oferece. O céu azul, cintilando um azul bebê que fazia contraste com as poucas e rasas nuvens. O vento soprando as pequenas ondas que se destruíam suavemente ao colidir com as ferragens que suspendiam a ponte em que eu estava. Debrucei-me na beirada da grade mais próxima e fiquei apenas sentindo o que de mais simples se encontra nesse mundo hoje e que infelizmente nem todos sabem desfrutar.
Viajei nos meus pensamentos e sonhos. Fui a vários lugares, visitei amigos distantes, relembrei de rostos serenos que me deixaram saudades, me permiti abusar, usar e criar dos meus próprios momentos. Foi quando de repente, no auge da minha constante e fértil imaginação, notei que não estava só. Olhei rapidamente a minha esquerda e analisei brevemente o segundo sonhador que me acompanhava. Perguntei a mim mesma se ele estaria ali há muito tempo, se estaria também a me observar durante todo o meu percurso imaginário. Fiquei envergonhada ao pensar que tinha mais alguém a todo instante sonhando acordado ao meu lado ou talvez quem saiba me analisando e imaginando o que eu estaria fazendo sozinha por tanto tempo com um olhar tão vago. Mais que depressa, recolhi minha mochila que estava jogado aos meus pés bem do meu lado e joguei uma alça pelas costas já me virando para caminhar na direção contrária em que aquele estranho estava:
- Não precisa ir embora. Perdoe-me se te incomodei.
A voz era doce e suave, mas ainda assim me mantive apreensiva, afinal, estranho, é estranho. Virei-me lentamente para encontrar os olhos que me analisavam. Fui surpreendida com tanto calor humano que senti minhas mãos afrouxando na alça da mochila. Minha voz – que não saiu como eu queria e muito menos simpática como à dele - saiu fina e estremecida:
- Não. Eu... Já estava indo mesmo.
O olhar que ele me mandou e o sorriso singelo que ele soltou pelo canto direito da boca me fez sentir um fervor enorme nas bochechas. Estava torcendo para que minhas feições não entregassem toda a minha timidez:
- Notei que você estava indo bem com seus pensamentos até perceber minha presença. Não quis te assustar. Fiquei curioso pra saber o que de tão bom te criou aquela expressão de dar inveja.
Realmente eu estava certa. Fui observada todo o tempo e eu já não tinha mais forças pra lutar contra a minha vergonha:
- Ah! Eu só estava... Pensando em uns amigos.
O sorriso dele parecia ser cada vez mais encantador à medida que se alargava:
- Humm! Então suponho que você tenha belos e grandes amigos.
E dessa vez o sorriso me atacou por completo. Esse devia ser o estranho menos estranho que eu havia visto em toda a vida:
- É, são sim. Quer dizer... Grandes amigos.
Será possível que eu não conseguia parecer firme e correta com as palavras? Isso nunca havia me acontecido. Eu nem estava com medo mais dele, talvez porque ele nem parecesse tão mais estranho, mas talvez também porque ele estava me cativando a cada sorriso e olhar a mais que me lançava:
- Bom, não vou mais tomar seu tempo. Foi um prazer! E... Obrigada pela melhor expressão que já vi.
O sorriso dessa vez foi menor, porém tão charmoso quanto os de antes. Ousaria até dizer que foi mais significativo acompanhado de um olhar tão expressivo que parecia querer me dizer alguma coisa:
- Atá! É... Quero dizer... De nada, o prazer foi meu.
Nossos olhares se encontraram novamente e ele deu um passo à frente. Pude ver como seus olhos eram brilhantes e fervorosos como se a alegria habitasse ali constantemente:
- Permita-me ter essa visão novamente. Há anos venho vindo nesse lugar buscar algo que nem eu mesmo sei. Acho que só hoje algo fez sentido.
Foi então que meu coração deu um pulo maior de exaltação e me fez compreender o próximo encontro que eu teria com o estranho menos estranho e encantador que eu já tinha conhecido:
- Acho que amanhã minha aula pode esperar novamente.
Ele enfiou as mãos no bolso da calça jeans, retirou um papel dobrado e me entregou lançando-me uma piscadinha arrebatadora e disse:
- Por mais loucura que possa parecer, eu sempre estive preparado para esse momento.
Ele caminhou até mim, mas passando direto, com aquele sorriso lindo e charmoso nos lábios. Olhei para trás para acompanhar seus passos na direção do fim da ponte em que estávamos. Fiquei perdida por uns instantes em meus pensamentos, alguns sorrisos e olhares. Quando enfim me dei conta do pequeno papel em minha mão. Abri e lá continha:
“Eu esperei por você todo esse tempo que estive vagando neste local que meus sonhos sempre me mandavam vir em busca de algo. Eu sabia que devia ficar preparado para o dia em que encontrasse o que eu sempre soube que faltava pra completar minha vida. Se este papel está em suas mãos agora, saiba que é porque você foi à pessoa mais certa que passou em meu caminho até hoje. Te vejo amanhã e sempre, assim espero.”
Li e reli sem acreditar no que estava na minha frente. Eu estaria sonhando? Estaria participando de uma pegadinha? Ou aquele estranho era mesmo o maior estranho e louco que eu conheci? Só tive certeza de uma coisa. Loucura então se transmite, porque o que eu estava sentindo não era nada comparado a tudo que já tinha vivido. Voei para casa naquele dia e só pensei em deitar na cama logo e dormir para assim acordar no meu próximo melhor dia da minha vida.
Vagando sozinha pela pequena ponte que rodeava um lago, percebi o quanto era belo aquele momento e toda aquela paisagem que estava ali se demonstrando para mim. Dei-me ao luxo de matar uma aula só pra ficar ali, observando tudo de belo que a natureza nos oferece. O céu azul, cintilando um azul bebê que fazia contraste com as poucas e rasas nuvens. O vento soprando as pequenas ondas que se destruíam suavemente ao colidir com as ferragens que suspendiam a ponte em que eu estava. Debrucei-me na beirada da grade mais próxima e fiquei apenas sentindo o que de mais simples se encontra nesse mundo hoje e que infelizmente nem todos sabem desfrutar.
Viajei nos meus pensamentos e sonhos. Fui a vários lugares, visitei amigos distantes, relembrei de rostos serenos que me deixaram saudades, me permiti abusar, usar e criar dos meus próprios momentos. Foi quando de repente, no auge da minha constante e fértil imaginação, notei que não estava só. Olhei rapidamente a minha esquerda e analisei brevemente o segundo sonhador que me acompanhava. Perguntei a mim mesma se ele estaria ali há muito tempo, se estaria também a me observar durante todo o meu percurso imaginário. Fiquei envergonhada ao pensar que tinha mais alguém a todo instante sonhando acordado ao meu lado ou talvez quem saiba me analisando e imaginando o que eu estaria fazendo sozinha por tanto tempo com um olhar tão vago. Mais que depressa, recolhi minha mochila que estava jogado aos meus pés bem do meu lado e joguei uma alça pelas costas já me virando para caminhar na direção contrária em que aquele estranho estava:
- Não precisa ir embora. Perdoe-me se te incomodei.
A voz era doce e suave, mas ainda assim me mantive apreensiva, afinal, estranho, é estranho. Virei-me lentamente para encontrar os olhos que me analisavam. Fui surpreendida com tanto calor humano que senti minhas mãos afrouxando na alça da mochila. Minha voz – que não saiu como eu queria e muito menos simpática como à dele - saiu fina e estremecida:
- Não. Eu... Já estava indo mesmo.
O olhar que ele me mandou e o sorriso singelo que ele soltou pelo canto direito da boca me fez sentir um fervor enorme nas bochechas. Estava torcendo para que minhas feições não entregassem toda a minha timidez:
- Notei que você estava indo bem com seus pensamentos até perceber minha presença. Não quis te assustar. Fiquei curioso pra saber o que de tão bom te criou aquela expressão de dar inveja.
Realmente eu estava certa. Fui observada todo o tempo e eu já não tinha mais forças pra lutar contra a minha vergonha:
- Ah! Eu só estava... Pensando em uns amigos.
O sorriso dele parecia ser cada vez mais encantador à medida que se alargava:
- Humm! Então suponho que você tenha belos e grandes amigos.
E dessa vez o sorriso me atacou por completo. Esse devia ser o estranho menos estranho que eu havia visto em toda a vida:
- É, são sim. Quer dizer... Grandes amigos.
Será possível que eu não conseguia parecer firme e correta com as palavras? Isso nunca havia me acontecido. Eu nem estava com medo mais dele, talvez porque ele nem parecesse tão mais estranho, mas talvez também porque ele estava me cativando a cada sorriso e olhar a mais que me lançava:
- Bom, não vou mais tomar seu tempo. Foi um prazer! E... Obrigada pela melhor expressão que já vi.
O sorriso dessa vez foi menor, porém tão charmoso quanto os de antes. Ousaria até dizer que foi mais significativo acompanhado de um olhar tão expressivo que parecia querer me dizer alguma coisa:
- Atá! É... Quero dizer... De nada, o prazer foi meu.
Nossos olhares se encontraram novamente e ele deu um passo à frente. Pude ver como seus olhos eram brilhantes e fervorosos como se a alegria habitasse ali constantemente:
- Permita-me ter essa visão novamente. Há anos venho vindo nesse lugar buscar algo que nem eu mesmo sei. Acho que só hoje algo fez sentido.
Foi então que meu coração deu um pulo maior de exaltação e me fez compreender o próximo encontro que eu teria com o estranho menos estranho e encantador que eu já tinha conhecido:
- Acho que amanhã minha aula pode esperar novamente.
Ele enfiou as mãos no bolso da calça jeans, retirou um papel dobrado e me entregou lançando-me uma piscadinha arrebatadora e disse:
- Por mais loucura que possa parecer, eu sempre estive preparado para esse momento.
Ele caminhou até mim, mas passando direto, com aquele sorriso lindo e charmoso nos lábios. Olhei para trás para acompanhar seus passos na direção do fim da ponte em que estávamos. Fiquei perdida por uns instantes em meus pensamentos, alguns sorrisos e olhares. Quando enfim me dei conta do pequeno papel em minha mão. Abri e lá continha:
“Eu esperei por você todo esse tempo que estive vagando neste local que meus sonhos sempre me mandavam vir em busca de algo. Eu sabia que devia ficar preparado para o dia em que encontrasse o que eu sempre soube que faltava pra completar minha vida. Se este papel está em suas mãos agora, saiba que é porque você foi à pessoa mais certa que passou em meu caminho até hoje. Te vejo amanhã e sempre, assim espero.”
Li e reli sem acreditar no que estava na minha frente. Eu estaria sonhando? Estaria participando de uma pegadinha? Ou aquele estranho era mesmo o maior estranho e louco que eu conheci? Só tive certeza de uma coisa. Loucura então se transmite, porque o que eu estava sentindo não era nada comparado a tudo que já tinha vivido. Voei para casa naquele dia e só pensei em deitar na cama logo e dormir para assim acordar no meu próximo melhor dia da minha vida.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Apresentados pelo sofá
Naquele momento eu achei que minha noite já estava dada como terminada. Enganei-me assim que percebi que um estranho se apossou do assento que estava vago ao meu lado. Não demorou muito, notei que tínhamos amigos em comum e devido a isso fui formalmente apresentada ao rapaz. Era até então uma personalidade normal como todas as outras, mas à medida que íamos criando uma proximidade maior, fui tomando consciência do quanto àquela pessoa estava deixando de ser só mais uma no meio de tantas. Seu olhar triste, mas também caloroso me fez sentir compaixão. A fala mansa e tão próxima dos meus ouvidos me puxava com mais curiosidade. Os minutos foram somando, em torno de nós todos se movimentavam para fora do local e eu ainda me sentia presa no sofá e na pessoa que eu acabava de descobrir. Não queria ir embora, não queria deixá-lo, não queria esquecê-lo em só mais uma noite da minha vida. Seria só mais um belo conjunto de beleza exterior com interior pra chamar minha atenção? Ou estaria eu já bem embriagada de puro cansaço ao ponto de estar criando expectativas demais onde não existia nada de tão bom assim? O fim de cada noitada só deveria terminar ao som da última badalada do “tic tac” do relógio da cabeceira de nossas camas. O fim nem sempre é realmente o fim. Podemos ser surpreendidos por personalidades, rostos, olhares e falas mesmo quando já estamos a caminho de casa. E são acontecimentos inesperados e agradáveis como estes que fazem todo o resto parecer muito melhor do que teria sido até ali.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Vida ou novela?
Quanto mais planejo metas para a minha vida depois de certas decepções, mais a própria vida me ensina que eu estou tentando lutar contra o que é mais forte do que eu, o inevitável destino. Tristezas vêm e vão, alegrias vem e vão, assim como também pessoas e amores vem e vão. Sempre me permito sofrer o necessário por cada perda e me alegrar com cada conquista. Também sempre me permiti ter ódio de quem tivesse pisado na bola comigo, como também tive meus momentos de ouvir o coração e saber que magoas passadas não ficam guardadas aqui, pelo menos comigo não funciona assim. Sei que existe perdão e sei usá-lo. Sei que existe reconciliação e também sei usá-la, porém nem sempre encaixo a reconciliação como as coisas eram antes de serem estragadas.
Vejo cada dia mais que o tempo é meu melhor amigo, o mundo gira, dando muitas voltas, longas, porém tão rápidas. Quando menos se espera, cai no nosso caminho aquele fruto largado no passado. O que se plantou lá atrás e não se tem mais vontade de colher agora, infelizmente ainda é pertence nosso. Querendo ou não, uma hora ou outra, o que se espera ou não, está aqui de volta, fazendo parte de nossas vidas. Assim está sendo comigo em um novo momento.
Às vezes sofro antecipadamente, crio milhões de viagens inexistentes na minha cabeça sobre pessoas e coisas que me fazem sofrer em uma determinada época, me alegro com ilusões e nada mais do que isso, me apego e acredito em pessoas que nem sempre estão sendo sinceras tanto quanto possam parecer pra mim, e assim vou indo, caminhando junto com minha inocência e exagero. Só que dessa vez acho que basta encarar o recado que a vida quer me dar. Não vale a pena viver apenas de constantes momentos ou de inconstantes sofrimentos. Pra que? Se logo mais na frente o destino me trará de volta aquele alguém que eu nunca mais iria querer por perto, ou trará outras tantas surpresas que farão de mim uma mera formiguinha diante de tudo que eu batalhei pra criar na minha mente. Assim se vive assim se aprende! Não compensa lutar contra o coração, não compensa lutar contra o destino, contra o tempo, contra as voltas que o mundo dá. Por mais que não se procure, o que talvez menos se queira é o que pode ser o que mais precisamos ainda enfrentar. O passado nem sempre é apenas passado e o futuro nem sempre é o único futuro que importa. Viver sem metas, sem ódios, sem magoas, sem programações pra fugir do que não se quer mais ajuda a não tombar na hora dos sustos que se toma com as peças que a vida nos prega. Minha conclusão final é que a minha vida, por exemplo, é uma novela literalmente, daria um bom livro!
Vejo cada dia mais que o tempo é meu melhor amigo, o mundo gira, dando muitas voltas, longas, porém tão rápidas. Quando menos se espera, cai no nosso caminho aquele fruto largado no passado. O que se plantou lá atrás e não se tem mais vontade de colher agora, infelizmente ainda é pertence nosso. Querendo ou não, uma hora ou outra, o que se espera ou não, está aqui de volta, fazendo parte de nossas vidas. Assim está sendo comigo em um novo momento.
Às vezes sofro antecipadamente, crio milhões de viagens inexistentes na minha cabeça sobre pessoas e coisas que me fazem sofrer em uma determinada época, me alegro com ilusões e nada mais do que isso, me apego e acredito em pessoas que nem sempre estão sendo sinceras tanto quanto possam parecer pra mim, e assim vou indo, caminhando junto com minha inocência e exagero. Só que dessa vez acho que basta encarar o recado que a vida quer me dar. Não vale a pena viver apenas de constantes momentos ou de inconstantes sofrimentos. Pra que? Se logo mais na frente o destino me trará de volta aquele alguém que eu nunca mais iria querer por perto, ou trará outras tantas surpresas que farão de mim uma mera formiguinha diante de tudo que eu batalhei pra criar na minha mente. Assim se vive assim se aprende! Não compensa lutar contra o coração, não compensa lutar contra o destino, contra o tempo, contra as voltas que o mundo dá. Por mais que não se procure, o que talvez menos se queira é o que pode ser o que mais precisamos ainda enfrentar. O passado nem sempre é apenas passado e o futuro nem sempre é o único futuro que importa. Viver sem metas, sem ódios, sem magoas, sem programações pra fugir do que não se quer mais ajuda a não tombar na hora dos sustos que se toma com as peças que a vida nos prega. Minha conclusão final é que a minha vida, por exemplo, é uma novela literalmente, daria um bom livro!
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